A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 37
Ele te escolheu.




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Pov. Nicolas

—Seja lá o que quiser falar comigo, seja breve, estou de mudança. – Lauren avisou enquanto nos aproximávamos de uma clareira na floresta.

Lucy resolveu não participar da conversa e voltou para o hotel deixando nos dois sozinhos.

—Não, você não está.

Ela parou no lugar e me olhou com raiva.

—E quem é você pra mandar na minha vida?

—Seu irmão. - disse autoritário. - Seu irmão mais velho. Você não vai a lugar algum.

Ela não falou nada, apenas me encarou por alguns segundos como se tentasse entender tudo o que eu disse.

—Você já soube, não é? - perguntou. - Por isso está assim?

—Lauren eu cometi um erro. - disse e as palavras doíam enquanto saiam. - Cometi esse erro quando não acreditei em você em 1875. Te devo desculpas, não apenas por isso, mas por te abandonar durante todos esses anos.

Era difícil falar sobre isso e me desculpar com Lauren.

Por mais que nesse momento eu devesse isso a ela, ela já tinha me feito sofrer muito e por muito tempo.

Meu orgulho estava ferido agora, mas eu sabia que estava fazendo a coisa certa.

—Não tem que se desculpar. Afinal, até eu acreditei. Por que você não acreditaria? - ela riu dando de ombros. - Você já fez sua parte. Se desculpou e se isso faz você se sentir melhor. Ok, eu te perdôo. Agora esqueça isso e vá viver seu conto de fadas com Elizabeth.

—Não dá Lauren.

—Deixa de ser teimoso droga - Ela esbravejou batendo o pé na grama. - O que você quer de mim, ham? O que pretende com essa conversa?

—Que voltemos a ser não só um clã, mas uma família novamente. Sem você não dá.

Ela ergueu as sobrancelhas desacreditada.

—Ta brincando, não está?

—Você sabe que não. Independente do que aconteceu nas últimas décadas, eu estou disposto a passar por cima de tudo isso e seguir em frente. Você é minha irmã, um pouco perturbada talvez, mas continua sendo sangue do meu sangue.

—Perturbada? – ela cruzou os braços. - Você é um idiota Nicolas.

—Você vai vir morar comigo. - disse como uma ordem e ela riu.

Quando viu que era sério ela revirou os olhos.

—Não posso, estou de mudança.

—Não se faz de difícil, hoje foi um dia cheio pra mim, eu não vou ficar insistindo.

—Já disse, estou de mudança. - insistiu e eu rangi os dente com raiva.

Sério, mais teimosia dela e eu a arremessava para longe. Eu precisava de um tempo também.

—Ok. - dei de ombros sem paciência. - Como você mesma disse, eu já fiz a minha parte. Vou deixar essa etapa para outra pessoa resolver, se não eu vou acabar matando você.

Sai de lá deixando-a sozinha.

Bom agora era a vez da outra irmã. Precisava conversar com Lucy, ela não estava feliz com nada disso.

[...]

Pov. Liza

Eu estava caçando escondido na floresta.

Sim, eu sabia que o assunto que Nicolas ia resolver não ia ser fácil, ele ia precisar de uma forcinha.

Encontrei Lauren sentada na mesma pedra onde Renesmee foi sequestrada pelos Volturi anos atrás.

Ela estava de costas para mim e encarando a clareira. Encostei-me na árvore a uns centímetros dela e a mesma suspirou me sentindo chegar.

—Nicolas que te mandou? – perguntou em um sussurro.

—Ele nem sabe que estou aqui. Se souber que estou sozinha zanzando pela floresta depois do que aconteceu, já tinha mandado um batalhão atrás de mim.

Ela se virou me olhando de cima a baixo, depois levantou vindo até mim. Ela parecia irritada.

—Veio tentar me convencer a ficar?

—Não

—Não? – Perguntou.

—Vim tentar fazer você parar de ser idiota. Se possível. – Ela bufou alto – Não adianta fazer essa cara, ou negar, você sabe e eu também sei que não vai conseguir durar nem um mês sem eles.

—Não se intromete. Eu sei o que estou fazendo.

—Sabe merda nenhuma. E sim eu me intrometo. Porque tuas decisões ridículas infelizmente afetam Nicolas, e afetando ele me afetam também.

—Como se você quisesse que eu ficasse Cullen.

—É não estava nos meus planos ter que conviver com uma... - disse pensativa - Qual é a palavra que ele te chamou mesmo? Perturbada – Ela rolou os olhos – Mas o que eu não faço pelo seu irmão.

