Confiança escrita por Camila J Pereira


Capítulo 13
Compras


Notas iniciais do capítulo

Olá, espero que estejam ansiosas para mais um capítulo.
Vocês verão que Edward esta cedendo a Bella, muito mais do que ele pensa.
Aproveitem.



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Edward

Eu mesmo estava tentando compreender a maneira com a qual me portei diante do namorado, ou ex namorado de Bella. A verdade era que senti raiva, muita raiva. Jacob Black parecia tão dono da verdade, tão dono dela. Droga! Isabella Swan não pode estar fazendo isso comigo. Não mesmo. Então porque me sinto assim? Que tudo fosse para o inferno! Liguei para ela no dia seguinte para pedir desculpas pelo meu comportamento ela prometeu tentar esquecer o ocorrido e aquilo me deixou um pouco mais tranquilo.

Marcamos o dia nas compras e a senti ficar arredia, a ideia de fazer compras comigo não a estava agradando em nada. Se eu fosse realmente sincero admitiria que além de me certificar de que ela teria roupas adequadas, também iria para passar mais tempo ao seu lado. No dia combinado ela estava bastante aborrecida. Entrei em uma loja e ela me seguia de mau humor.

Bella

Estava realmente mal humorada ao entrar na loja seguindo Edward. Afinal que mulher quer que um homem lhe diga o que vestir? Eu tentei contar a ele que o meu vestido dourado fez sucesso entre as mulheres do clube de campo. Embora eu soubesse que foi a minha atitude aparentemente arrogante de lidar com a situação que conquistara as mulheres. Ressentia-me por ele ter dito que não se importava como o meu traje influenciava os meus negócios.

Os meus pés afundaram no carpete espesso enquanto o seguia para o departamento de vestido de noite. Enquanto Edward conversava com a vendedora, examinei os vestidos, um a um. Aquilo realmente não combinava comigo. Todos sem graça, muito caros e conservadores.

Percebi, no entanto, vasculhando as roupas que a loja também tinha uma coleção de trajes mais ousados, aos quais Edward não deu a menor atenção. Edward não deveria ser tão conservador, ele era muito jovem para isso. Mas parecia que ele queria uma acompanhante sem estilo e assexuada. Aproximei-me dele ao notar que conversava com a vendedora.

- Acredito que para início uns seis vestidos estará bom. - Ele dizia à moça. – Por favor, que sejam discretos. Algo que ela possa usar em jantares e coquetéis de luxo, mas em ambiente profissional.

- Claro, sr. Cullen. - A vendedora assentiu. Respirei fundo com aquilo. Edward olhou para mim notando talvez o meu estado de espirito.

- Tamanho quarenta. - Ele informou à vendedora, como se eu não pudesse falar por mim.

- Trinta e oito. – Fiquei mais aborrecida.

- Por favor, poderia me acompanhar ao provador enquanto o seu marido...

- Noivo. - Edward interveio antes que eu pudesse me manifestar.

- ... Seu noivo espera no sofá do lado de fora.

Estava bastante zangada com a situação e reprimia em mim a vontade de me rebelar. Mas deixei que a vendedora me conduzisse. Não precisei esperar muito e ela voltou com alguns vestidos de cores escuras. O mais ousado era um com enfeite rosa choque. Vesti o primeiro vestido aborrecida e me olhei no espelho.

- Bella, preciso que venha até aqui quando vestir o primeiro. - Ele pediu. Com uma careta de desgosto caminhei até a entrada do provador e abri a porta bruscamente. Se Edward queria me punir eu também poderia brincar assim.

- Então? – Movi meus quadris de forma sensual e lhe dei o sorriso mais provocante que consegui. Desfilei em sua frente caminhando como uma felina. Com prazer vi quando endireitou-se na poltrona e me examinou com atenção. Não disse nada e voltei para o provador.

- Bem, está realmente bonito. - Ele comentou em voz alta enquanto eu puxava o vestido por sobre a cabeça e o jogava numa cadeira.

Os outros vestidos eram igualmente desinteressantes, mas Edward pareceu gostar deles também. O olhar dele não me deixou um instante, apesar de nenhum traje ser muito revelador. Pretos e aborrecidos.

