Luz Dos Olhos escrita por Mi Freire


Capítulo 43
A tempestade


Notas iniciais do capítulo

Gosto tanto desse capítulo! Ele se resume basicamente em Henrique e Melina. Parece que algumas coisas finalmente vão se encaixar.



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A viagem demorou cerca de uma hora. As pistas das rodovias estavam molhadas e Henrique precisou dirigir devagar. Os vidros fechados do carro estavam recobertos por gotículas da garoa fina que caia do lado de fora do veiculo. Em alguns pontos a chuva engrossou, em outros ela diminuiu. Dentro do carro o ar estava quente, Melina e Henrique conversavam animadamente enquanto o filhotinho abandonado dormia sobre o banco de trás.

— Pronto! Chegamos.

Estavam em uma região de São Paulo mais afastada da agitação do centro. Ali havia muita vegetação, o ar era muito mais gelado por causa da quantidade de árvores e da densa mata. Em um ponto mais distante, seguindo por um caminho de terra, Melina avistou uma casinha simples típica do interior rodeada por uma cerquinha simples de madeira.

— Onde estamos? – Melina já estava com o cachorrinho nos braços, enquanto seguia Henrique em direção a única casinha.

Em volta não havia nenhuma outra moradia. Era tudo muito calmo, tranquilo, silencioso. Como se Henrique e Melina fossem os únicos serem vivos da face da terra. A paisagem em volta era extraordinária: o verde e marrom misturado com a umidade das chuvas.

— Um amigo meu é dono de um abrigo para animais abandonados. Vamos. Você vai gostar.

Henrique bateu palma. Alguns muitos cachorros vieram correndo dos fundos da casa, por todos os lados, e começaram a latir agitados com a presença dos novos visitantes.

— Henrique! – um jovem rapaz saiu de dentro da casinha e veio abrir o portão com um largo sorriso. — Quanto tempo, velho amigo.

O rapaz se apresentou como Jorge. Ele abriu o portão para a visita, espantou alguns cachorros mais atirados e convidou os novatos para entraram.

— Sejam bem-vindos ao abrigo Esperança. – Jorge sorria e os cachorros olhavam para as visitas impressionados, ainda latiam muito. — Me desculpe pela recepção. Eles ficam muito agitados quando temos visitas. Muitos com a esperança de ganharem um novo lar.

Melina pode sentir as lágrimas nos olhos.

— E você ainda nem viu os tantos outros! – Henrique comentou, ao perceber que Melina estava emocionada.

Jorge gritou por uma mulher que saiu às pressas de dentro da casinha com uma expressão de preocupada. Uma jovem um pouco mais nova que Jorge, ao ver a visita, abriu um largo sorriso.

— Quem é esse bonitinho? – Joice se referia ao filhotinho ainda nos braços de Melina.

— Um novo morador do abrigo. – Henrique adiantou-se em responder. — Se importam se ficarem com ele?

— Não, pelo contrário. Ele é muito bem vindo aqui – Jorge acarinhou o animalzinho. — Ele parece feliz no novo lar. Mas antes de apresenta-los aos outros, precisamos nomeá-lo. Têm alguma ideia?

Henrique e Melina se entreolharam por um momento.

— Eu pensei em Conan, o que vocês acham? – Melina sugeriu.

Todos gostaram. Em seguida, Jorge e Joice, que minutos depois Melina soube que eram irmãos; levou os visitantes e Conan para conhecer os outros moradores do abrigo.

Os muitos cachorros eram divididos em muitas categorias para não criar confusão. Cada qual ficava em seu pequeno espaço que dividia com outros amiguinhos. Espaços pequenos, mas muito bem limpos, com ração, água e brinquedinhos. Poucas vezes os muitos cachorros eram soltos, por causa da grande quantidade.

Os que estavam soltos era os mais velho no abrigo, muitos deles, que pessoas rejeitaram para adotar, por alguma deficiência, problema de saúde ou até pela má aparência causada pela velhice.

O abrigo ficava nos fundos da pequena casinha. De um lado o abrigo para os cachorros, vira-latas ou não. Encontrados nas ruas, abandonados, famintos, descartados ou rejeitados. Muitos doentes e feridos pela crueldade do ser humano.

 Do outro lado amplo do terreno, o abrigo para os gatos. Todos eles também abandonadas sob cuidados. Prontos para serem adotados por qualquer pessoa, desde que passe por uma avaliação que certifique que essa pessoa terá as condições adequadas para ter um animalzinho em casa.

Além de Jorge e Joice, havia mais uma equipe inteira de médicos veterinários e voluntários para os cuidados dos animais, desde dar as vacinas até a limpeza das fezes. Todos eles trabalham por solidariedade, sem exigir qualquer tipo de recompensa. Um trabalho feito por amor. O abrigo sobrevive e se mantem de doações de todos os tipos.

