De Volta a Mystic Falls escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 14
Capítulo 14 - A Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito ao som de Is this love do Whitesnake. Oi? Faço as ressalvas lá embaixo pra não estragar as surpresas. Divirtam-se!



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Dean parou de sorrir enquanto Bonnie permanecia parada na soleira da porta esperando a resposta dele. O natural seria convidá-la para entrar, certo? Mas desde quando fantasmas pedem permissão? Não havia sal na porta ou na janela e, portanto, Bonnie tinha passe livre se realmente quisesse entrar. Além disso, surpreendentemente Dean não havia pensado nela nos minutos anteriores. Antes de abrir a porta, ele estava pensando na fome que sentia e, portanto, Bonnie não deveria ter aparecido ali.

Por esses e outros motivos, Dean não demorou muito para se convencer de que não era Bonnie que estava ali na sua frente. Era outra pessoa. Era alguém que tinha ficado por perto o tempo todo, ouvindo atrás da porta enquanto ele e a verdadeira Bonnie discutiam a relação momentos antes. Alguém que sempre tocava o ponto fraco das pessoas fazendo elas verem o que queriam ver e dizendo o que elas queriam ouvir.

– Silas... - deduziu Dean enquanto a falsa Bonnie dava um sorriso macabro.

Mas antes que o Winchester pudesse pegar a Colt ou mesmo a arma carregada de balas de madeira, alguma coisa aconteceu. E Silas gritou de dor quando foi atingido por um líquido que queimou a sua pele. Rapidamente o vampiro se foi e Sam apareceu na porta carregando um cantil, semelhante aquele do Bobby, em uma das mãos. Ele estava pálido e com uma expressão de surpresa e adrenalina pelo que tinha acabado de presenciar. Dean olhou para o cantil e quis confirmar:

– Deixa eu adivinhar. Verbena?

– Exato. - afirmou Sam antes de entrar e trancar a porta.

– Não me entenda mal, Sammy, eu estou feliz por você ter aparecido e agido rápido, mas como você sabia que não era a Bonnie? - quis saber o mais velho.

Sam sentou em uma das camas antes de explicar:

– Só você e o Jeremy conseguem ver o fantasma dela, lembra?

– Oh! Certo... Às vezes, eu esqueço que ela está mesmo morta paras as outras pessoas. - refletiu Dean sentando na outra cama.

– Mas o que diabos Silas veio fazer aqui? - quis entender o caçula.

– Provavelmente me matar. - deduziu Dean - Ou sondar o terreno, mostrar que ele ainda está lá fora e de olho na gente, eu não sei...

– Mas é engraçado... Eu pensei que ele fosse mais inteligente. - continuou Sam - Como ele achou que pudesse enganar você?

– Como assim? - não entendeu Dean.

– Bonnie está com você o tempo todo, não é? Como agora? - lembrou Sam enquanto olhava em volta - E então Silas resolve bater na sua porta se passando por ela? É estranho, não? Um pouco estúpido até.

– Silas é mais esperto do que nós imaginamos. - refletiu Dean com um olhar distante.

– Agora sou eu que pergunto: como assim? - quis entender o irmão.

– Na verdade... Bonnie não está aqui no momento. Tipo, agora. - contou Dean meio sem graça.

– O que aconteceu? - estranhou Sam - Não me diga que você resolveu finalmente deixá-la ir? Dean, eu sei que é difícil, mas você fez a coisa certa. Depois de darmos um jeito em Silas, nós precisamos encontrar o corpo dela e...

– Sam! - interrompeu Dean sem querer ouvir aquilo - Ninguém vai queimar o corpo da Bonnie, ok? Estamos em Mystic Falls. Talvez alguma coisa nesta cidade possa ajudar Bonnie assim como ela ajudou aquele idiota do Jeremy. Não podemos tirar essa chance dela, por menor que seja.

– Ok... Mas então o que aconteceu? - perguntou Sam com cuidado percebendo que o irmão não havia gostado da sua sugestão.

Dean lembrou da conversa com Bonnie momentos antes e respondeu:

– Eu pedi para ela passar um tempo com o The Walking Dead Lázaro.

– Você o quê?! - surpreendeu-se Sam.

– Eu não quero falar sobre isso, Sammy. Não hoje, não agora. Eu não estou bem. - desconversou Dean com um tom sério e visivelmente chateado - Mas e você? Posso perguntar onde passou a noite, seu malandro?

Desta vez foi Sam que ficou sério antes de responder:

– Na casa da Meredith.

Dean observou o irmão e percebeu que ele também estava magoado com alguma coisa e resolveu arriscar:

– É estúpido perguntar se vocês estão bem?

– Esse é o problema. Eu não sei mais se nós estamos. - respondeu Sam evasivamente lembrando da proposta de Meredith e da incapacidade dele de dar uma resposta para ela.

– Você quer falar a respeito? - propôs o irmão.

– Na verdade, não. Não hoje, não agora. Eu também não estou muito bem. - dispensou Sam.

– O que aconteceu com a gente, Sammy? - resmungou Dean depois de um tempo em silêncio - Desde quando nós ficamos tão sentimentais? Nós caçamos os piores monstros que existem, mas não conseguimos lidar com as mulheres? Quem elas pensam que são para enlouquecerem a gente dessa forma?

