About Sirius Black escrita por Ster


Capítulo 59
Depois - 1980 - capítulo especial


Notas iniciais do capítulo

ESTOY LOUCA OU NINGUÉM NOTOU QUE O SIRIUS PEDIU A EMMELINE EM CASAMENTO NO CAPÍTULO PASSADO?
SÓ PRA CONFERIR.

Vamos lá.



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WHAT IF

CAPÍTULO ESPECIAL

1980

Ninfadora tinha brincado o dia todo, estava exausta.

Ted e Andie tiveram que resolver algo secreto, e eu tinha minhas suspeitas de que eles estavam tão pirados com a guerra que estavam pensando em testamento e essas coisas. A pequena menininha babando em meu ombro me fazia refletir muita coisa, ainda mais assim que ela estava com os cabelos no mesmo tom que o meu.

“Era para ser assim”, essa é a desculpa para tudo no mundo, e eu gosto de acreditar que talvez seja assim. Mas as coisas podem sair de controle se você parar para pensar profundamente em sua vida, no que deixou de fazer ou que fez, as decisões que tomou ou deixou de tomar...

E se uma coisinha que eu fizesse ou dissesse pudesse fazer tudo desmoronar?

E se eu tivesse escolhido outra vida para mim? Outra pessoa? Talvez nunca tivéssemos nos encontrado...

E se eu tivesse aceitado as regras da minha família?

E se o causador dessa guerra, nunca a tivesse causado?

Acomodei a adormecida Tonks em sua pequena caminha e desci as escadas, na escuridão e silêncio daquela casa, deitei-me no sofá, sonolento.

E se...

E se...

E se.

1980

POV OFF

– Sirius! – a voz aguda acordou Sirius Black naquela linda manhã de janeiro. O homem pulou da cama e foi para seu banheiro. Fez a mesma rotina de todas as manhãs, amarrou seu cabelo liso e sorriu para si mesmo diante do espelho. Sua pele perfeita e livre de qualquer cicatriz ou marca foi toda coberta por suas vestes de bruxo. Desceu as escadas da Mui Antiga e Nobre Casa dos Black em direção da cozinha. Walburga Black sorriu para o filho.

– Você vai tomar café antes de ir. Hoje é um dia especial, querido. – Walburga tocou o rosto do filho carinhosamente. – Vai operar aquele sangue-ruim. Já sabe as causas?

– Insuficiência respiratória, parada cardíaca... São tantas possibilidades de morte que estou até indeciso. – riu Sirius.

– Boa filho, isso é um verdadeiro Black. – sorriu Orion, adentrando na cozinha. Com um agitar da varinha, ele estuporou e reanimou o elfo Monstro por ter deixado seu café esfriar. Um bebê correu por toda a cozinha com sua varinha de brinquedo, enfeitiçada por Orion, que podia soltar faíscas, das quais podiam machucar apenas e exclusivamente o elfo.

– O pequeno Malfoy! – riu Orion, pegando seu neto no colo. – Oh meu Deus, parece que dorme e cresce mais!

– Crianças costumam fazer isso, tio. – riu Andrômeda Malfoy, adentrando na cozinha com o marido, Lucius. – Viemos para o café.

– Ah, isso é magnífico! A família está quase completa, falta apenas Ciça... – sorriu Walburga, pegando seu neto Scorpius no colo.

– Ela e Ludo estão na Escócia para o jogo de Domingo, certo? – Sirius tentou se lembrar.

– Desde que ela se tornou uma Bagman, não para de viajar! – comentou Lucius. – Sorte que Narcisa gosta de luxo e glamour.

– E Bella, onde está?

– Ah, sua irmã. – Orion parecia amargo. – Continua com a ideia de querer ser Ministra da Magia. Como se uma mulher pudesse ocupar tal cargo. Ainda mais uma mulher de vinte anos e solteira.

– Bom dia! – a perfeita Marlene Black entrou na cozinha aos sorrisos. Ela sequer tinha um vinco em sua roupa meticulosamente perfeita em cores uniformes e doces. Seu cabelo liso e muito bem cortado não tinha um fio fora do lugar e seu rosto perfeito também só afirmava que era não tinha um defeito sequer. Ela aproximou-se do marido Sirius e deu-lhe um rápido beijo de cumprimento. – Bebê Scorpius!

