Luz Dos Olhos escrita por Mi Freire


Capítulo 56
Precisa-se de tempo


Notas iniciais do capítulo

Alguns inícios começam aqui. Alguns finais começam aqui também.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/384593/chapter/56

É sempre bom poder contar com um amigo quando se necessita.

Mas Nicolas era a questão para tantos porquês. Não seria inteligente de a sua parte procurar logo por ele. Ainda mais agora, que ele estaria com sua mãe, no flat dela, aproveitando o tempo que têm juntos para contornar o passado.

— Melina? – Henrique estranhou a ligação repentina da namorada no meio da madrugada. — Aconteceu alguma coisa?

— Posso ir ai agora? – ela perguntou já se levantando de sua cama de fininho para não acordar ninguém. — Preciso de você!

Henrique abriu a porta e foi surpreendido pelo abraço da namorada aos prantos. Ela afundou a cabeça em seu peito e ele a abraçou firme mesmo sem saber os motivos para tanta tristeza.

— Quer me contar o que está acontecendo? – ele sentiu Melina se aninhar a ele já deitados em sua cama no quarto.

— Não. – ela disse chorosa. — Eu não saberia como explicar. Só preciso que você fique aqui do meu lado.

Não há nada pior para Henrique do que vê Melina sofrendo. Ele seria capaz de muitas coisas, se pudesse, para livra-la de qualquer sofrimento. Ela é como uma filha. Ele não quer jamais que mal algum possa atingi-la. Se pudesse tomaria sua dor para ele e a livraria dessa agonia que a assombra.

Os dois acordam na manhã de domingo ainda abraçados. Quando Henrique abre os olhos vê que Melina já está acordada olhando para ele com uma expressão serena e um sorriso meigo. Como se não tivesse passado a madrugada praticamente inteira chorando em seus braços.

— Eu não sei o que está acontecendo. Mas se você prefere o silêncio eu posso compreender.

Para Melina, aquela crise da madrugada foi exatamente como uma tempestade repentina que se vai com o amanhecer.

Ela evita pensar nos motivos que lhe trouxe ali, Melina prefere observar Henrique preparar o café da manhã para eles.

— Estive aqui pensando – Melina quebra o silêncio, endireitando-se sobre a cadeira na mesa da cozinha. — nunca até hoje eu obtive as respostas que andei procurando pelos últimos tempos.

— Que respostas? – Henrique deixa o que faz de lado e vira-se de frente para ela, encostando-se a pia de frente para janela. Fazendo com que os raios solares atinjam seus cabelos castanhos, deixando-os mais claros.

— Respostas de perguntas que você me fez há algum tempo atrás, antes mesmo de começarmos a nos envolver. – ela bateu a ponta dos dedos na mesa, pensativa. — Você me perguntou, uma vez, porque eu tinha escolhido você e eu não sei a resposta. Mas acredito que seja porque tinha que ser você. Não poderia ter sido outro. É como se a nossa história já tivesse sido escrita.

Satisfeito Henrique abriu um sorriso encantador. Daqueles que fazem qualquer uma se apaixonar. Mas não sorriu apenas pelo o que ela disse e sim, porque ele também pensa o mesmo.

— E em que final para essa história você acredita?

Melina foi pega em cheio pela pergunta. Seus olhos sobressaltaram abismados.

Afinal, qual era o sentido dessa pergunta?

— Eu não gosto de pensar no final. – sensibilizada, Melina começou a sentir as primeiras lágrimas brotarem no canto dos olhos sem que ela possa evitar. — Mas a gente sempre acaba imaginando qual será o fim da nossa história. A grande verdade é que eu não quero o fim da nossa história. Eu nunca quis. Se eu pudesse, evitaria esse momento e passaria o resto da minha vida ao seu lado sem esperar pelo fim. Um fim que é inevitável, ele sempre chega, seja de uma forma ou de outra.

~*~

A gravidez lhe trouxe muitos desafios para sua vida, Daniele vem tentando ultrapassar todos eles sem ter que olhar para trás e se arrepender depois. Ela foi irresponsável por seus atos e agora se responsabiliza por todos eles sem precisar da ajuda de ninguém, apenas do apoio dos pais e dos amigos. Mas há coisas que não passam despercebidas, por mais que ela tente não dar ouvidos. Sempre acaba ouvindo uma coisa ali e outra lá e palavras muitas vezes machucam mais que os atos.

Daniele já não suporta mais o peso da própria barriga. Faz muito menos que dois meses para ela finalmente dar a luz e poder ver o rostinho de sua filha. Ela anda com dificuldade e precisa respirar fundo e ter paciência. Por isso deixou de ir as aulas na faculdade, trancando sua matricula até que ela possa retornar quando o bebê já for maiozinho.