– Você não sabe lidar com as mulheres? - brincou Sam.

– Cala a boca. Você também está com problemas com a sua médica particular. - devolveu Dean - Sabe de uma coisa? A tal festa é amanhã e eu não vejo a hora disso tudo acabar, de acabarmos com o desgraçado do Silas e de irmos embora dessa cidade de uma vez por todas.

– É... Eu também. - concordou Sam.

– Claro que nós podemos voltar de vez em quando pra você fazer o seu check-up anual. - sugeriu Dean vendo o olhar distante do irmão.

– Eu não sei se será uma boa ideia. - respondeu Sam - Mas se você quiser, nós também podemos voltar para você fazer a sua sessão espírita.

– Eu também não sei se será uma boa ideia. - respondeu Dean e em seguida afastou todos aqueles pensamentos, levantou e andou em direção a porta.

– Ei, onde você vai? - quis saber Sam.

– Mystic Grill. Eu estou cheio de fome. - respondeu ele ao mesmo tempo em que ouviu-se um estrondoso trovão.

– Tem certeza? - indagou o irmão enquanto levantava e abria a cortina revelando que o tempo havia fechado rapidamente.

– Cidade maluca. - resmungou Dean abrindo a porta - Mas não vai ser uma chuvinha dessas que vai me impedir de comer a minha torta diária.

– Espera, eu vou com você. - disse Sam o seguindo.

Enquanto os dois caminhavam em direção ao Impala, Dean continuou:

– Sabe, eu não entendo como a comida acaba tão rápido. A geladeira estava cheia ontem e vazia hoje.

– Ah! Você não entende? Por que você não pergunta pro seu estômago, Dean? Com certeza ele deve saber de alguma coisa. - ironizou Sam com um leve sorriso.

– Ah, é? Tudo bem, Sammy, eu vou perguntar pra ele. Desde que você pergunte pro seu cabelo o que aconteceu com o shampoo que eu comprei na semana passada. E com o condicionador também. - devolveu Dean fechando a cara e abrindo a porta do carro.

Sam fez o mesmo e respondeu:

– Cala a boca, Dean. Eu não acabei com o shampoo. Ou com o condicionador. Já você comeu duas tortas em um dia, além de ter acabado com toda a cerveja. E não negue.

Em seguida, Sam entrou no Impala e Dean xingou antes de entrar também:

– Bitch.

– Jerk. - revidou o irmão.

Os dois seguiram para o Mystic Grill enquanto uma forte tempestade se formava rapidamente e começava a cair. Era meio-dia e, no entanto, parecia que havia anoitecido. Nuvens escuras e carregadas se juntavam cada vez mais.

Mia tinha acabado de sair da costureira, onde há poucos dias havia deixado o vestido que iria usar na festa de aniversário de Mystic Falls para fazer pequenos ajustes.

Ela fechou o guarda-chuva e entrou no Mustang colocando a caixa com o vestido no banco de trás. Planejava voltar para casa, mas depois de dirigir por uns cinco minutos avistou Castiel do outro lado da rua saindo da escola. Embaixo daquela chuva e sem nenhuma proteção. Como um cão abandonado. Ele carregava uma bolsa enorme. Provavelmente cheia de livros de História. Estava sem os óculos que devia estar usando só para leitura ou durante as aulas. Menos mal.

Imediatamente, Mia sentiu uma certa compaixão por ele, um instinto de protegê-lo, de tirá-lo do meio daquela tempestade e, assim como se sentia em relação aos animais abandonados, teve vontade de colocar Castiel no seu colo e dizer para ele que tudo ficaria bem.

Riu ao pensar em tudo isso e embora não tivesse certeza se ele iria aceitar, resolveu oferecer ajuda, já que o colo com certeza ele recusaria.

Então, enquanto Castiel caminhava apressado pela calçada, Mia abaixou o vidro da janela lateral do carro e o seguiu buzinando enquanto o chamava:

– Ei! Anjo! Dia péssimo para voar, não?

– O que você quer, Mia? - indagou ele impaciente enquanto era seguido pela garota.

– Só fazer uma boa ação. Eu juro. - respondeu ela e como ele a ignorou, Mia buzinou novamente e continuou - Vamos! Entra aí! Eu te levo pro hotel.

– Você é muito gentil, Mia, mas eu prefiro ir caminhando do que ouvir as suas histórias malucas durante o caminho inteiro. - dispensou ele enquanto a chuva aumentava - Além disso, da última vez que eu entrei neste carro, você me agarrou e me... Beijou.

– Oh! Que indefeso! Pelo o que eu me lembro você bem que gostou daquilo. Aliás você quase implorou por aquilo. - respondeu Mia com certa presunção enquanto raios iluminavam o céu e trovões estrondosos indicavam que a chuva estava longe de terminar.

