Força Especial da Marinha escrita por Vlk Moura


Capítulo 25
Saudade


Notas iniciais do capítulo

OI!!!! Faz tempo que estou para postar algo, mas ando tão sem tempo, peço mil desculpas para vocês.
m(_._)m



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Acordei assustada, olhei em volta, era meu quarto. Ao lado da cama uma bandeja, pão, suco, café, frutas, um bilhete "Espero que esteja se sentindo melhor" era a letra do Capitão Charles "O médico pediu para que tomasse os remédios, se cuida" a letra do jogador. Coloquei os dois de lado e comi, o remédio estava ao lado da bandeja sobre um guardanapo. Tomei e me levantei, coloquei a farda e corri para a sala de reuniões, eu mancava um pouco e sentia meus braços dormentes.

– Vamos, corram! - ouvi Juares gritando para alguns marinheiros - Seus lerdos, corram mais rápido.

– Senhor... - ele não me olhou, mas percebi os ombros encolherem com o susto - O que meus homens estão fazendo correndo como loucos? - eu o olhei, ele me olhou.

– Você estava dormindo, estão sob meu poder.

– Estou melhor. Descansar! - gritei, eles me olharam assustados - Chuveiro! - eu olhei Juares - Tenho que me desculpar por ter me comportado como uma criança com o senhor.

– Que bom que reconhece - revirei os olhos - Mas não pense que isso fará com que volte para a missão.

– Juares...

– Capitão.

– Juares - repeti e cerrei os olhos observando sua boca se mexer em desgosto de minha teimosia - eu fui mandada para cá por estar em plena condição de participar de sua missão em campo, pode contatar meus superiores se quiser.

– Não confio em seus exames - ele me olhou e sorriu ao perceber meu incomodo.

– Peça novos daqui, então, farei todos e irei provar que estou ótima.

– Que assim seja, irei encomendá-los agora mesmo.

Ele me deu as costas, caminhei pelo campo de treinamento, recolhi parte do material utilizado no treino. Fui até o refeitório, meus marinheiros reclamavam do treino quando passei por eles e o silêncio os tomou.

– Capitã, a senhora está bem? - um deles perguntou.

– Estou sim, não se preocupem. - eles sorriram - De agora em diante quero que escutem apenas a mim e ao Capitão Charles a nenhum outro, me ouviram?

– Sim, senhora - bateram continência.

– Ótimo - sorri - Tenham um bom almoço.

Sentaram, sentei junto dos outros capitães. Comi em silêncio, não vi Charles em nenhum momento daquele dia.

Ele retornou dois dias depois, carregava uma arma nos ombros, estava sendo seguido por mais cinco oficiais que pareciam bem cansados. Ele sorriu para Juares quando chegou e jogou para ele uma papelada encharcada, pelo cheiro, com água marinha. Ele se jogou em um dos bancos.

– Senhor? - ele me olhou - O senhor está bem? - ele sorriu para mim, observei um roxo em sua bochecha, a gengiva machucada.

– Estou sim. - ele falou - Cansado, surrado, mas bem. - ele se levantou com força, cambaleou, eu o segurei, ele sorriu, passei seu braço pelo meu pescoço, segurei seu casaco molhado e rasgado na lateral, meus dedos sentiam suas costelas - Acho que é a primeira vez que você me serve de escoro.

– Também acho, isso tinha de acontecer algum dia. - sorri.

As pernas do Capitão tremiam conforme se firmavam, ele tentava não jogar seu peso sobre mim, mas eu o forçava a fazê-lo, na enfermaria os outros oficiais estavam recebendo atendimento e alguns outros feridos eram atendidos. O sentei em uma maca, ele parecia atordoado e sorrir par ao nada.

Um médico o examinou rapidamente, disse que estava desidratado, e tinha alguns machucados de brigas, mas nada sério, o deixou de repouso no soro e pediu para que eu voltasse ao fim da tarde para ajudar Charles a se locomover até o quarto.

Os feridos gravemente eram os únicos a ficarem realmente internados, todos os outros eram levados aos seus dormitórios e lá eram tratados.

Treinei durante a tarde e fiz os últimos exames que Juares pediu, a médica disse que eu estava ótima e que os exames não poderiam dar resultados mais satisfatórios para o capitão.

Charles estava sentado na maca, torcia o pescoço, ouvi os estralos. Ele me olhou ainda meio tonto.

– Se sentindo melhor?

– Um pouco - falou sorrindo.

– Consegue andar? - eu estava de frente para ele. O capitão desceu e cambaleou, eu o segurei - Acho que não, ele rio desajeitado - Espera, seu joelho. - o fiz se sentar - Esse roxo, você caiu?

– Eles me agrediram demais - ele falou - mas consegui me salvar. Sinto dores por todos os lados. - ele esticou as costas.

– Vamos. - eu o apoiei.

Ele mancava conforme andava. Vê-lo dessa forma partia meu coração, eu era quem sempre era carregada, não ele, começava a acreditar que era um super-homem. O sentei na cama.

– Trancou a porta? - confirmei acenando - Ótimo. - ele me puxou, segurei meu peso nos braços, ele apertava minha cintura contra seu corpo - Está com medo de mim?

– Estou com medo de te machucar. - falei o olhando. Ele me soltou e me empurrou de lado - O que foi?

– Não gostei do seu olhar. - eu me sentei, não o olhei, estava diferente, não ele, mas nossa relação - Você parecia com pena.

– Não parece, estou.

– Não deveria.

– Charles, eu nunca o vi dessa forma, quando o peguei parecia um bobo-alegre, estava rindo para tudo, agora está com vários hematomas, como eu deveria me comportar - ele deu de ombros - Você me olha assim também... - ele me olhou. - Com pena... Todas as vezes que me meto em algo.

– Porque me preocupo... - ele sorriu, um riso que fez meu coração acelerar como a muito não acontecia - E sempre vou me preocupar com você.

– Eu também. - sorri e apertei seus dedos entre os meus, ele olhou parecendo surpreso, colocou a mão em volta da minha e me puxou para perto mais uma vez. Eu parei o movimento antes que meu corpo batesse contra o dele, ele me olhou, parecia triste por aquele ato, eu sorri de leve e o beijei, um beijo que a muito eu queria lhe dar.

Ele tirou meu braço de apoio e me fez deitar, o corpo sobre o meu, senti seus lábios em U montando um sorriso que fui obrigada a acompanhar. Ele se apertou contra mim, eu sentia o calor de sua pele tocando a minha.

– Senti sua falta. - falei entre os beijos.


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