Confiança escrita por Camila J Pereira


Capítulo 17
Coquetel


Notas iniciais do capítulo

Bella sempre tentando ajudar, desta vez ela está ajudando Edward. Ele não aceitou bem a ideia, mas Alice parece ter adorado.
Divirtam-se com o desenrolar do coquetel diferenciado que Bella esta oferecendo.



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Bella

A festa tinha começado bem. Eu e Alice caminhávamos entre a multidão falante com bandejas nas mãos. Estava adorando estar ali com ela, uma pessoa tão agradável e carinhosa. Edward estava do outro lado da sala conversando com Dave Williams. Para ele, aquilo não passava de um negócio muito sério. Ele segurava uma bebida, sorria e interagia com o pequeno grupo, mas eu podia apostar que não se divertia.

Edward tinha entrado em pânico quando falei sobre o cancelamento do bufê e sobre a minha ideia dos salgados. Seria algo diferente o que ofereceríamos. Com certeza seria um evento que ficaria marcado. Atravessei a sala mais uma vez, ciente de como estava elegante no conjunto de cetim. A calça cumprida realçou as minhas pernas, uma das minhas características mais marcantes dizia Jacob. Eu me dirigi à cozinha para buscar outra bandeja e Edward me seguiu.

- A pessoa que faltava acabou de chegar, estão todos aqui. Há comida suficiente?

- Você nem precisa se preocupar com isso. Temos comida para um batalhão.

- Graças a Deus. E parece que estão gostando dos aperitivos. Na verdade, eles mal chegaram e eu os quero longe. Acho que isso se estenderá por mais duas horas. – Edward estava visivelmente preocupado. Eu sabia o que o coquetel significava para ele. Equilibrei a bandeja numa das mãos e pousei a outra no braço dele.

- Garanto que está tudo perfeitamente sob controle. Porque não volta lá e se diverte? – Ele deu um sorriso leve.

- Sei que está tudo sob controle, mas esta se sentindo à vontade?

- Claro.

- Eles estão te tratando bem? - Ele indagou, o olhar intenso. Aquele olhar de preocupação, o mesmo que me dera no jantar, aquilo me deixava sem ar.

- Estão sendo maravilhosos. - Olhei-o nos olhos e dei-lhe um sorriso.

- Bella, é muito bom tê-la aqui neste momento. - Ele falou intenso.

- Também acho. Agora vá, se divirta.

- Não sabe como isso é difícil para mim, nesta situação, sabendo o que realmente significa. – Ele suspirou. - Não fique aqui a noite toda, por favor. Tente se divertir também.

- Vou sim. - O segui pelo hall abarrotado e tentei ignorar o aperto que senti no coração. Ele parecia um garotinho perdido e podia ser incrivelmente doce e atencioso, às vezes. Esses momentos se sensibilidade despertavam sentimentos contraditórios em mim.

- Bella! - Sarah me chamou assim que entrei na sala, ao seu lado estava Alice sorridente com uma bandeja nas mãos. - Alice me disse que a ideia foi sua, achei ótimos esses petiscos!

- Maravilhosos. Iguais aos da minha mãe. - Concordou um homem loiro.

- Geralmente comemos salmão defumado e musse de camarão. - Sarah continuou com uma careta. - É bom, mas é sempre a mesma coisa. Isso – Completou apontando o salgadinho. - é diferente.

- Que bom que você gostou. - Falei respondo uma bandeja vazia.

- Não poderíamos esperar outra coisa. - Alice disse.

- Você é muito criativa. - Sarah continuou.

- É verdade, a minha cunhadinha tem vários dotes. - Alice me fez corar. Fiquei imaginando se ela não sabia do meu pacto com Edward. Será que ele mentiu para a irmã também?

- Você é a fotógrafa que está fazendo as fotos do clube? - Outra mulher juntou-se ao grupo.

- Isso mesmo.

- Uma mudança e tanto. - Elogiou Dave se aproximando e servindo-se do último salgadinho da bandeja.

- Obrigada. - Disse tímida.

- Ei, Edward, você tem que casar com essa mulher. Ela sabe como alimentar um homem faminto. - Dave brincou.

- Sabe mesmo. - Edward concordou do outro lado da sala.

- Ele é um cara de sorte. - Dave afirmou me abraçando. - Não o deixe esquecer isso.

- Não deixarei. - Garanti escapando graciosamente do abraço.

A medida que adentrávamos na noite, percebi que as vozes se alteraram um pouco. Imaginei que sob a influência de boa comida e bebida as pessoas deixavam de lado seus papéis profissionais e começavam a se divertir. Além de repor as bandejas vez ou outra eu não tinha muito o que fazer além de conhecer e conversar com os convidados de Edward.

