Força Especial da Marinha escrita por Vlk Moura


Capítulo 29
Finalmente


Notas iniciais do capítulo

Sim, esse é o fim, tudo se encerra aqui, porém... ~leiam lá embaixo minha ideia~



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Eu estava com um barrigão, andar se tornara um sufoco e me imaginar de salto era quase como imaginar uma tortura. Minha mãe e Camilla me ajudavam.

Apesar de todo o ocorrido eu e Camilla acabamos nos tornando amigas, descobri que ela não é ruim como eu imaginava ser, pelo contrário, ela arranjou ingressos para meu pai e para mim sempre que queríamos, ela, realmente, alavancou a carreira de Charles e fez cursos, agora é poliglota. Hoje me sinto péssima pelas coisas que pensava dela, hoje ela é minha madrinha e também será a madrinha dos gêmeos, nos tornamos melhores amigas.

– Você está linda - minha mãe falou.

– Para com isso, os bebês devem estar esmagados, eu nem consigo respirar.

– Você já não consegui antes, não culpe o vestido. - Camilla falou arrumando o véu em minha cabeça. - Nossa! Linda!

– Fui eu quem fiz - minha mãe falou rindo.

– Deu para ver que foi com muito amor - Camilla sorriu.

– Eca, para. - falei fazendo cara de nojo.

– Não se passe por inocente, essa sua barrigona nos diz o contrário, mocinha - minha mãe ria.

Saímos do quarto, meu pai estava sentado no sofá, usava smoking, Charles ajudava Charles a terminar de se arrumar, nos encontraríamos na igreja.

A Limusine já aguardava de fora, entrei com dificuldade, o trio me ajudou e então partimos para a igreja. Durante o percurso lembrei de tudo pelo que passei nos últimos anos e como tudo havia ocorrido tão rápido, meus pais não tinham tantos fios brancos quando fui selecionada, agora era mais fácil contar os fios coloridos do que os grisalhos. Meu pai diz que era a preocupação que passaram durante todas as minhas aventuras, mas na verdade era genético, e eu sabia que corria o risco de ficar com minha cabeça branca ainda bem nova.

Lembrei da Holanda e do Capitão Albart, levei as mãos as pernas e depois a correntinha que eu não tirava do pescoço, convidei sua família, mas não puderam vir. Lembrei da Espanha, eu ainda carregava sua marca na lateral do meu corpo, uma marca feia, não tão quanto as das pernas, mas feia o suficiente para eu sempre fazer careta ao vê-la, Charles insiste em dizer é uma marquinha sexy.

Lembrei das aventuras pelo Brasil, dali não tinha marcas tão fortes. Metade de nossa base se encontrava no casamento, e muitos ficaram tristes por terem de trabalhar.

Saí do veículo, meu pai me apoiava.

– Caramba, se você demorasse mais aquele cara ia morrer de ansiedade no altar. - o jogador falou sorrindo.

– Nem vem com essa, eu estou dentro do horário. - falei o abraçando - Mas e ele, como está?

– Magnifico - o jogador piscou e abriu a porta da igreja, começaria o casamento.

Tomei o braço do meu pai, eu estava nervosa, minhas pernas tremiam. os padrinhos e madrinhas começaram a entrar.

– Eu preferiria voltar a Holanda a passa rpor isso - cochichei para meu pai.

– Imagino - ele riu - Quando me casei me senti assim, só que eu queria voltar para a caçada.

Eu ri.

O tantararan começou, apertei o braço do meu pai, ele sorriu acolhedor. Passei pela porta, Charles estava de costas, virou e ao me ver sorriu, estava inseguro, eu nunca o vira daquela forma, balançou os ombros como se o terno do smoking estivesse muito apertado e não lhe permitisse se mexer confortavelmente. Tomou minha mão da do meu pai que piscou para ele que sorriu desajeitado me fazendo rir. Beijou meus dedos em um gesto delicado. Nos viramos para o padre.

Juares estava ali com sua família, estavam de férias no Brasil.

–*-*-*

Eu nunca ficara tão nervoso, Charles me ajudou a arrumar tudo, mas ainda assim eu me sentia inseguro, não sobre meu amor pela Yeva isso era mais do que certo, eu a amava e muito, mas o casamento, eu estava desconfortável, tremia.

– Ei, relaxa, você já passou por coisas piores do que o casamento - Charles falou percebendo meu nervosismo.

– Eu sei...

