Pov. Bella

–Bella, eu sei que isso pode estragar nossa amizade, mas eu preciso te falar que... Eu te amo.

Edward disse que me amava, mas éramos amigos. Melhores amigos pra dizer a verdade. Sempre sonhei com ele me dizendo tais palavras, mas... Tinha medo de levar tudo a perder. Não poderíamos estragar nossa amizade de exatos sete anos por causa disso. Porém só tive consciência do que havia feito, após tê-lo beijado.

Me afastei de seu rosto e coloquei a mão entre nós. Ficamos alguns segundos em silêncio, até que eu resolvi que já estava na hora de alguém dizer algo.

–Edward, me desculpa, mas... – comecei, mas logo fui interrompida.

–Mas você não sente o mesmo por mim, não é mesmo?

–Não é isso. – neguei com a cabeça – Eu o amo, mas...

– Mas não da mesma forma que eu. Você me ama como uma irmã ama um irmão, é isso?

–Não! E pare de me interromper! – aquela mania chata de Edward ser precipitado estava me dando aos nervos – Posso continuar?

Ele assentiu e eu prossegui.

–Sempre senti algo muito grande por você. Sempre o amei, no começo apenas como um irmão, mas logo percebi que era bem mais do que isso. – esperei alguns segundos para ele absorver o que havia falado e continuei – Mas tenho medo, medo de estragarmos nossa amizade por conta disso. Entende?

Ele abriu a boca para falar algo, mas eu fui mais rápida e propus que déssemos um tempo em relação a isso para ver onde daria. Claro que Edward sendo compreensivo, aceitou minha sugestão.

Já estava havia saindo do carro, quando Edward me chamou novamente. Por um momento pensei que seria pra pedir pra esquecer o tal beijo, coisa que julgara impossível, mas era outra coisa.

–Só me prometa que irá se alimentar direitinho.

–Ér... tá bom. – disse baixo.

–Não ouvi direito, Isabella. – ele se fez de bravo. Amava isso nele. Na verdade, amava tudo nele.

–Eu prometo, Sr. Edward mandão. – fiz graça, mas sabia dentro de mim que estava mentindo. Que ponto eu havia chegado? Mentindo para eu próprio melhor amigo. Fazendo promessas que eu mesma sabia que jamais seriam cumpridas.

É preciso, Bella. É preciso isso para se ter o corpo que você tanto deseja.

–Irei perguntar pra dona Reneé pra averiguar isso, hein?

Assenti rapidamente e me despedi. Agora seria a parte mais difícil: Encarar meus pais!

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–Posso saber o porquê de o Dr. Cullen ter ligado aqui em casa e avisado que a senhorita estava no hospital recebendo soro? – Charlie me questionou.

–Eu desmaiei quando estava saindo do colégio, pai. – disse simplesmente.

–O Dr. Cullen disse que você estava fraca e por isso ficou de observação até agora. – Mamãe se impôs – Só me responda uma coisa, Isabella. Você está ficando sem comer direito por causa daquela maldita dieta?

Minta! – dizia meu inconsciente.

–Mas é claro, mãe. Eu como o essencial, provavelmente fiquei fraca por ter pegado alguma virose e fiquei desidratada. Hoje pela manhã estava com um pouco de ‘dor de barriga’ e só fui à escola porque teria uma prova extremamente importante. – acho que nunca havia mentido tanto na minha vida e, principalmente, para meus pais.

–Espero que esteja falando à verdade, filha – Charlie disse ainda receoso.

–E a partir de hoje, saiba que eu e seu pai estaremos de olho em você. – completou mamãe.

Agora você terá que ficar mais esperta, Bella.

–O.K. Posso ir para meu quarto agora? Preciso urgentemente de um banho.

–Claro, filha. Já comeu no hospital? – Renee tinha que fazer essa bendita pergunta.

–Aham, comi com o Edward na lanchonete de lá. – tomara que ela não ligue para o Edward para perguntar se era realmente verdade– Boa noite.

–Boa noite, querida. – disseram juntos.

É, estava ficando cada vez mais difícil enganá-los, mas não é impossível. Basta pensar com calma em cada resposta que daria e pronto!

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Já se passara uma semana desde o imprevisto do hospital e o beijo que dei no meu melhor amigo. Beijo esse que não saia de minha cabeça e que tem estado presente em cada sonho meu.

Por que ele tinha que ser tão encantador? Ou melhor, por que ele tinha que ser Edward Cullen, meu melhor amigo?

