No dia seguinte Karla se levantou 6h30 e logo tomou um banho, mesmo com uma forte chuva do lado de fora. Em seguida escolheu uma roupa, colocando uma calça rosa com uma blusinha cinza acompanhada com uma bolsa e um salto da mesma cor da calça, já que depois iria trabalhar.

Então ela foi até o quarto onde os meninos estavam e colocou o presente deles em suas camas, com um recado avisando que ela tinha saído. E foi isso que ela fez em seguida, indo para a cafeteria onde sua mãe havia combinado com ela e assim que chegou lá, pediu um cappuccino. Até olhar para o relógio, que marcava 7h45. No entanto, minutinhos depois sua mãe aparece, sozinha. Fazendo Karla pensar onde Karol estava.

- Oi minha linda! – disse Emile, dando um abraço em Karla. – Um café, por favor! – ela pediu a garçonete, se sentando em seguida com Karla.

- O que é tão urgente mãe? – perguntou Karla e Emile tirou os seus óculos, já com lágrimas nos olhos. – O que foi? Aconteceu alguma coisa com a Karol, com a Katarina ou com o Joseph? – Emile fez que não com a cabeça e pegou na mão de Karla, dizendo:

- Eu estou muito doente filha! – nesse instante Karla ficou paralisada. – Descobri a dois meses que estou com um câncer terminal e infelizmente não tenho muito tempo de vida! – ao escutar isso Karla permitiu que uma lágrima caísse e Emile apertou forte a mão dela.  – Antes de te fazer o meu pedido, queria te pedir perdão por ter te feito acreditar que era minha filha de sangue. Mas eu quero que saiba que eu sempre a considerei, como se tivesse nascido de mim. – Karla beijou as duas mãos dela, dizendo:

- Eu não preciso te perdoar por nada. Eu a considero minha mãe e sempre a considerei! – Emile sorriu ao escutar aquilo e Karla continuou. – Eu te amo mamãe e sempre irei te amar. Agora me diz que isso não é verdade. O que eu posso fazer? Eu não vou te deixar, você pode morar comigo. Agora me diz que tudo vai ficar bem! – Emile assentiu e se aproximou de Karla, lhe dando um abraço.

I said I didn't come here to leave you

(Eu disse que eu não vim para te deixar).

I didn't come here to lose

(Eu não vim aqui para perder).

I didn't come here believing I would ever be away from you

(Eu não vim aqui acreditando que em algum momento eu ficaria distante de você).

I didn't come here to find out there's a weakness in my faith

(Eu não vim aqui para descobrir que há uma fraqueza em minha fé).

I was brought here by the power of love, love by grace

(Eu fui trazida pela força do amor. Amor pela graça).

- Eu queria minha querida, mas não posso. Agora me escuta: você vai ficar bem e eu queria que você cuidasse da Karol pra mim, como se fosse sua filha. – Karla não parava de chorar. – Posso contar com você? Infelizmente eu não confio no Joseph e nem na Katarina. E eu sei o quanto você ama a nossa Karol! – Karla limpou seu rosto e disse:

- Eu cuido sim. Mas também tenho um pedido! – Emile assentiu e ela continuou. – Eu quero ficar com você até o dia em que você... – ela não conseguiu concluir a frase, mas Emile entendeu, dizendo.

- Eu aceito! Hoje mesmo vou para sua casa com a Karol ok? – Karla concordou e ela continuou. – Agora vá para o seu trabalho e mais tarde vá me buscar no shopping, com a sua irmã. – Karla fez isso e deu um abraço na mãe, ainda com lágrimas. Mas saiu dali, vendo sua mãe parada na porta e sorrindo. No entanto Karla não foi para o seu trabalho e sim, para o seu apartamento.

And I remember the road just went on forever

(E eu me lembro de que a estrada não tinha fim).

Just couldn't seem to turn that car around

(Só não conseguia retornar com o meu carro).

'Till in the distance like a long lost treasure

(Àquela distância, como um tesouro longamente perdido).

A phone booth that just could not be found

(Uma cabine telefônica que não podia ser encontrada).

And you standing there at the doorway waiting…

(E você permanecia lá na porta, esperando)...

Chegando lá ela não encontrou nenhum dos meninos e apenas tirou sua roupa, colocou uma mais simples e se deitou, altamente desconsolada e chorando muito. Parecia que os pesadelos na vida de Karla nunca iriam acabar!

POV Karla.

Quando eu penso que as coisas estão “começando a dar certo”, acontece algo que me prova totalmente o contrário. Começando pelo fato de eu estar apaixonada pelo Kendall. Mas agora, é tarde demais, pois ele já arranjou alguém para fazê-lo feliz. E por fim, descubro que minha mãe adotiva está doente, quase morrendo. Como assim? Será que eu nunca vou ter um “final feliz”? Será que as coisas nunca vão dar certo pra mim?