– Mas temos de ver que agora tudo está acabado para você - eu o olhei assustado ele ria, tentei sorrir, mas sem efeito - Posso te pedir uma coisa?

Eu o olhei terminava de fechar o smoking.

– Claro.

– Cuide bem dela. - sorri, dessa vez seguro.

– Não se preocupe, cuidarei - ele sorriu de canto e me abraçou.

Naquele instante senti que ele ainda tinha algo pela Yeva, talvez amor ou era só carinho.

Chegamos na igreja, fomos os primeiros a chegar, minha sogra e Camilla ajudavam a Capitã a se trocar.

Aos poucos convidados chegavam e iam se arrumando pelos bancos, pude ver Juares e com ele as lembranças da Espanha, nossas missões, Yeva sendo esfaqueada, eu sendo esfaqueado, a notícia da gravidez, ele bateu continência em um gesto simpático retribui com um aceno firme de cabeça. Tainá e Julio estavam ali também, e me apertaram a mão, estavam diferentes, mais maduros, Sara, Francis, Yago, Thiago, nem sabia que ela ainda mantinha contato com eles, todos me cumprimentaram.

– Quem diria - Thiago sorriu - vocês duraram.

– Digo o mesmo - falei desajeitado - Fico feliz em vê-los aqui e sei que ela também.

Todos se arrumavam pela igreja. Minhas mãos suavam.

Duas figuras passaram pela porta, me encararam, eu estava próximo ao altar conversando com Juares. As figuras caminharam até mim, fiquei assustado, não sabia como agir diante os dois, não sabia mais quem eram o que tinham se tornado.

– Charles... - a mulher falou - Você cresceu.

– Carmen - eu a abracei, senti meus olhos se inundarem - Carlos - abracei o homem que pareceu se assustar com meu gesto, mas logo me abraçou - Como... como vocês...

– A Yeva - Carmen explicou - você tem uma mulher de ouro ao seu lado, irmão.

– Eu sei disso - limpei as lágrimas.

– Vamos nos sentar - Carlos puxou nossa irmã.

Charles anunciou que ela chegara e a música começou, fiquei de costas por muito tempo até a música que anunciava sua entrada começar a tocar. Virei...

Ela estava linda, o vestido branco e o véu, seu jeito desajeitado, ali estava minha Yeva, ali estava minha noiva, ali estava minha esposa. Ela crescera tanto, estava tão diferente da menina que conheci, mas ainda assim tão igual, lembrei de quando me ajudou quando senti enjoou em um treinamento, sorri tímido, tomei-lhe a mão e beijei em um gesto bobo, nos viramos para o padre.

*-*-*

Ao fim da cerimônia, depois de receber arroz, fomos cumprimentados por todos.

– Yeva? - uma mulher alta, muito bonita, seus olhos brilhavam - Meus parabéns.

– Ai meu deus! - eu dei um pulo assustado. Charles riu. - Você é a Carmen - olhei o homem - E você deve ser o Carlos - o rapaz apertou minha mão.

– Eu a vi batendo em dezenas de homens, mas nunca a vi nesse estado - Juares comentou com Charles que concordou rindo.

– Prazer - Carlos falou - Posso te pedir uma coisa? - confirmei - Quero que cuide bem do nosso irmãozinho e... - Charles nos observava - não nos permita o afastamento mais uma vez, quero dizer, estamos em países diferentes, mas ainda somos uma família, não é?

– Pode deixar - sorri para os dois.

Fomos para a festa. Camilla me ajudava a atender todos e verificar que todos estavam comendo ou bebendo. Sentei sentindo meus pés inchados, tirei os sapatos. Charles, o jogador, sentou ao meu lado.

– Quem diria que você casaria antes de mim - ele riu, eu confirmei - É muito sexy te ver com esses pés tão inchados.

– Obrigada, eu acho. - ri. Senti uma contração, uma dor - Charles...

– Sim. - ele virou sorridente.

– Você pode chamar o Charles?

– Claro.

Ele saiu sorridente, eu senti minha roupa molhar, comecei a ficar ofegante.

– Oi, chamou? - Charles agachou a minha frente - Você está bem?

– Eu acho que... a bolsa estourou.

–Ah... A bolsa est... - ele levantou rapidamente - A bolsa estourou - gritou, as pessoas a nossa volta se calaram e formaram um círculo a nossa volta.

