Luz Dos Olhos escrita por Mi Freire


Capítulo 7
Ajudando o papai


Notas iniciais do capítulo

Não estou recebendo muitos comentários, mas não vou insistir e nem desistir, irei postar assim mesmo.



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Melina ajudou a Daniele por a mesa. Já havia dito a suas novas amigas que tinha convidado certo alguém para jantar com elas aquela noite fria. Mas não disse mais nada. Deixando-as curiosa.

Ainda garoava, Nicolas caminhava o mais rapido que pôde até chegar ao prédio de Melina. Subiu as escadas devagar sentindo o coração bater cada vez mais rápido. Estava nervoso. Afinal não sabia o que estava por vir.

Ao abrir a porta, ela se deparou com o jovem ainda mais bonito que de manhã, mesmo que molhado. Convidou-o para entrar e lhe estendeu uma toalha para se secar. Daniele e Ariela foram gentis como Nicolas, rapidamente ele se sentiu como se estivesse em casa, deixando a timidez e o acanhamento de lado.

Durante o jantar que Daniele havia preparado, passaram boa parte conversando. As meninas enchiam o jovem rapaz de perguntas, nas quais ele respondia educadamente. Não poderia ser mais perfeito, Melina pensou enquanto olhava para o novo amigo.

Depois de aquele jantar, Melina e Nicolas se aproximaram mais do que o esperado. Sempre andavam pelos corredores juntos, sentavam nas aulas uma ao lado do outro e conversavam o intervalo inteiro. Logo os dois já sabia o necessário um do outro. Melina estava cada mais encantada com o jeitinho de Nicolas, sempre tão tímido, calado, acanhado, respeitoso, bem educado. O tipo de garoto que não se descartar por qualquer coisa.

— Meu pai está tão feliz por mim. – Nicolas comentou. — Ele quer muito conhecer você.

— Ah, eu adoraria conhece-lo também. – Melina sorriu para Nicolas, e ele se sentiu estranhamento satisfeito.

Naquela mesma noite Melina foi até a casa de Thomaz, seu namorado, a seu pedido. Ele mora também em um dos principais condomínios no centro da cidade. Em um duplez imenso de arquitetura moderna. Junto de seus pais, Monica e Vitor casados a mais de vinte anos, e sua irmã mais nova, Tina de dezessete anos.

Melina sempre foi agradável com os pais de Thomaz, apesar de nunca ter aceitado a forma como eles tratam os filhos com indiferenças, dando sempre prioridade a Thomaz. Ela particularmente adora Tina, uma jovem doce e adorável, cheia de vida e simpatia.

— Melina! – Tina correu para abraçar a cunhada. — Quanto tempo amiga! Estava morrendo de saudades!

— Chega! Paro! – Thomaz saiu do seu quarto assim que ouviu o som da voz de Melina. — Tire as mãos da minha namorada.

— Melina! Fazia tempo que você não aparecia querida – Monica, a mãe de Thomaz e Tina, se aproximou e envolveu a nora com um abraço e um beijo no rosto.

Depois dos cumprimentos e da rápida conversa, Thomaz carregou Melina até seu quarto. Um cômodo praticamente maior que o apartamento dela inteiro. Um quarto cheio de mordomias e luxurias.

Thomaz abraçou Melina forte, beijou seus lábios em seguida, até derruba-la propositalmente sobre sua cama box e continuar a beija-la apaixonadamente.

— Estava morto de saudades de você – ele sussurrou olhando em seus olhos. Melina sentiu-se maravilhosamente bem.

Trocaram seus carinhos, e em seguida, sentaram-se sobre a cama, Melina com a cabeça deitada no peito do namorado, enquanto ele acarinhava seus cabelos. Os dois conversaram naturalmente.

— E como vão as coisas na faculdade? – ele quis saber. Melina aproveitou e contou os últimos acontecimentos. Especialmente a amizade que se aflorava entre ela e Nicholas. — Não estou gostando nada dessa história! Já estou cheio de ciúmes.

Melina não conseguiu conter o riso.

— Não seja bobo Thom – ela o provocou com beijinhos depositados por toda sua face. — sabe que eu só tenho olhos para você.


~*~


Melina, que há um bom tempo não via seu pai, ligou para ele na noite de sexta-feira, antes de sair com as amigas e Nicolas para irem à pizzaria. Marcou com seu pai um encontrou para o próximo dia, no sábado à noite. Há princípio Alberto desconversou, já sabia o porque do encontro, alegou que ficaria até mais tarde de plantão no hospital. Mas Melina não era de deixar se vencer facilmente, persistiu até seu pai abrir um espaço em sua agenda e garantir que iria sair com ela.

