Elijah estava com outro aspecto, havia trocado de terno, tinha um outro cheiro bem mais agradável. 

—Surpreso em me ver, irmão?

Klaus piscou seus olhos como se estivesse vendo uma miragem. Ele engoliu seco e abriu um sorriso que pareceu pra mim falso.

— Elijah! —  Klaus abriu os seus braços e ia encontro ao seu irmão.

—Nem mais um passo Niklaus.—Elijah alertou— Você acha que depois de 12 anos, eu estaria de bom humor? Você me tirou anos longe da minha sobrinha, você me tirou quem eu mais amava! Não acreditou em mim Niklaus...—Elijah escureceu seus olhos—Mikael vai parecer um santo perto do que eu pretendo fazer com você.

Elijah avançou no pescoço de Niklaus e o lançou contra a parede. Stefan previu o que poderia acontecer e ao mesmo tempo veio em velocidade até mim, me puxou para atrás da pilastra e envolveu seus braços por cima de mim para que eu não me machucasse com os restos da parede que se estilaram por quase toda a parte.

—Você está bem? —  Ele falou baixinho passando as mãos no meu rosto. Fiz que sim com a cabeça, estava assustada.

Ele segurou na minha mão me colocando atrás dele. Ele estava cauteloso e tenso, quando se virou para ver os dois, pude ver a briga por cima de seus ombros.

Elijah estava segurando o pescoço de Klaus enforcando ele.

— Irmão, não precisamos fazer isso você sabe.— Klaus falava com dificuldade para respirar.

—Eu perdi tudo! Você me fez perder tudo, toda essa sua maldade, essa ambição de poder, olha o que você fez a essa família!— Elijah o jogou longe. Klaus rapidamente ficou de pé e Elijah se virou para ele.—  Onde está Hayley?

Klaus passou suas mãos em seus lábios onde estava com um pouco de sangue, ele respirou fundo, parecia que estava lutando por dentro para se controlar.

—Ela está no mesmo lugar onde eu a deixei e se me permite...

— Não, não permito absolutamente nada.

Elijah voou até Klaus e lhe deu um soco no rosto, Klaus caiu em uma das mesas que estava por ali perto. Elijah pegou uma cadeira e a quebrou no meio, pegou um pedaço de madeira e apontava pra Klaus.

—O que você quer Elijah? Você está aqui. Lina está aqui, podemos viver em paz com isso?

— Paz? — Ele deu uma pequena risadinha irônica —Onde está Hayley Niklaus?

—Eu já disse que ela está onde eu a deixei!—  Klaus gritou com ele estava começando a perder a paciência e pegou um resto de madeira.

Em sua velocidade vampírica, ele ia acertar Elijah com outro pedaço da madeira. Apertei as mãos de Stefan prevendo o que poderia acontecer, e quando dei por mim já havia soltado as mãos dele, e quando os dois irmãos iam voltar a se enfrentar, entrei no meio dos dois com as mãos levantadas.

— Vocês dois parem! — Gritei.

Klaus parou no mesmo instante assim como Elijah. Os dois não esperava por aquilo.

—Você deixou seu irmão trancado por anos, ótimo! E você quer acertar as contas, maravilha! Eu não sei o que está havendo entre vocês, mas você precisam parar com isso agora ou vão acabar se matando!

Eles não disseram nada, a tensão estava fluindo naquele lugar. Eu não conseguia controlar a minha raiva ou meu medo repentino, no fundo eu não queria que eles machucassem um ao outro.

Eu nunca tive irmãos e se tivesse não seria esse tratamento que daria a eles.

De repente eu me vi deixando escorrer uma lágrima dos meus olhos, não sei se era raiva ou se era medo.

Elijah largou imediatamente a madeira de suas mãos.

—Tudo bem, tudo bem querida, vai ficar tudo bem…— Ele passou suas mãos sobre meu rosto e limpou minha lágrima.

Ele estava sendo gentil, enquanto Klaus nos olhava. Seus olhos pareciam lacrimejados, eu não sei explicar, mas talvez todos aqueles socos que Elijah deu nele, pareciam não doer tanto do que ver Elijah ali, comigo.