– Sabe o que seria bom? Se Scorpius tivesse um priminho. – Marlene Black engoliu seco diante da indireta do sogro. Dois anos de casamento e nenhum filho? Isso era desesperador! Graças a Merlin, Sirius não parecia concentrado na conversa, então Marlene e Sirius se despediram da família e foram para o St. Mungus.

Afinal, eles eram os perfeitos Black.

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– Se você injetar mais Poção de Fadetalina nele, pode parar o coração.

– Mas vai ajudar com o cérebro dele, fará a massa cinzenta...

– De que adianta um cérebro sem um coração?

– Pelo contrário, de que adianta um coração sem um cérebro. O coração pode bater, mas ele pode nunca acordar pois o cérebro não funciona!

– O paciente é meu.

– E o chefe me encarregou de cuidar dele.

– Você é só um auxiliar.

– Na verdade você é a auxiliar aqui. – Sirius Black e Piper Nott não estavam gostando de ter que trabalhar juntos. Ela era chefe do departamento cardiovascular, e ele da neurologia. Mais especificamente, Piper agia com seus pacientes com emoção enquanto Sirius seguia pela razão. Os dois andavam juntos pelo corredor, discutindo pelo paciente, mal notaram Marlene Black dentro do banheiro, selecionando várias poções preparadas por ela mesma, que ganhou mais de sete prêmios por Melhor Invenção de Poção, não conseguia solucionar seu problema.

Era estéril.

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– Vocês vão ser os próximos Black! – sorriu Lily Evans para Dorcas, fitando seu anel de noivado. Todos do Ministério da Magia conheciam o casal Dorcas Meadowes e Pedro Pettigrew, que era a união perfeita. E dizer que eles seriam os próximos Black, era mais do que um elogio, afinal, não havia um casal mais perfeito do que Marlene e Sirius Black.

– Que nada, seremos os próximos Potter! Noite passada nós saímos para jantar, então... – a porta abriu-se bruscamente. Parecia que o tempo tinha virado quando eles tiveram que olhar para a cara de Emmeline Vance. Ela andava como um robô e deixava claro o quanto odiava todos apenas com um olhar frio e congelado. Dorcas até perdeu a animação em falar sobre seu casamento.

– Bom dia, Vance. – sorriu Régulo Black.

– Oh, Régulo, não alimente os animais! – debochou Dorcas. James Potter entrou no ambiente com sua animação de sempre.

– Vamos lá pessoa, vários casos para investigar. – ele pegou alguns relatórios sob a mesa. – Alguém viu minha mulher?

– Por acaso sou eu? – a grávida Alice Potter apareceu na sala com os gêmeos Potter, Harry e Nick, e beijou seu marido longamente na frente de todos. E era possível ver o rosto de Lílian Evans assim que as bocas se desgrudaram.

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– Encontrado no beco, possível overdose. – Piper pegou o prontuário do paciente na maca e avaliou, olhando tristemente para o homem tatuado na cama. Começou a trabalhar com sua varinha enquanto os outros ajudavam, retirando sangue e entubando o jovem homem que ameaçava ter um ataque cardíaco a qualquer momento.

– Quem é o responsável? – perguntou a Nott.

– Eu! Fui eu quem o achei! – Dorcas Meadowes correu até a maca, parecendo enojada e preocupada. – Eu pensei que era um mendigo, então abaixei para dar uns trocados e então ele começou a se debater... Foi horrível. Olha, será que não tem álcool gel aqui? Eu tive que tocar nele! E olhe só como ele é, essas tatuagens e esses piercings...

– Senhorita Meadowes, gostaria que ficasse aqui, pois ele iria precisar de alguém quando acordar, sabe o nome dele? – Piper reavaliou o novo exame de sangue e todos os curandeiros ali se fitaram, assim como Piper também o fizera. – Alguém aqui sabe se é Lua Cheia?

– Ele disse o nome dele... Era algo como... – Dorcas fechou os olhos com força.

– Dra. Nott, a Lua Cheia é daqui a três dias. – informou uma curandeira.

– Droga... Acho que não consigo estabilizá-lo em três dias...

– O nome dele era... – Dorcas abriu os olhos e fitou o homem. – Remo Lupin.

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– O quê?

– Parabéns, doutor Black, sua Poção desestabilizou a circulação dele. – o garotinho de quatro anos fitava os curandeiros ao seu redor, jogando feitiços em cima dele. Piper estava desesperada analisando cada batimento cardíaco, enquanto Sirius notou algo de bom.