Castiel permaneceu em silêncio por algum tempo enquanto Mia buzinava incessantemente. De repente ele parou e disse irritado:

– Eu não sei se eu fui claro durante as nossas últimas conversas, mas eu não quero me lembrar de você, Mia. Eu não quero mais saber de você! Você mentiu pra mim, me enganou e inventou que eu sou um anjo só para continuar me enganando e se divertindo com isso. Eu não quero uma pessoa assim na minha vida. E não importa o que você esteja planejando, não vai funcionar. Eu não vou entrar neste carro com você. Portanto, não se iluda. Acabou.

Após dizer isso, Castiel voltou a caminhar e Mia o observou com raiva antes de seguí-lo novamente.

– Sabe... Às vezes, uma carona é só uma carona! - gritou ela firmemente fazendo com que Castiel parasse de novo.

A chuva aumentou ainda mais e Mia continuou:

– Não se preocupe, eu não vou agarrar você. Mesmo que você implore. Sinto em te informar que eu também não estou mais interessada.

– É mesmo? - duvidou ele com um ar convencido que irritou Mia.

– Sim, é mesmo! Acontece que o cara por quem eu me apaixonei, não existe mais. Agora ele é um idiota lunático. E eu estou tentando aceitar isso e seguir em frente. - explicou ela.

– Ele é um idiota lunático? - ofendeu-se Castiel.

– Nós estamos mesmo conversando sobre isso com você aí parado embaixo desta chuva? Vamos! Entra logo na droga deste carro! - insistiu ela.

Castiel a observou por alguns instantes enquanto travava uma luta interna consigo mesmo. Aquilo não era apenas uma carona, aquilo era ceder à vontade de Mia. Era passar por cima do seu orgulho e do ressentimento que ainda sentia em relação àquela conturbada história dos dois.

– Não! - recusou ele novamente.

Ela o olhou ainda mais irritada, mas percebeu que precisava mudar de estratégia se quisesse convencê-lo a aceitar a carona. Precisava fazer com que ele acreditasse que estava no controle da situação e que era ela que estava cedendo e passando por cima do seu próprio orgulho e do ressentimento que sentia por ele ter a afastado daquele jeito.

Castiel voltou a caminhar e Mia revirou os olhos irritada antes de voltar a seguí-lo. Buzinou e propôs:

– Eu prometo que não vou te perturbar com as minhas histórias malucas. Agora, por favor, entra no carro.

A chuva aumentou ainda mais e Castiel parou novamente, assim como o Mustang.

– Vamos! Não seja criança. Saí desta chuva... - insistiu Mia.

O anjo pensou mais um pouco e indagou ainda relutante:

– Você promete que não vai dizer nada, absolutamente nada, nem uma palavra sequer, durante o caminho?

Mia suspirou cansada daquela negociação sem fim e abriu a porta do carro antes de responder:

– Prometo.

Castiel hesitou por alguns instantes enquanto a chuva continuava despencando sobre ele. Olhou para Mia e depois para os lados antes de finalmente entrar no Mustang e fechar a porta.

Mia observou o anjo completamente molhado no banco ao lado e novamente aquela instinto de proteção a invadiu. Castiel evitava olhar para ela e mantinha os olhos na rua logo a frente esperando que Mia começasse a dirigir. Mas ela não o fez. Ao invés disso, pegou uma toalha no banco de trás e ofereceu para ele. Castiel observou o gesto e por um instante olhou nos olhos da garota, mas em seguida voltou a olhar para frente e recusou:

– Não, obrigado.

Mia revirou os olhos novamente e argumentou:

– Ex- anjo desmemoriado e com pneumonia seria mil vezes mais desastroso. Acredite.

Castiel a olhou com reprovação e lembrou:

– Você prometeu não dizer nada.

– Eu vou manter a minha palavra desde que você se seque um pouco. - propôs ela e como ele permaneceu em silêncio, insistiu - Vamos... Você vai acabar ficando doente. Além disso, minha toalha não fez nada pra você.

– Mia... Isso não é engraçado.

Ela sorriu e disse:

– Ah! É um pouco engraçado.

Castiel olhou para Mia por alguns instantes e hesitou um pouco antes de pegar a toalha e começar a se secar. Mia sorriu vitoriosa e finalmente começou a dirigir.

Castiel colocou a bolsa com os livros no banco detrás e observou a bagunça que era o carro de Mia enquanto se secava. Roupas espalhadas, objetos pessoais, um cobertor e alguns CDs e livros. Inclusive, os livros tinham umas capas estranhas, com símbolos desconhecidos e ele deduziu que falavam sobre ocultismo. Ela percebeu que o anjo observava tudo aquilo e tentou se desculpar:

– Você precisa ver o meu guarda-roupa. Oh! Desculpe! Esqueci que eu não posso falar.

Os dois ficaram em silêncio nos momentos seguintes, até que Castiel indagou:

– Por que você tem uma toalha dentro do carro? E todas essas coisas?

– Como é? - estranhou Mia - Você está me fazendo perguntas? Eu posso responder?

– Eu só fiquei curioso, mas... Não precisa responder. Eu não quero que você quebre a sua promessa. - disse ele com um tom sério.

