A Irmã Perdida De Caspian escrita por Shimizu


Capítulo 1
Capítulo 1 - Narnia


Notas iniciais do capítulo

Acho que ficou bom, mas preciso da opnião de vocês!
U_U



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/379074/chapter/1

Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2013.

Acordei com a voz da minha tia gritando o meu nome. Eu não gostava dela. Morava com ela por não ter opção, meus pais morreram e eu ainda tinha 17 anos, ou seja, era menor de idade. Mas não iria mais morar com, não a partir daquela noite. Eu planejava fugir. Fiquei com ela dois anos e meio, juntando dinheiro o suficiente para viajar e sumir no mundo por um tempo. Iriamos á uma festa esta noite. Uma festa para o ultimo dia de carnaval. Levantei e tomei um banho. Botei um short jeans, uma regata preta com uma caveira estampada e um all star de cano alto. Desci e fui até a cozinha onde meus tios e meu primo comiam. Sentei ao lado dele, a única pessoa descente naquela casa. Ele era como um irmão pra mim.

-- Bom dia Liah – Falou minha tia arrogante como sempre.

-- Bom dia tia.

-- Vai a festa hoje, não é?

-- É claro! – Eu geralmente contrariava a minha tia em tudo e nunca ia as festa que ela ia. Mas hoje era diferente seria a minha chance de fugir. E eu iria agarra-la. Ela sorri, deixando a arrogância de lado.

-- A sua fantasia já esta no closet. – Ela disse para mim ainda sorrindo.

-- Vou sair. – Anunciei. – Volto à tarde para me arrumar. – Peguei uma maça, baguncei o cabelo do meu primo e subi. Peguei o Iphone, uma bolsa pequena e sai.

Andei pelo comercio na maior tranquilidade. Fiquei a tarde passeando com duas amigas. No final do dia fui ao banco. Peguei o dinheiro da herança dos meus pais e voltei pra casa em um taxi. Cheguei e subi. Tomei um banho demorado. Arrumei as duas mochilas que eu iria levar um com roupas e outra com minhas coisas favoritas. Fiz a maquiagem azul. Botei a peruca preta, a roupa, os acessórios e os sapatos, todos azuis. Desci quando eram 18h30min e fiquei no sofá vendo qualquer coisa que passava na tevê. Meus tios finalmente desceram acompanhados do meu primo. Chegamos à festa, fiquei por horas com a minha tia ao meu lado sem nem mesmo me deixar ir ao banheiro. Estava começando a ficar desesperada pensando que meu plano tinha falhado. Olhei para o relógio era 15 para a meia-noite quando ela finalmente disse:

-- Vá se divertir um pouco com o seu primo daqui a pouco vamos embora. – Sorri e fui em direção à saída. Direcionei-me ao estacionamento.

Minha amiga tinha deixado minha moto por aqui para mim. Lembrei-me de trocar de roupa antes de ir. Fui até a moto prata que estava no estacionamento. Peguei a mochila com as roupas. Botei um short jeans preto, uma blusa branca de manga longa, um colete de couro preto e uma bota preta também de couro. Olhei pela fechadura da porta por precaução e vi uma mulher vestida de Cleópatra, que também era conhecida como “minha tia”, me procurando. Trancei a porta automaticamente. Olhei-me no espelho, ainda estava com a maquiagem e a peruca preta. Desisti de tira-las e abri a janela do banheiro. Olhei para baixo. Era alto. Alto demais. “Porque eu tinha que escolher logo o banheiro do segundo andar?”, pensei. A única maneira era voltar a usar meus poderes. Sim, eu tinha poderes. Desde criança conseguia mexer com os elementos da natureza. Mas parei de usa-los por um tempo, minha tia nunca aceitaria uma pessoa com poderes, que ela chamaria de aberração, dentro da casa dela. Manipulei o ar fazendo com que ele se moldasse em torne de mim, olhei para trás e vi a porta tentando ser aberta. “É agora ou nunca!”. Desci devagar e destranquei a porta do banheiro com a mente. Sai correndo em direção à moto. Dirigi até Copacabana. A rua estava cheia, ainda estava tendo bloco. Entrei com a moto na praia sem me importar com as consequências. Sai da moto e peguei a mochila que tinha minhas coisas favoritas e únicas. Peguei o meu colar e o brinco de dragão que tinha desde criança. Essas foram as únicas heranças que meus pais verdadeiros deixaram para mim. Coloquei-os, nuca os tirava, mas minha tia havia aberto o maior escândalo falando que elas não tinham haver com a fantasia e acabei por tirar a comando dela. Sentei na areia da praia, em frente e próximo ao mar. Senti um vento forte no meu rosto. Olhei para frente, botando já a mochila nas costas, por precaução. Uma onda gigante vinha, para me engolir. No mesmo instante fiz uma camada de ar ao meu redor. Uma grande bolha de ar. A onda me puxou para dentro do oceano. Olhei para frente e vi o rosto de um grande leão que eu só via nos meus sonhos. Desesperei-me e comecei a me empurrar contra a corrente. Bati a cabeça em uma rocha e desmaiei com o rosto do leão em minha mente.