– Espere.

– Não podemos esperar, ele vai morrer!

– Nott, espere, olhe só a respiração. – Piper parou e sentiu a respiração do garoto e não acreditou que a poção que tanto criticou apenas por ser uma obra do grande e arrogante Sirius Black, havia curado seu paciente mais antigo.

– Não posso acreditar...

– Ele não vai precisar de pulmões novos. – Sirius colocou as mãos no bolso de seu jaleco segundos antes de Piper pular em cima dele em um apertado abraço, feliz, entre pulinhos de excitação.

– Oh meu Deus, eu acho que amo você! – riu ela. Sirius retribuiu, surpreso e assustado, não com o abraço, mas com a agitação na boca de seu estomago, com o medo dela poder ouvir seu coração acelerado... Ele gostou de seu perfume, e conseguiu notar o quão ela era bonita. Como nunca a notara antes? Estava tão focado assim em seu trabalho ou em sua mulher? Piper Nott o soltou e sorriu para Sirius Black.

E ele pensou porque não analisou as mulheres da casa Greengrass.

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Marlene Black andou lentamente pela tapeçaria dos Black.

Ela até sorriu ao ver o galho que interligava seu nome ao de Sirius, mas sentia vontade de queimar tudo aquilo ao não ver nenhum galho se formando entre os dois. De que ela servia para os Black se não podia dar continuação ao nome, ao sangue? Sirius iria continuar a amá-la depois de saber que ela era estéril? Claro que sim, Sirius era loucamente apaixonado por Marlene assim como ela sempre seria por ele.

Mas certas coisas nunca mudam.

E não importava quantas vezes ou quantos sonhos fossem feitos, os dois sempre se separariam em um ponto do tempo. Eram verdadeiros números primos, sempre impossibilitados de realmente se tocarem por algo entre eles e naquele caso, era toda uma vida. Eram feitos um para o outro, traçados exatamente para a perfeição.

E era por isso que jamais conseguiriam ficar juntos.

Marlene arrumou suas coisas sem derramar uma lágrima sequer e aparatou diante da casa dos McKinnon. A Rua Revolutionary Road estava ensolarada e azul, jardins verdes e cercas brancas perfeitamente alinhadas quase alheias a desgraça que iria cair.

Era 30 de Outubro.

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Emmeline Vance era consideravelmente odiada por todos.

Não que ela fosse uma má pessoa, pelo contrário, ela é altamente sociável e simpática, mas ela não gostava das pessoas ao seu redor. E também tinha uma leve preguiça em se relacionar ou forçar sorrisos para os mesmos. Fora atormentada por todos os seus anos em Hogwarts quando no primeiro ano, Dorcas Meadowes achou um poema escrito por ela para Remo Lupin, o garoto mais estranho e excluído de Hogwarts.

Ninguém sabia também que ela era apaixonada por Sirius Black.

Seus olhos brilhavam ao ver suas habilidades mágicas, sua facilidade em se relacionar e sorrir, ela adoraria ser ao menos amiga daquele homem que tanto admirava, mas ninguém queria ser amigo da Estranha Vance. E ela não se importava. Ali era um ambiente de trabalho e ela não se importava em ignorar a todos, mas tinha vezes que ela se sentia horrivelmente solitária.

Emmeline era uma espécie de intermediária entre aurores feridos e o St.Mungus. Uma espécie de formação entre Auror e Curandeira, na verdade ela vai a batalhas mais para cuidar dos feridos do que duelar.

Mas Emmeline estava furiosa naquele dia pois a Meadowes havia roubado seu caso.

– Quero que tire a Meadowes do caso. – Emmeline correu pelos corredores atrás do Dr. Black, que parecia nervoso. – Ela não tem capacidade. Mude a tabela.

– Vance, eu não faço essas decisões, meu pai é o chefe...

– Então faça ele mudar!

– É só um mestiço, é ótimo que Meadowes não tenha habilidades o suficiente, que morra, não irá fazer falta! – ele alterou a voz e aprofundou os passos, atraindo olhares. Emmeline não ficou por debaixo e também alterou a voz.

– Quero meu caso!

