A porta bateu, outra vez, e dela surgiram mais 2 pessoas, mas não, não eram pessoas especiais, alguém diferente, nem mesmo um otário que entrou na casa errada, para dizer, e resolver a questão, as pessoas que entraram eram somente parte da equipe, sim, denominaram aquela palhaçada como ''equipe'', uma loira e a outra bem, era conhecida como minha mãe.

–Oh, Deus, você não apara as pontas? - acreditem, não era do cabelo que a barbie estava falando.

Estava me sentindo enclausurada com tantas mulheres em cima. Não havia uma unica válvula de escape, nem mesmo um ventinho em toda aquela muvuca. Um belo desespero me assombrando e a loucura atingindo e eriçando os pelos do meu corpo. Esta completamente desesperada para correr, sair voando, cavar um buraco, e ate torcendo para um meteoro me atingisse,mas pelo que observava o unico meteoro que tendia a cair, era o da paixão.

–Preciso de uma tesoura - bonnie gritou.

E, milagrosamente, eis que surge pela porta, uma presidiaria com a tesoura. Esta sendo desta forma a pelo menos uns trinta minutos, uma louca gritava e em um misero segundo ela surgia, e eu, ja cheguei a cogitar em pedir o meteoro, mas tinha minhas duvidas se ela atenderia. Abri a boca para clamar ao meteoro, mas a vagabunda me cortou.

–Guarde suas negações, não darei ouvidos a elas.

E isso, foi o ponto final a qualquer expectativa de fuga vinda por mim, e com ela metade de meu cabelo.

–Espero que tenha cera - Barbie sussurrou.

–Eu andei achando esta na casa do cachorro da vizinha... - merda ela havia achado.

Tive um unico dia para sumir com qualquer coisa que eu achava perigoso dentro de casa, afinal, com três malucas armando um grande plano contra o ex, uma mãe desesperada para se intrometer e uma presidiaria, acho que foi uma grande ideia me livrar de qualquer coisa que poderia machucar alguém, e este alguém tinha um nome e sobrenome, referindo-se diretamente a uma unica pessoa, exatamente, eu. E, por saber exatamente tudo que escondi e onde escondi, me assustava sempre que aquela nova louca surgia com algo como tesoura, faca, lápis de olho, cera, e sapatos apertados.

–Por que ela esta branca e... - a barbie começou.

–É melhor não saber! - murmurou a presidiaria.

Minha cara de nojo foi muitíssimo notável quando a cera veio para a minha cara, eu simplesmente deveria ter deixado ela dentro da casa do cachorro. Valda, a velha da esquina, era uma senhora mal educada com dentes podres e um olhar safado, em todos os sábados era quase impossível dormir com tantos gemidos vindo de la, agora, nunca parei para analisar de se eram dela ou dos bichos dela. Um zoológico montado na sala, e isso incluía alguns lagartos que acabaram sendo adotados pelos verdadeiros animais dela. Eu, graças aos céus, entrei uma única vez em sua residencia, e foi exatamente para largar a cera, pois, conclui que, com tantos cachorros, seria quase impossível saber onde estaria.

Suspirei antes de sentir o puxão e depois a ardência, não havia absolutamente nada a ser feito a não ser sentar e aguardar um meteoro que não cairia.

A porta bateu, novamente, e desta vez eu não olhei, ja era fadado saber que não seria ninguém, as expectativas se fora, e a tristeza esta a abalar meus pulmões.

–O que Diabos estão fazendo? - a voz grossa me arrepiou da cabeça aos pés.

Apaguei da mente que estava com uma cera na cara, que meu cabelo estava sendo cortado por alguém sem um pingo de conhecimento, e que havia um estranho na minha casa, ou melhor, no meu quarto, e fixei os olhos nele.

–Ric, para o seu bem, não faça perguntas! - berrou a presidiaria.

Não era simplesmente um homem, não, aquele provavelmente era o meteoro da paixão enviado por Deus e rogado por minhas preces, pois, naquele quarto não foi possível detectar uma unica boca fechada. Os olhos castanhos varreram o ambiente com cuidado e o sorriso de lado deixava claro que aquela reação era completamente normal. E eu, o avaliei da mesma forma maliciosa que ele avaliava a cada uma ali. Era mais velho que nós, mas não tão velho quanto a minha mãe, talvez uns 23 ou 25 anos, dentes perfeitamente alinhados e brancos, e acho que ele deveria ser o próximo modelo da colgate, braços fortes, e o cabelo no mesmo tom de seus belos olhos parados em mim.

–Vamos homem, não fique ai como um cachorro - a presidiaria cortou o silencio e retirou a pinça da janela.

–Cachorro? meus cachorros? - Valda, a velha da esquina surgiu logo atras dele.

–Oh, não! - a presidiaria sorriu amigavelmente para a velha - Trouce o que lhe pedi?

–Claro, claro - lhe devolvendo o mesmo sorriso amigavel - Esta estava dentro do vaso de flor! - e retirou o alicate de unha.

–Então, quem é Elena? - perguntou ele, mas seus olhos estavam cravados em mim.

Levantei a mão com a mesma agilidade que todas as outras garotas que estavam ali, e ele, apenas sorriu mais abertamente.

–Oh, acho que entrei no lugar errado, me falaram que havia apenas uma e bem... - mordeu delicadamente o canto do lábio.

–Não as mate! - a presidiaria revirou os olhos antes de prosseguir - E vocês patetas, vamos, ao trabalho.

– Alguém poderia me dizer, exatamente, quem é Elena? - seus olhos não sairam de mim - Preciso conhecer minha nova namorada!

E mais uma vez todas as mão foram para o alto, menos a minha, e isso, foi exatamente o necessário para ele saber quem era a tapada que provavelmente estaria metida em uma baita enrascada com algumas malucas e um cara muito mais do que maravilhoso.