It Will Rain escrita por Queen


Capítulo 23
Twenty Three.


Notas iniciais do capítulo

Estou um tanto quanto chorsa, o que significa que eu não voun falar muito. De qualquer forma façam bom proveito.



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Eu tinha consciência de tudo o que estava ao meu redor.

Eu conseguia sentir cada parte do meu corpo gritando para que eu saísse do carro de Bianca e corresse para o de Beckendorf onde Percy estava. Mas eu não podia, eu não podia e nem queria parecer uma donzela desesperada pelo seu querido namorado.

Thalia murmurou algo ao meu lado e a única coisa que eu pude fazer foi tombar a cabeça no vidro. Rachel e Katie cantavam enquanto Bianca reclamava por elas serem tão desafinadas. Minha mente implorava para que chegássemos logo e eu pudesse curti a praia com a companhia dos meus amigos.

– Ai Meu Deus! Olhem só que decadência! – Bianca berrou baixando o som. Endireitei o corpo enquanto ela diminuía a velocidade. Rachel e Katie pararam de cantar para ver do que se tratava – Olhem só que absurdo, por algum acaso ele acha que é dono da rua? Esse filho da puta de pinto pequeno?!

Ela se referia a Lee que estava em sua moto levantando pineu em alta velocidade. Eu sempre achei muito legal caras que tinham coragem de fazer isso, mas para Bianca, que estava fazendo faculdade de direito e era bem mais madura que todas nós quatro juntas, aquilo era um absurdo.

Thalia reprimiu um sorriso e eu revirei os olhos. Katie e Rachel voltaram a cantar e Bianca decidiu ignorar as estupidez do Lee.

Olhei para o lado e dei de cara com Percy me encarando pela janela do carro. Como a rua era mão dupla Bianca e Beckendorf combinaram que tentariam ao máximo possível um acompanhar o outro e no fim acabou dando certo.

Percy sorriu e eu mandei um beijo para ele, no que resultou em uma careta fofa sua, ele estava deixando claro seu desconforto em ter o Connor dormindo em seu ombro. Revirei os olhos e fechei-os log em seguida colocando as costas das mãos na mina bochecha. Ele assentiu e eu encostei a cabeça na janela, pronta para dormir.

Fui acordada um bom tempo depois. Rachel me sacudia de lá para cá com um imenso sorriso no rosto. Havíamos chegado e ela parecia realmente animada. Usava uma blusa verde com um shortinho jeans. Seus olhos verdes claros estampavam sua animação. Era bom ver que ela estava feliz, era bom saber que ela não estava mais em sua fase depressiva.

Soltei um "hum hum" enquanto me espreguiçava e descia do carro.

A claridade do sol quase me cegou e eu me xinguei mentalmente por não estar tão despertada como deveria estar. A maré estava calma e não tinha mais ninguém ali, o que significava que teríamos a praia só para nós.

Entrei no chalé, era simples e não parecia apropriado para receber doze adolescentes, mas de alguma forma todos nós caberíamos ali e isso era o suficiente. Deixei minha mochila em cima do sofá e fui em direção a cozinha. Katie fazia estrogonofe para o almoço enquanto Thalia comia uma batatinha apoiada na quina da mesa.

– A mãe dele não vai muito com a minha cara – Ouvi Katie dizer enquanto eu me aproximava – Eu acho ela um amor de pessoa mas ela simplesmente me ignora toda vez que eu vou lá. Sempre foi assim, desde quando nós éramos apenas colegas.

Ela deu um suspiro pesado enquanto cortava alguns legumes.

– Que tipo de pessoa não gosta de uma criatura adoral como você, Katie? – Perguntei metendo a mão no saco de batatas da Thalia.

– Hey! Como ousa pegar minha comida sem pedir?! – Thalia disse afastando o saco de batatas para longe – Mantenha essas suas mãozinhas longe da minha comida.

Revirei os olhos e Katie soltou um sorriso.

– Ai ai, vocês duas... – Katie deu uma pequena gargalhada – Enfim, a mãe do Travis me odeia, eu acho, ela é muito mal comigo as vezes.

Soltei um "aaaaah" fingindo desinteresse e bebi um pouco do refrigerante que estava aberto em cima da mesa. Começamos a conversar sobre coisas aleatórias até que Nico entrou na cozinha e se atacou com Thalia. Soltei um barulho de vomito e Thalia deu um dedo para mim enquanto ainda se beijava com Nico. Eles faziam um casal fofo, disso não posso negar.

