Radioactive escrita por Anna Beauchamp


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

aqui está capítulo novo! Com uma surpresinha a pedido de uma leitora anônima desconhecida -sqn- ...aproveitem e.e bjus



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Eu estava mais forte do que nunca. Emanava energia e força.

Doyle me encontrou vagando até o acampamento, ele estava maravilhado com o meu feito. Ele me guiou até a enfermaria do exército onde encontrei Noah numa maca com uma faixa em seu braço direito.

– Holthern? O que estava fazendo no Campo de Batalha? - perguntou o sargento a Noah.

Percebi que nunca havia perguntado o sobrenome dele. Ele fez uma cara de dor.

– Meu trabalho é salvar os seus soldados, sargento Doyle - ele respondeu com um tom de sarcasmo na voz.

Então o sargento Doyle começou um longo discurso dizendo que Noah deveria ter pedido ajuda ao invés de tentar resgatar soldados sozinho e se machucar, se tornando então um fardo para ele. Noah rebatia dizendo que o sargento devia tentar salvar seus próprios soldados sozinho, mas que não conseguiria, porque para isso teria que parar de se preocupar com seu próprio nariz.

– Você está bem? - perguntei a Noah, interrompendo uma nova rajada de discussões.

Ele assentiu ainda mau-humorado por causa do sargento Doyle.

– Bem, devemos voltar o mais rápido possível para a América - comentou o sargento - Se preparem que saíremos da Rússia amanhã cedo.

Então ele se retirou em marcha.

– Qual o problema desses homens, hein? - perguntou Noah.

Fiquei feliz que ele estava bem, porém algo me deixava inquieta.

– Noah, me responde uma coisa - eu comecei sentando no canto de sua maca - O que eles farão quando eu chegar na América novamente?

Ele ficou sério. Eu estava sempre fazendo perguntas que ele não devia responder.

– Eles provavelmente levarão você para um dos Centros da capital. Manterão você presa sob a vigilância deles e a usarão como arma sempre que tiverem um problema - ele respondeu, correspondendo todas as minhas expectativas ruins - É um destino bem triste.

Ele virou o rosto para esconder a cara de dor.

Pensei no que ele havia dito durante alguns minutos. Ficar para sempre presa, talvez sem contato algum com a humanidade, nenhum parente, família, amigos...

Fiquei pensando como teria sido minha vida se eu não tivesse me inscrito para esse concurso idiota. Se Seth não tivesse se insrito também. Estaríamos em casa, bem, indo a escola, talvez nós namorássemos. Mas se isso não tivesse acontecido eu não conheceria Noah, que se tornou um bom amigo para mim.

– Acho melhor voltar para a cabana. Volto de manhã para ver como você está - eu disse virando-me e indo até a porta.

– Tudo bem. Até amanhã - disse Noah.

Engoli em seco e fui andando em meio a neve e destruição. Chegando a cabana voltei para cama, pois deviam ser duas horas da manhã e estava clareando. Tirei o casaco e voltei para a cama sentindo o cansaço tomar conta de mim como nunca. Eu poderia ter dormido mais tempo, mas o sargento me acordou aos gritos.

– Acorde! Já está tarde, soldado - ele dizia.

Tive vontade de enforca-lo e joga-lo no meio da neve para que congelasse. Odeio quando me acordam.

Levantei e me arrumei. Escovei os dentes e tomei uma xícara de café, que era a única coisa que serviam para mim. Provavelmente queriam me manter o tempo todo alerta.

Lembrei que eu tinha que visitar Noah na enfermaria, então corri pelo gelo até chegar na enorme cabana. Entrei percebendo que haviam mais feridos, macas com soldados em péssimo estado. O cheiro de iodo era sentido ao longe.

Encontrei Noah do outro lado da sala. Fui até ele vendo que estava desperto.

– Bom dia - eu disse a ele.

Ele sorriu.

– Bom dia, soldado - ele brincou, o que deveria ser um sinal de que estava melhor - Eu já tenho permissão para ir embora. Preciso arrumar minhas coisas porque iremos para a América hoje.

Eu assenti.

– Posso te ajudar a voltar para a cabana - sugeri - Venha.

Ele se levantou com cuidado e ficou de pé se apoiando em mim. Parecia pouco à vontade, mas eu o levei até a cabana. Ficamos em silêncio até chegarmos.

Eu o deixei sobre uma poltrona e olhei em volta vendo que o lugar era um pouco mais simples do que o meu. Havia uma cama, uma escrivaninha no canto com papéis em cima...podia-se notar que Noah era muito ligado no trabalho e estudos.

– Não é tão confortável quanto o da nossa garota Radioactiva - ele disse rindo.

Eu o olhei sorrindo, mas logo meu sorriso se desmanchou.

– Talvez em breve você esteja muito mais confortável do que eu - eu respondi.

Sentei ao lado de Noah encarando os papéis que estavam sobre a pequena mesa de centro.

– Não seja pessimista. Você já fez o que devia, deu a vitória ao seu país. Se quiser pode muito bem...sumir e ir embora para continuar sua vida de onde parou - ele dizia.

Fazia sentido. Eu podia sair voando e ir morar onde quer que eu quisesse. No país que eu quisesse. Sem que ninguém soubesse quem eu sou.

Mas eu não podia. Não era tão simples.

Me sentia segura em saber que Noah estava tão disposto a me ajudar em tudo.

– Posso perguntar uma coisa? - perguntei receiosa.

– Pode - ele disse.

Eu nunca havia refletido sobre isso.

– Noah, por quê você me ajuda? Respode minhas perguntas mesmo sabendo que pode se meter em encrenca por causa disso - eu disse curta e grossa. Não tão grossa.

Ele engoliu em seco e estreitou os olhos como se pensasse na resposta que daria.

– Não sei - ele disse me deixando surpresa - Talvez seja porque...eu seja o único que se importa com você de verdade.

Aquilo me pegou. Noah era gentil, muito atraente de fato, e me ajudava muito. Não era a primeira vez que eu me encontrava naquela situação, mas era a primeira em que eu não sabia o que fazer. Ele estava tão próximo de mim naquele momento que eu podia sentir sua respiração.

– Ainda tenho esperanças que você mude de ideia - ele disse.

Aquela pequena chama que eu receiava ter, se acendeu por um minuto.

Foi quando Noah me beijou. Suas mãos deslizaram pelo meu rosto e se prenderam na minha nuca. Era tranquilo e convidativo. Seus lábios eram cálidos e macios. Por um momento não havia mais nada. Minha mente foi esvaziada quase por completo...


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Notas finais do capítulo

Comentem amores ! =*