Mia começou a achar aquela situação ridícula e sentiu uma vontade enorme de falar. Odiava ficar em silêncio. Ainda mais quando ele lhe era imposto. Então resolveu arriscar e explicou:

– Meu carro é como a minha segunda casa. Talvez a única que eu possa chamar mesmo de minha. Eu costumava viajar pelo país inteiro por causa de... Trabalho. É por isso que eu tenho essa bagunça toda aí atrás. E coisas piores no porta-malas que é melhor você não saber...

– Mia... - interrompeu Castiel que até então estava tentando olhar o caminho pela vidro embaçado da janela lateral.

– O quê? - indagou a garota enquanto ele a observava.

– Calada. Lembra? - cortou ele a deixando com raiva de novo.

Mia resolveu contar até mil e respirar fundo enquanto aquele silêncio entre os dois se estabelecia a cada instante. Os únicos barulhos vinham do motor e do pára-brisa. E claro, da chuva que insistia em cair lá fora.

Momentos depois, Mia parou em um semáforo que havia fechado e se mexeu um pouco no banco incomodada com aquele silêncio. Olhou para o vermelho do semáforo e observou Castiel com o canto do olho antes de ligar o rádio e confessar agoniada:

– Eu não consigo! Eu não posso, ok? Desculpe, mas eu odeio o silêncio! Deus!

Castiel a olhou intrigado como se já tivesse ouvido aquilo antes e resolveu não se opor e deixar a garota ouvir um pouco de música. No fundo, estava achando divertido torturá-la daquela forma.

O único problema é que estava tocando Is this love?. Exato. Whitesnake. Uma das músicas mais românticas e lindas que existem no mundo. Ótima para casais que estão em sintonia, mas péssima quando duas pessoas não conseguem se entender.

I should have known better

Than to let you go alone

It's times like these I can't make it on my own

Wasted days and sleepless night

And I can't wait to see you again

I find I spend my time waiting on your call

How can I tell you baby,my back's against the wall

I need you by my side to tell me it's all right

'Cause I don't think I can take anymore

Is this love that I'm feeling

Is this the love that I've been searching for

Is this love or am I dreaming

This must be love

'Cause it's really got a hold on me

A hold on me

Mia evitou olhar para Castiel enquanto a música tocava, mas aquilo estava ficando mais constrangedor do que o próprio silêncio. Pensou em desligar o rádio, mas ao mesmo tempo amava aquela música. Além disso, sentiu que Castiel começava a ficar um tanto incomodado pelas coisas que a letra dizia e Mia começou a se divertir com isso. De certa forma, era divertido torturá-lo daquela forma.

Então aumentou o volume e percebeu que Castiel se mexeu no banco ao lado ainda mais incomodado. Tentou conter o riso e decidiu que era o momento certo para começar a cantar. Respirou fundo e acompanhou David Coverdale cantando:

I can't stop this feeling

I've been this way before

But with you I've found the key to open any door

I can feel my love for you

Growing stronger day by day

And I can't wait to see you again

So I can hold you in my arms...

Is this love...?

– Já chega. - cortou Castiel desligando o rádio o que fez Mia parar de cantar imediatamente e o olhar assustada.

– O que diabos o Whitesnake fez pra você? - provocou a garota fingindo que não estava entendendo.

– Mia! - repreendeu ele evitando olhar para ela.

– Okay... Sem falar, sem conversa e sem música. - lembrou a garota - Apenas eu e você...

– Mia...

– Okay! Entendi! Sem falar e sem cantar! E sem fazer insinuações. Combinado! - desculpou-se ela enquanto ria internamente.

Desta vez, o silêncio não estava incomodando Mia porque ela sabia que estava incomodando outra pessoa naquele momento. Sentiu que podia ficar assim por horas só para provocá-lo.

Manteve os olhos na direção até que Castiel pegou a sua garrafa térmica entre os dois bancos e indagou tentando quebrar o silêncio:

– Posso?

Imediatamente Mia lembrou o que guardava ali e tomou a garrafa das mãos de Castiel. Com isso ela tirou as mãos da direção e ele segurou o volante surpreso e assustado.

– Sem conversa, sem música e sem café. - esclareceu ela enquanto colocava a garrafa no banco de trás e ao se virar para frente, reclamou - Ei! Tira as mãos do meu volante!

Castiel obedeceu atordoado por uma forte sensação de déjà vu. Tinha certeza que aquela situação já havia acontecido antes. E isso o torturava ainda mais. Por mais que quisesse esquecer Mia, alguma coisa sempre o levava de volta à ela. Malditas lembranças, sentimentos e sensações.

Resolveu mudar de assunto enquanto observava a rua pela janela:

– Por que você está fazendo este caminho?

– Desculpe... Você me fez outra pergunta? Eu posso mesmo responder? - indagou ela com sarcasmo.

– Eu sabia que isso não ia dar certo... - resmungou ele.

Mia tentou conter o riso e explicou:

– Eu estou fazendo este caminho porque as outras ruas estão alagadas, gênio.

– Estranho... Começou a chover há tão pouco tempo. - estranhou Castiel e em seguida continuou com desconfiança e presunção - Por acaso você não está fazendo isso só para ficar mais tempo comigo, está? Sim, porque por este caminho nós vamos levar o dobro do tempo para chegar no hotel.