— Quantos animais vocês tem em média aqui, hoje? – Melina quis saber. Adorou a ideia de Jorge, o fundador do abrigo. Alguns dos muitos espalhados por São Paulo. Mas também estava de coração partido por ver todas aquelas carinhas esperançosas prontas para serem adotadas.

— Um pouco mais de cento e cinquenta cachorros e oitenta e cinco felinos.

— É muito bonito o trabalho de vocês, Jorge. Parabéns! Eu gostaria de poder ajudar. O que eu faço? Sempre quis trabalhar como voluntária. Mas o que atrapalha é a distancia.

— Eu entendo. Muitos querem ajudar, mas não podem por causa da distancia. Mas esse lugar era o único disponível. Precisávamos de um lugar espaçoso, grande e sem vizinhança para reclamações por conta da barulheira. Mas você poder ajudar de muitas formas, Melina.

— Eu quero muito poder ajudar! – Melina soltou Conan no chão e o cachorrinho saiu correndo disparado como um pássaro livre. — Posso ajudar financeiramente? Eu poderia depositar uma boa quantia mensalmente para ajudar da forma como acharem melhor...

— Seria ótimo! Fico muito feliz por sua colaboração. São  pessoas como você, de coração puro, que fariam do mundo um lugar bem melhor para todos. Obrigado Melina!

Melina abraçou Jorge.

— Eu também quero ajudar financeiramente. – Henrique se ofereceu, contagiado pela boa atitude de Melina.

Joice levou Henrique e Melina até a simples casinha e ofereceu café com biscoitinhos. Os quatros sentaram a mesa e bateram um papo bom e agradável sobre as doações, as adoções e como levavam a vida ali, no abrigo cercado por animais.

Nada na vida era mais importante para Jorge do que cuidar dos animais. Ele já era formado em veterinária. E Melina ficou feliz em poder relatar sua pouca experiência na área.

— Estou muito encantada com tudo isso! Poucas vezes eu tive a oportunidade de saber como funciona um abrigo com uma função tão importante como esse. – Melina sorria, observando através das janelas que o céu escurecia. — Eu tenho muitos amigos na faculdade. Eu poderia falar com todos eles. Poderíamos ajudar de muitas formas!

Melina não queria ter que ir embora dali. Gostaria de poder ficar e fazer alguma coisa, qualquer coisa por aquelas criaturas dóceis e carentes.  Mas estava cada vez ficando mais tarde e Henrique já a chamara mais de duas vezes para iremo embora. O problema é que ela não conseguia se livrar daquela nostalgia.

— Vamos Melina? – ele chamou pela terceira vez, pacientemente. Observando de longe, enquanto Melina brincava com alguns novos filhotinhos que chegaram ao abrigo há poucos dias.

Foram encontrados em uma caixa de sapato no centro da cidade, em um dia de frio e chuva como aquele.

— Espere só um pouquinho – ela pediu jeitosa. — Eu preciso me despedir de Conan. Você vem comigo?

Henrique jamais poderia entender o que de tão especial Melina sentia por aqueles animais. Era bonito de ver que ela se emocionava facilmente só de se aproximar de qualquer um deles. Ela já nem parecia mais a mesma garota baixo astral que ele se deparou aquela manhã.

Aquela visita fizera bem para Melina. Ela estava ótima, radiante, sorria e tinha um brilho contagiante nos olhos. 

— Pronto! – ela secou algumas lágrimas, enquanto se aproximava de Henrique. As luzes da casinha foram acessa. — Vamos embora.

— Podemos voltar outras vezes, se você quiser. – ele pegou sua mão, tomando cuidados para que ela não escorregasse no barro. — Eu posso te trazer aqui quantas vezes você quiser.

Melina se despediu de Joice e Jorge prometendo que voltaria o quanto antes e que faria todos os meses o deposito do dinheiro na conta do abrigo para poder ajudar.

— Gostou do nosso passeio? – Henrique perguntou quando entraram no carro.

— Mais do que você pode imaginar. – ela sorria, graciosa. — Obrigada, Henrique. Foi o melhor passeio que você poderia me proporcionar. O Melhor! – ela o pegou de surpresa, puxando-o para junto de si para que pudesse abraça-lo.

Calados, enquanto dirigia Henrique pensava na sensação que Melina lhe causava todas as vezes que se aproximava. Seria difícil descrever em palavras o tamanho do que sentia. Nada parecia suficiente. O que sente por ela é muito maior do que qualquer palavra.

— Que coincidência! – Melina quebrou o silêncio. O veiculo estava escuro. Assim como o céu e as rodovias. — Essa música toca todas as vezes que estamos juntos.

