POV Austin

- Trish, temos que ir mesmo para Miami hoje? - Eu comecei a correr atrás dela no aeroporto por que ela estava andando muito rápido.

- Sim, seu pequeno show naquele clube foi adiantado e você terá outro na Sexta que vem. Além do que, a gravadora quer você lá para gravar mais algumas músicas.

- E o resto da banda?

- Eles vão no outro jatinho mais tarde, agora vamos logo. - Peguei as malas e dei a um dos seguranças para levar ao jatinho, o outro ficou conosco para nos proteger das fãs.

Quando estramos, botei meus fones e comecei a escutar música. A Trish estava sentando do lado da janela olhando a paisagem, que na verdade eram só nuvens.

- Estou com tanta saudade da minha família. Não consegui ver eles durante esses...

- Dá para calar a boca Trish? Eu queria dormir sabia?

- Nossa Austin, não precisava ser grosso.

- Foi mal Trish, é que eu estou nervoso. Não vejo meus pais a dois meses mesmo eu mandando aquelas passagens para eles. Sabe onde devem estar? Em um cruzeiro já que eles não tem mais um filho pra cuidar e amar.

- Ah Austin, vem cá. - Escorei minha cabeça em seu ombro, enquanto ela me abraçava. Por mais que ela fosse mais velha que eu, sempre a consideraria uma minha irmã mais velha para mim. - Tenho certeza que eles te amam.

- Amam o meu dinheiro isso sim.

- O que você vai fazer em relação a eles?

- Como eu já tenho 18 anos, comprei um apartamento só para mim e vou morar lá. Já mandei levarem todas as minhas coisas para lá.

- Só não se esqueça de convidar sua amiga aqui para ir nas festas que você vai dar tá?

- Fechado kakakakakakakakakakaka, se eu der festas obviamente. - Comecei a bocejar.

- Tá com sono? Quer dormir?

- Acho que sim. Posso continuar com a cabeça escorada no seu ombro?

- Pode. Quando chegarmos eu te acordo.

- Obrigada Trish, além do mais seu ombro é confortável.

- Gostei de saber disto kakakakakakakakaka. Até daqui a pouco loiro.

- Até. - E assim dormi.

......

- Austin, chegamos.

- Já, estava tão bom o sono.

- Kakakakakakakakaka, temos que ir.

- Ok. - Descemos do jato e entramos em uma limusine já com as bagagens no porta-malas para irmos à nossas casas.

Chegamos mais rápido a casa da Trish apesar de ter demorado uns 20 minutos ainda.

- Vou indo Austin, você vai ficar bem lá sozinho?

- Mais tarde você não quer comer uma pizza lá comigo? - Ela sorriu, acho que sabendo que eu ia falar aquilo.

- Você paga kakakakakakakakakakaka.

- Tudo bem kakakakakakaka. - Fechei a porta e pedi ao motorista me levar ao meu novo apartamento.

Quando cheguei lá fiquei muito feliz em não ter encontrado nenhuma fã na entrada e segui meu caminho. O elevador demorou um pouco, mas quando cheguei fiquei muito feliz em ver minha nova "casa".

Todas as paredes da sala era azuis. Tinha uma televisão de plasma, uma mesa de jantar, um sofá enorme que com certeza caberiam "bilhões" de pessoas, e muitos quadros. Tinham três quartos lá, dois de hóspedes e o meu que era o principal e tinha a letra A na porta. Entrei e me senti em meu próprio mundo. Encontrei meu primeiro violão, minha guitarra, alguns posters da banda, um quadro com nossos autógrafos que eu gosto de pendurar, acho que dá sorte e uma foto de família. A cama nem vou falar que era enorme.

Deitei-me um pouco, mas logo recebi uma ligação do Rocky.

- E ai Austin? Já chegou?

- Sim, e vocês, onde estão?

- Estamos indo para o aeroporto ainda, vai demorar algumas horas para chegar ai e eu falei com a gravadora, e disseram que  hoje você está livre para andar, começaremos amanhã, já que no dia seguinte teremos o show.

- Tá. Vocês estão de acordo em fazer o show no clube certo?

- Claro que sim. Aquele foi quase que o nosso passo inicial para o começo da nossa carreira, temos que salvar aquele lugar.

- Valeu.

