A Garota Que Caçava Pássaros escrita por Duda


Capítulo 4
Capítulo 4 - Os gatafunhos de Brandon


Notas iniciais do capítulo

Oi, corujinhas.
Mil desculpas pela demora, mas tá aqui o mais novo capitulo da história. Espero que gostem.
Boa Leitura...
Sem mais demoras.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/381629/chapter/4

Entrei ou entramos, pouco importa não faz diferença, em casa. Estava capaz de cortar em pedaços milimetricamente pequenos aquela amostra de homem insanamente sexy e com um sorriso capaz de fazer uma lula parecer atraente.

_ Eles chegaram! – Beth gritou, aparecendo com um avental e com um facão na mão na porta da cozinha. –  Só vi sua mensagem na ultima hora. Como foram as coisas? Arranjou trabalho?

_ Sim, sua amiguinha acabou de assinar um contrato, em que prestará serviço num clube noturno onde ganhará três vezes mais do que aquilo que você recebe em duas semanas. – Brandon adiantou meu discurso e poupou minha saliva. Que ótimo.

_ Você o quê? – Ethan gritou deixando cair o queixo no ombro de Beth.

_ Foi exatamente o que ouviu! Em breve estarei rica e muito longe daqui. Mas agora está é na altura de eu ir pra longe desse cheiro terrivelmente delicioso e me acercar do banheiro. Estou morta. E preciso de um banho.

...

Quando entrei no quarto apenas cobrindo meu corpo com uma toalha e com o cabelo pingando oceanos, Beth estava sentada em sua cama. O que era estranho ela sempre ajudava seu homem com a comida.

_ Ethan dispensou sua ajuda?

_ Não. Eu é que… - ela parou e eu parei também revirando o olhar em sua direção. Ela o quê?

_ Eu é que… - exigi continuação.

_ O que aconteceu entre você e Brandon?

_ Como assim?

_ Fiquei sozinha na cozinha enquanto Ethan escapou até á sala. Reclamei sua saída sem aviso e quando estava procurando por ele ouvi Brandon contando desanimadamente alguma coisa para Ethan. Ele não está nada feliz com seu novo trabalho. Diria que se mostra muito preocupado e estava avisando Ethan disso mesmo.

_ Ele me fez recusar num sei quantos empregos. Ou porque a roupa era justa, ou porque o chefe não tinha ar de boa gente, ou porque o estabelecimento não tinha condições. Tudo era razão para implicar. Agora está amuado porque eu joguei na cara dele, que  não era nem meu pai nem meu agente. Amanhã com certeza acorda mais bem disposto. Deixe pra lá o que ouviu. Foram só bobagens.

Deslisei meu pijama de elefantes fofinhos e gordos sobre o corpo e saí, seguida de Beth que felizmente não fez nenhum comentário mais. Tinha chegado a hora de jantar.

Como sempre eu sou quem arruma e lava a loiça do jantar. Já tinha pedido pra Ethan comprar uma máquina, mas para alem de ter de pagar o produto teríamos que pagar a luz e a gente não tem propriamente muito dinheiro pra gastar.

Pus tido na bancada e fui passando o liquido enquanto assobiava a musica do Super Mario.

Pedi pra Beth esquecer o que ouviu, mas eu que não conseguia parar de imaginar o que Brandon podia estar dizendo para Ethan acerca de mim. Nem mesmo uma pilha de louça maior que eu fez meus pensamentos acerca desse assunto  desvanecerem. Limpei o ultimo prato e pousei no armário. Apagando a luz da cozinha e encostando a porta, caminhei até minha bolsa, estendida no cabide. Peguei meu maço de Lucky Strike incompleto, por falta de 4 cigarros, que tinha comprado e fumado de manhã e agarrei minha camêra.

Ethan e Beth não estavam na sala. Deviam estar no quarto pensando em bebês.

Sentando na cadeira da varanda da sala. Acendi o cigarro e levei os fones nos ouvidos, perdendo completamente a noção do mundo á minha volta e deixando a força da voz de 30 Seconds To Mars me envolver.