O que eu não faço por ela? Alberto sorria consigo mesmo olhando para uma das fotos de sua filha emoldurada sobre a mesa da sua sala no hospital. Uma foto era de quando Melina era menorzinha, uma criança. A outra dos seus dias atuais.


~*~


Já noite, ela já estava pronta, só retocava o batom de frente para o espelho da penteadeira. Nicolas estava ali, sentado de frente para o antigo computador sobre a escrivaninha.

— Ah, almoço com meu pai é amanhã, viu? – ele a lembrou. — Não se esqueça, por favor. Ele está bastante ansioso.

Com a amizade que crescia rapidamente entre os dois, Nicolas vinha aos poucos perdendo a timidez. Nos últimos dias vinha se surpreendo consigo mesmo com sua compostura. Estava mudando aos poucos, mas sem deixar sua essência de lado. O que nele, Melina mais admirava desde que o conheceu.

— Não vou me esquecer. Também estou muito ansiosa para conhece-lo. – ela virou-se para ele. Estava pronta. — Você vem me buscar amanhã?

Ele virou-se para trás para olhar para ela. Ficou surpreendido com o que encontrará. Melina estava divinamente esbelta. Trajando um vestido cinza simples, um sobretudo preto e botas rasteiras.

— Ve-ven-venho sim, te buscar amanhã. – ele teve dificuldade em dizer. — Você está linda Melina!

— Obrigada, Nick. – Melina sorriu desviando o olhar, tão encabulada quanto ele por seu elogio.


~*~


O restaurante foi escolhido por Melina. Era uma dos seus prediletos. Bem decorado, calmo e pouco movimentado. Uma musica ambiente tocava ao fundo. Assim que chegou, Melina foi conduzida a mesa próxima às janelas, onde seu pai já estava sentado a sua espera bebericando uma taça de vinho tinto.

— Filha! Querida! – ele levantou-se para abraça-la. Oprimindo seu corpo frágil e magro de encontro ao seu peito. — Você está linda querida. Como vai?

— Maravilhosamente bem papai – ela se sentou-se de frente para ele, deixando sua bolsa na cadeira ao lado.

Antes de iniciarem a conversa, o garçom se aproximou e anotou os pedidos, assim que se afastou Melina sentia-se preparada para iniciar o que tanto ensaiava nos últimos dias.

— Pai quero te ajudar. – ela foi direto ao ponto, sem rodeios, olhando para ele seriamente. Alberto foi pego de surpresa.

— Me ajudar? – ele arqueou uma das sobrancelhas sem entender, retribuindo ao seu olhar. — Ajudar em que filha?

— Pai, eu e você, melhor do que ninguém, sabemos o quanto você vem sendo infeliz dos últimos anos desde o divorcio. Não tem como negar pai. É mais que obvio. A infelicidade de um casamento que não deu certo está estampada em seus olhos. Olhe só para você – Alberto engoliu em seco. — Eu quero que você seja feliz. Quero que reverta essa historia e esqueça de uma vez por todas da mamãe. Eu sei que você a amou muito e ainda seria capaz de fazer muito por ela. Mas pai, mamãe já está namorando outro cara. Ela seguiu enfrente. Por mais duro que seja, ela não te ama mais. – Melina segurou sua mão por cima da mesa e a apertou firme. — Pai, você precisa se amar. Você tem que se feliz. Procurar outros meios de seguir enfrente. Pai – Melina chamou a atenção do seu pai, fazendo com que ele voltasse a olhar para ela. — o que você precisa é de uma namorada, curtir a vida, viajar...

— Uma namorada Melina? – Alberto a interrompeu. — Filha, eu já sou um velho. Você precisa entender. Nenhuma mulher me quer mais. Nem sua mãe que quis quando jovem. Aliás, eu nem gosto de... Curtir a vida, essas coisas. Não posso deixar meu trabalho de lado. Meu trabalho é tudo que eu tenho filha. Claro que, depois de você.

— Então pai, faça isso por mim. Por favor? Eu quero que você seja feliz, só isso. Ou, tudo isso. Não custa nada tentar. Você pode até está ficando mais velho, mas não deixa de ser admirável, elegante e desejável. – o comentário arrancou sorrisos em Alberto, pois sua filha estava sendo modesta. Afinal, ele é seu pai. — Olhe só para as mulheres de plantão nesse restaurante – Melina olhou em volta. — Estão todas olhando para cá. E elas não estão de olho em mim, disso eu tenho certeza. – os dois riram. — Você precisa se amar mais...

— Já entendi querida – Alberto não queria ter que continuar aquela conversa. Sabia que sua filha estava certa. Ela sempre esteve certa. Ela o conhece melhor do que ninguém, por mais incrível que isso possa parecer. — Eu vou tentar.