___________________________________________

Acordei em praia. Mas não era a praia do Rio. A sua areia era a mais branca que eu já vi. O lugar era diferente demais. Havia um toque de magia ali. Sentei-me e olhei ao redor. Eu não conhecia aquele lugar.

-- Ótimo! Presa em um lugar que nem sei onde é! – Murmurei comigo mesma.

Levantei e comecei a andar. Lembrei-me da minha mochila e percebi que ela ainda estava comigo. “Pelo menos isso”, pensei. Parei no meio da praia para pensar no que aconteceu.  Eu havia sido engolida por uma onda gigante, visto um leão no meio do mar e desmaiei. Será que eu estava ficando louca? Duvidava disso, nunca estive mais sã em toda a minha vida. Recomecei a andar, afinal não era parada ali que eu encontraria as respostas. Comecei a caminhar para a floresta quando ouvi passos, talvez não humanos, mas ainda assim passos. Olhei para os lados e vi o grande leão. Ele olhava pra mim e comecei a encarar a minha alucinação. Ele riu com uma voz majestosa.

-- Não sou uma alucinação criança. – Disse ele. Realmente eu estava ficando louca. Sabia que não era um sonho era real demais.

-- Quem me garante? – Eu disse sarcasticamente e ele riu mais uma vez.

Ouvi sons de cavalos. Fui para perto do leão por impulso não sabia mais que tipos de loucos havia naquele lugar. Fiquei ao seu lado e ele me observou dando outro riso. Olhei para frente e vi um rapaz talvez uns cinco anos mais velho que eu e mais algumas pessoas, ou melhor, coisas. Não sabia descrever o que eram eles.

-- Aslam? – Perguntou o rapaz. O que me garantia uma coisa não era só que estava louca ali.

-- Eu mesmo, Caspian. – O rapaz chamado Caspian desceu de seu cavalo e vinha em direção a ele, quando finalmente me notou. Ele olhou nos meus olhos e eu senti uma conexão. Uma conexão forte. De irmãos ou coisa parecida. Os olhos deles eram muito parecidos com os meus. Os cabelos com o mesmo tom que o meu, tirando as mechas vermelhas falsas que colocava desde que tinha 15 anos. Tirei os meus olhos dos deles e olhei para Aslam.

-- E quem é esta? – Perguntou Caspian interessado.

-- Se lembra do que eu te falei na ultima conversa que tivemos? – Ele o olhou interessado e Caspian o encarou, desacreditando em algo que eu desconhecia até então.

-- É ela? – Ele olhava para o leão com um sorriso enorme no rosto.

-- Vocês estão falando de mim, ok, mas não se esqueçam de que eu ainda estou aqui Ta bom? – Disse acenando para os dois. Aslam riu. Caspian foi até e me abraçou me girando no ar. Quando ele me colocou novamente no chão perguntei. – O que está acontecendo aqui? Um Leão rindo da minha cara e o outro me abraça sem motivos, credo, vocês estão piores do que eu no fato de loucura.  – Falei apontando para cada um e Aslam riu mais uma vez. Revirei os olhos será que ele não fazia outra coisa a não ser rir da minha cara?

-- Não explicou a ela? – Ele perguntou ao Leão.

-- Primeiro, explicou o que? Segundo, onde estamos mesmo? – Eles olharam pra mim e um ratinho apareceu. Um rato muito sofisticado. Ok, agora isso aqui esta virando Alice no país das maravilhas? Se for assim prefiro o coelho a esse rato.

-- Em Narnia oras! – Disse o rato. Com toda a certeza eu estava ficando louca.

-- Eu to confusa! Muito confusa! Principalmente com esse sol na minha cara. Podemos ir pra outro lugar? -- O sol começava a me incomodar. A minha pele apesar de ser meio morena como a de Caspian era extremamente sensível ao sol. Por que agora tudo o que tinha em mim eu comparava com Caspian?

-- Vamos. – Disse Caspian. – Aslam, você vem? – Perguntou ele ao Leão.

-- Não crianças, vocês devem resolver isto sozinhos. Tenho coisas importantes a fazer. – Ele se virou e começou a andar pela areia. Olhei para Caspian novamente, ele me estendia à mão.

