Radioactive escrita por Anna Beauchamp


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Gente, digam o que achara...faço melhor no próximo! Reta final ! *---*



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Eu estava tão absorta nas informações que acabara de receber que mal conseguia raciocinar.

Mas logo pude sentir a ansiedade me tomar ao ouvir alguém chamar meu nome alguns metros adiante.

– Alex - ele chamou novamente.

Engoli em seco correndo até o outro lado do corredor e senti como se todo o esforço tivesse valido à pena.

– Seth.

Meus olhos examinavam cada centímetro dele para ter certeza de que ele estava bem.

Agarrei as grades com força e então as destruí. De início ele pareceu confuso e assustado, mas sua expressão se tornou mais leve quando eu me aproximei abraçando-o forte.

Sentir o corpo de Seth tão perto do meu me fez sentir alívio, mas o alívio que eu não sentia há dias. Era um abraço aconchegante e fez cada parte de mim tremer de emoção.

– Eu...o que aconteceu com você? Machucaram você? Ah meu Deus, senti tanto sua falta Alex - ele dizia rapidamente.

Eu continuei calada, estava em um turbilhão de pensamentos.

– Eu estou bem - respondi.

Então depois de alguns segundos eu me toquei, precisávamos sair de lá o mais rápido possível.

– Temos que ir - eu disse.

Virei-me saindo da cela e comecei a rapidamente libertar os outros. Todos pareciam exaustos, assustados e, de certa forma, com raiva.

Por um segundo refleti no que Noah havia me dito, que os Voluntários que restaram estavam no Centro de Pesquisas, mas será que ele sabia que alguns deles, Charlie em particular, havia se tornado o que era, uma experiência falha que agora nunca mais poderia ter contato com a sociedade? Ele saberia que aqueles Voluntários estariam possivelmente jurados de morte?

Esses fatos me deixaram intrigada por um momento.

Quando o corredor ficou lotado de jovens raivosos e confusos eu tentei chamar atenção.

– Ei! - eu gritei - Olhem aqui, todos vocês!

Pude ver seus olhos pousarem sobre mim com certa desconfiança.

– Vou precisar da ajuda de todos vocês - eu disse quando finalmente as vozes cessaram - Todos aqui sabem quem foi o responsável por isso. Depois de tantas mortes desnecessárias, vamos dar fim a tudo isso. E vai ser hoje.

Eles respiravam pesadamente, não entendiam como fariam justiça, mas pareciam dispostos a qualquer coisa. Já haviam perdido quase tudo.

Seth se aproximou de mim e perguntou no meu ouvido.

– O que está planejando, Alexandra?

Eu o encarei com toda a determinação que havia juntado naquela manhã.

– Vou mostrar a realidade por trás do Soldado.


* * *


Levaram alguns minutos para que todos nós saíssemos. Já haviam guardas prontos para nos impedir no salão principal do Centro. Estávamos em maioria, mas houve um conflito.

Os Voluntários se jogaram contra os guardas e podiam-se ouvir gritos de quem estava por perto. Éramos muitos então estávamos em verdadeira vantagem.

Era uma guerra.

Em meio a confusão eu estava com Seth e Charlie ao meu lado. Ela havia colocado as ataduras nas mãos temendo que pudesse machucar alguém que não quisesse, as roupas de mangas pareciam evitar que ela encostasse em qualquer um.

– Pra onde vamos? - Seth perguntou.

– Para a praça onde deve acontecer a Cerimônia de Agradecimento - eu respondi.

Ele assentiu.

Lideramos os Voluntários até a parte do Centro de Pesquisas que deveria ser o estacionamento dos carros fortes. Enchemos os carros com alguns deles e seguimos para a praça onde deveria acontecer a Cerimônia. Foram minutos de pura agonia. O interior dos carros blindados eram escuros e abafados. Seth ficava o tempo todo segurando minha mão, e eu a apertava com força.

– O que aconteceu com você nesses últimos dias? - perguntou ele.

Respirei fundo, os dias que passei encarceirada foram extremamente angustiantes.

– Bom, eu...tive que fazer muitas coisas. Liderar uma guerra, por exemplo - eu sorri fraco.

Ele correspondeu meu sorriso da mesma forma.

– Você ficou no topo do mundo, Alex - disse Seth.

Engoli em seco.

– Nunca pensei que ficar no topo pudesse ser tão solitário.

Ele pareceu pensativo.

Então paramos. As portas se abriram e começamos a sair. Estávamos a aproximadamente uma quadra da praça. Olhei para trás vendo que a rua estava lotada de pessoas. Ao longe pude ver grupos de policiais que provavelmente haviam sido chamados para nos capturar.

Senti o coração acelerar.

Em volta ninguém sabia ainda o que estava acontecendo, as pessoas andavam para um lado e para o outro comprando algo ou tentando ver o que acontecia ao longe, na praça.

Olhei na mesma direção vendo o presidente Jimmy Duncun ser anunciado. Ele usava o terno azul-marinho de sempre e os cabelos negros estavam penteados impecavelmente. Ao seu lado estavam o Capitão e sua tenente, Carly Kramer, que mantinha sua expressão arrogante de sempre, os cabelos negros estavam presos no alto da cabeça e ela usava um vestido social preto - adimito que foi estranho vê-la de vestido.

Ao vê-los senti a raiva me tomar.

Ao olhar para trás e vi os policiais vindo em nossa direção. Logo os voluntários que haviam tomado a rua se revelavam e investiam contra os guardas. O movimento à primeira vista podia parecer apenas a polícia tentando conter um grupo enorme de baderneiros, mas depois percebia-se que a coisa era mais séria.

– Vamos! - gritei para Seth e Charlie.

Fiz sinal para que eles tentassem se esconder em meio as pessoas, e então corremos a toda velocidade. Eu não olhava para trás em momento algum, apenas me focava em chegar à plataforma. Em pouco tempo era possível ouvir as palavras do presidente.

– Depois de meses e muito esforço do governo nacional, conseguimos finalmente acabar com essa guerra e ter vitória sobre os nossos inimigos. É admirável a coragem dos nossos jovens de se voluntariar a um trabalho tão perigoso. Em nome do país, eu expresso novamente meus sentimentos pelas famílias dos jovens mortos no bombardeio organizado pela Rússia.

No início não acreditei no que ouvi. Eles haviam mesmo inventado um suposto bombardeio para justificar a morte dos Voluntários? Aquilo foi revoltante.

Então alguém chegou perto do presidente e disse algo em seu ouvido. Ele ouvia tudo com seriedade, e logo sua expressão pareceu a de alguém não muito feliz. Os dois que estavam atrás dele, o Capitão e Carly, pareceram curiosos, mas a curiosidade acabou quando eles viram o que acontecia a alguns metros deles.

Logo todos observavam a multidão de Voluntários que investia violentamente contra os guardas armados. As pessoas começaram a ficar confusas, no início ninguém correu, a briga acontecia apenas ao longe.

Finalmente consegui chegar à plataforma. Os olhos do presidente pousaram sobre mim zangados.

Eu o encarei com ferocidade. Subi na plataforma ficando cara a cara com o governante.

– O que pensa que está fazendo? - ele perguntou baixo e controlado.

Peguei o homem pelo colarinho, o que o deixou perplexo.

– Mostrando a verdade para os que ainda se iludem com quem você é.


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