– Já posso ir ali colocar os bofes para fora? – Perguntei assim que eles se separaram .

Nico revirou os olhos e deu um beijo na testa da Thalia, que passou um braço ao redor de sua cintura enquanto ele passava um braço pelo ombro da mesma.

– Percy estava te procurando – Ele disse enquanto os dois saiam juntos da cozinha – Da ultima vez que o vi ele estava no corredor.

Assenti pegando uma torrada e indo em direção ao corredor. Estava vazio e escuro, olhei dentro de alguns quartos que estavam com as portas abertas e Percy não estava em nenhum deles, então resolvi chama-lo.

– Percy? – Minha voz saiu quase como um sussurro mas era o suficiente para que ele pudesse ouvir. – Percy?

Senti duas mãos em minha cintura e me virei, surpresa, encarando aquelas orbitas verdes que eu tanto amava.

– Oi mãe dos meus filhos – Ele disse se inclinando.

– Oi pai dos meus filhos. – Sorri quando nossos lábios se tocaram. Minhas mãos ficaram perdidas em suas costas, eu estava meio que abraçando-o enquanto nos beijávamos. Seus lábios estavam macios, como sempre, e eu me deliciava com o gosto de menta viciante que sua boca tinha.

Nos afastamos sorrindo e Percy afagou meus cabelos dando-me um beijo na bochecha.

– Nico disse que você estava me procurando.

– Ah sim – ele soltou um pequeno bocejo passando um braço ao redor dos meus ombros enquanto andávamos em direção a sala – Estava pensando em curtir um pouco com você. Você sabe, não ficamos muito tempo juntos e...

– E você quer reaproveitar isso antes do almoço, certo? – Conclui interrompendo-o e ele assentiu – Para onde deseja ir? Existe algum lugar em que possamos ficar a sós?

Ele pareceu pensar por um tempo com um biquinho, saímos do chalé e eu pude perceber que os meninos estavam surfando e mais a frente Nico e Thalia se agarravam.

– Uh, parece que todos os lugares aqui estão "ocupados" – Percy deu um sorriso sacana enquanto íamos em direção ao carro de Bianca – A Bia me emprestou as chaves do carro dela. Que tal darmos uma volta?

Assenti entrando no carro e Percy logo deu partida. O caminho até o tal lugar em que estávamos indo foi legal. Ouvíamos musica e ficávamos falando sobre coisas elevatórias. Demorou uns trinta minutos até que Percy saiu da pista dobrando em uma estrada de chão. O carro dava uns solavancos engraçado que me fazia rir. Tudo o que eu via era poeira e mato.

– Por acaso está me levando para a floresta em uma tentativa frustrante de me estuprar? – Perguntei risonha e Percy revirou os olhos.

– Talvez. – Ele respondeu rindo atento a estrada.

Um tempo depois ele dobrou outra vez e dessa vez era tudo mato mesmo. Quer dizer, tinha varias arvores e alguns pinheiros altíssimos. Era tão magnifico, eu podia sentir um cheiro agradável vindo de todas aquelas arvores juntas. Avistei passarinhos e borboletas voando por meio de todos aqueles pinheiros.

Percy parou o carro no meio daquela floresta (literalmente) e eu sabia que existia uma estrada mais a frente, porem ele parou ali, no meio. Desci do carro enquanto ele fazia o mesmo.

– Então... O que é esse lugar? – Perguntei enquanto ele abria o porta malas.

– É tipo um parque ecológico. Quero dizer, esse lugar não tem um dono, mas o governo decretou que viraria um parque ecológico. Cortaram algumas arvores para construir esse estrada no meio do bosque para que as pessoas pudessem vir aqui para você sabe. Cuidar das arvores, fazer piqueniques e etc.

Assenti ajudando-o a carregar uma sexta cheia de comida e um pano, pelo visto íamos fazer um piquenique quase na hora do almoço. Estranho, eu sei.

– Como você descobriu esse lugar?

– Na verdade foi a Rachel. Costumávamos vir aqui de bicicleta quando nós íamos para Montauk. Ela ama esse lugar.

– Hum. – Murmurei esticando o pano na grama e sentando logo em seguida. Percy sentou ao meu lado e nós começamos a espelhar as coisas.

– Um piquenique em hora do almoço? – perguntei com as sobrancelhas arqueadas. Percy desviou o olhar para o chão totalmente corado de vergonha.

