About Sirius Black escrita por Ster


Capítulo 39
Durante - 7º


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo bem descontraído pra vocês curtirem.



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FLOWERS TO LILY

OUTUBRO

HOGWARTS





– Corre, Pontas! – gritei, gargalhando pela longa rua de Hogsmeade. Um jato de luz branca passou raspando por meu braço, fazendo eu tirar forças do além e conseguir correr mais rápido ainda. Se eu estivesse em quatro patas, eu já estaria na China, mas infelizmente eu não podia me transformar.





A gargalhada de James preenchia nossa longa corrida, com as pragas do velho senhor Tibbet capengando atrás de nós. Continuamos correndo a todo vapor até passarmos por três lindas garotas. Pontas e eu paramos e voltamos, arrumando o cabelo e a roupa. Segurei as duas pontas de minha gravata desfeita e aproximei-me sorrindo charmosamente com Pontas ao meu lado, tirando os óculos.

– Boa tarde, senhoritas. – cumprimentou ele. A ruiva era extremamente linda, além de ter pernas longas e bem bonitas.

– Sirius Black. – beijei a mão da morena.

– James Potter. – sorriu Pontas, beijando a bochecha da loura. Elas eram veelas, isso estava bem óbvio. Eu nunca beijei uma veela na vida, era uma oportunidade única. Porém quando estávamos prestes a começar todo o processo de flerte, um jato vermelho passou acima de minha cabeça, espantando as garotas.

– SUAS PRAGAS! – gritou o velho Tibbet.

– Foi bom conhece-las, gatinhas! – gritou James enquanto recomeçávamos a correr. Eu também fui atrás dele, mas não antes de dar uma piscadela maliciosa para a morena. Continuamos correndo a todo vapor em direção do beco que nunca chegava. James estava cansando de tanto correr pois eu consegui ultrapassá-lo e correr o longo beco até a maldita porta. Após abri-la, James praticamente me chutou pra dentro dela e continuamos correndo, subindo as escadas aos trôpegos e gargalhadas até o espelho do quarto andar. Somente quando finalmente chegamos em Hogwarts, respiramos fundo, ofegantes. Curvei-me todo, quase morrendo sem ar. Pontas pegou o mapa no bolso do uniforme e o abriu, ainda arquejando.

– Vamos. – disse ele, ainda com o mapa aberto.

– Pontas, vai me dever uma pela vida inteira. Primeiro por ter me tirado a chance de flertar uma veela, segundo por correr feito um desgraçado.

– Qual é, você corre mais que isso em noite de Lua Cheia. – sorriu ele, deixando sua varinha seguir o nome Lílian Evans pelo corredor.

– Cara, tenho que estudar pro N.I.E.M’s. – lembrei-me. – Remo vai nos matar.

– Vou mesmo! – nos viramos para Aluado, que vinha atrás de nós pelo longo corredor do quarto andar. – Pelo amor de Merlin, você é um monitor agora, James, como pode sair assim? Lílian vai te queimar vivo quando te ver.

– Estou indo agora mesmo falar com ela. – Nós três continuamos andando pelo corredor.

– Onde está Rabicho? – quis saber. Remo deu de ombros e nos aproximamos de James para procurar o nome dele. A decepção me corroía quando vi o nome Pedro Pettigrew no mesmo ambiente que Avery, Severo Snape, Amico e Aleto Carrow.

– Que droga, por que ele está andando com esse povo agora? – questionou James, reprimindo a voz raivosa. – Não é possível que ele tenha que ficar com eles o tempo inteiro! Marlene está no grupo de Dolohov e nem por isso dorme e acorda do lado dele!

– Tenho certeza que ele não gosta disso tanto quanto nós. – afirmou Aluado.

– É, Pedro deve estar achando um saco. – confirmei, mesmo não tendo muita certeza do que eu estava dizendo. Finalmente chegamos ao segundo andar, onde Lílian Evans andava de um lado para o outro visivelmente raivosa enquanto Marlene estava sentada no chão, pintando as unhas de Dorcas.

– VOCÊ! – gritou Lily. – Seu... Seu... Seu irresponsável! Tive que cobrir duas rondas suas, Potter, duas rondas! Se fizer isso outra vez, Dumbledore ficará sabendo, vai sim!

– Não vai acontecer de novo.

– Bom mesmo! Se eu pudesse, lhe daria uma detenção agora mesmo! Uma detenção de três semanas, esfregar todas as escadas desse castelo!