—Está feliz agora, irmão? Isso foi o que você sempre quis, ter ela assim nos seus braços né? Sua linda e preciosa Nicolina.— Klaus dizia com sua doce voz e sorria, claro que ironicamente.

—Será que pode parar de me chamar assim? Eu só quero saber da verdade, não estou entendendo o que tá acontecendo aqui. Onde você enterrou minha mãe Klaus?

Elijah olhou para Klaus surpreso.

—Você matou ela?— Elijah estava com seus olhos sombrios e ia avançar em Klaus.

—Claro que não! Elijah para com isso ou eu juro pelo que é mais sagrado que eu te coloco naquele caixão de novo. — Klaus gritou.

Elijah estava indo em direção ao Klaus, quando eu fiquei na frente dele.

— Não!—Segurei Elijah pelos braços e olhei para Klaus— Para de dizer essas coisas, ele não vai a lugar algum.

—Ele mal chegou e você já está ai o defendendo...— Ele dizia aquela palavras e eu pude sentir dores nelas.

— Eu...eu não estou defendendo ninguém, eu estou defendendo a mim mesma! Vocês estão sendo infantis brigando, mal sequer pensam que estão fazendo isso na minha frente!

— Nicolina…—  Elijah me chamou atrás de mim.

— Argh! Eu já disse pra pararem de me chamar assim! — Me virei pra ele, com meus dentes rangendo.

—Ta aí sua linda princesinha, aconselho a se segurar em algo bem forte. —  Klaus dizia sorrindo, ele sabia o que viria por aí.

Meus olhos ficaram escurecidos. Elijah me olhou assustado e surpreso, provavelmente ele não imaginaria que eu me tornaria esse monstro...Não, eu não sou um monstro! Fechei meus olhos.

—Você é diferente de Niklaus.— Elijah disse.

—Obviamente ela é diferente de mim.— Klaus replicou.

Klaus tinha usado sua velocidade e ficou atrás de Elijah, ele bateu no ombro de Elijah com um sorrisinho nos lábios. Elijah não desviou os seus olhos de mim.

—Nicolina, espere…— Abri meus olhos— Desculpe, eu não...— Ele se lembrou que me chamou mais uma vez.

Levantei minhas mãos sobre Elijah e o joguei contra a parede. Klaus olhava surpreso pelo o que eu fazia, mas eu não queria fazer nada daquilo, algo era mais forte que eu, eu não estava nem ao menos pensando no Seth. Klaus deu um sorriso.

— Não!—  Fechei meus olhos— Não, eu não sou assim.

— Sim, querida você é.—  Ele estava chegando perto de mim, quando foi interrompido.

— Niklaus, pare! — Elijah gritou com ele— Querida, olhe para mim. — Dizia com calma e sereno.—  Respire fundo.

— Você não é o pai dela.—  Klaus gritou.

— E parece que nem você é!

Os dois gritava e senti meu corpo arder. Meu coração se acelerava o mais rápido possível, eu estava a ponto de explodir.

—Lina, fica comigo, não deixa ser dominada.—  Elijah disse— Você é mais forte que isso.

Ouvi as palavras dele e tinha razão. Não posso deixar ser dominada.

Respirei fundo e deixei meus olhos normais.

—Estão mais lindos assim, como o de sua mãe.

—Eu preciso saber da verdade.— Disse para Elijah.

—Você vai saber, mas eu preciso resolver minhas pendencias com meu irmão Klaus.

—Preciso ver Seth…Por favor não briguem. —  Eles se olharam por um instante e Elijah assentiu.

 Klaus me olhava, mas não dirigiu a palavra a mim. Não sei o que eles  precisam conversar, eu só sei que depois do que eu fiz eu preciso ver o meu amigo.

[...]

Seth sentiu as dores de cabeça que eu lhe causei durante  o meu surto. Contei o que aconteceu e com o seu humor único achou hilário eu ter separados dois Mikaelson, confesso que eu mesma achei esquisita minha reação.

Eu estava tensa e abalada emocionalmente, não sei se os dois estavam brigando. Não ouvi nenhum barulho  de nada se quebrando e nem de gritos. Por mais que eu tenha pedido á eles para não brigarem, eu não estava achando que eles me ouviriam.