– Desculpe – sua voz saiu baixa e eu reprimi um sorriso – Não consegui pensar em algo muito original. Perdão.

Apenas assenti enquanto colocava os sanduiches naturais em um prato e Percy colocava suco de laranja dentro dos copos.

Cruzei as pernas e comecei a comer tranquilamente, Percy fazia o mesmo ao meu lada. As copas ao redor de nós eram radiantes e eu estava adorando observar a altura de todos aqueles pinheiros e arvores. Os passarinhos cantavam animadamente e eu sorri com isso. Se eu acreditasse em reencarnação eu queria morrer e em outra vida ser um pássaro, para que eu pudesse voar livre sem rumo algum. Totalmente livre.

Bebi um pouco do suco e encarei Percy. Ele estava um tanto quanto... Diferente. Havia aparado o cabelo, seu queixo não era mais meio quadrado e sim normal, seus olhos estavam curiosos e seu nariz sem as pequeninas sardas que eu havia visto uma vez quando estávamos deitados no sofá. Sua voz também estava diferente. Ele estava diferente. E só então, observando-o, me dei conta de que ele estava completando dezessete anos.

Isso fez com que eu me inclinasse para ele de braços abertos enquanto ele limpava a boca. O abracei fortemente sentindo aquele cheiro de maresia que eu adoro.

– Hey, feliz aniversario!

Ele parecia estar meio atônito, mas logo retribuiu o abraço e depositou um beijo no meu pescoço. Percy me apertou contra si e eu fechei os olhos passando minhas mãos pelas suas costas. Suas mãos fortes e grandes estavam em minha cintura e eu sabia que ele estava sorrindo.

– Obrigada sabidinha.

– De nada, cabeça de algas.

Nos separamos e voltamos a comer. As vezes trocávamos uma ou duas frases, pois estávamos ocupados tentando engolir aquele pão seco que Percy havia feito. Sorri quando ele ficou entalado, eu não sabia se ria ou se ajudava-o, mas acabei escolhendo a ultima opção, porque você sabe né, não posso deixar meu namorado morrer engasgado.

Depois de comer deitei no chão e Percy se deitou ao meu lado. Eu sentia a pequena grama pinicando meu rosto e toda a minha pele exposta, mas não me importei. Percy deitou ao meu lado um tempo depois. Nós demos as mãos e passamos a olhar para cima, eu não conseguia ver claramente o céu porque as flores das arvores dificultavam minha visão, então olhei para o lado e vi que Percy estava de olhos fechados, com a expressão tranquila. Pousei minha cabeça em seu peito.

– Sabe, eu tenho pensando comigo umas coisas sobre nós...

– E o que seria? – Sua voz estava curiosa, sorri.

– Eu fui uma cretina quando te conheci, quer dizer, eu falei várias besteiras sobre você gostar de azul, te chamei de coisa, fiz você e o Nico brigarem, puxei seu saco em todas as aulas que fazíamos juntos, roubei toda a atenção da sua mãe para mim, eu.. Eu fui bem mal com você, sabe? E as vezes me pergunto se eu tivesse sido uma pessoa melhor as coisas seriam diferente.

Percy deu um suspiro.

– Seria diferente, pois aí eu não iria me apaixonar por você. Foi seu jeito chato, mandona, irritante e totalmente cruel que me fez se apaixonar por você. Eu fazia pirraça com você para ter sua atenção, você que nunca percebia.

Assenti e ele acariciou minha bochecha. Fechei os olhos com o seu toque.

– Sei que é piegas dizer isso mas eu amo você, Perseu Jackson.

– E eu amo você, Annabeth Chase.

Levantei a cabeça e beijei seus lábios. Começou calmo, apenas com um leve tocar de lábios, e logo passou a ser mais comovente. Nossas bocas se encaixavam perfeitamente e tudo o que eu conseguia pensar era em como eu tinha sorte em ter um namorado como o Percy. Que em pleno dia de aniversario me arrasta para o meio do nada para um piquenique as dez horas. Sim, eu me considero uma garota de sorte, pois ele me ama.

Nos separamos e eu sorri, mordendo o seu queixo. Levantei-me e ele logo alevantou-se também , começamos a desmontar o piquenique. Logo as coisas estavam no porta malas do carro e Percy dirigia de volta para o chalé.

***

– Não acredito que vocês ainda não transaram – Silena disse com uma mão sobre o peito, super dramática enquanto tudo o que eu podia fazer era revirar os olhos – Tenho certeza que o Percy é super dotado e consegue te fazer ter um orgasmos daquele.