Para a minha satisfação, várias mulheres cumprimentaram meus trajes, algumas com surpresa. Os homens não comentaram meu modelo, mas várias vezes me disseram na presença de Edward o quanto ele era afortunado. Eu me sentia no paraíso e tinha a impressão de ser a estrela da noite. Para uma noite que começara com imprevistos, tudo corria excepcionalmente bem.

Mais uma vez as exigências de Edward traziam à tona o que eu tinha de melhor. Com o crescente êxito do estúdio e meu papel no mundo corporativo de Edward, pela primeira vez estava sentindo o gosto do sucesso. Ciente do olhar de Edward que me seguiu constantemente, senti uma onda de calor invadir meu ser. Ele confiara em mim para coordenar a festa e eu não o decepcionara.

Risos masculinos se fizeram ouvir do outro lado da sala. Edward encontrava-se num grupo de colegas rindo de alguma piada. Percebi pela expressão divertida no rosto dele que ele conseguira relaxar. A festa ia muito bem, o que certamente representou um alívio para ele. Sorri, voltando a atenção para a mulher com quem estive conversando.

- Bella. - Sarah surgiu ao meu lado. - Como vão indo as fotografias?

- Muito bem. Tive sessões a semana toda. Você tem hora marcada esta semana, não é mesmo?

- Sim. - Sarah confirmou corada. - Dave quer...

- Aí está a minha mulherzinha... - Dave se aproximou e a abraçou. Embora tivesse bebido a noite inteira ele parecia totalmente sóbrio. - Ela lhe contou o que queremos?

- Ainda não. - Sarah disse ajeitando o vestido nervosa.

- Você tira fotos de nus? - Dave indagou em voz baixa. - Ela é um pouco tímida, mas eu queria um nu da minha pequena Sarah. - O meu olhar passou de Dave para o rosto ainda corado de Sarah e não pude evitar de sentir pena dela. Pelo menos ele não proferira o pedido em voz alta para que todos ouvissem.

- Tenho certeza de que conseguiremos fotografias de que os dois irão gostar. - Lancei um olhar tranquilizador à minha amiga.

Edward se aproximou e casualmente me envolveu os ombros com o seu braço. O toque dele me iluminou. O simples pousar de seus braço ao meu redor, o calor de seu corpo junto ao meu despertou todos os meus sentidos. Através do tecido do terno e da camisa branca, eu senti o poder, a inconsciente sensualidade que emanava dele.

- Realmente cuidou bem do caso Wellsat. - Jasper disse para Dave, a admiração estampada no rosto. - Agora eles sabem que não podem fazer o que bem entendem conosco.

- Sim. Eu liguei para Tucker e fiz um barulho daqueles. - Dave riu.

- É isso aí chefe. Às vezes é isso que se deve fazer. - Jasper aprovou, lançando um sorriso furtivo pra Edward. Ele permanecia ao meu lado ouvindo a conversa o olhar acariciando-me o rosto.

- Na próxima vez você vai resolver a situação. - Dave continuou. - Como esta a negociação com a Op- Com?

- Muito bem. - Edward garantiu confiante.

- Ótimo. Esse negócio representa milhões para a nossa empresa.

- Sei disso.

Olhei para ele e reconheci a cautela nos seus olhos, um tipo de vigilância que nunca o abandonava. Ele agia com cuidado, sempre aparentando respeito. As conversas começavam e morriam ao redor da gente e eu permaneci ao lado de Edward sem quer abandonar o calor que se desprendia dele, sem querer deixá-lo lutar sozinho. Pois era isso que ele enfrentava, uma batalha civilizada, um jogo político consciente que parecia tão estranho a mim.

Agora ao refletir sobre o assunto, percebi que nunca vi Edward sem aquela expressão cautelosa no olhar. Ali estava ele, cercado de pessoas que confiavam nele, mas nem assim se sentia seguro. Com uma ponta de tristeza, lembrei-me de minha irmã. Talvez ele estivesse certo em duvidar dos que o rodeavam. Afinal, ele fora traído não só pela mulher que se oferecera a ajudar, mas também pelo próprio irmão.

Rosalie nunca se importara com ele, não como eu. Nunca compreendera o que era importante para ele. Eu o observei conversar seriamente com os colegas e soube que ele precisava de uma mulher capaz de compreendê-lo. Que o fizesse relaxar quando ele estivesse tenso, que o incentivasse quando ficasse desanimado. Ele precisava de mim. E eu precisava dele, estar em seus braços.


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