Como sempre a noite estava quente e o sol ainda não tinha desaparecido completamente, deixando seus raios traçarem a aurora laranja no céu enquanto o som habitual das pessoas na calçada tornava-se constante e massacrante.

A smurfette de pelúcia que Ethan ofereceu para Beth no Mc Donalds depois de comer um McLanche Feliz estava sentada na cadeira de meu lado, peguei nela para meu colo e fiquei olhando para o chapéu idiota que ela tinha na cabeça. E esses olhos de gato de botas? Coisa de gente sem imaginação. E porque tinham que desenhar a menina em versão de uma loira? Elas são chatas e irritantes, apesar de meu cabelo também ser loiro.

Quer dizer inicialmente eu era morena, mas á medida que foi crescendo o meu cablo mudou bastante. Sendo que minha raiz é escura e todo o resto é um loiro natural.

Ri por estar desmoronando a  smurf e depois peguei  minha camêra, apontando para o infinito e pressionando o botão de disparo.

Desde menina pequena que eu adorava admirar pássaros e fotografa-los. Era a dramatização da liberdade, da juventude e da adrenalina numa imagem exótica e rebelde.

Beth acha que eu na outra vida fui um pássaro e se realmente eu não tiver sido um, desejo arduamente pelo menos sê-lo numa vida que virá.

Rodei a objetiva e virei para meu lado direito focando e parando quando uma camiseta dos Ramones preencheu a tela. Levantei o olhar e encontrei uns óculos escuros virados em minha direção.

Brandon curvou os lábios e me deu um sorriso tão malditamente bonito que me fez querer apertar suas bochechas até ficar vermelho. Tirei os fones e o encarei, esperando sua boca divinamente beijável dizer alguma coisa.

_ Essas pantufas são muito sensuais. – olhei para meus pés que estavam apoiados em outra cadeira e percebi que estava na hora de deixá-la livre.

Ofereci um cigarro para ele e depois que o  acendeu virou o olhar para o infinito, ou pelo menos eu acreditei que seus olhos por trás dos óculos estava olhando para outra direção sem ser a minha, até ser pega de surpresa.

_ Sam Gosto de você, sabia? – Não eu não sabia, mas o que conta exatamente é que o  sentimento é reciproco.

_ Não, não sabia mas gostei de saber. – retorqui ao mesmo tempo que formava um sorriso bobo. E ele abanava a cabeça negativamente, sorrindo.

_ Agora vou ser marrento e chato, mas deixa eu saber isso apenas. – ele avisou. – Quantos anos você tem?

Minha idade para ele era assim tão importante? Qual o interesse de um cara saber quantos anos tem uma garota? Já deu pra perceber que não sou menor, e muito menos uma criança. Ou será que não?

_ È assim tão relevante saber a quantos anos minha mãe teve a infelicidade de parir duas aberrações totalmente iguais?

_ Sim é bastante. Diga Sam. Não me obriga a perguntar pra Ethan. E o que quer dizer com duas aberrações totalmente iguais?

_ Tenho dezanove e tenho uma irmã gémea, cinquenta segundos mais nova que eu. – demos um tragada ao mesmo tempo e expulsamos o fumo simultaneamente para o rosto um do outro.

_ Irmã gémea? – ele mostrou interesse. – E são iguais tipo daquelas sem diferenças visíveis?

_ Não nossas diferenças são bastante assinaláveis, tendo em conta que eu não uso uma mala de vinte toneladas em que mais de metade  do conteúdo é batom e cremes. Não encho a cara de blush de modo a que o meu peso triplica por essa razão. Não me visto de cor de rosa da cabeça aos pés e não vejo em arquinhos e fitinhas o acessório ideal para o cabelo. Já pra não falar que não tenho as unhas maiores que as de um gorila e que não sou perseguida por um bando de cadelas pulguentas que vestem imitações umas das outras.

_ Eu já entendi, vocês não podem sequer olhar para o rosto uma da outra. – ele finalizou rindo.

_ Mas e você, qual sua idade? – fui curiosa e esperta ao desviar o assunto. Era minha vez de sacar informações.