Naquela manhã de terça-feira, enquanto estão todas na faculdade, Daniele sente uma necessidade de sair para comprar algo diferente que possa comer. Ocorreu tudo bem até o momento em que ela voltava para o apartamento e ouviu duas senhoritas que moram próximas dali e frequentavam o mercadinho onde ela trabalhava até pouco tempo.

Enquanto Daniele passava elas comentaram sobre o pai da criança que ela carregava dentro de si e sobre o futuro dela. Tais comentários martelaram na mente de Daniele por um bom tempo até ela se perguntar se as senhorinhas estavam ou não certas.

O que seria de seu bebê sem um pai?

Um amigo de Rafael disse que ele fora viajar, pois precisava de tempo. Tempo para se adaptar a nova realidade. Daniele podia bem compreende-lo. Se ela pudesse também teria pedido um tempo para fugir de tudo que lhe assombrava. Mas não pôde e precisou encarar tudo de frente e sozinho sem o pai da sua filha por perto.

Onde Rafael estaria nesse momento? Se divertindo com outras? Aproveitando a vida e sua irresponsabilidade? Daniele não saberia dizer, mas se preocupava com ele. Pois o ama apesar de tudo. O que ela não sabe é que ele está sozinho, em um lugar distante, pensando frequentemente em qual próximo passo em dar na sua vida. Sua vida precisa de rumo, como Melina mesma disse, ele precisa assumir as próprias responsabilidade como pai dessa criança.

Rafael não se sente preparado. Teme não ser um bom pai para esse bebê. Na verdade, ele tem consciência de que já não está sendo um bom pai. Longe da gestação e todo o procedimento até o parto. Ele sabe que precisa voltar, precisa agir com a cabeça pela primeira vez em sua vida. Mas essa nova realidade o assusta.

~*~

— O que você tem? – Nicolas se aproxima de Melina. É só mais uma tarde qualquer de trabalho na loja pouco movimentada. — Já sei, você está chateada com Henrique, pois ele voltou a se encontrar com aquela tal de Bruna, uma namoradinha do passado.

— Dessa vez você errou. – Poucas vezes ele erra. Nicolas é como um adivinhão, ele sempre, ou quase sempre, sabe o que se passa na mente dela e isso a assusta. — A Bruna já não é mais um problema. Digamos que ela tenha sumido e volta apenas quando precisa de algo.

Eles riram.

— Na verdade – Melina tira o avental e prende os cabelos enquanto tenta evitar o contato dos olhos do amigo. — nem eu mesma sei o que está acontecendo comigo.

— Quer conversar sobre isso? – Nicolas verifica as horas no relógio na parede e percebe que já está quase na hora de fechar o estabelecimento. O anoitecer se aproxima.

— Ainda não. – ela forçou um sorriso, dobrando o avental e colocando sobre a bancada. — Não estou preparada. Eu preciso de um tempo. Estou me sentindo sufocada.

— Tem certeza de que está bem Meli?

Pensativa e suspirando forte, Melina caminha pelas calçadas desertadas do centro antes de voltar para casa. Ela se encolhe dentro do moletom e coloca as mãos para se aquecerem dentro do bolso.

Combinou de se encontrar com Henrique antes mesmo dele ter que entrar na faculdade. Teriam um tempinho juntos. Quando queria, eles sempre arrumavam uma maneira de passar o máximo de tempo juntos.

Desde a última conversa que tiveram, as coisas andavam meio estranhas, Melina sentia-se desconfortável, temia que Henrique se cansasse dela por ela não saber lhe responder. Mas ele tinha que compreender que, ela também buscava respostas. Respostas das quais ela mesma temia desvendar.

Ao avista-lo ao seu encontro, ela parou onde estava e esperou até que ele a envolvesse em seus braços. Melina fechou os olhos e pediu aos céus que aquele momento fosse eterno. Demorou-se ali, pois não queria esquecer-se nunca daquela sensação de proteção.

Henrique se afastou com um passo para trás, analisou-a para se certificar de que estava tudo bem. Mas no fundo, ele sabia que algo estava mudado. Talvez Melina tivesse tido razão quando temeu que dias ruins estivesse por vir. Aqueles eram dias ruins e confusos.

Ele levou uma de suas mãos até o rosto dela enquanto a olhava com ternura e acarinhou suas bochechas. Seu toque é gélido. Apesar de estranho, Melina gosta. E espera pelo momento em que os lábios dele se encontram com os seus e sente-se tirar os pés do chão quando a língua dele explora sua boca entre aberta.

— Eu nunca amei tanto alguém como eu amo você.

Ele puxou cuidadosamente o rosto dela para junto do seu peito.

Havia muitas coisas a serem ditas, mas ambos preferiram ao silencio reconfortante dos braços um do outro.