– VANCE! – outro sujo segredinho, Sirius Black tinha sérios problemas com raiva. Emmeline tinha a teoria da “House of Black”. Ele não se encaixava naquele meio, ele era diferente deles. Continuava arrogante e todas essas coisas, mas ele definitivamente não era igual a eles. E talvez isso o sufocasse tanto que ele descontava da maneira errada, como da última vez que ele espancara o melhor amigo, James Potter, o que causou uma separação definitiva dos dois no sétimo ano, e Pedro Pettigrew tomou para si o cargo de melhor amigo. Sirius bateu na vidraça da porta com tanta força que quebrou.

O silêncio tomou conta do lugar.

Emmeline deu um pulo com o impacto do vidro, ela sentiu medo e ele notou isso. Um raio de vergonha passou por seus olhos quando ela olhou seu punho já passando de vermelho para roxo, e os pequenos cortes entre os nós dos dedos. Os dois entraram dentro da sala que Sirius quebrara o vidro.

O som da respiração ofegante de Sirius o fazia parecer um bicho retraído, com medo de olhares. Emmeline trabalhou na mão do doutor Black com cuidado, decidindo que feitiço usaria para o roxo e inchaço.

– Não fraturou nenhum osso. – Para ficar roxo e inchado tão rapidamente, só tinha uma explicação, aquela não era a primeira vez que ele inventava de extravasar seu ódio em coisas sólidas demais. — Dessa vez.

– Por que está me ajudando? Não vai me denunciar? – após sussurrar o feitiço de reversão, Emmeline Vance olhou para Sirius Black.

– Sua esposa sabe disso? – Emmeline desviou o olhar.

– Ela me deixaria. Isso seria... Uma vergonha para os Black.

– E para o senhor? – Sirius olhou Emmeline, confuso.

Ela o deixou sem palavras.

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Piper chegou cedo em casa.

Deixou sua bolsa no sofá, tirou seu jaleco e jogou no chão. Tirou seus sapatos lentamente e silenciosamente. Gostava do silêncio de sua casa, o único momento em que tinha silêncio já que praticamente vivia no St.Mungus. Mas o silêncio não estava absoluto na casa dos Nott naquela tarde de Outubro. Piper ouviu risinhos abafados no andar de cima e apertou sua varinha enquanto subia lentamente suas escadas. Seu coração batia normalmente quando ela caminhou até a porta entreaberta do último quarto do corredor.

Ela abriu.

– Oh! – sob o lençol de seda verde, Preston Nott e Meredith Parkinson sob sua cama, em um ato obsceno que gravou-se a sangue na memória de Piper. Ela fechou a porta novamente, desorientada. E sob os gritos de protesto de Meredith e os chamados de Preston, Piper não conseguiu calçar seus sapatos antes de aparatar.

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Ele procurou em livros a definição de sociopata, mas ele achou a definição completamente injusta e desconfigurada. Era certo, ele sentia prazer em ver sofrimento. Ele olhava o rosto das pessoas calculando em como a mataria, de que forma a faria sentir a maior quantidade de dor que ele conseguisse fazê-la sentir.

Planejou por anos.

Ele que sempre fora gentil, atencioso, educado e até mesmo simpático, Tom Riddle era o sonho de consumo das vizinhas da rua Revolutionary Road. Era uma vizinhança mestiça, composta por famílias como McKinnon, Potter, Meadowes, Pettigrew... Ele gostava de apertar a mão de John McKinnon imaginando como seria arrancar seus olhos e coloca-los em uma panela como se fossem ovos. Será que ficaria igual a um omelete?

Tom ria consigo mesmo enquanto acariciava sua varinha. Já tinha sessenta anos e conseguira preservar sua aparência de quarenta. Sua casa era meticulosamente bem arrumada, Tom era possessivamente doente por limpeza. Ele sorriu para a lua naquela noite de Outubro, sabendo que a hora tinha chegado. Ele assistiu Marlene Black arrastar suas malas para dentro de sua casa e tocou sua varinha.

Uma Black na sua lista, ele não tinha planejado isso.

Um bônus, sorriu Tom.

Seria uma longa noite.

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Sirius estava inconsolável enquanto Andrômeda acariciava seu ombro, tentando acalmá-lo. Orion Black entrou no ambiente de queixo erguido, olhando o filho em desafio.

– Eu soube do ocorrido. – sua voz era extremamente autoritária. Os olhos vermelhos de Sirius se ergueram para o pai, a ponto de lágrimas ao ver que teria consolo. – E estou envergonhado.

