Radioactive escrita por Anna Beauchamp
Notas iniciais do capítulo
Desculpem a demora. Vi que tenho novos leitores...to feliz ^^...comentem..boa leitura, todos =*
Me joguei na cama em meio aos lençóis. Aquele lugar era sufocante, uma prisão com aparência de castelo.
Levantei e fui até a varanda sentindo-me sufocada. Será que eu poderia fugir dali...voando? Não, não, se eu tentasse provavelmente caíria. E cento e dez andares não seria uma queda nada pequena.
Voltei para dentro do quarto e segundos depois a campainha tocou. Fui até a sala vendo quem eu menos esperava ver.
Carly Kramer e o Capitão.
Meus punhos cerraram e eu senti o sangue ferver.
Ele me olhava como quem olha um carro que está prestes a comprar. Um olhar ambicioso.
Já Carly Kramer, que parecia ter se tornado sua tenente, me olhava com um pouco mais de inveja, e o ódio que ela tinha por mim ficava bem aparente.
– Olá, Alexandra - ele disse com um sorriso cheio de sinismo.
Eu não o respondi.
– Tudo bem, vim apenas para comunica-la de que amanhã estaremos mandando você para Groznyy - fiquei confusa com o nome, era um estado ou cidade? - Esteja preparada. Se bem que você já está, eu tenho certeza.
Carly revirou os olhos com aparente irritação. Acho que ela não suportava a ideia de que o Capitão ficasse deslumbrado com minhas capacidades. Porém eu não estava nem aí, odiava o Capitão e a odiava também. Se tivesse oportunidade acabaria com ambos.
– O que ela está fazendo aqui, afinal? - perguntei ignorando tudo o que ele havia dito e encarando veementemente Carly.
O Capitão franziu a testa um pouco surpreso com minha pergunta. Provavelmente não esperava que eu fosse questionar a presença de Carly ou sua participação em qualquer atividade no Centro. O que quer que ela estivesse fazendo lá, eu não a queria por perto.
– A soldado Kramer, tem apresentado grande potencial e diciplina. Achei que ela merecia uma...atenção especial - respondeu o Capitão.
Carly me olhou com afronta, levantou o queixo com orgulho e arrogância e o Capitão passou o braço por seus ombros como se ela fosse uma parente. Ambos eram podres, então o mais óbvio era que os dois fossem da mesma laia.
– Ela é doente - falei sentindo os olhos arderem com a raiva. Eles provavelmente estavam mudando de cor pela intensidade dos meus sentimentos, que não eram nada bons.
– E você devia estar debaixo da terra agora - respondeu Carly realmente irritada.
O Capitão parecia achar interessante nossa disputa.
– Acho melhor irmos, soldado - ele disse chamando Carly.
Ela me fuzilou uma última vez com o olhar e seguiu até a porta.
– Senhorita Wilder - ele me chamou antes de sair - Espero que tenha em mente os apuros que o sr. Carlyle enfrentará caso você não cumpra sua missão com diciplina.
Aquelas palavras me fizeram gelar. Seth, ele o estava ameaçando. Mais do que nunca tive vontade de matá-lo.
– Até amanhã.
Ele saiu trancando a porta e eu chutei a mesa de centro vendo-a se chocar contra a parede e se transformar em pedaços de metal retorcidos.
Malditos. Eu o odiava! Ele havia transformado minha vida em um inferno, e agora queria acabar com ela de uma vez. Provavelmente ele estava achando que eu seria para sempre seu fantoche e seu escudo contra qualquer coisa, mas ele estava enganado. Eu daria um jeito de me livrar das garras do Capitão e fugiria com Seth para qualquer lugar do mundo. Assim que eu conseguisse esse feito, iria atrás do oficial e acabaria com ele e com sua nova aprendiz. Carly era tão podre quanto o militar, ambos teriam o que mereciam.
Mas eu ainda não tinha uma ideia de como sair daquela prisão. As portas eram trancadas e vigiadas por guardas. Eu ainda não entendia como eles me explodiriam, será que haviam injetado um chip em minha cabeça ou outra parte do corpo? Eu poderia perguntar a Noah, ele havia participado da minha transformação, e parecia ser uma boa pessoa. Tínhamos algum tipo de amizade, eu acho, e ele poderia me ajudar, talvez. Mas eu não sabia como encontra-lo sem poder ir a lugar algum. Noah vinha ocasionalmente, o que dificultava minha situação. Eu tinha uma ideia de como sair do Centro de Pesquisas, porém era perigosa. Tive um certo medo de tentar, mas não havia uma outra opção. E se eu morresse? Bom, eu era indestrutível, mas será que eu poderia destruir a mim mesma? Se eu conseguisse estaria livre para tentar por meus planos em prática.
Mas e se eu morresse? Seth seria libertado, o governo teria que tentar injetar a substância em outro Voluntário e torcer para que funcionasse.
Pensei bem e quando tomei minha decisão, fui até o quarto e abri a porta da varanda. Olhei para baixo examinando a altura, que foi realmente estonteante. Meu coração acelerou e minha respiração ficou pesarosa. Cerrei os punhos e tentei me acalmar. Eu teria que tentar.
Fechei os olhos e tentei me concentrar no meu próprio corpo, do mesmo jeito que havia feito na noite anterior. Dessa vez senti o puxão na boca do estômago ser mais forte. A dor era incômoda, mas eu conseguiria aguentar. Senti como se a gravidade fosse desligada gradualmente, eu estava sendo lentamente erguida no ar. Tentei me levar para frente, e meus pés bateram na balaustrada tirando minha concentração. Fui tomada pelo medo e quando percebi a gravidade havia voltado. Caí segurando-me rapidamente na balaustrada com um grito de terror. Eu estava pendendo no ar, olhei para baixo vendo novamente a altura que fez meus olhos girarem.
Fechei os olhos desesperadamente tentando me concentrar, mas falhei, afinal era difícil se concentrar em qualquer coisa estando à quase duzentos metros de altura. Abri os olhos sentindo os dedos escorregarem, meu peso estava me trazendo para baixo.
Foi quando senti a gravidade ser desligada novamente. Eu estava conseguindo flutuar de olhos abertos. Foi maravilhosa a ideia de não estar caindo. Por um momento meu desespero se foi.
Mas não durou muito. Foi quando perdi o controle e senti meu corpo ser puxado violentamente para o chão.
Nos primeiros segundos eu estava consciente do que estava acontecendo. Era como se o tempo estivesse desacelerado e eu sentia apenas o vento e o desespero. E então eu desmaiei enquanto caía do centésimo décimo andar.
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