– Que mulherzinha ruim. – comentei, sentando-me ao lado de Marlene e espiando ela pintar as unhas de Dorcas de laranja.

– Eu demorei por uma boa causa. – sorriu Pontas, enfiando a mão na mochila. Evans diminuiu um pouco a carranca enquanto James procurava o motivo de quase termos levado umas boas chicotadas da varinha do velho Tibbet. Assim que a flor azul saiu da bolsa de James, Lily quase ofegou, tapando a boca com as mãos, admirada.

– Meu Deus! – James ofereceu a flor a Lily, que pegou como se fosse um bebê. – Eu...

– É a Rosa Azul de Inverno. Era a que faltava na sua coleção, não é? – que hobbie estranho colecionar flores, mas quem sou eu pra questionai a insanidade de Lily Evans. Ela assentiu freneticamente, encantada com a rosa. Olhou James de uma forma estranha.

– Como... Como...

– Isso não importa. – sorriu James. Até parece que Pontas ia dizer que roubou do precioso jardim de Tibbet, que matava qualquer um que ousasse tentar. – O que importa é que sua coleção está completa.

Nós todos parecíamos assistir uma cena muito forte e emocionante de um filme quando Lily se jogou em cima de James para um forte abraço. Meu amigo nem foi devagar quando a abraçou também, com uma expressão totalmente abobalhada no rosto. Ela finalmente o largou e deu-lhe um longo beijo na bochecha.

– Muito obrigada, James. – sorriu ela, indo embora. James, ainda petrificado com o acontecimento, levou sua mão lentamente até o local beijado pela Evans, sentando-se no chão em seguida, preso em seu universo onde Lily o beija todos os dias.

– Quem diria. – riu Marlene, passando uma segunda camada de esmalte nas curtas unhas de Dorcas, que sorria timidamente para Remo, que sorria para ela. – James Potter... Ai, ai.

– É o último ano, não é tão surpreendente assim. – começou Dorcas assim que Marlene finalmente terminou de pintar suas unhas. – Aposto que vão casar.

– Vira essa boca pra lá. – fiz sinal da cruz com os dedos, fazendo Aluado rir. – James vai viver muito ainda.

– Ele não vai morrer quando casar! – cortou Marlene, seca. – Quero ver se vai pensar assim quando ver todos os seus amigos casados e só você sozinho.

– Pelo menos ele aceita ter uma namorada. – disse Dorcas, azeda. Remo rolou os olhos em um longo e doloroso suspiro.

– Já conversamos sobre isso, Dorcas. – ela maneou a cabeça negativamente, olhando Remo com seus grandes olhos castanhos.

– Não Remo, eu sou tão idiota! – Marlene e eu nos entreolhamos, pensando em sair diante da briga de casal. – Porque eu sou pateticamente apaixonada por você.

Remo soltou um muxoxo.

– É só uma quedinha.

– Quedinha? O quê... Ah! – ela levantou-se bruscamente. – Ok, ok, é só uma quedinha, poderia ter sido ótimo se você tivesse me ignorado nos últimos seis anos! Eu poderia ter esquecido! Mas não, você virou meu amigo! E quer saber, Remo? Eu mereço. Eu mereço isso. Porque antes de você eu estava bem, agora eu sou uma completa idiota!

– Ah meu Deus, calem a boca! – gemeu James.

– Dorcas...

– Calem a boca. – pediu James, levantando-se. – Remo, vamos fazer essa ronda logo, quero voltar pra Hogsmeade mais tarde, vou roubar o canteiro todo.

Aluado olhou Dorcas uma última vez antes de partir com Pontas. Dorcas olhou para mim e depois para Marlene, então olhou para nós dois como um todo e então saiu. Lene Moo bateu o esmalte no chão várias vezes, fitando a parede emburrada.

– Ai meu Deus, o que é dessa vez chatonilda! – revirei os olhos.

– Odeio quando você fala assim, como se ter laços fosse o fim do mundo!

– Mas é.

– Argh! – Marlene fechou os olhos com força, gesticulando. – Sirius, você é a pessoa mais meticulosamente irritante que conheço!

Fiz biquinho, aproximando-me dela devagar. Desfiz sua gravata sempre bem feita e desabotoei os primeiros dois botões de seu uniforme, sempre com beijinhos em seu maxilar. Aos poucos ela se rendeu a um sorriso, porém empurrou-me para longe. Acabei rindo com o forte tapa e sorri enormemente quando ela pulou em cima de mim, beijando-me intensamente. Era tão simples e fácil lidar com Marlene, tão gostoso e tranquilo que eu poderia ficar minha vida toda daquele jeito e nunca me incomodaria.