– O quê? – Sirius uniu as sobrancelhas.

– Estou envergonhado que tenha deixado Piper Nott passar por cima de suas ordens. Isso me dá vergonha! Um Black não pode ser domado assim!

– Quem liga para Piper? Minha esposa saiu de casa, olhe a árvore! – Sirius ergueu-se do sofá e Walburga ficou tensa quando viu os dois homens extremamente parecidos se desafiarem.

– Pelo amor de Merlin, é um homem ou não, Sirius?

– Eu sequer deveria ter pegado o caso, eu não estava preparado e não tinha nada a ver com Neurologia! – os olhos de Orion Black pegaram fogo.

– Então por que você pegou, Sirius? Para fazer papel de idiota?

– Porque você me pressionou! Queria matar a criança só por ser mestiça!

– Tio! – chocou-se Andrômeda, mas calou-se com o olhar de Lucius.

– Quer saber? Você não está envergonhado por mim, e sim por você! Porque o mundo gira ao seu redor e todos tem que dançar conforme você manda! Quer que todos sejam pequenos para que você seja o maior! Olhe para mamãe, era a melhor curandeira do St.Mungus e você a adestrou como um animal de estimação! – Orion não poupou forçar ao dar um forte tapa no rosto do filho. Ele cambaleou para trás e a sala ficou em um tenso silêncio. Sirius aparatou no meio da sala e Orion desabou sobre a poltrona. Walburga correu até o marido e apertou seus ombros.

– Eu sei que você quer controlar tudo... Mas você não pode, Orion.

– Só... Só converse com Sirius depois, algum de vocês eu... Eu não sei lidar com ele. Eu não sei.

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Perfeição.

Era a descrição perfeita para a família Potter.

Mas havia algo errado que nenhum dos dois sabiam como concertar. Algo, que até mesmo os maiores aurores do Ministério não faziam ideia de como solucionar. Alice amava seus bebês e mais ainda o que estava por vir, o marido também os amava, mas ela tinha a leve impressão que seu amor era destinado apenas para os filhos, e não para ela.

– Eu não sei o que tem de errado comigo. – Alice tinha chorado todo o tempo até James chegar em casa. Ela estava tão triste quanto ele pois ela sabia qual era o seu problema. Ela sabia o que tinha de errado com ela e não via saída mais clara do que estava tomando. – Mas eu sei que quero esse bebê que está chegando.

– Não é seu bebê. – A campainha tocou, mas nenhum dos dois escutou. A carta de Frank Longbottom jazia na mesa entre os olhares de James e Alice. A culpa e a angustia no dela, a curiosidade e tristeza no de James. Alice não esperou James falar, apenas pegou sua bolsa e caminhou até a porta com sua grande barriga de nove meses e abriu, dando de cara com Lílian Evans.

– Ah, oi! – sorriu ela. – Seu marido está?

– É todo seu. – sorriu Alice antes de partir, caminhando lentamente pela Revolutionary Road. Lílian entrou dentro da casa, sorrindo para James.

Nem sabia que era a última vez que o veria.

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– Onde está indo? – Dorcas entrou no quarto e pegou o Lupin arrumando suas coisas, e ainda o pegou furtando alguns lençóis. Ele a olhou com descaso e continuou a arrumar suas coisas com agilidade.

– Bem, preciso sair daqui antes da Lua Cheia.

– Você ainda não está totalmente recuperado. – Lupin a ignorou, o que a fez engolir seu orgulho e tentar convencê-lo. – Olhe, você está tendo uma chance. Podemos tirar toda a...

– Tirar toda a droga com o feitiço Limpadelius, depois vão fazer toda uma purificação e então tudo será dissolvido do meu sangue e... Olha, eu li o panfleto, ok? – Ele riu do rosto petrificado de Dorcas. – Eu tenho memória fotográfica.

– Não, você é... Você é inteligente! Remo, isso é uma chance. É sua chance de tomar um rumo, de escolher uma outra vida. Pode estudar...

– E também posso ser o Ministro da Magia. – riu Lupin, mostrando todas os detalhes de um rosto cansado e dolorido. – Tarde demais, Meadowes. Algumas coisas tem que ser assim.

– Não... Não é verdade. Nós fazemos o nosso destino. É o que meu noivo sempre me diz.

– Seu noivo é um idiota. – Lupin colocou sua mochila nas costas. – De qualquer forma, obrigada.