Me remexi desconfortável enquanto mordia a língua para falar que o Percy era, na verdade, virgem. Aquilo iria chocar todas elas, principalmente Silena, que estava tão interessada nesse assunto que chegava a me incomodar. Não que eu nunca tenha falado de sexo nem nada disso, mas mesmo assim, era tudo tão precoce que só em pensar nisso meu rosto ruborizava. Sempre admirei mulheres que se guardavam até certo tempo ou depois do casamento.

Silena olhou com expectativa para mim, insinuando que eu falasse algo, depois olhou para Rachel. Ela veio sozinha em seu carro porque tinha uns problemas para resolver antes de vir e quando voltei com o Percy ela me arrastou até o quarto de hospedes, onde todas as garotas estavam sentadas conversando sobre bobagens. Por mais que eu preferisse curtir com o meu namorado, era tecnicamente impossível não ceder alguns minutos com minhas amigas.

– Rachel, vou te fazer uma pergunta e você vai ter que responder no sério! – Thalia disse calmamente olhando para os olhos verdes da ruiva – O Percy é bom na cama ou não?

– Eu não sei – Todas nós arqueamos a sobrancelha, inclusive eu, para que ela ficasse intimidada e revelasse algo – Sério eu não sei. Eu... Eu... Eu sou virgem.

Rachel fez uma cara de derrotada e Bianca arregalou os olhos, colocando a mão na boca.

– Não creio - ela disse incrédula – Ainda existe garotas com dezesseis anos virgens?

– Obvio que sim – Eu e Rachel dissemos juntas. Sorri – Também sou virgem e podem me julgar do tanto que quiserem mas eu me orgulho disso.

Silena revirou os olhos, como se isso tudo fosse baboseira.

– Então, alguém aqui além dessas duas é virgem? – Katie perguntou, ela, Bianca, Silena e Thalia não se pronunciaram – Hum.

––Ergh, Katie.. - Bianca parecia incomodada com o que ia perguntar – E ae, como o Travis é?

Nós cinco olhamos para ela em busca de respostas e o que obtemos foi seu rosto completamente vermelho. Ela tossiu algumas vezes e permaneceu com os olhos fixos no teto.

– Bom, muito muito bom, uau.

Todas nós caímos na gargalhada assim que ela terminou de falar. Era tão cômico estar conversando sobre uma coisa dessas enquanto nós deveriamos estar na praia ou algo do gênero.

Thalia alevantou-se e deu uma olhada na própria roupa, vestia um short jeans com spikes e uma blusa cavada branca, deixando a mostra um pouco do seu biquíni preto.

– Vamos para a praia? – ela perguntou esticando o braço e me estendendo a mão ajudando-me a levantar – Pegar um mergulho e fazer companhia com os garotos.

Peguei sua mão e ela puxou, logo começam a andar disposta a sair daquele chalé. Sei que pode ser egoísmo mas prefiro focar mofando na praia vendo os meninos surfar do que ficar lá dentro com elas, mesmo elas sendo minhas melhores amigas, essa coisa toda não é pra mim.

Estendi uma toalha de banho na areia e me sentei, observando as ondas que Percy pegava. Observei que ele manobrava perfeitamente bem e isso significava que ele já havia ido e pegado muitas ondas na vida. Da mesma forma como sei muitas coisas sobre Percy eu não sei nada sobre ele. Sim, totalmente estranho dizer isso, já que faz um ano que nos conhecemos, mas, se for para reparar bem, temos tantos segredos ocultos poucos reveladores.

Thalia se jogou ao meu lado com um sorriso no rosto, ela sabia perfeitamente que eu estava odiando aquele papo todo, por isso tomou a iniciativa de nos chamar para fora. Desviei meus olhos de Percy e olhei para ela, com um meio sorriso. Ela sorriu de volta e piscou algumas vezes devido o estar batendo em seu rosto.

– Vamos pegar uma sondas?

– Eu não sei surfar.

Minha voz saiu derrotada e isso a fez rir.

– Eu também não, mas estou disposta a subir em cima de uma prancha e fazer meu namorado gostoso me dar umas aulas.

– Nico não é gostoso.

Reprimi um sorriso assim que vi seus olhos me fulminando, controlei-me antes de voltar a falar:

– Ta, ta, desculpa vamos lá então.