  When I Was Yours Man do Bruno Mars.

— É verdade. – ele sorriu de canto, de esguelha Melina admirou sua fascinante expressão. — Eu passei a gostar dela desde então.

Nos minutos seguirem nenhum dos dois teve coragem de dizer qualquer coisa que fizesse sentido. Havia muitas coisas a serem ditas, mas o silêncio pareceu a melhor opção.

— Eu não paro de pensar em você um só quer minuto. – Henrique disse, sem saber diferenciar se havia pensado alto demais ou se estava apenas imaginando.

Melina que estava embalada a música do rádio não teve certeza se ouvira bem. Voltou-se para ele, surpresa.

— O que você disse? Pode repetir?

— Eu? Eu não disse nada. Estava pensando alto. – ele riu descontraído. Tentando disfarçar seu embaraço.

Meia hora depois os dois já estava de frente ao prédio de Melina. Ela ainda não estava preparada para se despedir, voltar a sua triste realidade. Por um momento acreditou esquecer tudo que aconteceu antes daquele passeio, mas tudo voltara à tona outra vez. Também não queria ter que sentir a massa de ar gelado do lado de fora do carro e para piorar a situação chovia forte outra vez.

— Não gosto de dias frios e chuvosos.

— Eu gosto! – ele admitiu, virando-se de frente para ela depois de desligar o carro. — Me faz lembrar o dia em que nos reencontramos.

— Aquele dia – ela riu, voltando a lembrar. — Você ficou tão bravo comigo! Parecia que iria me devorar viva.

— Eu poderia, se não tivesse tido a impressão que te conhecia de algum lugar. Só não sabia de onde.

— Na mesma hora eu soube que era você. E confesso que, fiquei bem magoada por você não ter me reconhecido.

— Eu fiquei nervoso, perdi a cabeça e acabei falando um monte de bobagem. Mas eu deveria ter te reconhecido. Já que você foi um marcante muito importante na minha vida.

— Fui? – ela arqueou a sobrancelha, confusa. Pela primeira vez desde que se reencontraram, Melina se sentia preparada para tocar naquele assunto.

— Você não sabe, mas foi. E ainda é – Henrique não pôde evitar seu constrangimento. — Melina, você não sabe de muita coisa.

— Tipo o que? Eu também tenho muito o que falar.

— Porque não me conta agora? Eu já tentei tocar nesse assunto de todas as formas, mas você sem se esquivava.

— Não é fácil pra eu ter que admitir que a falta de coragem me impossibilitou de muitas coisas. Mas eu também gostaria de saber de você: o que você tem a me dizer?

— Eu nem saberia por onde começar – ele se ajeitou no banco, desconfortável. — Eu não sei exatamente como começou e nem quando aconteceu. Mas desde que a primeira vez em que bati meus olhos em você senti que tínhamos um vinculo. Um vínculo muito especial que me impossibilitava de me manter longe de você. Era um sentimento tão novo pra mim, logo eu que nunca dei tanta importância para o amor... Eu não soube lhe dar com o que eu sentia. Eu pensei muitas vezes me manter distante ou até mesmo me aproximar e conversar com você. Mas toda vez que você chegava mais perto, eu me sentia fraquejar. Eu queria tudo, menos passar vergonha diante de você.

Melina resolveu não dizer nada, não por enquanto. Manteve-se calada, olhando para ele, o escutando falar. Henrique deu uma leve pausa, enchendo-se de coragem para prosseguir. Melina tentou encoraja-lo a continuar. Havia tantas coisas que ela gostaria de ouvir!

— Não muito diferente de outras pessoas, eu acreditei que o tempo era a melhor solução. Esperei que o tempo se encarregasse de trazer você até mim, ou te afastar completamente. O que eu não suportava era o meio terno. Alguns dias era como ter você ao meu lado, mesmo que não estivesse. Outros dias sentia que você se distanciava, mesmo que fosse apenas coisa da minha cabeça. O tempo passou... Passou... E passou depressa! Tão depressa, que no ano seguinte, eu soube através de um amigo que você havia encontrado um namorado. Ai já não havia mais o que fazer. Não seria justo competir com o seu namorado. Para você eu não passava de um desconhecido.

— Ai é que você se engana! – Melina riu, suavemente. — Henrique, eu sonhei com você. Antes mesmo de saber que você existia eu sonhei que você aparecia para me salvar. No sonho você era como um anjo. Uma luz que vinha do céu para me proteger. Você até disse que me amava! Mas eu poderia explicar a você ou para qualquer outra pessoa que esses sonhos não eram apenas sonhos? Para mim era muito mais significativos. Eu queria encontrar um porque, uma razão pra você ter aparecido nos meus sonhos. Mas eu nunca tive respostas. E não queria que tivessem a ideia errada. Não queria que você pensasse que eu era só mais uma louca afim de você. Eu esperei por muito tempo respostas concretas para as minhas tantas perguntas. Mas eu não tive e também não tive coragem de expor o que eu sentia. Porque eu nunca soube ao certo o que eu sinto por você! É difícil, mas é especial. Vai muito além do que se pode imaginar.