– E a casa? – perguntei.

– Que casa? – ela enrugou a testa. Tirei de meu bolso o Profeta Diário e fui na última página, na venda de casas. Ela sorriu timidamente. – Sirius, você que tem que escolher, não eu,

– Mas me ajudei pelo menos, é o mínimo.

– Ok, olhe essa aqui. Tem três quartos e um balanço, vai ser bom para seu filhos.

– Que filhos?

– Ah, esqueci que vai morrer sozinho. Então esse aqui.

– Nem sala tem!

– E esse?

– É feia demais. E longe de Godric Hollow.

– Talvez essa? Olhe, é perto de minha casa! E fica perto de um parque também, e de um supermercado.

– Esse é perto de um cabaré, olha... Adorei essa casa.

– Sirius! Sua esposa não vai querer morar perto de um cabaré!

– Problema dela, eu quero!

– Não acredito nisso, pobre mulher que casar com você.

– Pobre mulher? Sortuda, isso sim! Não é pra qualquer uma ter um cara desses todos os dias disponível, ok? – e assim continuamos, brigando e rindo, falando de um futuro que batia a nossa porta. Em menos de meses, nos tornaríamos adultos. Teríamos responsabilidades e seriamos finalmente responsáveis por nossos atos.

E eu não via a hora.




– Marlene, posso te fazer uma pergunta?




– Pode.

– Você e Régulo chegaram nos finalmente? Copularam, treparam, fizeram um bom e velho entra e sai? – Eu precisei de um mês inteiro para conseguir perguntar aquilo. Marlene estava concentradíssima lendo seu livro de Feitiços na silenciosa biblioteca. Nossa mesa estava cheia de livros de matéria que passamos nos N.I.E.M’s e apesar de estar longe, a pressão era tão grande quanto a dos N.O.M’s. Marlene McKinnon tirou seus olhos do livro e olhou-me mortalmente séria.

– Que tipo de pergunta é essa?

– Uma pergunta normal.

– Por que quer saber?

– Só pra saber. – quando finalmente pensei que ela responderia, Marlene voltou a ler seu livro. Esperei mais alguns minutos e nada dela falar. – Você não vai falar não?

– Sirius, isso é totalmente desnecessário.

– Que seja, vou descobrir de qualquer jeito.

– Eu não teria tanta esperança se fosse você. – sorriu ela, ainda lendo o livro.

– Sem jogo duro, McKinnon, sou um homem de necessidades.

– E eu também. Por isso venho a biblioteca ler. Para ter silêncio. – continuei fitando-a por cima do livro até ela se render e olhar-me.

– Por favor, me diz! – Implorei, fechando os olhos. Ela segurou o riso, cobrindo o rosto com as mãos. Fiz o mesmo golpe que o Pontas fazia com Lily. Mostrei biquinho e foquei meus olhos no teto, piscando freneticamente. – Por favooooor.

Marlene deu um peteleco na minha testa, rindo baixinho.

– Sossega, Sirius! – pediu ela, voltando ao seu livro.

– Isso é um não?

– Olhe só esse feitiço! Faz estender a data de validade de um alimento, que incrível!




Marlene e eu estávamos pegando fogo no armário de vassouras.




Rezei para que Pontas não fizesse a mesma piada sem graça que da última vez, quando ele abriu a porta com tudo, fazendo Marlene berrar de susto com as gargalhadas e piadas sem graça dele, Aluado, Rabicho, Emmeline, Lily, Dorcas, Alice e Frank. Ele sacudiu o mapa nas mãos e fez uma dancinha da vitória idiota.

Mas, voltando ao armário de vassouras, Marlene era uma garotinha muito malvada e perigosa. Me torturava com beijos longos e fogosos, puxava meu cabelo, arranhava minha nuca e acariciava meus braços por debaixo da camisa e me deixava cheio de chupões, o que não era muito agradável no dia seguinte, mas na hora era mais do que incrível. Quando finalmente Marlene parece me deixar avançar o sinal, eu sinto que vou explodir ao acaricia sua magra cintura e subir em direção de seu sutiã. Eu, que era quase Deus nessa modalidade de abrir sutiãs, parecia que Marlene tinha colado a porcaria ou colocado um Colloportus, pois estava difícil. Ela notou a dificuldade e afastou-se, segurando o riso.