— Promete? – Melina ainda não estava convicta. Queria ter certeza. Faria de tudo para ajudar. Para tornar as coisas mais fáceis, por sabia difíceis que fossem. — Você me promete pai? – ela insistiu.

— Prometo filha. – Alberto respirou fundo. — Você tem razão, eu preciso tentar. Mas não vai ser fácil...

— Eu sei. Por isso, vou te ajudar. Pode confiar em mim. Eu sempre estarei do seu lado, assim como você está do meu.

Alberto sentiu as lágrimas invadirem os olhos. Estava emocionado e contente por ouvir sua filha, que tão jovem, tem ideias tão convictas. Na certa ela será uma grande mulher, de causar inveja em qualquer uma. Melina sempre teve o coração bom e puro. Alberto só tem a se orgulhar dela.

— Venha cá, me dá um abraço – ele pediu choroso. Sorrindo, Melina levantou-se e abraçou o pai. Muitos que estavam ali em volta, observaram aquela cena admirados. — Eu amo você filha.

— Eu amo você papai.

Minutos depois, o garçom se aproximou com os pedidos, serviu-lhe e logo depois se afastou.

— Agora vamos deixar de choradeira. Vamos comer. Parece ótimo, não é? – Melina assentiu. — Me conte as ultimas novidades.




~*~


No almoço no outro dia, na casa de Nicolas, Melina foi recebida com carinho por Renato, pai de Nicolas. Renato lembra muito o pai de Melina. Hoje ele tem os cabelos escuros com alguns pontos em branco, tem a mesma cor de olhos de Nicolas, e parece tão educado e agradável quanto.

Renato logo viu no brilho dos olhos de Melina o que exatamente Nicolas gostava na garota e vinha comentando sem parar nos ultimas dias desde que a conheceu, além de ser bonita, aparentava ser uma garota de bom coração. Eles logo se simpatizaram e conversaram muito como pessoas que têm a mesma idade e experiência para compartilhar.

— Foi o senhor quem fez o almoço? – Melina se deliciava. Tudo foi preparado com tanto carinho e esmero. Estava tão divino quanto as especiarias de Daniele.

— Não me chame de senhor, me sinto mais velho do que sou – Renato brincou. — Sim, fui eu quem fez tudo. Nicolas até que me ajudou dessa vez – todos riram. — Desde que sua mãe morreu, eu tive que aprender a me virar sozinho.

Melina nunca havia perguntado a Nicolas sobre sua mãe, por mais vontade que tivesse. Notou que ele nunca comentava sobre ela, sempre falava somente do pai. Agora ela sabia que ela havia morrido no parto, assim disse seu pai. E a história toda pareceu muito triste, mas pelas expressões do pai tanto quanto a do filho, estava mais que claro que ambos já tinham superado essa situação.

— Nicolas parece um bom garoto, e ele é. Mas na maior parte do tempo fica socado dentro de seu quarto, jogando vídeo game, estudando ou lendo algum livro. Também quase não tem amigos. Poucos deles vem até aqui. Na verdade, há um bom tempo nenhum deles aparecem.

Nicolas abaixou a cabeça, parecia realmente constrangido com o papo entre o pai e sua amiga.

— Eu não reclamo. Claro que é melhor do que ele ficar na rua vagabundando ou tratando as mulheres como se fossem objetos. Mas foi bom ele te conhecer Melina. Nicolas vem mudando ultimamente, e ver o sorriso do meu filho estampado em seu rosto na maior parte do tempo, é muito gratificante para mim. Afinal, eu só quero o seu bem. E sei melhor do que ninguém, que você foi uma das melhores coisas que aconteceu na vida dele nos últimos anos.

Melina meio que ficou sem palavras, estava muito emocionada com as palavras do pai de Nicolas. Apenas segurou a mão do seu amigo por baixo da mesa e apertou firme. Nicolas sorriu lindamente para ela, Melina sorriu de volta para ele.

Quando terminaram de comer, Melina fez questão de ajudar na cozinha. Enquanto Renato lavava a louça ainda tagarelando, Melina secava com um pano de prato ouvindo-o atentamente. Nicolas muito calado guardava a louça em seus devidos lugares. Para Melina, ele parecia distante, ao mesmo tempo que sua expressão indicava que ele parecia satisfeito com o momento.

Nunca antes uma garota havia sido tão legal como ele e indo tão longe por ele, Melina de fato, mesmo em pouco tempo que se conheciam, poderia ser considerada alguém mais que especial.



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Notas finais do capítulo

Nicolas não é um fofo? Comente!



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