Henrique sorriu, estava tão encantado por tudo que ouvia. Era exatamente o que ele precisava ouvir. Henrique precisava ter certeza que por um momento que sua falta de coragem valeu a pena, por que no fim, depois de anos, as coisas estavam dando certo finalmente.

— Eu nunca pensei que diria isso, Melina. Eu nem mesmo acreditei que esse momento chegaria – ele pegou a mão dela e beijou docemente. Melina sentiu seu toque, gélido. Arrepiou-se. — Acho que estou apaixonado por você outra vez. Na verdade, nem sei se algum dia eu deixei de estar.

Estava acontecendo tudo muito rapidamente. O mundo em volta de Melina parecia girar. Ela era capaz de ver uma luz surreal no fundo dos olhos negros de Henrique que até então não estava ali. E de uma hora para outra havia aparecido uma luz. Nos dois olhos. Os dois olhos brilhavam acessos como um farol no escuro.

O carro ficou silencioso enquanto eles se olhavam calados, confusos por tudo que acontecia. A chuva aumentou de ritmo.

— Eu nem sei o que pensar – Melina desviou o olhar. Piscou uma, duas vezes. Mas a cena a sua frente era mesmo real, não era só mais um sonho. Estava mesmo acontecendo. — Acho que... Que...Preciso ir embora daqui.

Melina abriu a porta do carro e se deparou com a chuva que caia do lado de fora do veiculo. Não tinha importância. Encarar a chuva é mais fácil que encarar os próprios sentimentos.

— Você não pode fugir do que sente! – Henrique gritou, mas Melina não deu ouvidos.

Ele bem que tentou agarra-la pelo braço antes que fosse tarde demais, mas não deu certo, e ela escapou. Mas ele não deixaria que ela escapasse de sua vida outra vez tão facilmente. Saiu do carro batendo a porta e deu meia volta para impedi-la de entrar no prédio.

— Eu não estou fugindo do que sinto! – ela gritou para que ele pudesse ouvir por conta do barulho da forte chuva.

Os dois se ensopavam aos poucos.

— Está sim! Está fugindo do que sente! Não seja covarde!

— Eu não sou covarde! – ela o encarou friamente.

— Sei que não, eu sei quem você é. Por isso Melina, não fuja do que sente. Admita a si mesma que você sente algo por mim! Você é apaixonada por mim, assim como eu sempre fui por você.

Ele até poderia estar dizendo uma grande verdade, mas o  que realmente irritou Melina foi à convicção com que ele disse cada palavra, como se fosse dono da verdade e das certezas. Ela ficou furiosa, não admitiria que ele colocasse palavras em sua boca.

— E desde quando você acha que sabe de mim melhor do que eu?

Ele não poderia responder. As palavras estavam engasgadas no meio de sua garganta.

— Ei. Não vai. Espera Melina – ele correu até alcança-la e a puxou fazendo com que ela ficasse de frente para ele.

A essa altura os dois já estavam encharcados pela chuva. Tanto Melina quanto Henrique sentiam o corpo gelado e as roupas pesadas pela água.

Foi como no dia em que se reencontraram por acaso: Paralisada, Melina admirava cada traço delicada do rosto de Henrique. Seus rostos estavam bem próximos um do outro. Como a chuva, ele parece ficar ainda mais bonito que o normal. A pele translucida a boca levemente roxeada, os olhos são de um castanho escuro intenso, os cílios longos molhados assim como os cabelos escuros e lisos onde escorre inúmeras gotículas de água da chuva pela testa e o rosto angelical.

Não há para onde ir, nem tem porque fugir. Melina se sente liberta ao sentir os lábios gélidos e molhados de Henrique pressionando os seus. É a primeira vez em que eles se beijam pra valer. Exatamente como nos sonhos. Um beijo lento e suave.

Henrique leva a mão até a nuca de Melina e puxa seu corpo molhado para mais perto de si. Depois de um bom tempo, eles param de se beijar. Ainda muito perto um do outro, eles se entreolharam sem entender como tudo aquilo aconteceu, assim, de repente. Ambos satisfeitos, por finalmente terem se completado.

— Eu sou louco por você!– ele sussurrou, em meio a um tímido sorriso estampando em seu rosto. — Você e eu temos um destino a cumprir. 


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Notas finais do capítulo

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