Corri em direção ao mar com um enorme sorriso no rosto enquanto gritava pelo Percy. Ele sentou-se na prancha e ficou encarando-me com um sorriso. Minha pele reclamava pelo frio repentino mas eu ignorei enquanto ia em sua direção. Ele tinha um sorriso colgate no rosto, vestia apenas uma bermuda e seus cabelos estavam grudados n testa.

– Oi.

– Oi.

– Estive pensando... Você poderia, como bom e fiel namorado, me ensinar a surfar?

Percy riu e assentiu, desceu da prancha e me encarou com o cenho franzido.

– Olha, sei que você NAO quer aprender a surfa, então, o que você quer?

Revirei os olhos e retiro totalmente o que disse sobre ele não me conhecer. Bufei e voltei para a areia com ele ao meu alcanço.

– Tipo, nada, eu só quero ficar perto de você, só isso. - Sussurrei baixinho.

– É, você quer fiar comigo? Só isso? Bem pertinho? - Seu corpo obviamente ainda estava molhado, mas eu não me importei quando deitamos juntos na areia da praia, contudo que ele passou os braços ao redor da minha cintura e beijou meu pescoço – Pronto, estou aqui, com você. Sempre.

– Sempre?

– Sempre.

– Promete?

– Prometo.

– Eu amo você.

– Eu também amo você.

– "-Eu amo você. Eu também amo você" meu Deus, quanto melo! – Lee resmungou deitando ao nosso lado e acabando com todo o clima que havia se instalado no ar – Que piegas, será que vou ter que ficar o dia inteiro de vela?

– Vai ficar só se quiser – Connor disse sentando-se ao seu lado e mexendo no cabelo, havia acabado de pegar um caldo – Tem a Rachel e Bianca dando bola por ai.

– Rachel não faz meu tipo e a Bianca.... Bem ela meio que...

Ele deixou frase solta no ar e eu vi Percy levantar uma sobrancelha com um sorrisinho de deboche.

– O que é que tem ela? - Percy perguntou desafiador – Não ousa ao menos tocar na minha prima, não é cara?

Lee engoliu em seco e começou a suar frio enquanto gaguejava a procura de uma forma de concertar sua frase. Eu poderia ter rido, mas isso não era coisa de se fazer. Então, eu respirei fundo e forcei uma voz tediante e despreocupada.

– Ela é a fim de você.

Cantarolei e olhei para o mar, totalmente corada por ter revelado algo tão intimo de Bianca.

– O QUE? - Percy e Lee berraram juntos. Olhei cética para Percy.

– Sim, ela é afim-zaça do Fletcher, e dai? O que você tem haver com a vida dela? Hein Percy? Não vai me dizer que vocês já se pegaram ou sei lá?! Cara, você é tão patético que o Connor esta me secando há horas e você nem percebeu, pois estava ocupado de mais pensando na sua priminha.

Percy passou de vermelho para roxo. Ele deu uma grande bufada no ar e com as pupilas dos ohos dilatadas de raiva ou ciúmes, não sei, olhou para Connor, esse que rapidamente se evantou e correu para o mar com sua prancha na mão, Percy poderia ter corrido atrás se neste exato momento Lee o tivesse segurado pelo braço.

– Controle-se, cara – ele disse com uma voz baixa, quase sussurrando e Percy relaxou, olhando para mim.

–Desculpa.

– Não.

– Ah, qualé, hoje é meu aniversario! Não vamos brigar. Não é amor?! Hein? Hein? – virei o rosto quando ele tentou me beijar – Hey, prometo não ficar mais dessa forma.

– Não. Não fale comigo. Te odeio.

– Repete.

– O que?

– Que você me odeia.

– Eu te odeio.

– Agora repete de novo, s que dessa vez olhando bem no fundo dos meus okhos. Vai. Repete.

Bufei e olhei para o lado cruzando os braços. Observei Silena e Beckendorf andando pela praia juntinhos, os outros deveriam estar dentro do chalé ou algo do gênero.

Senti minha pele formigar em minha clavícula e percebi que os dedos quentes de Percy estavam lá, me tocando, fazendo caricias, e minha carne totalmente fraca cedendo aos seus encantos.

– Diz que me odeia, vai, diz – Ele sussurrou e isso me fez ficar estática – Vai. Fala.

– Não – rebati, cravando minhas unhas em suas costas e arranhando toda sua pele macia –Eu não vou repetir uma mentira dessas.

– Boa garota.