– Engraçado, o antigo Cas era menos convencido. - lembrou Mia com desdém - Sinto em te decepcionar, mas não, eu não estou fazendo este caminho para ficar mais tempo com você. Aliás, por mim eu abria a porta aqui mesmo e te jogava no meio da rua.

– Por que você não pára o carro, então? Assim eu posso sair por conta própria. - propôs ele também irritado.

– Você ficou maluco?! Depois do trabalho que me deu pra te convencer a aceitar uma simples carona? Nem pensar. - discordou ela - Você fica aí. E não se preocupe, você vai chegar inteiro. Eu prometo.

Castiel a observou, deu um leve sorriso e deduziu de forma presunçosa:

– Isso nunca foi uma simples carona, foi?

– Oh! Espera um pouco. Nós estamos mesmo conversando? Eu pensei que eu não pudesse falar. Digo, eu posso mesmo falar? - ironizou Mia fingindo indignação.

Castiel a observou novamente. Aquilo era estranho. Estava magoado, realmente estava, mas ao mesmo tempo Mia o divertia de uma forma que ele não compreendia direito. Vai ver que foi por isso que se apaixonou por ela.

– Você não gosta muito de silêncio mesmo. Então, sim. Você pode falar, Mia. Você só não pode falar sobre... Nós. - propôs ele com um ar superior.

– Isso vai ser fácil, querido, porque não existe mais "nós". - devolveu ela com desdém.

Castiel ficou em silêncio ao perceber que Mia havia vencido. Era incrível como ela sempre tinha uma resposta pronta na ponta da língua e o pegava desprevenido. E isso fez com que ele sentisse vontade de sair daquele carro imediatamente. Aliás, não entendia por que tinha aceitado aquela maldita carona. Ele devia manter distância dela por tudo que Mia lhe fez, mas parecia que ela sempre dava um jeito de cercá-lo, de envolvê-lo sem que ele percebesse, com aquele sarcasmo e... Charme... E com aquele senso de humor tipicamente irônico. Sem falar naquele brilho radiante que ela sempre tinha no olhar. Um olhar que desarma qualquer defesa. Que te prende e te deixa completamente perdido, anestesiado por alguns instantes que parecem uma eternidade. Sem falar no sorriso debochado e... Sexy.

Castiel respirou fundo e afastou aqueles pensamentos. Resolveu contar até dez mentalmente enquanto se lembrava do motivo que o fez se afastar de Mia. Ela mentiu e ele não podia esquecer disso tão fácil. Por mais que no fundo... Não! Não tinha volta.

Mas se pelo menos Mia parasse de insistir naquela história de anjo... Talvez, só talvez, ele pudesse relevar e perdoá-la. Mas por alguma razão que ele não compreendia, a garota continuava insistindo em uma história que não fazia o menor sentido.

Ele não podia ser um anjo. Anjos não existem ou pelo menos ninguém nunca provou que eles existem. E se ele era um anjo, o que aconteceu para que ele virasse... Humano? O que ele fez de errado?

De certa forma, Mia tinha razão sobre ele ter medo de lembrar. Tinha medo de não conseguir consertar as coisas, de não se perdoar pelos erros que possa ter cometido.

Resolveu afastar aqueles pensamentos também. O que Mia falava não fazia sentido. Ela era maluca. Não podia acreditar naquela história. Mas também não podia olhar para ela porque acabaria se perdendo no seu olhar de novo. Então olhou rapidamente para o banco de trás e indagou ao ver uma caixa razoavelmente grande no meio daquela bagunça:

– O que é isso?

– Um vestido. - respondeu Mia olhando para a caixa pelo retrovisor e acabou lembrando do que Caroline disse sobre a possível reação de Castiel quando a visse vestindo aquela roupa e deu um leve sorriso antes de continuar - É pra festa de amanhã. Aniversário desta cidade maluca, sabe?

– Ah! Você vai? - indagou Castiel.

– Você não? - perguntou ela com medo de uma resposta negativa.

– Ainda estou pensando. - respondeu ele evasivamente ao perceber que Mia queria uma resposta afirmativa e em seguida provocou - Mas se eu for, não será para ver você neste vestido. Afinal, como você mesma disse, não existe mais "nós".

Mia engoliu a raiva e acelerou o carro. Castiel se segurou no banco e perguntou assustado:

– O que você está fazendo?! Tentando me matar?!

– Não, eu só quero que você chegue o mais rápido possível no hotel. - respondeu Mia com raiva enquanto acelerava ainda mais - Aliás, eu não sei onde eu estava com a minha cabeça quando te ofereci carona!

– E eu não sei onde estava com a minha quando aceitei! - devolveu ele igualmente com raiva.

Em seguida, Castiel tentou fazer alguma coisa para que Mia parasse o carro. Tentou segurar o volante, mas não conseguiu. Mal conseguia se segurar no banco. A chuva continuava caindo e o Mustang derrapou no asfalto encharcado quando Mia dobrou à esquina do hotel. Freou bruscamente e Castiel a olhou com uma mistura de alívio por ter sobrevivido e raiva por ter confiado nela mais uma vez e quase ter morrido por causa disso.