O que estava me trouxe calma e paz era ver Seth pegando no sono no meu colo. Olhar ele dormir me trazia uma paz de espirito. 

Minha cabeça estava para enlouquecer, Elijah voltou e nem ao menos sabe que o próprio irmão matou minha mãe. E pior ainda, não acredito no Klaus ele colocou o irmão naquele caixão, provavelmente depois dele me dar o colar que eu poderia neutralizar Klaus, ele deve ter encarado como uma traição. Ele é paranoico.

Eu sei que mereço uma boa explicação sobre isso.

—Posso entrar?— Era a voz de Elijah.

Para não acordar Seth levantei devagar e fui abrir a porta. 

—Pode, mas preciso saber onde ela está e o que houve com ela.

Elijah entrou no meu quarto e deu uma olhada no Seth. Ele olhou em volta e eu cruzei os braços esperando por uma resposta. Ele se virou para mim. 

—Quando você disse que ela estava morta...Eu morri mil mortes, ela não estava morta quando eu...você sabe.

—Ele matou ela depois.

— Não Lina, Hayley não está morta. — Ele olhava pela janela do meu quarto, com as mãos no bolso.

—Como tem tanta certeza disso?

— Klaus não teria coragem de fazer isso.

Ergui minha sobrancelha.

—Marcel me disse que Klaus a matou.

Ele se virou para mim.

—Marcel é um traidor, ele mentiu muitas coisas pra você e eu pretendo reverter essa história lhe contando a verdade.

—Elijah, eu tenho todo o direito de saber a verdade, mas não sei se posso confiar em você.

Ele desviou seu olhar de mim e abaixou sua cabeça.

—É estranho me chamar assim e não de titio ou só tio como era antes.

—Não se esqueça que o antes nunca existiu pra mim.— Eu estava sendo seca com ele.

—Claro, eu me esqueci disso —  Ele deu um meio sorriso — Antes do meu irmão me empalar pela segunda vez desde que voltamos a New Orleans, ele realmente quis matar a Hayley, por entregar você a Marcel.

Estava lendo o rosto de Elijah que não me parecia que era mentira as palavras dele.

—Por que Marcel mentiria pra mim?

—Você pediu pela verdade e eu gostaria de contar, mas não aqui.— Ele estendeu suas mãos para mim e eu olhei para Seth preocupada em deixar ele ali sozinho.—Dou minha palavra que ele ficará bem.

—Por que eu confiaria em você?—Ergui minha sobrancelha, desconfiada.

—Você já confiou antes.

I—Há muito tempo atrás.— Eu disse e ele insistiu em suas mãos para eu ir com ele.

Poderia ser um truque dele, mas algo me dizia que eu deveria tentar.

Dei um bejinho na testa de Seth que permanecia dormindo e fui de encontro ao Elijah, coloquei minhas mãos nas deles, ele sorriu.

—Ele é seu...

—Ele é meu melhor amigo...e era do meu ex também — Ele arregalou seus olhos —Não é sobre minha vida adolescente que vamos falar agora, certo?

—Não agora, mocinha.—  Ele deu uma risadinha quebrando minha tensão e eu acabei fazendo o mesmo. Era estranho isso, mas era legal.

—Aonde vamos?

 Em um piscar de olhos estávamos no terraço, ele me soltou e eu pude ver a vista maravilhosa da cidade. Era bem iluminada, conseguia ouvir os sons de diferentes musicas, de longe podia ouvir as vozes das pessoas felizes lá embaixo, elas pareciam formiguinhas. Estava com um sorriso bobo na face, queria poder estar lá entre elas.

—Uau! É lindo!

Coloquei minhas mãos sobre a mureta que impedia de eu cair de tanto vislumbre que estava pela cidade.

Elijah segurou nas minhas mãos,  olhei um momento pra ela. Sei que ele estava se esforçando pra criar algum tipo de contato comigo, mas não seria dessa forma que ele conseguiria isso, recuei e retirei minhas mãos.

— Confie em mim. —  Ele segurou minhas mãos —  É mais fácil desse jeito.

Fiquei confusa com o que ele disse, mas depois entendi quando as imagens apareceram na minha mente.