Violet Hill [HIATUS INDEFINIDAMENTE] escrita por Black


Capítulo 15
Memórias Pintadas


Notas iniciais do capítulo

Oi...
Eu não tenho um motivo sólido para voltar aqui depois de tanto tempo, sei que muitos leitores não dão as caras, já que a própria autora não dá a dela, não é mesmo? Mas, acontecimentos recentes me deixaram muito, exageradamente, triste e magoada com a pessoa a qual eu não vou citar. Sim, ela é do Nyah, é um de vocês que provávelmente nem irá ler esse conjunto de palavras que eu estou aqui escrevendo, mas eu vou escrever assim mesmo.
Antes que a Soli (u/123992/) e a Mardy (u/499403/) pudessem me alegrar com duas perfeitas recomendações (meus agradecimentos mais profundos meninas, esse capítulo é principalmente para vocês) Violet Hill estava com cinco recomendações, e agora tem seis. Não foi o Nyah que errou na conta... O que se passa é que um leitor excluiu sua recomendação, isso me deixou muito pra baixo, já vinha acontecido em fanfics de amigas minhas, mas eu pensei que não iria ocorrer comigo (que grande tola sou). O que eu venho pedir é sejam pacientes, eu demoro mesmo a postar, todo mundo sabe disso, mas isso não é motivo para excluir uma recomendação. É degradante saber que por mais que o seu trabalho seja elogiado, um dia (pela demora) ele vai ser depreciado. Se você for recomendar uma fanfic e depois retirar tudo o que falou, não recomende, sério isso machuca o autor profundamente.

Eu me senti meio enferrujada nesse capítulo, no próximo eu quero mostrar o pai da Violet para vocês, e não estejam tão certas de um passado do Ian com a Violet (pelo menos não amoroso), gostei de ver que a Sky foi "bem aceita" por alguns leitores.

Boa leitura.



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Talvez ligar para Violet tivesse sido precipitado demais. Só que eu só fui pensar nisso depois, quando eu estava sentado na minha harley, dirigindo pelas ruas de Hove e a caminho da casa do monstrinho.

Ian com toda a certeza do mundo, diria que eu era um maldito viciado em adrenalina, o que realmente não era uma mentira. Fazer o que se eu realmente gostava do perigo, por assim dizer? Mas, se eu não fosse tão viciado em adrenalina e talvez, um pouco curioso demais, eu não estaria nesse momento sentado no chão da casa de Violet.

– Então, você era uma criança bem levada? – pergunto a olhando.

Seus lábios se repuxaram nas laterais, e pude notar um fraco brilho em seus olhos. Sorri torto em meio de fotos e livros de contos infantis, acho que essa era a primeira conversa que eu e Violet tínhamos sem que ela fosse sarcástica e esquiva.

– Ora, não venha me dizer que nunca cortou um pedaço do seu próprio cabelo – rebateu, puxando as mangas do moletom.

– Eu sou um anjo – debochei.

Esse momento poderia entrar como um dos mais estranhos até agora, talvez o mais estranho desde, que por um infortuno do destino, eu tinha parado em Hove. Talvez fosse só o meu maldito destino me provando que por mais longe que eu conseguisse ir, algo sempre me traria de volta a essa cidade.

Algo como uma força invisível que sempre estaria me puxando para esse pedaço de terra, um pedaço que em minha concepção deveria ter sido riscado do mapa.

– Então – Violet me puxou para a realidade – Fiquei sabendo que está trabalhando.

– Quem te contou? – perguntei, acho que mais rude do que pretendia ser. Eu odiava ser assunto em Hove.

– Eu vi você da Carter Motors outra tarde, e bem, Sky sai com um cara de lá. – se encolheu – Acho que isso ajudou.

– Sky fala com você sobre mim? – perguntei surpreso.

– Ela fala sobre muitas coisas, principalmente sobre pessoas bonitas. Deveria sair com ela um dia.

– Eu não quero sair com ela – rebati rápido – É que... Sky não faz meu tipo, sabe?

– E quem faz seu tipo, Evan Sattle?

Eu me calei perante aquela pergunta, o assunto estava bom demais, para que eu com mais uma das minhas falas impensadas estragasse tudo. Eu simplesmente não podia dizer que roqueiras góticas, com distúrbios psicológicos não faziam o meu tipo, em parte porque seria uma puta mentira, e na outra porque era exatamente uma roqueira com problemas mentais, que vinha tirando o meu sono.

Eu poderia estar na beira do precipício, precisando de apenas uma única palavra para cair. E você quer cair, não é Evan? Você quer se jogar de cabeça e ao fim, sentir o impacto da água fria com a sua pele, sentir seus pulmões implorando por ar.

Talvez sim, talvez seja simplesmente isso que eu queira.

– Não estamos aqui para falar disso, não é? – desconversei. – Eu posso fazer uma pergunta?