Mia o olhou irritada, mas aos poucos pareceu se arrepender de ter agido impulsivamente. Mas se convenceu de que a culpa era dele. Castiel a tirava do sério.

– Você é completamente maluca. - disse ele enquanto tirava o cinto de segurança.

– São seus olhos. - respondeu ela com ironia enquanto ele abria a porta do carro e descia levando sem perceber a sua toalha.

Mia ia avisá-lo quando olhou para o banco detrás e viu que Castiel havia esquecido a bolsa com os livros.

– Droga... - resmungou ela pegando a bolsa e saindo do carro também.

– Fica longe de mim! - ordenou ele ao perceber que Mia se aproximava, mas parou de andar quando percebeu que carregava a toalha da garota.

Ele se virou e Mia andou mais devagar mostrando que carregava a bolsa dele. Enquanto isso a chuva continuava caindo sobre os dois como se quisesse dissipar aquela discussão e mostrar que aquilo não levaria a lugar algum. E Mia olhou para Castiel e algo aconteceu. Foi como se visse o velho Cas bem ali na sua frente com aquele olhar confuso e amável. E ele olhou para Mia e sentiu suas defesas desabarem. Não conseguia negar que ela exercia um certo poder sobre ele. Estava cada vez mais difícil escapar deste domínio.

Continuaram caminhando no meio da tempestade e pararam quando estavam a alguns passos um do outro.

– Sua bolsa. - indicou Mia esticando a bolsa para ele.

– Sua toalha... - retribuiu ele lhe entregando a toalha.

Suas mãos se tocaram levemente no momento da troca e os dois se olharam confusos com o que estavam sentindo. Não era frio pela chuva que caía. Era algo especial que eles se recusavam a assumir naquele momento.

– Obrigado pela carona. - arriscou a dizer Castiel sem conseguir desviar o seu olhar do olhar de Mia.

– De nada... - respondeu ela dando mais um passo a frente enquanto indagava hesitante - Você quer mesmo a verdade?

– Sim. - respondeu ele pensando que finalmente Mia ia dizer algo que fizesse sentido.

– Você estava certo. Nunca foi uma simples carona. A verdade é que eu não resisti quando te vi no meio daquela chuva. Como agora... - confessou ela.

Castiel a olhou ainda mais confuso e indagou:

– Aonde exatamente você está querendo chegar?

– Eu não sei... - respondeu ela igualmente atordoada a medida que seu coração acelerava - E só que... Eu acho que eu não consigo mesmo resistir a cães abandonados e... Caras embaixo de chuva...

Após confessar isso, Mia resolveu seguir o conselho de Stefan e fazer o que tinha vontade de fazer e o que fosse preciso para reconquistar Castiel. E sem dar qualquer chance dele pensar em afastá-la, ela soltou a toalha no chão encharcado, se aproximou e encostou seu rosto no dele fechando os olhos em seguida. Sentiu a respiração dele ficar cada vez mais ofegante, abriu os olhos e viu que ele a olhava como se também quisesse o que ela queria. Parar de brigar e fazer as pazes.

Então Mia passou as mãos pela nuca dele sentindo os cabelos molhados pela chuva entre seus dedos trêmulos e fechou os olhos novamente.

– O que você está fazendo? - indagou ele também fechando os olhos.

– Nada... - respondeu ela enquanto roçava seu rosto no dele se aproximando cada vez mais de sua boca - Eu sinto muito por ter mentido pra você. - lamentou ela.

Ele permaneceu imóvel tentando entender o que estava sentindo e resistir a Mia ao mesmo tempo.

– Me perdoa. - pediu ela.

– Não. - resistiu ele.

– Me perdoa. - repetiu ela antes de encostar devagar os seus lábios nos de Castiel enquanto a chuva gelada escorria pelos seus rostos.

A princípio, foi como beijar uma estátua, mas Castiel não conseguiu resistir por muito tempo. Logo, ele também deixou a bolsa cair no chão e segurou o rosto de Mia com força entre suas mãos enquanto sentia os lábios macios e quentes da garota envolverem sua boca como se quisesse devorá-lo. E de certa forma, ela queria porque estava com um pouco de fome. Mas desta vez prometeu para si mesma que não iria machucá-lo.

A chuva continuava caindo impiedosamente enquanto os dois se beijavam com paixão. E apesar da água gelada que molhava cada vez mais as suas roupas as fazendo grudarem em seus corpos, nem um dos dois sentia frio naquele momento. Estavam envolvidos demais pela onda de calor que emanava a medida que seus corpos se aproximavam mais e enquanto que seus lábios se envolviam com ardor.

Mia podia ouvir o coração de Castiel batendo cada vez mais forte a medida que as mãos dele deslizavam por sua cintura e a puxavam para mais perto do seu corpo. Como se isso fosse possível...

Seus corpos já estavam suficientemente próximos, colados um no outro e Mia e Castiel tinham a impressão de que aquela chuva iria envolvê-los ainda mais, como se quisesse reduzí-los a nada, como se quisesse mantê-los juntos, próximos, cada vez mais próximos.

E os dois abaixaram de vez qualquer defesa que restava e se entregaram ao momento. Sem pensar no passado ou no futuro. Apenas o agora. Apenas Mia e Castiel.