Beijamo-nos ferozmente e meu coração saltitava. Meu corpo imprensado na areia pelo peso de Percy, que enquanto nossas línguas se enroscavam naquela batalha por espaço já tanto conhecida ele acariciava meus cabelos.

Quando nos afastamos respirei ofegante e vi que ele estava da mesma forma. Sorri.

– É, você não me odeia. – Beijou a ponta do meu nariz e saiu de cima de mim.

Olhei as horas no meu relógio. Fim da tarde. Precisava falar com as menina sobre assuntos particulares, pensando em fazer uma pequena festa surpresa.

– Vou ali conversar sobre algo com a galera, ja volto, okay?

Percy assentiu e eu me levantei. Limpei a areia que ficou em meu short e corri em direção ao chalé. Ao chegar lá só encontrei Bianca e Rachel, as duas encalhadas, jogando baralho. Bianca tinha um cigarro no canto da boca e Rachel um copo de leite perto de sua coxa. Revirei os olhos diante dessa cena. Eu precisava falar com todas juntas, mas acreditava que nós três poderíamos no fim dar conta do recado.

– Hey! Que tal as duas mal amadas pararem de jogar e fazer algo mais interessante?

– Tipo o que? – Rachel perguntou logo apos bebericar seu leite.

– Estive pensando o seguinte – dentei-me ao seu lado no sofá, olhei para suas cartas e vi uma pequena desvantagem, mas logo ignorei - Que tal fazermos uma festa surpresa para o Percy? coisinha bem simples, daqui há mais ou menos três horas.

– E onde vamos conseguir dinheiro? – Bianca perguntou. Levantei-me e sentei no seu lado do sofá, olhando suas cartas. Rachel tinha uma grande chance de virar o jogo se fosse esperta.

– Isso é o de menos. Podemos ir ate a cidade, até o banco mais próximo e sacar da conta do meu pai, desde que me mudei para cá ele deixou uma boa grana para que eu fosse usando. Mas pouco uso, então...

– Fechado – as duas disseram ao mesmo tempo, sem desviar os olhos das cartas.

– Okay, é o seguinte....

***

Tudo estava escuro e silencioso. Ate certo momento tudo estava okay. Eu conseguia ouvir as respirações impaciente que Thalia estava dando. Fazia mais ou menos um hora que estávamos ali, todos em pé perto do interruptor de luz com balões e confeitos. As luzes apagadas. Todos em seus respectivos lugares. Estava fazendo um calor infernal, mas eu não me importava com isso.

Estávamos todos ali, com balões e confeites na mão, esperando Beckendorf, Percy e Nico voltarem para nos darmos o nosso glorioso "Surpresa!" mas eles nunca havia chegado.

– Tem certeza que já mandou uma mensagem, Silena? Estou com calor, quero logo ir correndo para ventilador mais próximo. – Travis reclamou com uma voz sofredora, um tanto quanto chorona. Reprimi um sorriso.

– Já, Stoll, acalme-se, é já que eles chegam.

Soltei um risinho e logo depois senti um peso sobre meu pé, gemi alto e me agachei, com tamanha dor.

– Ai cacete, quem foi o filho de Hera que pisou no meu pé?!

– Eu! – Ouvi a voz de Thalia a minha frente. Me segurei para não dar umas tapas em sua cara. – To tentando achar o interruptor de luz há horas, quero ligar essa budega logo e...

Ela não terminou a frase, pois o ouvimos o som do motor da caminhonete de Beckendorf, prendi a respiração. Todos ficaram estáticos, ajeitando-se para uma melhor pose. Ouvi batidas das portas do carro serem fechadas. Sons dos pés batendo no chão de madeira do chalé. Eles estavam chegando.

O som de chaves se fez presente e logo coloquei meu dedo novamente no interruptor, mas neste instante um barulho se espalhou por toda a casa. Vidro. Algum vidro tinha sido quebrado.

– PORRA CONNOR VOCE FEZ EU BATER A MAO NO VASO DA TIA SALLY, CE TA DOIDO CARA - Travis gritou - BICHO, ISSO ME DEU UM SUSTO DO CAPETA QUE..

A porta foi aberta de vez e então liguei a luz.

– SURPRESA! – gritamos juntos, sorrindo da cara de espanto que Percy tinha. Ele depois de se recuperar deu uma gargalhada e logo nos também fizemos o mesmo. Lee ligou o som e todos foram dano parabéns a Percy, enquanto eu continuei no mesmo lugar, observando tudo com um sorriso. Depois de vários abraços e uns " tá ficando velho hein amigo" Percy veio ate min, deu-me um selinho demorado e um abraço forte.