– Só se eu puder fazer também – pediu.

– Ah não vejo problema – endireitei-me. – Damas primeiro.

Seus olhos azuis gelo vagaram do teto ao chão antes de focarem em mim, eram olhos de um azul tão profundo que eu poderia me perder ali. Como se fossem poças de água, aparentemente seguras à primeira vista, mas que a partir do momento que se estava dentro era quase impossível sair.

As contradições em Violet Trent eram bem mais do que as roupas desleixadas ou o cabelo colorido, elas eram como marcas profundas, agarradas a pele por dentro. Intrincadas nela, faziam parte dela, do que ela era ou do que se forçou a ser. Eu sabia que por debaixo de todos os palavrões, do roxo sob os olhos, das unhas irregulares pintadas de preto e até mesmo daquele moletom cinza tinha alguma coisa, alguma coisa que pedia para ser descoberta.

Algo que ela escondia algo profundo, capaz de fazer com que o isolamento fosse a única saída.

– Por que está aqui, Evan? – sua voz não passava de um sussurro.

– Aqui na sua casa? – pisquei.

– Aqui em Hove – falou – E não tente mentir, você não tem cara de um garoto que realmente precisaria trabalhar como mecânico, isso só a sua moto deixa bem claro.

– Fiz uma aposta com meu pai – comecei – Eu não queria fazer medicina, ser uma sombra dele. Tranquei a faculdade, e desde então tenho que me virar com o que conseguir – terminei bagunçando meus cabelos – Meio idiota, não?

– Você só queria poder fazer as suas escolhas, é normal isso. Alguns pais deveriam aprender que não se pode controlar os filhos, nunca se pode. – Violet parou de falar e percebeu que eu a encarava – Que foi?

– Nada – balancei a cabeça – É só que... deixa pra lá. Minha vez? – ela assentiu – Por que todo o ódio de Ian Carter?

Vi seu olhar vacilar por alguns instantes, o lábio inferior tremeu levemente e o brilho sumiu dos olhos.

– Eu deveria saber – se levantou – Esse sempre foi o assunto, não? – falou irritada.

– Eu respondi a sua pergunta – me coloquei de pé, ressaltando o quão mais alto que Violet eu era – Agora é a sua vez. É uma simples pergunta Vi – insisti.

– Ian Carter poderia ter me ajudado no passado, mas ficou com medo de dizer o que tinha visto. Se ele não tivesse sido tão covarde eu não seria o que sou hoje.

– E o que você é hoje? – pergunte segurando seus pulsos gentilmente e a prensando na parede, contra meu corpo – E não minta para mim.

Violet engoliu em seco, antes de falar com um fio de voz.

– Eu sou um monstro, Evan. Eu matei a minha mãe, matei o bebê dela e Ian Carter viu tudo isso.

O sangue parecia ter parado de fluir pelas minhas veias por um momento, vi meu reflexo pelos olhos azuis arregalados próximos do meu rosto, o ar ao redor parecia palpável e pesado sobre meus ombros.

Um bebê, Evan. Isso com certeza extrapola o que você tinha em mente certo?

Nem eu mesmo sabia o que eu tinha em mente, talvez eu devesse me afastar. Não só pela descoberta, mas também pelo perigo que eu tinha acabado de mergulhar de cabeça, mas contrariando minhas expectativas novamente, eu soltei levemente os pulsos do monstrinho, só para puxá-la de encontro a mim e colar meus lábios nos seus.

Talvez fosse a tensão sexual existente entre nós dois, ou o fato de eu não conseguir tirá-la da cabeça. Mas, eu realmente não tinha uma explicação lógica do por que Violet Trent me fascinava tanto, ou o mistério que a envolvia me fascinava tanto. Não sei ao certo e também não queria nesse momento descobrir.

Trent retribuiu ao meu beijo, segurando em meus cabelos enquanto eu a levantava do chão, fazendo a mesma enroscar suas pernas pela minha cintura. Suas unhas irregulares passavam por toda a extensão do meu couro cabeludo e pescoço, enquanto minhas mãos exploravam suas costas. Eu só poderia ser um maluco, um maluco bem filho da puta viciado em algum tipo de metanfetamina colorida.

Só que Violet Trent era como uma droga, uma maldita droga que não me matou.

Ainda.


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Notas finais do capítulo

Eu me sinto inspirada por Cidade das Almas Perdidas para escrever esse capítulo, e pela música Behind Blue Eyes. Acho que ela tem tudo haver com a Violet. Agora eu vou retornar ao meu Maze Runner e nós nos falamos em breve.

Quem quiser deixar um review ou alguma recomendação, se sinta a vontade. Eu ainda estou magoada pelo que citei nas notas iniciais, então.... Não espero grandes coisas. Gostaria mesmo que me surpreendessem. Iria amar.

Até.