POV Ally

- Olha, eu curti a companhia e você? - O Dez falou sentando no sofá já de pijama como eu.

- Foi divertido.

Aproveitamos a tarde com os dois e fomos assistir filmes (uma maratona dos filmes "Zaliens"), estreando a sala de cinema nova da casa do Dez. Acho que eu dei vários cochilos, pois achei o filme entediante e além do mais o cafuné do loiro era muito bom.

A Miranda fez o almoço, o lanche e a janta, com certeza me deixando com bastante quilos a mais, apesar do Dez dizer que se eu comer um elefante ainda não vou engordar.

- E você coladinha no Austin em. - Ele me lançou um olhar totalmente malicioso.

- Não é nada disso, ele só me serviu de almofada.

- Sei, uma almofada totalmente confortável.

- Cara, da tua boca só sai merda. - Ele riu e arrumou seu travesseiro. - Além do mais somos amigos agora e como ele quis sentar perto de mim aproveitei para me aconchegar em seu colo.

- Depois eu que sou o pervertido.

- Tu pensou besteira né safado? - Peguei meu travesseiro e bati nele.

- Quando você era mais nova não tinha toda essa força, acho que suas noites de sexo estão servindo para alguma coisa. - Ele se levantou e ficou do outro lado da mesa de jantar e eu me levantei para tentar bater nele.

- Como sexo iria me ajudar?

- É tipo uma academia entendeu? Ele te dá mais força, fôlego e resistência.

- Quando eu te pegar... - Comecei a correr atrás dele, que ainda estava do outro lado da mesa.

- Ui! Você vai fazer as mesmas coisas que faz com o Austin? Eu vi você fazendo um boquete nele.

- Veado, filho da... Espera, eu gosto da sua mãe. Seu puto! - Tive a brilhante ideia de subir em cima da mesa e consegui bater nele, apesar de ter caído antes.

Acho que eu mais ri do que bati nele. Depois dessa nossa seção loucura nos sentamos no sofá novamente.

- Mas me fala, por que você deu uma chance para ele como amigo?

- Por que sim.

- Você está me escondendo alguma coisa. Fala pro seu amigo ruivo aqui.

- Eu não quero me machucar.

- Mas você não vai se machucar. E você fala como senão fosse namorada do Elliot a quase um ano.

- E eu me arrependi muito. Ele parecia que não me amava e só queria brincar comigo, e o pior, ele era muito ciumento.

- O Austin não é como ele, dá uma chance para o coitado.

- Eu estou dando.

- Como amigo não adianta muita coisa.

- Adianta sim, só tem um problema.

- Qual?

- Tenho medo de me apaixonar.

- Não, sério? Até eu já estou apaixonado por aquele corpo. Que garoto gostoso em!

- Não brinca, é sério! Mas eu vou dar um jeito.

- Qual era o tamanho do... - Ele ia falar aquela palavra que vocês já devem imaginar para me provocar ainda mais, porém recebeu uma ligação de um número desconhecido. - Espera ai.

- Bota no viva-voz, adoro escutar suas conversas.

- Tudo bem. - Ele atendeu e botou no viva-voz.

- Alô?

- Alô? Gatinho é você?

- Quem fala? - Era uma voz masculina que nem eu pude identificar.

- O garçom gato. - Não controlei minhas risadas. - Espera, quem está ai com você?

- Minha namorada.

- Ah sim. Eu estava pensando senão podíamos ir em um encontro, hoje é minha noite de folga.

- Não vai dar, eu estou aqui na casa dela.

- Tudo bem, o que vocês vão fazer?

- Eu vou sair com ela em um encontro.

- Posso ir?

- Não! Depois vamos para um motel.

- Não me importo de fazer suruba com vocês. - Que dor no estômago! Vou acabar quebrando minhas costelas de tanto rir!

- Fofo, eu tenho que ir, tchau. - Ele desligou o celular rapidamente e depois olhou para mim assustado. - Como é que você não me lembrou de trocar o número deste celular?

- Kakakakakakakakakakaka. Eu vou acabar me mijando aqui.

- Sua boba! Eu vou dormir. - Ele se levantou irritado.

- Achei que iria dormir aqui na sala.

- Desisti.

- Olha que para um gay você não curte muito uma banana.

- Vai se foder Ally!

- Espera ai, tem uma bolsinha? Vou ali na esquina.

- É o melhor que você tem a fazer mesmo. - Ele me mostrou a língua e depois começou a subir as escadas. - Como você já sabe onde é o quarto de hospedes eu vou para o meu quarto, boa noite!

- Boa noite. - Ri mais um pouco e depois fiquei deitada ali mesmo. Acabei dormindo com uma certa cabeça loira que particularmente não queria sair de meus pensamentos.

POV Austin

- Nunca fiquei tão feliz! - Eu entrei em meu apartamento com a Trish. Ela que me trouxe e disse que ia dar uma descansada aqui antes de ir para casa e ser xingada pelos seus pais por não ter atendido as ligações. Por mais que ela já tivesse dezessete anos, pais são pais e se preocupam totalmente com seus filhos. Merda, fiquei triste agora!

- Foi muito divertido. A garota é super legal e acho que vou virar amiga dela rapidinho.

- Ela é legal e perfeita.

- Só não vou dizer que ela é perfeita para não parecer muito lésbica, mas você tinha razão, ela é muito bonita.

- Me responde uma coisa, você e o Dez já estão namorando?

- Tivemos uma noite e estamos nos conhecendo agora, mas ele disse que num futuro próximo quer ter um compromisso comigo.

- Vocês formam um par legal. E estranho ao mesmo tempo.

- Ele é totalmente pervertido e eu sou totalmente safada, par perfeito!

- É.

- O que foi? Você desanimou rapidamente.

- Eu queria ter algo a mais com a Ally, mas ela me deixou na zona de amigos apenas.

- Mas você vai ter. Pensa que eu não vi quando ela botou a cabeça em seu colo.

- Tá, mas isto qualquer pessoa faz.

- Olha, vai que ela teve um relacionamento complicado anteriormente e não quer acabar partindo o coração. Dá um tempo para garota.

- Eu sei, mas eu estou ligadão nela.

- Percebe-se. Além do mais, é melhor assim.

- Obrigada por me deixar feliz Trish. - Fui totalmente sarcástico e ainda lancei-lhe um olhar malvado.

- Não é isso, você tem uma imagem a seguir, você não acha que se os fotógrafos não descobrissem que você está saindo com ela não iriam fazer várias perguntas e acabar estragando com o relacionamento de vocês?

- Verdade.

- Dê tempo ao tempo, no final você vai ver que tudo vai se encaixar.

- Tudo bem.

- É impressão ou você está me escondendo algo a mais?

- Meus pais.

- Eles não te ligaram ainda né?

- Nenhuma ligação.

- Não fica assim! Vem cá - ela me abraçou - não fica triste.

- Eu não estou triste, só decepcionado. Não achei que eles fossem ser pais tão desnaturados.

- Olha, se quiser, eu me empresto como irmã, serve?

- Isso dai eu já tinha, mas tudo bem.

- Ai que fofo! - Ela apertou minhas bochechas. Odeio quando as pessoas fazem isto, mas particularmente me alegrou. - Eu tenho que ir, senão vou ficar mais ferrada do que já estou. Beijos.

- Tchau. - Ela foi embora me deixando só no apartamento. Deitei-me em minha cama sem ao menos trocar de roupa e dormi. Dormi pensando na morena que está abalando totalmente minhas estruturas. Só uma coisa ainda me incomodava: Eu sou tão tapado que ainda não peguei o número dela. Esperto você em, Austin!