- Então até mais tarde ou amanhã cedo.

- Tchau. - Desliguei o telefone e resolvi sair um pouco de casa. Peguei um casaco com um capuz que tinha, um óculos de sol e peguei meu carro para dirigir por ai.

Lembrei de um shopping que eu costumava ir e resolvi dar uma passadinha lá para ver se tinham coisas novas. Vai que eu ache coisas interessantes.

POV Ally

- As vezes eu acho que o meu pai não vai nessas convenções e sim vai encontrar minha mãe na África.

- Por que você pensa isso? Kakakakakakakakaka.

- Sei lá.

- Querida, eles vão matar a saudade só que desta vez com camisinha para não terem outra filha.

- Ou com pílula como minha mãe me ensinou.

- Tanto faz. - Penteei meus cabelos e peguei minha bolsa. - Você vai ir com o mesmo vestido que foi hoje de manhã?

- Sim.

- Tudo bem. Ah, e você quer ajuda lá?

- Claro, com a loja tão movimentada vou querer mesmo.

- Você está sendo irônica não é mesmo Ally?

- Estou sim.

- Então vou ficar aqui na sua casa e você vai lá.

- Claro, cuide da minha casa senhor Dez.

- Pode deixar.

Peguei as chaves do carro e fui até a Sonic Boom.

Cheguei lá e vi vários pacotes de instrumentos na entrada. Os levei até o interior da loja e depois comecei a guardá-los.

Botei a plaquinha na porta da entrada como "Fechado" por que não queria atender ninguém e provavelmente ninguém iria vir e comecei a organizar uns papéis do meu pai no escritório dele.

Quando estava no final, escutei a porta lá de baixo ser aberta e fiquei assustada. Desci rapidamente as escadas e vi um garoto de capuz tocando em um piano que tinha lá. Que ódio, as pessoas não sabem ler placas não?

- Oh garoto, você não sabe ler placa não?

- O quê? - Ele me olhou com aqueles seus olhos castanhos. Já vi esses olhos em algum lugar...

- Primeira placa, "Fechado" quer dizer que a loja não está aberta queridinho. E a segunda dizia "não toque nos instrumentos". É muito difícil ler?

- Acho que sim, mas com alguém tão metida como você acho que posso aprender.

- Metida, eu? Tem certeza? Ao menos eu sei ler placas simples de serem entendidas.

- Você já pensou em ir a um psicólogo? Gente chata tem cura.

- Aprender a ler também.

- Você sabe com quem está falando?

- Não e nem quero saber por que a dona da loja está te expulsando.

- A dona da loja? Quem?

- Lerdeza também tem cura viu. Vaza da minha loja.

- Ah, você é a dona?

- Não, será que sou eu mesmo? Óbvio né garoto, agora some.

- Olha que... - Comecei a empurrá-lo para fora.

- Tchau. - Fechei a porta na sua cara e vi seu óculos caído no chão. O peguei e quando fui abrir a porta para possivelmente sair correndo atrás dele e devolver vi que ele ainda estava sentado em um banco olhando para loja.

- Sabia que um dia você teria que sair, só não espera que fosse tão rápido.

- Ha-ha-ha. Só vim devolver seus óculos.

- Era isto mesmo que eu queria. Valeu. Talvez você não seja tão chata assim.

- Ainda não retiro minha opinião sobre você. - Fechei a porta novamente e escutei sua fala do outro lado da porta.

- Posso saber ao menos o seu nome?

- Ally. - Ficamos em silêncio um tempo.

- Você não vai querer saber o meu?

- Já sei o seu nome.

- Já? E qual seria?

- Austin Moon.

- Você é uma fã?

- Não, pode ter certeza que não, mas você deixou aparecer seu colar da banda e o capuz não escondeu todo o seu cabelo loiro.

- Ah certo. Então vou indo. Espero te encontrar de novo senhorita Ally.

- Se isso não tivesse sido uma despedida, juraria que foi uma cantada. Agora tchau.

- E foi. Tchau.

Abri a cortina que estava cobrindo a porta e não o vi mais lá.

Meu coração estava quase sendo vomitado por mim. Ele era mesmo o Austin Moon!

Peguei minha bolsa, tranquei toda loja e sai correndo para casa. Precisava contar isto ao Dez!