Força Especial da Marinha escrita por Vlk Moura


Capítulo 20
O que custa? Ganhei férias


Notas iniciais do capítulo

Yeva



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Charles passou uns dias em casa e logo sai de férias, ele queria ir visitar os pais, eu havia me mudado para ficar mais próximo do serviço e meus pais quiseram vir comigo, então acaba que a casa é minha e meus pais moram comigo e não o contrário. 

- Eu posso ir com você? - perguntei para Charles.

- Visitar meus pais? - confirmei - Eles iriam adorar revê-la.

- Faz muito tempo que não falo com eles.

- Idem. - ele colocava a bolsa no carro - Cadê suas coisas?

Arrumei tudo e coloquei no carro, eu e o Capitão não haviamos terminado nem nada, mas entre nós tinha uma névoa agora. Avisei a meus pais que tinham saido para trabalhar, tentei falar com Charles, o Capitão, mas ele estava em uma reunião e não queria incomodar eu sabia como eram as coisas. Entrei no carro bati a porta.

- Vamos? - ele deu a partido assim que confirmei com um aceno, olhei para o celular, selecionei o numero do Capitão, tentei mais uma vez e nada.

Paramos em um semaforo, estava frio, coloquei a blusa, eram oito da manhã ainda, teriamos uma pequena viagem e duas horas, não era distante, mas se pegassemos transito teriamos a chande de levar cinco horas até lá. 

Tentei ligar mais uma vez e nada. Deixei uma mensagem dizendo que eu não estaria em casa nos próximos dias. 

- Meus pais compraram uma fazenda - Charles começou a explicar enquanto mudava de faixa - Estamos indo para  lá. - ele me olhou - Só uma operadora pega, se quiser pode usar meu celular para falar com ele.

- Acho que não precisa, obrigada.

Ele apoiou o braço a janela e ficou fitando o transito de dentro da cidade, ele estava sem blusa, os pelos do braço eriçados, peguei a sua jaqueta jogada no banco de trás e entreguei a ele, me olhou e sorriu agradecendo, coloquei o pé no painel e fiquei balançando, ele ria e lembrava de quando viajamos com meu pai que eu fiz a mesma coisa.

- E Camilla, se adaptou?

- Aprendeu algumas palavras em holandes e agora estará mudando de língua, acontece - ele rio - Ela fica brigando que eu nunca posso ajudá-la e diz que eu treino muito - ele passou a mão pelos cabelos como fazia em alguns momentos de estresse.

- Normal. - dei de ombros - Eu também ficaria brava se meu namorado desse mais importância ao trabalho do que a mim, mas eu tentaria entender ainda mais se ele ganhasse milhões.

- Interesseira você. - ele falou mudando de faixa e acelerando, estavamos na rodovia.

- Vai dizer que você não faria isso se caso tivesse uma namorada que ganhasse muito - ele balançou a cabeça concordando.

Rodamos um tempo com sinal de rádio até que este acabou e começamos a colocar CDs. Ele entrou em uma cidade pequena, parou em um mercado e comprou algumas coisas e um bolo de festa, eu havia me esquecido, era aniversário da mãe dele. Entramos em uma estradinha de terra, eu carregava o bolo, ele parou de frente para um portão enorme, desceu e abriu, para fechar eu desci e o fechei, andamos por um caminho de pedras para chegar até a casa que era enorme, alguns cachorros seguiam o carro.

O pai dele surgiu a varanda e gritou para os cachorros que seguiram sua voz, ele os prendeu em um cercado, Charles parou o arro, peguei o celular e olhei as horas e junto delas três chamadas do Capitão e duas mensagens. Coloquei de volta no bolso e fui ajudá-lo a tirar as coisas do carro, peguei minha mala e mais algumas sacolas, o pai dele o apertou bem forte e pegou as sacolas, veio até mim e me apertou bem forte, entramos, dois andares, uma sala enorme, uma sala de jantar unida a essa, uma escada ao canto que dava para um andar só de quartos.

- Querida, venha ver quem chegou! - o pai dele gritou, a mulher apareceu na porta e veio correndo até nós. Ela me abraçou com muita força, eu tentei retribuir sendo gentil, meu celular ainda tinha sinal ali.

- Pode ficar no primeiro quarto - ela falou apontando - Eu estava fazendo o almoço, irei servi-lo em alguns minutos.

- Certo.

