Dramione - Só Mais Um Café escrita por Mahizidio


Capítulo 2
Chuva na alma


Notas iniciais do capítulo

Bom, gente, como eu havia dito, aqui está a segunda - e última - parte. POV da Hermione e tal. Espero que gostem. ^-^



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~Chuva na alma~

De repente, não fosse tanto egoísmo assim. De repente, “mais uma dose” fosse a única chance de salvação – ou, talvez, de completa desgraça – que lhes restasse.

~.~

Hermione sentiu seu corpo reagir aos lábios de Malfoy – ela poderia rir com tamanha ironia, quanta intimidade trocada e continuavam se chamando pelos sobrenomes, como se constantemente quisessem lembrar um ao outro quem eles realmente eram – não, seu corpo reagiu aos lábios de Draco. Aos lábios daquele garoto mimado, recém-saído do berço e que acabara por perder tudo. E ela fez questão de estar dentro desse tudo. Seu corpo reagiu da mesma forma com a qual havia tão facilmente se acostumado e habituado anos atrás: as mãos suavam, o coração disparava, o fôlego lhe faltava e a racionalidade – sua tão fiel companheira – fazia a mesura de fugir instantaneamente. Mas agora, quinze anos depois, ela não podia se dar ao luxo da insensatez. Não era uma simples questão de sangue que estava em jogo; havia Ron, seus filhos, toda uma família que poderia se acabar por um momento de completo egoísmo.

– Me desculpa – disse a única frase que conseguiria proferir, e saiu correndo para uma infeliz tarde que sangrava. A água que caía sobre sua pele seria facilmente confundida com ácido que destrói o que quer que atrapalhe seu caminho. Os pés que tentavam correr foram ficando pesados à medida que o vento soprava contra sua face molhada e o corpo destroçado. Ao passo que tentava se arrastar para mais longe dele – de Draco, de seu eterno amor impossível e proibido – sentia uma força clamando pela vida dele que parecia, a cada batida de seu coração, menos palpável.

Sua memória a contemplou com a graça de lembranças quase esquecidas. Lembranças de um tempo que jamais deveria ter acontecido, muito menos acabado. Hermione, ou Sra. Weasley como agora lhe cabia, conseguia ouvir perfeitamente seu coração martelando dentro dos ouvidos. As mãos ainda suavam e a memória se aflorava a cada milésimo de segundo, pregando peças em sua já debilitada sanidade. Os passos ficavam a cada segundo mais curtos, bem como a alma cada vez mais encharcada. De repente, não fosse tanto egoísmo assim. De repente, “mais uma dose”, como ele próprio havia dito, fosse a única chance de salvação – ou, talvez, de completa desgraça – que lhes restasse.

Assim como havia saído daquele estabelecimento que tanto frequentara, Hermione voltou a entrar, sem nem se preocupar com o riacho que suas roupas encharcadas formavam. Ela, nem ninguém, deu importância a um acontecido tão ínfimo quanto esse. A atenção de cada alma ainda viva naquele lugar estava voltada para o único cuja atenção nunca fugira de Hermione.

Em uma lentidão sufocante, Hermione conseguiu abrir caminho entre o que pareciam dezenas, centenas, milhares, de pessoas em volta da mesa na qual há pouco quisera reprimir Draco por causa do cigarro. Onde teve certeza de que tempo algum seria capaz de apagar o que sentia por um Malfoy. E onde esperava ainda encontrá-lo para dizer que eles teriam direito a mais uma última chance. O corpo trêmulo não teve força suficiente para manter-se em pé. Enquanto convulsionava em agonia ao lado do corpo inerte de Draco, Hermione via escorrer de si toda sua razão de vida. Os olhos cinza ainda abertos pareciam mirar o fundo da alma envenenada dela, apenas com a intenção de culpá-la.

Várias vozes se misturavam, indo e voltando de seu consciente enquanto tudo o que conseguia era sentir a dor que dilacerava seu coração se espalhar por cada mínima entranha de seu corpo. Em algum momento o som das vozes foi substituído por uma sirene, em seguida alguém a puxava para longe de Malfoy, dizia palavras ininteligíveis em seu ouvido e fazia, de alguma estranha maneira, tudo parecer mais real.

Enquanto seus corpos eram eternamente separados, como se de outro corpo, Hermione ouviu a própria voz – rouca e dilacerada – sussurrar “sempre foi você. Apenas você.” Ela conseguiu rir. Quem quer que estivesse dizendo aquilo ainda não percebera que já era tarde demais.


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Notas finais do capítulo

(Não está betado, digitei correndo, então desculpem os erros.)
Pessoas lindas, o que acharam?? Comentário??
E, se por acaso tiver alguém aqui que acompanha EFEITO COLATERAL, eu NÃO abandonei a fic, nem vou abandonar, mas estou realmente sem tempo, então ainda não sei quando vou conseguir postar o prox cap. =(



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