Não saberiam dizer por quanto tempo aquilo durou porque o tempo parecia irrelevante. Aliás, parecia que ele havia parado. O tempo, o mundo, tudo. Mas em algum momento, Mia afastou seus lábios dos lábios de Castiel e murmurou entre um sorriso sincero e apaixonado:

– Deus... Como pode um anjo beijar assim?

Ele que também sorria até então ficou sério ao ouvir isso. Mia demorou para entender o que havia feito, mas quando entendeu também desmanchou o sorriso e lamentou com o olhar aflito:

– Desculpe.

Por mais que fosse verdade, Castiel não acreditava que era um anjo e odiava Mia por tentar convencê-lo do contrário. Foi por isso que a afastou antes e era por isso que a afastaria de novo.

– Por que você tem que estragar tudo? - perguntou ele decepcionado enquanto colocava as mãos nos ombros de Mia e a afastava um pouco - Por que você sempre estraga tudo?

– Desculpe... - lamentou ela novamente.

– Por que você pediu perdão, afinal? - indagou ele.

– Eu te pedi perdão por ter mentido no começo, não por tentar te mostrar a verdade. - esclareceu ela - Eu nunca vou pedir perdão por isso. Não faz sentido... Se você quer a verdade, você precisa aceitar a verdade. Eu não estou brincando quando digo que você é um anjo. Por favor, você precisa acreditar em mim.

Castiel a olhou por algum tempo ainda mais decepcionado. Tirou as mãos dos seus ombros e continuou:

– Eu não sei se eu sou um anjo, Mia, mas você deve me achar muito idiota. E lunático...

– Cas... - tentou dizer ela enquanto lágrimas começavam a se misturar com a chuva.

– Meu nome é Jimmy. - corrigiu ele - E isso... Eu e você... Isso é um erro. Esse beijo nunca deveria ter acontecido.

Mia observou Castiel pegar a bolsa do chão e não conseguiu fazer ou dizer nada para impedí-lo de a afastar novamente. Ele a olhou mais uma vez e finalizou:

– Esse beijo nunca aconteceu.

Então Castiel se virou e caminhou em direção ao hotel entrando em seguida. Mia ficou algum tempo parada no meio da chuva enquanto contava até dez e respirava fundo. Como Castiel podia ser tão idiota? E teimoso? Por que não acreditava nela?

Abaixou com raiva e pegou a toalha encharcada no chão. Voltou para o carro. Entrou. Se olhou pelo retrovisor. Se odiou por algum tempo até que resolveu esquecer aquilo. Aquele beijo. Ou pelo menos tentar. Não seria fácil porque definitivamente tinha sido o melhor beijo de toda a sua vida, mas se Castiel não conseguia confiar nela, talvez Stefan estivesse errado. Talvez eles não tivessem sido feitos um pro outro. E talvez Castiel, ou melhor Jimmy, estivesse certo. Aquilo era um erro.

Então Mia enxugou o rosto, respirou fundo e saiu dali imediatamente enquanto Castiel observava pela janela do quarto o Mustang se afastar e tentava esquecer o melhor beijo de toda a sua vida.

Perto dali, no Mystic Grill, Sam lia algumas notícias pelo notebook, enquanto Dean comia um X- Bacon. Claro que já havia pedido a sobremesa também. E claro que era torta.

– Alguma notícia interessante? - quis saber Dean ao ver o irmão tão concentrado no que estava lendo.

– Eu não diria interessante, mas... Estranha e suspeita, no mínimo. - respondeu Sam evasivamente sem tirar os olhos da tela.

Dean colocou o X-Bacon no prato e falou ainda de boca cheia:

– Ok, você me deixou curioso. O que é?

Sam parou de olhar para a tela e voltou-se para o irmão ao explicar:

– Uma mulher no Kansas teve os olhos queimados... Como a Pamela quando viu a verdadeira forma do Cas, lembra? E no hospital ela disse que...

– Foi um anjo. - deduziu Dean.

– Exato. - confirmou Sam.

– É... Parece que finalmente eles vão começar a dar as caras. E isso significa que nós temos que voltar pro bunker dos Homens das Letras o quanto antes. Temos muito trabalho pela frente, Sammy. O primeiro anjo caído apareceu e algo me diz que não vai demorar muito para os outros aparecerem também. Eles não devem estar muito felizes sem as asinhas... Precisamos voltar para o Kansas e descobrir o que eles querem exatamente. - ressaltou Dean.

– Por falar nisso, como nós vamos fazer com a Mia? - indagou Sam mudando um pouco de assunto.

– Como assim? - não entendeu Dean.

– Você sabe, Dean. Se vencermos o Silas amanhã... - insinuou o mais novo.

– Se? Quanto otimismo, Sammy! Aquele desgraçado está com os minutos contados. Acredite. - respondeu Dean com firmeza.

– Tudo bem, que seja... Mas e a Mia? - Sam refez a pergunta - Quando isso tudo acabar você acha que ela simplesmente vai vir com a gente?

