Percy tinha um enorme sorriso no rosto. Ele não podia negar a felicidade que sentia no momento. Sabe aqueles momentos perfeitos que só se vê nos filmes? Aquele com certeza era um deles. Percy estava deitado de barriga para cima com um braço atras da cabeça sorrindo bobamente para o teto. Ele se encontrava na cama de Annabeth, que era muito macia por sinal, usando apenas suas cuecas enquanto de recordava de uma das melhores noites de sua vida. Aquela não era a primeira vez que eles dormiam juntos, mas era sem duvida a primeira vez que eles faziam “aquilo”. Se beijar Annabeth o fazia sentir como se seu cérebro fosse derreter, fazer sexo com ela era quase como explodir com qualquer tentativa de pensamento coerente que ele pudesse ter. Mas Percy tinha que admitir, não tinha sensação melhor no mundo do que ficar ali deitado na cama de Annabeth sem conseguir pensar em nada que não fosse ela.

É claro que Percy faria isso se não fosse pelo barulho irritante que emanava do lado esquerdo da cama de Annabeth. Percy virou-se de lado procurando a origem do barulho quando viu a gaiola em cima da mesinha de cabeceira de Annabeth, bem ao lado do porta retrato com a foto de Percy com uma alga enrolada na cabeça e uma Annabeth que gargalhava ao seu lado.

-Annabeth? – Percy chamou mantendo os olhos da bolinha de pelo que soltava barulhinhos irritantes em sua direção. Annabeth apareceu na porta do banheiro um segundo depois, vestida com a camisa de Percy, seus cabelos caiam livremente ao redor de seu rosto em cachos longos e loiros, ela segurava uma escova de dentes, seu rosto levemente corado. Percy sorriu com a imagem.

-O que é isso?- Perguntou olhando na direção da gaiola. Seguindo seus olhos, Annabeth abriu um sorrisinho.

-É o Patch –ela disse com um sorrisinho nos lábios –Meu hamster (?)- disse voltando para o banheiro deixando Percy levemente paralisado com a imagem de suas pernas.

-E aí amiguinho – disse Percy indo em direção a gaiola – Você não é muito mau né? – disse ele brincando com pequeno ratinho que o olhava de dentro das grades. Abrindo um sorrisinho ele abre a portinha no momento em que ouve a água do chuveiro abrindo no banheiro. Ele enfia a mão dentro da gaiola procurando a bolinha de pelos, e solta um arquejo quando tudo que recebe é uma mordida forte no dedo. Ele puxa o braço com força quando sente os pequenos dentinhos do animal rasgando a pele. O bichinho praticamente voa ate o outro lado do quarto batendo na parede e parando imóvel no chão.

-Merda – Percy murmura ao correr ate o pequeno animalzinho totalmente imóvel caído no chão. Percy o sacode de um lado para o outro mas ele não se move. Sem saber o que fazer Percy o coloca em cima da cama enquanto pede aos deuses para que o bichinho acorde, mas ele não o faz, apenas continua lá, parado e sem vida. Ela vai me matar, Percy pensa olhando nervosamente para a porta do banheiro.

Ele ouve Annabeth cantarolar baixinho no chuveiro quando tem uma ideia louca. Agarrando o celular ele disca os números conhecidos implorando para que o melhor amigo atendesse.

-Percy- ele ouve a voz do amigo sentindo certo alivio.

-Grover, eu preciso da sua ajuda- o desespero o atingindo quando ele percebe que o hamster continua parado no mesmo lugar.

-Você está bem? O que houve? –ele pergunta sem entender.

-Como eu faço para ressuscitar um hamster? – pergunto balançando o animal mas uma vez.

- o que? – Grover gargalha do outro lado.

-Me ajuda Grover- digo totalmente desesperado. – Acho que matei o hamster da Annabeth.

-Cara, ela vai te matar – ele diz ainda rindo- tenta respiração boca a boca. – ele diz, eu olho para a bola de pelos incerto.

-Acha que vai ajudar? – pergunto já sentindo certo nojo.

-É claro que não idiota. – Ele solta uma gargalhada. –Mas talvez ajude quando a Annabeth te socar a cara.

-Muito obrigada pela ajuda babaca- digo ainda ouvindo suas risadas e desligo na cara dele. A água do chuveiro se fecha e sei que minha morte está próxima. Recolho o animal nas mãos e suspiro esperando pelos gritos. É incrível como só eu poderia estragar a melhor noite que já tivemos até hoje matando o hamster de Annabeth pela manhã. Sacudo-o mas uma vez para ter  certeza de que esta morto, ele nem se meche. Suspiro e ouço a porta do banheiro abrir. Antes que eu possa dizer qualquer coisa, ela vem na minha direção.

-Patch –diz sorridente – o hamster se move na minha mão me assustando. – ele não é uma fofura? – ela diz estendendo as mãos, ela pula para as dela sem nenhuma dificuldade. Eu olho atônito enquanto ela caricia os pelos do animalzinho. – Que foi?

-Ele estava morto! – eu grito jogando as mãos para o alto. Ela solta uma risadinha.

-Deixa de ser bobo Percy, ele só estava brincando com você, não é patchinho? – ela murmura olhando para a bola de pelos. Legal, acabei de ser enganado por um rato estúpido, Percy pensa revirando os olhos para si mesmo. Annabeth coloca o hamster na gaiola e de repente é como se ele pudesse sentir os risos do hamster ecoando pelo quarto. Ele encara o animal por alguns segundos antes de perceber Annabeth olhando para ele. Ela está usando uma toalha ao redor do corpo e outra no cabelo, Percy já não conseguia raciocinar normalmente, aquela conhecida sensação de derretimento tomando conta de sua cabeça. Annabeth percebeu que o moreno a encarava e lhe lançou um pequeno sorrisinho, seu rosto atingindo um tom avermelhado que Percy achou adorável.

Então ele vira o rosto para o hamster enjaulado em uma pequena gaiola e lhe abre um pequeno sorrisinho.

-Ele me mordeu – mostra o dedo machucado para Annabeth, ela franze as sobrancelhas para o hamster lhe lançando um olhar levemente zangado, e então se abaixa na direção de Percy e lhe dá um beijinho no dedo machucado. Então levanta o rosto e lhe beija os lábios lançando ondas de calor por todo o corpo do moreno. Depois disso ela cora e volta para o banheiro com suas roupas na mão.

-Acho que eu ganhei essa amiguinho – Percy diz lançando um sorriso zombeteiro na direção do hamster que não pode fazer nada alem rodar em sua rodinha.