_ A suficiente para desviar certos pensamento de você da minha cabeça.

Meu rosto começou ardendo e gotas de suor escorreram por meu peito. Como era pra eu intender aquilo? Ele pensava em mim? Bem, eu também pensava nele, mas… Quando um  menino admite pensar na gente é bom, certo?

_Tenho 21. – ele percebeu meu sofrimento e descansou meu coração que rapidamente voltou para o estado normal.

Um silencio constrangedor vagueava enquanto a gente estava fixa nos olhos um do outro. O celular dele começou tocando e rapidamente Brandon correu para a dentro. Talvez não quisesse que eu ouvisse. Era compreensível.

Reparei depois que um bloco de desenho ficou pousado no assento dele. Curiosamente peguei e abri inocentemente encontrando 4 retratos de… de… MIM nas mais variadas ocasiões. Fui esfolheando e cada um parecia mais mágico do que outro.

Mas um foi especial. Eu estava dormindo, com a mão ao lado do rosto. Com uma suavidade, que eu acredito não ter. Relaxada e com os lábios um pouco rasgados, formando um discreto sorriso.   Meu cabelo estava solto sobre as costas nuas e meu piercing da nuca estavam em parte visível.

Parecia tão real. Cada traço perfeitamente riscado. E a cor escura do preto estava entredita entre cinzentos, brancos e cremes.

Pousei meus dedos sobre a folha e sorri. Brandon me desenhava sem eu saber. Mas era impossível, eu nunca adormeci na frente dele. Ele devia prestar muita atenção a mim. Pois todas as minhas curvas, linhas do rosto, marcas, rugas da testa e olhos estavam divinamente rabiscadas. Até o mais pequeno dos pormenores.

_ Sam, Sam, Sam, é feio mexer nas coisas dos outros sem pedir permissão.

Olhei pra trás e Brandon segurava a porta de vidro. As calças escorregavam pelos quadris. As mangas da camiseta estavam presas no cotovelo e um gorro branco caía pela cabeça, segurando os cabelos da nuca, enquanto uma pequena elevação de cabelo destacava a testa. Os olhos verde acinzentados brilhavam e um sorriso torto encantava seu rosto.

_ E-Essa-Sou-E-Eu? – gaguejei.

Ele apenas mordeu o lábio e erguei o cenho como se fosse obvia a resposta. Mas eu queria ouvir da boca dele.

Levantei-me e caminhei até centímetros nos separarem.

_ Sou eu? – rouquidão e pouca força já afetavam minhas cordas vocais, permitindo apenas a minha boca sussurrar as palavras.

Sentia a respiração dele em minha testa e nossos corpos estavam quase colados.

Ele humedeceu os lábios e o cheiro a tabaco fez minhas entranhas estremecerem.

_ É.

Putz!

Nossos rosto estavam tão perto que ao mínimo movimento POING, tudo podia acontecer. As respirações aceleraram e os batimentos cardíacos também , o suor queimava minha pele, os barulhos dispersaram, vários focos de luz iluminaram o rosto dele.

_ Tanta proximidade. Pode ser perigoso, Sam. – ele murmurou contra meu nariz.

_ Gente, não é tarde de mais para estarem acordados e ainda pra mais, ao frio na varanda?

_ Beth, estão mais de 17 graus aqui fora. – Brandon retorquiu, sem mover um único musculo, nem mesmo os dos olhos. Aguardava resposta, talvez.

_ Eu diria que passam dos 100. – segredei, não tão baixo quanto desejado, revirando os olhos e rugando pragas a minha parceira de quarto. afastando meu rico corpinho dele e virando costas. Era constrangedor ser pega por Beth nessas circunstancias.

Brandon exalou uma risada rouca para o chão e passou os dedos pelos lábios. Pegou seu bloco de minha mão, permitindo o toque de nossos dedos, recuou e desapareceu da minha vista na escuridão da sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se perderam tempo lendo isso, podem dar um sinal de existência e deixar um review pra mim, contando como estão, dando ideias, expressando opiniões. Qualquer coisa.
Em breve sairá o próximo.
Beijos,
Duda ♥