Slow Dancing In A Burning Room escrita por Stardust


Capítulo 1
Don't be afraid to care


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Comecei a postar outra fic agora. Boa leitura e não esqueçam de comentar o que estão achando.



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Parei na frente do espelho antes de sair e me olhei. Usava um vestido vinho com transparência nos ombros. Fiquei satisfeita com o que via. Era uma noite fria e eu ouvia o vento bater na janela do meu apartamento. Andei até perto e senti a cortina bater no meu rosto. Fechei a janela, mas continuei olhando o céu pelo vidro, as estrelas brilhavam e a lua crescente parecia sorrir pra mim. Suspirei, peguei a chave do carro e fui para o centro da cidade.

No carro, coloquei um CD do Arctic Monkeys e deixei R U Mine me consumir por inteira. Bem, eu tinha um encontro, não que isso fosse problema, mas também não era algo incrível naquele momento. Não um encontro com Scott. Scott Taylor. Eu sabia que a noite terminaria ou na cama de um idiota, ou na minha cama e não era exatamente isso o que eu queria.

Scott era o típico pegador da faculdade. Além de metade das garotas da faculdade, também havia pegado metade das garotas do meu prédio. Não sei o que havia feito com que eu aceitasse sair com ele naquela noite. Talvez apenas precisasse sair pra me divertir e conversar um pouco, coisa que havia muito tempo que não fazia.

– Tudo bem, é só uma noite. - suspirei.

Estacionei o carro perto de uma árvore ipê cheia de flores brancas. Lembrei de quando era pequena e costumava comparar estas árvores com vestidos de noiva. Quanta inocência!

Saí do carro e comecei a andar para perto da entrada do bar. Eu amava aquele lugar. Sempre estava tocando rock e tinha uma decoração rústica, com coisas de madeira e fotos em preto e branco espalhadas por todo lado. Lá, me sentia confortável como se estivesse em meu apartamento e quando estava cansada de tudo e todos, costumava fugir pra me divertir sozinha.

Parei na porta ao ouvir que tocavam Carry On My Wayward Son.

– Ótimo! - exclamei sozinha. Eu gostava tanto daquela música que teria que me segurar para não começar a cantar loucamente como fazia quando era adolescente.

– É uma boa música. - ouvi o segurança alto e jovem me falar. Ele me fitava e eu teria sentido vergonha em outra ocasião.

– É perfeita. - sorri e virei as costas, afinal, tinha um encontro.

Andei por entre as mesas observando casais e grupos de amigos conversando. Nada de Scott. Olhei para o relógio de parede e percebi que eu estava atrasada. Eu odiava me atrasar, mas não queria que Scott pensasse que eu estava ansiosa para sair com ele, na verdade até estava, mas evitava envolver profundamente com ele, pois sabia que iria acabar sozinha em um sábado a noite, chorando em uma cama vazia e comendo chocolate até passar mal. Ri com meu pensamento.

Passei em uma ala mais reservada e escura e firmei minhas vistas para confirmar se o cara sentado em um sofá preto era realmente Scott.

– Não pode ser! - exclamei.

O fato era que Scott não estava sozinho e sim acompanhado de uma loira alta que o beijava com tanta vontade que parecia que os dois iam se engolir. Cheguei mais perto do sofá e fiquei parada na frente dos dois com os braços cruzados. Demoraram uns dez segundos para que notassem minha presença.

– Sally! - Scott disse assustado ao me ver. - Eu posso me explicar...

– Scott, corte essa! Não acredito que aceitei sair com você. - virei as costas e saí andando, mas ele se levantou e me puxou pelo braço.

– Não queria te magoar, ela que veio me beijando. - o mesmo papo canalha de todos os outros.

– Não estou magoada. - na verdade não estava mesmo. - Foi bom isso ter acontecido, mas volte lá, aproveite sua noite e me deixa sozinha. - sorri e fiz com que soltasse meu braço.

Enquanto me afastava de Scott, tentava pensar se ficaria ali ou se ia embora. Ir embora faria com que ele pensasse que eu me importava e que iria passar a noite triste e sozinha, mas ficar iria fazer com que ele visse que eu realmente estava sozinha. Parei na frente do balcão quase sem pensar. Não havia me arrumado pra ficar fazendo nada em um sábado.

Sentei no alto banco, tentando fazer com que meu vestido não ficasse desarrumado e tomando cuidado para não mostrar muito minha perna.

– Quer beber algo? - uma mulher baixinha me perguntou do outro lado do balcão.

Hesitei um pouco ao responder. Talvez fosse estranho uma moça pedir cerveja e beber sozinha.

– Batida de vodca com morango, por favor.

– Ok.

Fiquei sentada esperando. Next Year havia começado a tocar, o que me fez arrepiar. "I'm in the sky tonight, there I can keep by your side.", cantei junto da música.

Comecei a pensar sobre o desastre que havia sido o meu "encontro" e senti falta de quando meus encontros davam certo.

– Aqui, senhorita. - a mulher disse interrompendo meus pensamentos.

– Obrigada. - agradeci e em menos de dois minutos, já havia acabado com toda a batida.

– Outra? - ela me olhava com uma mistura de pena e espanto. Era mais velha e simpática.

– Desilusões amorosas... - falei sem pensar. - Apenas fracassos.

– Você está jovem pra ligar com isso. - chegou mais perto. - Seja lá o que tenha acontecido, você vai encontrar alguém legal que vá te dar isso. - apontou para a aliança no dedo. - É uma moça bonita, só tem que encontrar o rapaz certo.

Sorri ao ouvir aquelas palavras. Era o que minha mãe teria me falado.

– Obrigada. - minha voz estava calma. - Mas enquanto isso, uma batida vai me fazer bem.

A mulher sorriu pra mim e se afastou para fazer minha batida. Ela estava certa e nada daquilo importava. Eu estava apenas em um dia ruim e chateada com um babaca que não valia nada.

Logo ela voltou com minha bebida e me entregou. Virou as costas e foi atender um grupo de adolescentes. Fique novamente sozinha observando a parede decorada do bar. Adorava fazer aquilo quando não tinha com quem conversar. O antigo disco de vinil The Dark Side Of The Moon continuava no mesmo lugar que o vi a dois anos atrás, quando entrei naquele lugar pela primeira vez. Lembro-me bem que estava acompanhada por um garoto da minha sala. Tínhamos dezesseis anos e ainda me sinto arrepiar quando me lembro do jeito que ele me olhou antes de me beijar. Aquele encontro foi quase foi outro desastre por causa de outro idiota, mas no final acabou tudo bem.

Voltei meu pensamento para o presente ao sentir que alguém havia sentado do meu lado. Olhei para baixo e depois olhei disfarçadamente para o rapaz, que mantinha um sorriso torto no rosto. Fiquei petrificada ao ver que conhecia aquele sorriso.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que gostem dessa fic. ♥