– Obrigada.

– De nada.

Nos separamos e eu olhei para seus olhos, que estavam brilhando de alegria.

– Gostou?

– Adorei.

Sorri um tanto quanto corada, puxei sua mão ate a mesa de comidas e lhe ofereci um salgadinho, ao qual ele pegou três e foi então conversar com os meninos no meio da sala. Com passos lentos comecei a dançar ao som de The Maine, completamente empanturrada de salgadinhos, pizza e brigadeiro. Bebi um gole de água e fui ate Rachel e Bianca, que, como sempre, estavam sentadas com cara de tedio.

Sentei-me no meio delas e coloquei os pés em cima da mesinha, olhando para minhas sapatilhas boneca.

– Obrigada, suas vacas. Sem vocês eu não teria conseguido organizar isso.

– De nada. – Elas disseram juntas com mó cara de enterro.

– Epa. Epa. Epa. Que cara é essa? – perguntei com a sobrancelha arqueada – Que que vocês tem?

– Poxa Annaabeth, todo mundo tá com alguém e nos duas..

– Estamos só.

Uma completou a outra e eu cai na gargalhada. Literalmente. Sorri de verdade, aquilo era muito engraçado de se ver.

– Do que você está rido? - Bianca perguntou com uma sobrancelha erguida, totalmente desconfortável.

– Bianca, o cara que você tem um abismo tá bombeando pela casa e você que não vai lá por orgulho. Rachel, você sabe que Connor não superou a Zoe, da mesma forma que você não superou o Percy, que tal fazer companhia a ele? Talvez um entenda a dor do outro. Nunca se sabe.

Elas duas trocaram um pequeno olhar. E eu assenti quando elas olharam em duvida para mim. Então, Rachel levantou-se e foi em direção a Connor, totalmente tímida, e começou a puxar assunto. Isso era algo legal de se observar. Eles dois se conheciam a anos mas nunca pararam para conversar. Sempre foi pequenas frazss. Apenas um olá e nada mais. Isso é um defeito que todo ser humano tem: não olhamos direito para quem está ao nosso redor. Quer dizer, você abre a boca e diz "Fulano é meu amigo" mas não sabe sua cor preferida, qual time ele torce, qual banda ele é fã, seus hábitos, suas manias, seus defeitos. Nunca paramos para observar. Nunca. E quando paramos é ai que surge o termo "Melhor amigo".

Olhei para Bianca, que hora levantava e depois sentava. Estava indecisa se ia para onde Lee ou não, esse que conversava com Katie, Silena e Beckendorf.

– Vai lá. Você gosta dele desde o momento que esses seu olhos negros bateram naqueles olhinhos claros. Não tente negar.

Bianca perdeu um pouco do ar que tinha nos pulmões. Caminhou lentamente ate Lee, parou em sua frente, sem pouco se importar na cara de confusão que ele fez quando seus olhos olharam para ela. Bianca apenas chegou um pouco perto e sem aviso prévio nenhum, o beijou.

Pulei do sofá e bati palmas, totalmente encantada. Olhei para o lado e vi Nico com uma careta estranha, sem saber se fica com ciúmes ou feliz pela irmã, mas apenas deu de ombros e voltou a falar com Thalia.

Bianca e Lee agora se agarravam loucamente no meio do corredor e eu tinha um sorriso abobado no rosto, cujo o mesmo acontecia com Silena, que ficava soltando uns "awwwntttz" toda vez que eles voltavam a se beijar.

Procurei por Percy pela casa e não o encontrei. Fui para fora e vi que ele estava sentado na pequena escadinha que ajudava a entrar no chalé. Ele estava com as costas largas um pouco curvadas para frente, um pouco corcunda. Seu olhar distante em direção ao mar e um pequeno sorriso nos lábios. Sentei-me ao seu lado e ele me deu um beijo na bochecha. Pousei minha cabeça em seu ombro.

– O que você tá fazendo?

– Olhando as ondas. O mar. A praia. O céu. As coisas ao meu redor. Não quero perder nenhum detalhe.

Sorri com o que ele disse e logo o acompanhei em sua observação em tudo ao nosso redor. Percy fazia pequenos cafunes no meu cabelo e vez ou outra eu mordia seu pescoço. Ele mordeu o lóbulo da minha orelha e eu reprimi um suspiro, afastando-me assim que percebi que todos estavam ali, atrás de nós, nos encarando com alguns fogos de artificio na mão.