Charles me levantou em seus braços e abrindo espaço correu comigo, me colocou no carro e acelerou. Chegamos ao hospital e logo fomos atendidos.

Charles estava comigo na sala de parto, segurava minha mão com força. As vezes era curioso e olhava o processo de cesariana, outras apenas beijava minha testa para me acalmar. O primeiro choro, apertei sua mão com força, ele sorriu, limparam a criança e a trouxeram até nós.

– Como se chamará? - a enfermeira perguntou.

Era o menino, olhei Charles, combinamos que ele daria nome ao menino e eu daria a menina, fiquei curiosa.

– Albart - eu o olhei, meus olhos se enxeram com lágrimas, ele sorria.

A bebê nos foi mostrada. Ele me observava.

– Carolina - falei e senti sua mão pressionar a minha, era o nome da sua mãe, ele me beijou.

Já no quarto eu acordei com o horário do almoço dos bebês, primeiro Albart, ele dormiu, depois Carolina, ela também dormiu, ficaram em berços no meu quarto, Charles sorriu ao entrar.

– Temos visitas. - ele falou sorrindo e permitindo que Charles e Camilla entrassem.

– Nossa! - pude ver o jogador se emocionar - Eles são lindos. Quais s nomes?

– Albart e Carolina - respondi passando a menina para Camilla que sorriu.

– Esses nomes - ela nos olhou, confirmamos - Que homenagem linda.

O tempo não para e junto dele a vida corre, não foi diferente para nós, nossas crianças já falavam e andavam, eu e Charles mantínhamos a promessa de sempre ter um em casa.

Recebemos uma ligação, era sábado a noite, as crianças dormiam, Carolina deitada no pai e Albart em mim.

– Camilla? - perguntei terminando de engolir a pipoca. - Aconteceu algo?

– É o Charles - o jogador estava apreensivo - E... Ai meu Deus! Meu Deus!

– Respira e fala - estava no viva voz, Charles me olhou preocupado.

– Nasceu! Minha filha nasceu! - ele gritou histérico.

– O quê?

– Isso mesmo, nasceu agora e... - ele respirou - E... Vocês podem vir para Espanha?

Desligamos, verificamos como tudo estava, tínhamos tirado férias, as crianças também estavam de férias, nossos passa-portes estavam em dia e tínhamos o visto para Espanha, assim que pudemos pegamos um voo .

No hospital, Charles carregava Albart no colo e Carolina estava em meu pescoço. Entramos no quarto, o jogador segurava a menina e Camilla brigava com ele, ao nos verem sorriram.

– Posso pegá-la? - perguntei para o pai que me esticou a criança depois que o Contra-almirante tirou nossa filha de meu pescoço - Ela é linda... - eu os olhei sorrindo - Como se chama?

O casal se olhou e depois para o Contra-Almirante, Charles crescera, não diferente de mim que agora tinha aposição de Comodoro, os três sorriram.

– Yeva. - Charles me respondeu, eu os olhei emocionada.

Eu era a madrinha da criança e ela recebia meu nome, fiquei sem palavras, apenas abracei fortemente aquela que agora também deveria ser minha protegida.

Eramos uma família meio bagunçada, mas sempre nos dando bem, quando íamos a Espanha ficávamos na casa de Charles e quando ele vinha ao Brasil ficava na nossa ou na dos pais que por vezes eram chamados de vovô e e vovó pelos meus filhos. Os irmãos de Charles nos visitavam sempre que podiam, mas não passamos mais de dois anos sem nos vermos.

Tenho que admitir que não foi fácil e as vezes a missão de mãe me fazia querer voltar a Espanha ou a Holanda, mas tudo valeu a pena. Tudo estava em seu devido lugar.


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Notas finais do capítulo

Acabou e lágrimas correm pelo meu rosto, eu me apeguei muito a essa história e dá para ver pelo tempo que gatei em seu desenvolvimento. Peço desculpa por tudo, pela demora de postagens, pelos péssimos capítulos, mas agradeço que tenham acompanhado.
Bem, eu disse que contaria algo e aqui vou eu, estou pensando em continuar a Força Especial da Marinha, mas não seria com a Yeva ou com os Charles, seria uma nova história, tendo participações deles, porque, afinal, são personagens aos quais me apeguei e dentro do meu universo se tornaram grandiosos. Mas ainda estou amadurecendo essa ideia e assim que tomar a decisão aviso vocês.

Sentirei falta de todos, abraços :*



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