—Você não tem moral pra me chamar de perturbada, desequilibrada... - ela começou a falar apontando o dedo pra mim.

—Não aponta esse dedo na minha cara, se não eu quebro ele e dou para os lobos comerem. Nada me impede de voar no seu pescoço.

—Nicolas te impede.

—Com a raiva que ele está de você hoje? É capaz dele me ajudar.

Ela começou a andar de um lado para o outro, como se de repente estivesse confusa.

—Eu não consigo entende-lo. Ele pensa que é fácil assim voltar como se nada tivesse acontecido nos últimos anos? - ela surtou falando dele. - Ele é tão mandão. Tenho vontade de soca-lo. As vezes penso em mata-lo...

— Não tem noção de quantas vezes eu quis pegar Renesmee e afoga-la num balde de gasolina e depois atear fogo. - disse fazendo ela me encarar. - Sabe por que nunca fiz isso?

—Porque você a ama? – perguntou indecisa.

—Não. Porque meus pais me matariam. – disse e ela sorriu – E o resto da família ajudaria. O que eu quero dizer, é que família é complicado. Mas é tudo que a gente tem. É tudo o que você tem.

—Foram muitas décadas em guerra, pra eu simplesmente voltar e sermos uma família feliz. - ela sussurrou.

—Ninguém disse que ia ser simples. Quando eu fui embora por um ano e decidi voltar depois, não foi simples. E ainda não é. Mas não me arrependo e você também não vai, porque não importa o quão ruim você seja, eles sempre vão amar você desse jeito.

Lauren não disse nada e por um longo momento eu me vi nela, quando toda aquela loucura aconteceu entre eu e minha família.

O quão diferente eu sou do restante deles, e depois de tanto tempo e tanta coisa, ainda não me acho uma Cullen modelo.

Não do jeito que eles queriam que eu fosse. Ou do jeito que eu sei que eu deveria ser.

—Eles não vão te esperar a vida toda. - continuei quando vi que ela estava considerando minhas palavras. - Ou volta a ser aquela mulher sozinha em busca de algo que nunca vai achar, porque nem sabe o que está procurando. Ou volta para sua família que está te esperando. Você nunca deixou de ser uma Roller, e sabe bem o peso que seu sobrenome carrega no nosso mundo.

Ela me olhou firme e eu senti que já tinha dito tudo que precisava.

Então me virei para ir embora e ela correu se materializando na minha frente.

—Espera.  – pediu me fazendo parar. – Obrigada. – ela veio até mim pegando na minha mão e eu estranhei seu gesto.

De repente senti um arrepio por todo meu corpo, e algo gelado tocar a palma da minha mão.

Era ele. Ela estava me dando o colar de volta.

Era estranho ver o jeito que meu corpo reagia ao vê-lo por perto, como se ele fosse uma parte perdida minha que meu corpo precisava de volta.

—Por quê? – Perguntei.

—Um dia eu quis que ele fosse meu, quis muito, porque era da minha mãe. Mas ele não me escolheu, escolheu você. E se eu cogitar ficar, tenho que deixar certas rixas para trás e o Lunam é a primeira que eu preciso me desfazer para tentar ajeitar as coisas com Nicolas. - ela suspirou olhando o colar. - Brigamos por muitas décadas por causa dele, eu fiz da vida dele um inferno. Eu não quero mais isso.

Eu me surpreendi ao ouvir aquilo e matei meu orgulho também porque sabia o quão difícil estava sendo para ela dizer aquilo.

Desde nosso momento na Itália eu estava ansiosa para poder falar com ela de novo. Ela precisava saber o quão grata eu era.

—Eu sei que foi um acordo, mas eu poderia ter perdido meu bebê ou estar morta agora sem sua ajuda. Obrigada.

—Eu poderia ter considerado a última hipótese, antes de te ajudar. – Ela sorriu.

—Você não vale nada mesmo. - revirei os olhos - Vai para o inferno.

Deixei ela lá rindo e voltei para casa.

Aproveitei o pouco sol que estava fazendo hoje e voltei caminhando. Coloquei o colar em meu pescoço e não percebi que tinha sentido tanta falta dele.

Eu ainda não tinha me acostumado com isso.

Independente do que Lauren decidir, estou com minha consciência tranquila por ter agradecido sua ajuda. Agora tudo dependia dela.

 


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Notas finais do capítulo

(E)