– Por quê? Você acha que não? - estranhou Dean - O quê? Você acha que ela vai nos trocar por meia dúzia de vampiros universitários bem vestidos? Nos trocar pelos Salvatore? Peraí, cara, eu admito que pra vampiros até que eles são toleráveis, mas nós somos os Winchesters. Além disso, a Mia é doida pelo Cas. Quando as coisas forem resolvidas, ela não vai trocar tudo isso por Mystic Falls.

– Não se trata de trocar, Dean, mas ela é uma deles agora. Pelo menos é assim que ela se sente. - respondeu o irmão.

– Ela não é uma deles, Sammy. - discordou Dean - Ela é uma caçadora. Como nós.

– E vampira. - lembrou Sam.

– Nós vamos dar um jeito nisso também. Depois que despacharmos o Silas, que o Cas recuperar a memória e que voltarmos pra casa, nós vamos cuidar da Mia. - garantiu Dean.

– Dean... Você acha que ela vai querer a nossa ajuda? Esse tipo de ajuda? - duvidou Sam - A Mia viu o que a busca pela cura do vampirismo fez com essa cidade. Você acha que ela vai querer correr tantos riscos?

– A Mia se faz de durona, mas no fundo eu duvido que ela queira ser vampira para sempre. Ela não escolheu isso, Sammy. Foi uma armadilha covarde e nós temos que ajudá-la. Além disso, Elena pode ter usado a cura na tal da Katherine, mas não significa que aquela era a única forma de se curar um vampiro. Eu mesmo já tive uma fase Robert Pattinson, lembra? Quando você era o Robô Sam e deixou aquele vampiro me transformar? - expôs o mais velho.

– Obrigado por me lembrar disso, Dean. - ironizou Sam com vergonha por ter deixado seu irmão ser transformado por um vampiro, mesmo sabendo que quando aquilo aconteceu a sua alma estava presa na jaula de Lúcifer.

– Sem ressentimentos, Sammy. Aqui estou eu agora. 100% humano. Aquilo não foi sua culpa, ok? - tranquilizou Dean.

– Eu sei... Mas a questão é que eu ainda acho que nós deveríamos falar com ela antes, Dean. - ponderou Sam e se aproximando mais do irmão falou em tom mais baixo - E também contar sobre o Crowley.

– Uma coisa por vez, Sammy. - sugeriu o irmão.

– Dean, se ela descobrir que nós mentimos sobre o Crowley ter sumido naquela noite em que os anjos caíram e que durante esse tempo todo nós sabíamos muito bem onde ele estava... Ela vai nos odiar. - temeu Sam.

– O que... Você está com medo que ela te morda, é? - brincou ele.

– Eu estou falando sério, Dean - repreendeu Sam.

Então o Winchester mais velho parou de sorrir e continuou depois de alguns instantes pensando:

– Nós mentimos por um motivo, Sammy. Se a Mia souber que o Crowley está preso na nossa masmorra particular, você sabe o que ela vai querer. Você sabe qual será a única coisa que vai passar pela cabeça dela.

– Vingança. - deduziu Sam.

– Exato. E embora eu realmente ache que ela mereça se vingar por tudo que aquele desgraçado fez com ela e com os seus pais, nós sabemos que a Mia está instável neste momento. Com o lance do Cas não lembrar quem é e com o lance de ser uma vampira. Ela colocaria tudo a perder. Além disso, ela não entenderia que nós precisamos do Crowley neste momento. Então, o melhor é irmos com calma e contar a verdade na hora certa. E aos poucos. Primeiro, nós temos que cuidar dela e do Cas. Consertar as coisas. E só depois mostrarmos para ela o que estamos guardando no porão dos Homens das Letras. - disse Dean.

Sam pensou um pouco antes de encerrar:

– Ok, talvez você esteja certo, Dean. Uma coisa por vez. E pela ordem, temos que resolver a situação do Silas primeiro.

– É... Temos uma grande e inesquecível festa para ir amanhã. Música, boca livre e um monstro para despachar. Awesome! - encerrou Dean sorrindo confiante e voltando a comer o X-Bacon enquanto Sam voltava a mexer no notebook e a tempestade começava a passar.


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Notas finais do capítulo

Bem, ressalvas:Nas primeiras temporadas de SPN, Sam e Dean se xingavam de Bitch e Jerk e eu adorava kkkkkkkkkkkkkkkk por isso resolvi colocar isso na fic.Sim, eu gosto de Whitesnake e eu adorei escrever o momento fofis entre Mia e Cas. E embora os dois tenham se desentendido de novo depois daquele beijo, não se preocupem. Teremos mais momentos fofis por aí. E mais desentendimentos.Beijo na chuva é tudo de bom.A conversa final entre Sam e Dean dá algumas diquinhas sobre o que eu vou falar na próxima fanfic... Ou vocês acham que os Winchesters estão conformados com a Mia vamp? No fundo nem ela mesma está, mas irei abordar mais como ela se sente em relação a isso, na próxima fic.Sim, o dia da fatídica festa de aniversário de Mystic Falls está chegando e já vai começar no próximo capítulo. Preparem-se!!!O próximo capítulo será postado na segunda-feira. Bjusssssss e reviews pleaseeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!