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A noite de Halloween estava tranquila na Revolutionary Road.

Lílian Evans ainda estava discutindo relatórios com James Potter enquanto Marlene McKinnon vestia seus irmãos mais novos para uma noite em busca de doces, ou travessuras. A iluminação era obscura, as crianças corriam estridentes com suas varinhas de brinquedo disparando jatos coloridos e indefesos. Era um cenário perfeito na opinião de Tom Riddle.

E que começasse o massacre de 31 de Outubro.

– Tudo bem? – Lily sentiu-se mal quando viu seu chefe fechar os olhos e suspirar pesadamente. No andar de cima era possível ouvir a conversa particular entre Nick e Harry, cuja linguagem somente eles entendiam.

– Sim, eu... – James suspirou. – Só estou...

– Cansado? – Os dois se olharam por uma fração de segundo antes de uma explosão ocorrer no fim da rua. Os dois correram para a janela a tempo de ver Tom Riddle explodir as casas e atirar feitiços mortais para as pessoas nas ruas. James pegou sua varinha e trancou a porta lançando feitiços poderosos para protege-los.

– O que ele está fazendo? – perguntou Lily, desesperada.

– Suba. Pegue Harry e Nick.

– Mas e você?

– Lílian! – James agarrou os ombros dela com brutalidade e não hesitou em depositar um beijo rápido em sua testa. – Por favor.

E tudo parecia correr em câmera lenta enquanto Lílian Evans corria pelas escadas em direção do quarto dos bebês. E James respirou fundo e fechou os olhos com força lembrando do riso de seus filhos, de sua esposa, de seus amigos enquanto sentia Tom Riddle quebrar cada barreira feita por ele. E Lily conseguia ouvir os esboços de um duelo enquanto embalava os dois bebês chorosos em seus braços.

Os Potter foram a segunda família a morrer.

Primeiro foram ao Meadowes.

Em seguida os McKinnon.

E sangue fazia parte do asfalto da rua Revolutionary Road assim como as cinzas faziam parte do vento que rodeava as casas em chamas. Não haviam sobreviventes.

Estavam todos mortos.

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– Eu pensei em escolher cardiologia. – Sirius pousou seu copo de uísque de fogo no balcão do bar mal iluminado. Ele até poderia ter aparatado na Revolutionary Road, ver qual era o grande acidente que estava enviando tantos curandeiros, mas preferiu ficar e pensar em si mesmo pelo menos uma vez na vida. Ele queria puxar assunto com Piper, que provavelmente estava pensando na traição pública do marido. – Mas quando Orion Black diz que você deve fazer neurologia...

– Doutor Black. – Piper começou, girando seu copo de Vodka Congelada. – Por favor... Não somos amigos. Na verdade, essa é a última coisa que seremos.

Nós fazemos o nosso destino.

Sua vida é um presente, aceite isso. Não importa ou quão ferrada ou sofrida, ela precisa ser dessa forma. Algumas coisas vão se desenrolar como se fosse o destino, e você precisa deixar. E por mais que tentemos adiar ou mudar o curso do destino, irá acontecer. Em algum momento do tempo... Irá acontecer.

– Tudo bem. – A Greengrass ergueu seus olhos sob seus óculos. – Então... Que tal eu não ser o Doutor Black hoje? Hoje eu vou ser apenas um cara no bar.

– E eu apenas uma garota no bar? – Os dois tiraram suas alianças e guardaram nos bolsos, pedindo mais uma dose. Sem nomes, sem gracinhas, dois desconhecidos em um bar.

Algumas coisas têm que acontecer.


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Notas finais do capítulo

Capítulo longo, estranho e cheio de furos...

Mas o que você quis dizer com isso afinal, querida Ster?

Eu acho que eu quis dizer é a mesma coisa que se passa na minha fanfic The Auror. Um simples detalhe muda TUDO. Se o Sirius tivesse corrido atrás de Marlene... Puxa, ele poderia estar bem longe quando James morreu e quem sabe ele estaria vivo, cuidaria de Harry como um filho e tudo mais?

E se Pedro tivesse se arrependido? Uau, todos estariam vivos agora!

Eu gosto desse capítulo porque ele parece o epílogo e claro, porque a Piper aparece. É só uma introdução a 1980 que logo no primeiro capítulo é só tristeza :(

MUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH



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