– Percy Jackson - Beckendorf deu um passo a frente com a voz muito séria – Hoje. Dezoito de agosto. Você completa dezessete anos. Em comemoração viemos para cá, surfamos, brincamos, fizemos um luau no fim da tarde e essa mine festa surpresa. Mas, a emoção ainda não acabou.

Olhei para Percy que parecia realmente surpreso com tudo isso. Seus olhos tinha um brilho incrível. Eu sabia perfeitamente o que ele estava pensando: em como poderia ter amigos tão maravilhosos como aqueles. O abracei de lado com um meio sorriso e ele permaneceu com os braços em minha cintura, esperando Beckendorf voltar a falar:

– Continuando. Agora, chegou a melhor parte. Travis e Connor compraram fogos de artifícios, são exatamente onze da noite, caso você queira soltar só a meia anoite...

– Pode soltar agora. Vamos lá, vamos fazer essa birosca toda valer a pena.

Ele alevantou-se sorrindo e eu levantei ao seu lado. Todos nós fomos para a praia. Green Day tocava dentro do chalé. Paramos na margem mar, correndo, meus pés eravam congelando de frio, mas eu não me importava, eu estava feliz.

Beckendorf soltou o primeiro fogos, e depois Connor e Travis acenderam três. E assim foi. Soltei um com Thalia rindo abobadamente, vendo aquele estouro que fazia meus pelos se arrepiarem e meu coração bater a mil. Aquela imensidão de cores lindas e fantasmagóricas em todo o céu. Katie e Travis estavam rolando no chão enquanto se beijavam. Beckendorf e Silena brincando de chutar areia um no outro. Thalia e Nico com suas trocas de caricias estranhas que resultavam em tapas. Lee cochichando algo no ouvido de Bianca. Connor e Rachel sentados jutos na areia conversando enquanto olhavam para cima. Para todos fogos.

E eu? Eu estava abraçada com meu maravilhoso namorado. Sentindo seus músculos me apertarem contra o meu corpo. Seu cheiro irresistível de maresia se mesclando com o seu hálito de menta enquanto ele falava o quanto estava feliz. O quanto estava grato. Assenti, depositando um logo beijo em seus lábios, inclinando-me sobre ele.

Tudo estava bem.

Meu nome é Annabeth Chase. Tenho 17 anos. Estou bem. Estou feliz. Não sei se terei mais tempo para relatar sobre minha vida. Mas saiba que tudo isso é duradouro. Tudo isso é infinito. Não sei qual é seu nome. Qual a sua historia. De onde você vem. Se você está ou não passando por problemas. Se você é feliz. Mas estou aqui para dizer que dói. Dói pra cacete. Tudo na vida dói. Mas passa. Pode passar um dia, uma semana, um mês, um ano. Mas passa meu caro, nenhuma dor é eterna. Saiba que você não esta sozinho. Saiba que você tem amigos, uma família, uma vida. Neste momento estou aqui, nessa praia linda em Montauk, com meus amigos e namorado. Sei que um dia tudo isso será apenas uma lembrança. Sei que nem todos os casais que estão aqui hoje vão ficar juntos para sempre. Sei que algum dia meus filhos verão fotos dessa dia e me perguntaram quem são essas pessoas, perguntaram sobre tudo isso, e eu irei dizer com muito orgulho que essa foi a melhor época da minha vida. Não irei esquecer desta noite. Muitas pessoas esquecem como é ter dezesseis anos assim que completam dezessete, esquecem de como é ter dezessete assim que completa dezoito, e assim vai, é a logica da vida, mas eu não vou esquecer. Pois tudo isso é real. Eu estou aqui, agora, olhando para todas essas pessoas e para o Percy. E ele é tão lindo, tão gentil e amigável, e sei que nunca irei amar um homem da mesma forma como eu o amo. Bom, é isso, sei que estou chorando agora, mas saiba que esta tudo bem. Que eu superei meus medos. Que eu superei minhas barreiras. Seja lá quem você for e esteja lendo sobre tudo isso tenho a agradecer. Provavelmente você esta lendo isso há um bom tempo em que foi escrito, ou logo depois, enfim, estou enrolando minha despedida porque eu ao quero me despedir. Mas é preciso. Obrigada.


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Notas finais do capítulo

laagrriimmmaaasssssssss, leiam o prologo que eu vou postar daqui a pouco!
Beijos! To chorosa.



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