— Já deu a minha hora. Eu preciso entrar pra aula. – Henrique deu um ultimo beijo em Melina.

— Tome cuidado. – ela disse antes de vê-lo partir. — E me ligue assim que chegar em casa. Antes de dormir, quero ouvir a sua voz.

Em casa, sentada sobre a escrivaninha, Melina toma chocolate quente enquanto refazia alguns exercícios de Ciências Sociais. Daniele estava ali, em sua cama, lendo um dos seus romances favoritos enquanto acarinhava o ventre.

— Terminei finalmente. – Melina girou a cadeira para olhar para a amiga mais a sua frente. — Você tá com uma carinha... Tá tudo bem?

— Para ser sincera? – Daniele colocou seu livro de lado e bebericou um copo da sua água sobre o criado-mudo. — Estou preocupada!

— Com o que exatamente? – Melina se juntou a sua amiga. — Com a gravidez? Está cada vez mais próximo...

— Não! Não é com a gravidez. Quanto a isso, estou bem tranquila. O que me preocupa realmente é o paradeiro de Rafael. Ele sumiu! Nem os próprios amigos que dividem o apartamento com ele sabem onde ele se meteu e por quanto tempo vai demorar e se é que vai voltar.

— Você o ama, não é? – Melina passou os dedos pelos cabelos úmidos. — Você sempre o amou.

— Se eu pudesse escolher, não o amaria. Mas eu o amo. Ele não é um garoto qualquer. É o pai da minha filha. E eu nunca precisei tanto dele como agora!

Ao perceber a tristeza nos olhos de Daniele, Melina a puxou para um abraço. Era o mínimo que ela podia oferecer.

— Tenha paciência! Cada coisa no seu tempo. Ele vai voltar, você vai ver. Só precisa confiar. E mesmo que ele não volte, eu estou aqui do seu lado pro que der e vier. Sei que não é a mesma coisa, mas...

— Eu agradeço Melina – Daniele a interrompeu. — Você é a melhor amiga que alguém poderia ter.

~*~

Ariela está ao lado de Daniele e Nicolas de baixo da sombra de um grande carvalho no parque aquela tarde ensolarada. Mas não prestava a atenção em uma se quer palavra da conversa dos dois amigos. Ela não conseguia tirar os olhos do casal a sua frente: Melina e Henrique. Entrelaçados um no outro sobre o gramado pareciam se entender entre troca de olhares e sorrisos apaixonados.

Se ela pudesse escolher um único garoto para ficar, dos quais passaram por toda a sua vida até os dias de hoje, ela escolheria Henrique, pois além de lindo e adorável, é romântico, carinhoso e parece o namorado ideal. Ao menos aparentemente, ele faz Melina feliz.

Tais pensamentos a aborrecem. A vida é feita de escolhas, mas nem todas as escolham estão ao seu alcance. Alguns obstáculos é preciso ultrapassar. Ariela tem ultrapassado da melhor maneira possível todos eles, ainda tentando superar o fato de que Henrique não foi feito para ela e sim para Melina. Eles são perfeitos um para o outro.

— Da licença – uma voz interrompeu seus pensamentos. Ariela voltou-se para a pessoa que lhe cobria a visão. — Ariela? É você?

Demorou alguns segundos até ela poder reconhecer quem era aquele moreno alto, forte e musculoso que ganhara um pouco de barba no rosto juvenil e familiar.

— Marcos? – Ariela levantou-se para olhar melhor para ele. Fisicamente estava um tanto mudado, mas olhos cheios de compaixão ainda eram os mesmos. Difícil de esquecê-los.

Eles se abraçaram, cheios de saudades.

Marcos foi o primeiro namorado de Ariela, quando ela ainda era uma garotinha de quatorze anos. Marcos foi seu vizinho implicante da vida toda, até eles perceberem que aquele ódio de um pelo outro estava repleto de amor e carinho.

Melina sentia-se aliviada por finalmente estar se sentindo melhor depois dos últimos dias. Mesmo assim, algo muito ruim ainda a consumia por dentro. E o que mais a irritava era não saber responder as tantas perguntas que pairavam pelo ar.

— Meu celular está tocando – Henrique rompeu o silêncio, desesperadamente procurando pelos bolsos seu aparelho. — Aqui – ele levou o objeto até um dos ouvidos. — Alô? Quem é?

Não teve tempo de verificar antes de atender.

— Bruna? – Henrique olhou para Melina para saber qual seria a reação dela. Notou certa fúria envolvendo o par de olhos cor de avelã de sua namorada.

Henrique ouviu Bruna por um bom tempo. Calado, apenas escutando. Até desligar o telefone celular e voltar para perto de Melina.

— O que ela queria? – ela quis saber.