- Karla? – escutei alguém me chamando e quando me virei, vi Kendall. – Não sabia que estava aqui! – me sentei na cama e olhei pra ele.

- Nem eu sabia que estava aqui! – falei brevemente e ele se aproximou, se sentando na cama e limpando uma lágrima que insistiu em cair com ele ali, ao meu lado.

- O que aconteceu? – balancei a cabeça em negativo e ele falou. – Preciso ir para a gravadora agora porque estou atrasado. Só que mais tarde se quiser, conversamos. Afinal, hoje só vai ficar eu e você aqui, pois os meninos vão resolver uma coisa juntos! – assenti e ele deu um beijo no topo da minha cabeça, saindo em seguida.

Ah, Kendall Knight. Esse seu cuidado me ajuda, mas está acabando comigo também. Por que eu tinha que me apaixonar por você, quando você já arranjou alguém?

**

Depois de ter pensado e chorado muito, Karla resolveu ir para o seu escritório. No entanto, quando anoiteceu ela recebeu uma sms de Emile, que dizia “Só irei para o seu apartamento na sexta, pois ainda preciso ajeitar minhas coisas e da Karol. Amo você princesa.”. Karla sorriu com esse final e resolveu ajeitar seu apartamento para quando as duas chegassem estivesse bem à cara de Emile. Mas isso teria que ser logo, pois hoje já era quarta-feira e na sexta ela estaria lá.

Então Karla passou no shopping e comprou diversas coisas para quarto, além de contratar uma decoradora para ajeitar o quarto conforme os gostos de Emile. No entanto, ela acabou perdendo a hora e assim que viu que já passava das 21hs, resolveu ir embora.

xx

Quando ela chegou lá, deu de cara com Kendall que estava na sala assistindo TV e comendo um sanduíche, o que a fez sorrir rapidamente. Então ele a viu e se ajeitou, enquanto ela colocou as sacolas em cima do sofá e disse:

- Vou só tomar um banho e depois volto aqui para conversarmos! – Kendall assentiu e ela foi para o seu quarto.

Muito tempo depois...

Kendall continuava na sala, mas só assistindo TV até resolver ir ver se Karla já estava pronta. Ele bateu na porta e ela gritou um “Pode entrar!”. No entanto, quando ele entrou, ficou admirado com o que viu, já que Karla usava uma camisola de renda rosa bem sensual.

POV Kendall.

Eu nunca neguei que a Karla era uma linda mulher e a Pérola que me perdoe, mas ela está muito linda vestida assim. Mas o que eu estou pensando? Eu tenho namorada agora. Embora eu ainda...

- Desculpa a demora! – ela falou sorrindo e se sentou em sua cama. – Vamos conversar! – assenti e me sentei na cama também, tentando desviar minha atenção. Mas estava difícil. – Minha mãe adotiva vem morar aqui com a Karol. Mas... – nesse instante ela ficou séria e baixou a cabeça. Só que logo ela voltou a me olhar, mas dessa vez deixando uma lágrima cair. – Ela está doente. Com câncer e num estágio avançado. Minha mãe está morrendo Kendall! – quando ela acabou de falar começou a chorar e ficou de costas pra mim. – Eu a considero demais, só que não há nada que eu possa fazer. A não ser cuidar da Karol, quando a mamãe não estiver mais aqui! – senti um aperto no coração ao ouvir aquilo e sem pensar, a abracei por trás.

- Eu nem sei o que dizer Karlinha, mas saiba que eu estarei aqui para o que for. – a apertei nesse momento e senti que ela segurava minha mão. – Você não merece passar por nada disso! – ao falar aquilo, ela se virou para mim e me encarou um tempo. Enquanto eu limpei suas lágrimas e ela deu um breve sorriso.

- É ótimo saber que tenho você ao meu lado, apesar de tudo que já aconteceu! – assenti e ela tocou meu rosto, se aproximando e me beijando. Um beijo que ela necessitava, que ela estava precisando naquele momento e realmente me deixei envolver. Mas à medida que nos beijávamos, meu coração acelerava mais e o beijo ficava melhor, cada vez mais intenso. Seus lábios se encaixavam perfeitamente nos meus. Mas paramos um instante para recuperarmos o fôlego e ela me olhou, sorrindo. Só que eu não entendia o que estava acontecendo. Foi ela quem tomou a iniciativa. Foi ela quem me beijou primeiro e parecia estar gostando. Até que de repente. – Fica comigo essa noite? – fui pego totalmente de surpresa com essa pergunta dela.