- Por favor, como pode ver diferença neste daqui? - Eu indaguei atrevida ao exibir o quarto vestido. – Isso é ridículo, ter que me vestir assim. Essas mulheres que acompanham seus maridos nestes eventos parecem não ter opinião própria.

- Bella. - Ele começou irritado. Eu ainda não tinha me acostumado com ele me chamando assim. – Neste mundo em que vivo, as coisas são um pouco diferente para as mulheres. Elas devem se mostrar atraentes sem serem...

- Ostensivas? - Completei ríspida. – As mulheres não são apenas um enfeite ao lado destes homens de negócios. Elas são também seres humanos, tem desejos, sonhos e talentos como vocês.

- Você reclama sobre os sentimentos das mulheres, mas não sabe que também não se importam com os sentimentos dos homens.  - Sorriu irônico.

- Como?!

- Muito simples querida. Nas próximas semanas, vou precisar que me acompanhe a vários jantares de negócios, dois ou três almoços com representantes e também que me ajude a receber convidados para um coquetel em meu apartamento. Eu vou estar tão exposto quanto você.

- É mesmo?

- Sim. Estou à beira de uma promoção importante, Bella, e você sabe disso. Parte desse negócio é participar do jogo. Acho que gosto disso ainda menos que você, mas se quiser subir na vida, tenho que mostrar aos chefes que posso trabalhar com eles, que entendo seus valores, que faço parte da equipe.

- Mas parece que quanto mais se entra neste mundo mais se perde a individualidade.

- Exato, o mundo dos negócios não dá a mínima para a individualidade. Ele recompensa a uniformidade.

- E porque quer está vida?

- Porque se você aceitar as regras do jogo, esse mundo lhe oferece a segurança financeira.

- E segurança financeira é tão importante?

- O que acontece com um homem quando ele não consegue se sustentar? Ou a sua família? Sim, estabilidade e capacidade de pôr comida na mesa são importantes. Sem precisar depender de...

- Ninguém. Eu entendo. - Concordei devagar, lembrando-me do passado dele e os anos que viveu com vários parentes. Podia não concordar com ele sobre dinheiro, mas o compreendia.

Eu nunca passei fome, nunca dependi de pessoas que se ressentiam da minha presença, mas sabia o que representava a ausência de um pai e a ansiedade que ela provocava. Edward dependeu de terceiros em um estágio muito delicado da vida e era evidente que sofrera muito. Agora queria garantir que sempre poderia cuidar de si mesmo, sem precisar de ninguém, sem permitir que alguém se aproximasse e o magoasse. Como Rosalie que o abandonou pelo próprio irmão.

- Tudo bem, mas eu tenho um propósito ao seu lado. Assim como Sarah para Dave. - Comecei procurando não revelar a ternura que me invadia.

- Sim. - Ele concordou hesitante.

- Não acha que ganharia pontos se estivesse com uma mulher sexy ao seu lado? Você pareceria uma garanhão, capaz de conquistar qualquer mulher. Isso não costuma contar entre os homens?

- Sim... - Ele concordou ainda mais devagar, um sorriso nos lábios.

- Edward, acredito que seria interessante para você que eu vestisse algo um pouco diferente do que estes vestidos. Podemos usar um pouco de cor para começar. E talvez decotes um pouco mais bonitos.

- Bella, não quero que se sinta como na outra noite... - Edward disse um tanto preocupado.

- Não se preocupe. - Garanti.

- Acredite, você é o tipo de mulher que ficaria sensual até num saco de farinha. - Ele começou escolhendo as palavras. - Você não precisa de algo especial para se destacar.

- Puxa, obrigada. - Murmurei atordoada com o cumprimento.

– Vamos continuar, escolheremos algo um pouco mais colorido e bonito para você. – Sorri.

- Edward. Poderia me fazer mais uma gentileza? - Pedi com ar travesso, me lembrando das palavras de Âng e formulando mais um plano.

- Qual?

- Poderia me ajudar neste fim de semana? Preciso fazer umas fotos e não tenho ninguém em vista.

- Não sou modelo. - Contestou.

- Não preciso de modelo Edward, preciso de alguém que tire fotos minhas. Estou começando agora, bem sabe, e necessito trabalhar em novas poses, serei minha própria modelo.

- Não saberia te ajudar, não sei nada sobre este meio.

- Não precisa. Eu pediria a Ângela, mas ela está viajando.

- Tudo bem. Negócio fechado


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