-- Me acompanha? – Pego a mão dele sem nem mesmo dizer nada. Ele sobe no cavalo e me ajuda a subir atrás dele.  Começamos a cavalgar. Olhei para trás novamente, Aslam havia sumido.

-- Como ele some assim? – Pensei alto.

-- Ele é assim mesmo, melhor se acostumar. – Disse o rato que estava agora no meu ombro. O que ele quis dizer com “Melhor se acostumar”? E por que ele estava no meu ombro? Deixei minha atenção ir para a bela floresta em que passávamos. Olhei para o ratinho que ia do meu ombro para o ombro de Caspian. – Desculpe alteza, nem mesmo me apresentei. Ripchip ao seu despor. – Ele se curvou para mim e eu não entendi o motivo dessas reverencias.

-- Lianah, mas pode me chamar de Liah. – Disse sorrindo para ele.

-- E então Liah, quantos anos você tem? -- Perguntou Caspian desta vez, olhando para mim pelo canto do olho.

-- 17, mas irei fazer 18 daqui a dois meses. – Disse sorrindo. Talvez por orgulho próprio.

Ficamos em silencio por um tempo. Quando chegamos a um grande castelo.

-- Bem vinda a Cair Parável! – Disse Caspian parando ao lado do grande castelo.

-- É lindo! – Disse maravilhada. Desci sem nem mesmo aceitar a mão de Caspian.

-- Vamos entrar e lhe explicarei tudo. – Sorri e ele sorri de volta, oferecendo o braço. Aceitei o mesmo.

-- Ótimo odeio ficar sem saber das coisas! – Ele ri alto e me leva para dentro do grande castelo. No mesmo instante me lembro de uma coisa. – Droga!

-- O que foi? – Ele pergunta assustado pela minha repentina mudança de humor.

-- Me fale a verdade Caspian, eu estou com a cara azul e o cabelo preto curto? – Olho para ele.

-- Está, por quê? – Eu riu comigo mesma. “Que tipo de lerda sou eu?”, pensei.

-- Preciso tirar isso agora, onde tem um banheiro por aqui? – Perguntei quase desesperada para tirar essa coisa da minha cara e a peruca que começava a coçar.

-- Rip pode mostrar o caminho até o banheiro mais próximo para Liah? – Perguntou ele ao ratinho.

-- Claro Majestade. Siga-me, por favor, Alteza. – Ele fala e sai andando. Vou correndo até ele.

-- Me chame de Liah, Rip, Liah! – Faço ênfase no ultimo “Liah”. Entro no banheiro e me olho no espelho que tinha lá.

Tirei a porcaria da maquiagem azul do meu rosto com o papel que tinha dentro da mochila. Botei um delineador preto e um gloss transparente. Tirei a peruca e botei dentro da mochila novamente, fechando a mesma. Desfiz o coque desajeitado que estava no meu cabelo. Retirei uma escova de cabelo antiga que era da minha avó e penteei os cabelos. Ele caia como uma cascata nas minhas costas, ondulados até o meio dela. Coloquei as mechas vermelhas falsas que eu quase sempre usava, principalmente quando estava mal-humorada. Botei a escova novamente na mochila e a mochila nas costas. Sai do banheiro com Rip me encarando de boca aberta.

--Bem melhor agora não acha? – Eu ri. -- Vamos Rip, Caspian deve estar nos esperando. – Ele veio atrás de mim sem ao menos dizer uma palavra si quer.

Caspian estava de costas para mim falando com algum criado. Cutuquei o seu ombro levemente ele se virou e me olhou assim como Ripchip. Provavelmente deveria ser que antes eu mais parecia uma alienígena do que uma pessoa normal. Caspian se recompôs logo, perguntando-me:

-- Podemos ir agora? – Disse ele sorrindo por um motivo que eu desconhecia. Assenti. Voltamos para o nosso caminho.

-- Eu devia estar parecendo uma maluca com aquela maquiagem, não é? – Perguntei rindo no meio de um corredor vazio. Ele sorriu de canto, com as bochechas um pouco coradas.

-- Admito, era realmente estranho. – Eu ri mais ainda e ele me acompanhou.

Ele abriu uma porta dupla abrindo para uma ampla biblioteca. Era extremamente linda. Eu sempre gostara de ler e duvido que não ficaria sem passar horas aqui. Caspian foi até uma mesa, logo ao lado dela uma cadeira e ficou atrás dela, puxando-a para trás. Finalmente entendi o proposito dele. Queria que eu me sentasse ali. Assim o fiz. Ele sentou na minha frente. Pegou os papeis que já estavam espalhados pela mesa. Observou alguns deles e me passou um pergaminho.

-- Leia isto e entendera tudo o que precisa saber.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?? Se gostaram por favor deixem um rewier! E me avisem se o nome do Ripchip está certo!