— Me ver – ele disse sem olhar para ela.

Melina bufou. Levantou-se do gramado retirando a sujeira das pernas brancas expostas e de sua blusinha azul de alças.

— Ei, para onde você vai Melina? – Henrique levantou-se, indo logo atrás. Enquanto ela lhe dava as costas. Como na vez em que brigaram naquele mesmo parque depois daquele incidente com o skate.

— Você não percebe? – ela virou-se de frente para ele. Tinha o rosto avermelhado e uma expressão muito preocupante. — Ela quer te tirar de mim. É isso que ela quer.

— Melina, não diga tanta bobagem. – ele riu o que aumentou ainda mais a fúria dela. Como nos velhos tempos. — Ninguém além de você mesma vai me tirar de você.

— Não seja estupido! – ela passou o peso do corpo para a outra perna. — Não se faça de desentediando. Ou quantas vezes a mais você vai querer que eu lhe diga isso? Eu não suporto essa garota!

Henrique não tinha argumentos suficientes para discutir com ela, pois odeia discutir com ela. Melina, contrariada, vira as costas outras vez em direção à saída do parque. Estragando toda a tarde de sol que poderiam ficar numa boa aproveitando o momento juntos.

— Melina, volte já aqui. – ele foi atrás dela, tentando acompanhar seus passos largos. — Por favor, não vire as costas pra mim! Sabe que eu não gosto disso! Vamos conversar direito.

Ela ignorava todas as palavras que vinham dele.

Nicolas e Daniele observavam aquela cena de longe, enquanto Ariela mais ao lado tagarelava sem parar com Marcos.

— Melina, eu estou te pedindo com educação: não vire as coisas pra mim. – ele gritou a ultima frase. — Vamos conversar! Não estrague tudo! Você está dramatizando tudo isso! Não tem que ser assim, podemos conversar como pessoas civilizadas. Volte!

Não era só a tal Bruna que lhe irritava, Melina estava aborrecida com toda aquela situação. Dias bons que se perderam no tempo dando lugar aos dias confusos que lhe atormentam a mente.

— Sabe qual é o seu problema Melina? Você não sabe lhe dar com essa situação. Você está perdida, pois não sabe como agir, ou no que pensar e o que fazer. Está usando a Bruna para fugir das outras tantas coisas que te atormentam! Eu poderia te ajudar, se você quisesse. Mas você não quer conversar! Você quer fugir...

Melina parou onde estava, ouvia tudo que ele dizia.

Como ele poderia ter tanta razão? Estava tão explicito assim?

— Me deixe em paz! – ela se virou bruscamente quando ele finalmente a alcançou. — Por favor, eu preciso de espaço. Está tudo muito confuso aqui dentro. – ela levou as mãos até a cabeça, mal podendo sentir que já chorava. — Eu preciso de um tempo longe de tudo isso! Preciso colocar minha cabeça no lugar.

Se for o que ela precisa, ele lhe daria. O importante é que ela voltasse desse seu tempo melhor que antes para que as coisas no mínimo pudessem voltar ao seu normal. Quem sabe assim, depois de estar preparada, ela lhe pudesse contar o que realmente estava acontecendo. O que faltava, o que a incomoda e aflige seu coração.

— Tem de mim total apoio. Se era disso que você precisava, porque não me pediu antes? Sabe que eu estarei sempre com você, mesmo não estando ao seu lado.

Ela não resistiu abraça-lo.

Henrique é maravilhoso!

Depois do rápido abraço, Melina correu em direção à saída. Queria chegar em casa o mais rápido possível. Fazer as malas e sair dali. Agora sim podia compreender Rafael e o quão desesperador era sua necessidade de fugir da realidade.

Nicolas correu preocupado até Henrique ainda paralisado vendo Melina o deixar.

— O que aconteceu? – Nicolas olhou para Melina muito distante e depois olhou para Henrique um tanto triste. — O que houve com ela?

— Melina quer um tempo. Um tempo longe tudo. – quando ela desapareceu entre o fluxo de pessoas na saída, Henrique voltou-se para o ruivo a sua frente.

Foi fácil dar a ela o que ela realmente precisava. Foi preciso. Mas agora estava sendo difícil deixa-la, pois Henrique não saberia dizer qual seria o resultado desse tempo depois que ela voltasse.

E se Melina não quisesse estar mais ao seu lado?

— Nicolas, por favor – ele tinha o olhar de suplicia. — Vá atrás dela. Você é o melhor amigo de Melina. Certifique-se de que ela vai ficar bem. Eu preciso saber se vai ficar tudo bem!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Qual será a alternativa de Melina? Um tempo será o melhor a se fazer?
Deixe suas opiniões. Beijos, até o próximo capítulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Luz Dos Olhos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.