Eu coloquei as sacolas na cozinha e já podia sentir o cheiro do almoço indicando que eu estava com fome, coloquei as coisas no quarto, ouvi Charles dando passos longos e batendo a porta do quarto ao lado. Peguei o celular novamente, olhei as chamadas perdidas novamente e uma delas não era do Capitão e sim da minha mãe, depois eu ligava para ela. Olhei as mensagens: "Você viajou? Com quem?", "Falei com seus pais, por que você foi com o Charles?".

Joguei-me no colchão e digitei de volta "Eu estava de férias e fazia tempo que eu não via os pais dele, foi uma boa ideia" mandei, deixei o celular no quarto e desci para comer.

Os pais perguntavam como ia o meu trabalho na marinha e o de Charles no futebol e então ele contou a mesma história que havia contado para mim e meu pai, o almoço da mãe dele tinha o frango especial com legumes que sempre conquistou meu estomago, quando terminamos de comer o pai foi nos mostrar a fazenda. Os cachorros ainda presos faziam barulho. 

Na saída dos fundos havia uma piscina aquecida e uma área de churrasco, mais abaixo um pomar e uma plantação com legumes e verduras, mais ao longe algumas galinhas, duas vacas e um boi, e na mesma área dois cavalos marrons e brilhantes, fui até eles e passei a mão pelo rosto de uns que bufou me assustando e fazendo Charles rir.

Voltamos para a casa, a noite já estava caindo, eu estava com frio e fui tomar um banho, peguei minhas coisas e fui par ao banheiro, sai e me deparei com Charles de toalha gritando para o pai que o chuveiro do quarto não estava funcionando, estava molhado o cabelo escorrido pelo rosto, ele me olhou e percebi que ficou corado e voltou rapidamente para o quarto. Entrei no quarto o celular apitava.

"Por que não está atendendo o celular?", "Aconteceu alguma coisa com você?", "Yeva, o que está acontecendo?"

Peguei o celular, sentei na cama. Tocou, tocou e no terceiro o Capitão atendeu.

- Por que não atendeu as ligações?

- Oi, eu estou bem, viemos muito e obrigada por perguntar. - falei e deitei na cama.

- Aconteceu alguma coisa? Há algo que queira me contar?

- O que, por exemplo? - Ele reclamou algo - Charles, não aconteceu nada, eu apenas quis vir rever os pais do Charles, nada demais.

- E por que me avisou por mensagem?

- Você estava em reunião, tentei te ligar e nada aconteceu, então mandei mensagem, e olha que pensei em nem avisar. Meus pais já sabiam, nada mais que o necessário.

- Yeva - ele começou - eu vou voltar para a Europa - ele falou enfim - Hoje a reunião era sobre isso, aceitei a missão em Portugal, a mesma equipe que foi comigo para a Holanda.

- Isso me inclui? - perguntei me sentando.

- Incluiria, mas disseram que você não está em condições para uma missão de risco, tentei convencê-los, mas não adiantou, sinto muito.

- Tudo bem. - falei.

- Não está, percebi pela sua voz, não está tudo bem.

- Quanto tempo?

- Seis meses. - um longo silêncio constrangedor. - Mas está tudo bem mesmo?

- Quando você vai?

- Depois de amanhã, - ele suspirou - queria te ver antes de ir.

- Sinto muito.

Desligamos. 

Chamaram para comer algo, desci as escadas e fiquei em silêncio por um tempo, depois fomos com cobertores para fora da casa, esticamos toalhas na grama, só eu e Charles e deitamos embaixo das estrelas, estava um frio gostoso.

- Você estava bem quieta, o que aconteceu?

- Foi coisa do trabalho - ele me olhou e eu retribui - disseram que eu não estava em condições para uma missão.

- Nossa! Por culpa das pernas?

- Deve ter sido. - falei - Mas não me importo, logo estarei cem porcento e irei para muitas missões.

- Sei que vai. - ele falou rindo.

Dormimos na grama.

Senti pés em cima de mim, junto a baba, olhei para Chales ele estava sendo pisoteado e também havia acordado, levantamos assustados e encontramos cachorros deitados conosco e cachorros lambendo, andando, babando. Recolhemos tudo e cada um tomou seu banho quentinho, e no café ficamos rindo, porque os pais dele achavam que tinhamos voltado para os quartos e não que tinhamos dormido de fora.


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Notas finais do capítulo

^^ Espero que estejam gostando.