– Está fazendo o quê?

– Nada. – dissimulei, sério. Ela assentiu, voltando a me beijar. Rapidamente eu voltei para minha missão impossível. Porra, parecia o cadeado de um cofre, puta que pariu, o que ela fez aqui! Será que era sem fecho? Mas como, eu estou sentindo que não é... Será que se eu for por aqui, talvez...

– Sirius. – Marlene olhou-me, esforçando-se para não rir. – Está tentando tirar meu sutiã?

– De onde você tirou essa ideia? – perguntei teatralmente ofendido. – Claro que não.

– Ótimo, pois não vai. – retrucou ela, tirando minhas mãos delicadamente de suas costas.

Maldita! Olhei seus olhos verdes morrendo de raiva enquanto ela começava a gargalhar da minha cara, começando até mesmo a chorar de tanto rir.

– Espere aí que eu vou procurar a graça. – debochei, arrumando meu cabelo enquanto ela curvava-se para gargalhar.




James era um cara que eu conhecia há muito tempo.




Tirando esse fato, eu vi muitas de suas evoluções, porém, talvez eu fosse o único que notasse que apesar dele ter amadurecido tanto a ponto de conseguir ser Monitor Chefe, Capitão e um dos melhores alunos na Grifinória, eu sabia que James no fundo ainda era o mesmo.

Ele erguia o queixo e enchia o peito ao andar pelo corredor, balançando seu cabelo bagunçado com as sobrancelhas arqueadas e o torto sorriso maroto no canto da boca, com os óculos escorregando pelo longo e pontudo nariz. Ele meio que lustrava seu crachá com a mão e olhava para todos com desafio, girando a varinha entre os dedos.

– Pirralho, LP’s são proibidos em Hogwarts. Mas eu adoro ouvir uma musiquinha, então passa pra cá. – disse ele, tomando o LP da mão do primeiranista da Lufa-Lufa, que olhou James indignado. O Monitor Chefe sorriu para ele. Dei uma espiada e arranquei o LP da mão de James, sorrindo para o pirralho.

– Muito obrigada, minha garota ama David Bowie. – eu disse ao ver o rosto do garoto transformar-se em uma careta de choro. Continuamos andando quando James olhava de cima abaixo uma garota da Corvinal.

– Boa tarde, senhorita. Monitor Chefe, Capitão da Grifinória, James Potter... – sorriu ele, fazendo a garota reprimir um sorriso e esforçar-se para fingir que ele não existia. Continuamos andando pelo corredor em direção da aula de Tratos de Criaturas Mágicas, mas passos rápidos irromperam pelo corredor, nos viramos e vimos Evans parar diante de nós, colocando as mãos na cintura, cansada.

– Ah, olá Evans. – sorriu James.

– Oi... Oi meninos. – sorriu ela. Parecia extremamente sem graça e a vermelhidão em suas bochechas só afirmavam minha teoria. – Eu... preciso falar uma coisa com você, James.

– Pode dizer.

– Eu... Bem... O primeiro passeio a Hogsmeade é semana que vem e... Eu... – ela coçou a cabeça violentamente. Não acredito nisso, não acredito que estou vivo para ouvir essas palavras que Lily vai dizer – Será que não quer sair comigo? Poderiamos ir juntos... Não sei, a algum lugar.

James parecia que foi petrificado tamanha era sua expressão de surpresa. Ele finalmente dispertou e eu nunca o vi sorrir tão enormemente como o fizera. Então se recompôs, virando o James que eu conheço. Após anos de foras de Lily, ele resolveu brincar.

– Hm... Talvez. – dissimulou ele, fitando o teto feito uma garotinha tímida, piscando os olhos freneticamente e reprimindo um sorrisinho. Lily pensou que ele estava falando sério, então antes que pudesse falar, ele riu. – É claro que quero! Hoje, amanhã, depois de amanhã, todos os dias!

Ela sorriu, ficando mais rubra ainda.

– Bem... Ok então. Combinamos melhor depois.

– Certo. – quando ele afirmou, ela assentiu e saiu em passos rápidos. James esperou ela virar o corredor e começou a gritas e berrar pelo corredor, dando pulos e socos no ar de felicidade. Segurei o riso ao ver a animação de meu amigo.

– EU CONSEGUI, EU CONSEGUIIIIIIIIIIII! – berrava ele.


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