Foi difícil manter as aparências durante essa semana, fingir que estava tudo bem comigo. Mas como já estava ficando boa em mentir, consegui enganá-los. Claro que sempre que estavam por perto, eu comia alguma coisinha ali ou outra, mas nada muito calórico, por isso apostava mais nas frutas.

Nesses dias tenho evitado provocar o vômito novamente, mas muitas vezes é algo impossível de controlar e quando percebo já estou na boca do vaso sanitário com os dedos no fundo da garganta.

Como sempre digo: “Não tem como ser bonita, sem sofrer.” Temos que pagar um preço e eu estou pagando o meu.

–Isabella, Edward já chegou! – mamãe gritou do andar de baixo.

–Já estou indo! – gritei em resposta.

Coloquei a mochila nas costas e antes de sair do quarto me avaliei no espelho. Continuava gorda, mas acredito que com o tempo eu consiga alcançar o peso que tanto desejo.

Me despedi dos meus pais, claro que depois que Renée perguntou sobre meu lanche, e fui correndo até o conhecido Volvo de Edward.

–E aí, minha bobinha? – me cumprimentou assim que adentrei no luxuoso carro.

– O que eu disse sobre me chamar de bobinha, Edward Cullen? – me fingi de brava.

–E o que eu disse sobre você ser MINHA bobinha?! – brincou já ligando o carro.

–Você é muito besta mesmo – ri da cara que ele fazia enquanto falava.

–Aprendi com uma tal de Isabella Swan, conhece?

–Não faço ideia de quem seja, mas acredito que ela seja muito idiota por ser amiga sua. – disse com um sorriso no rosto.

–Assim você me ofende.

–Estou brincando com você, tonto. Mas diz aí, tudo bem?

–Melhor impossível e a senhorita?

–Maravilhosa!

O restante do trajeto foi preenchido somente com uma doce música de fundo do rádio que estava ligado, Edward amava as clássicas.

Foi sob esse silêncio, que me lembrei novamente do nosso beijo. Não havia beijado muitos garotos em minha vida, mas aquele sem dúvida foi o melhor. Havíamos prometido não falar nada em relação ao beijo ou sobre alguma coisa entre nós durante algum tempo, mas isso tem se tornado cada vez mais difícil. Principalmente por convivermos grande parte do dia juntos.

–Chegamos, Bella. – Edward me avisou, me tirando de meus pensamentos. Mal havia dado conta que já estávamos na frente do colégio.

Desci do automóvel juntamente com ele e, como de costume, fomos até nossos amigos. Quem nos visse, pensaria que éramos um casal, já que sempre caminhávamos abraçados um ao outro ou até mesmo de mãos dadas.

Como todos os dias, conversamos um pouco sobre algumas amenidades e depois de um tempo tocou o sinal. Fazendo com que cada um fosse para suas respectivas aulas.

Era terça-feira, ou seja, o dia das aulas chatas e entediantes. Para comprovar o que estou dizendo, basta ver que a minha primeira aula era de física. Como o professor quer nos ensinar algo, se nem mesmo ele sabe a matéria direito?! Sem condições.

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Já era a hora da tortura, digo do almoço, quando meu estomago fez questão de roncar quando estava perto de Emmett. Maldita hora!

–Vejo que tem alguém com fome. – comentou.

–É. – sorrio fraco- Acho que vou procurar o Edward para comprarmos algo na lanchonete. Você o viu por aí?

–O Edward? Não, não vi. Vocês viram o Edward, garotas? – Emmett se dirigiu para Rosalie e Alice que haviam acabado de chegar ali.

–Não, acho que ele disse que ficaria um pouco mais no laboratório. Parece que tinha uma pesquisa de biologia para finalizar. – Alice respondeu.

–Ah, obrigada. Irei lá pra chamá-lo e ver se precisa de alguma ajuda.

Saí do refeitório e fui ao laboratório, com o intuito de encontrar com Edward usando aquele jaleco branco... Nem preciso dizer que era como colírio para meus olhos.

Respirei fundo e abri a porta vagarosamente, mas a cena que vi fez com que meu estomago se embrulhasse . Já sentia meus olhos se enchendo de água e meus pés pareciam estar grudados ao chão.

Edward, o meu melhor amigo e o mesmo que declarou me amar não fazia nem uma semana direito, já estava ficando aos beijos com outra garota? Ele teria que se explicar, isso ele tinha!