The King In The North escrita por CiaMon


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! Eu queria agradecer muito pelos comentários e favoritos. Vocês me fazem felizes cada vez mais!!
Esse foi um capitulo que eu gostei excepcionalmente de escrever, toda a cultura e religião que o cerca foi uma coisa bonita que eu criei. Espero ter deixado bem claro o que eu queria.
Por favor, leia as notas finais!



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Capitulo Quatro

No caminho para o centro médico, Stiles estava sendo acompanhado por suas irmãs e pai. Ele nunca pensou que seria assim, ele preferia continuar a viver um pouco mais com eles, no entanto, parecia que tudo conspirava contra. Ou pior, a favor. Depois que Chris lhe informou sobre a visita, Stiles até formou um plano para fugir, mas nenhuma de suas irmãs parecia deixá-la só. Em uma das tentativas de fugir pela janela durante a noite ele acabou encontrando Chris montando uma armadilha perto da floresta.

Quando eles desceram da carruagem, Stiles estava estático na porta da clínica. Olhando para o céu, ele percebeu que a Lua cheia também estava alta. Acompanhando com os olhos um pássaro, ele olhou diretamente para o sol, fechando-os na mesma hora, não suportando a claridade direta em seus olhos. Quando os abriu  novamente, percebeu que Chris começou a puxá-lo pelo braço e eles adentraram ao salão. Algumas pessoas estavam sentadas nas cadeiras à espera de atendimento, e os olhos de Stiles se arregalaram quando a médica, Miss Morell veio em direção a eles. Ela cumprimentou-os e levou Stiles até a sala do médico. Chris deixou um beijo da nua testa e saiu da sala, deixando-a sozinha lá, aguardando a vinda do médico.

- Dr. Deaton virá em alguns minutos, aguarde, por favor. – Miss Morell disse, saindo da sala.

- Pronto, é isso! – disse, assim que a mulher fechou a porta.

Stiles juntou as três camadas de vestido nas mãos e correu para a janela. Estava deserta a parte de trás, e correndo ela chegaria até a floresta atrás do escritório médico. Abriu a parte de vidro da sala e colocou a primeira perna para fora. O vestido não permitia muito movimento, e ele estava um andar longe do chão. Mas assim que colocou a segunda para fora, ele achou que finalmente poderia estar livre, bastava saltar dali.

- Volte para dentro, Heather... – a voz do doutor foi ouvida, mas Stiles não ligou – Ou eu deveria dizer Príncipe Stilinski... – disse de novo, e dessa vez o homem estava atrás de Stiles.

As pernas do menino tremeram e ele tropeçou no curto espaço que lhe dava pé. Stiles sentiu o medo de cair daquela altura, seu coração correndo disparado e prevendo o quanto a machucar. Mas no mesmo momento ele sentiu um braço forte segurando um dos seus. Ele gritou, mesmo sem querer, quando bateu contra a parede. Mas assim que olhou para cima sentiu-se aliviado. Deaton fazia um grande esforço para mantê-lo daquela altura, e começou a puxá-lo para cima, com a ajuda de Stiles que ia batendo o pé contra a parte para dar maior facilidade para Deaton. Dentro, os dois homens ofegaram, caindo sentados no chão.

Mas mesmo que o médico tenha salvado a vida de Stiles, ele ainda estava muito ferrado. Por que agora alguém sabia sua identidade e ele seria obrigado a voltar para sua casa, para o palácio, para o seu mártir. Ele olhou para o homem, que já ia ficando de pé e levantou-se também oferecendo uma cadeira para o príncipe sentar-se. Stiles sentou-se e suspirou derrotado.

- Diga, lá. O que você quer?

- Como assim? – Deaton pareceu confuso

- Bem, você sabe sobre mim. Você sabe que eu sou o príncipe do Reino do Leste. Você quer o que em troca, dinheiro? – perguntou Stiles e Deaton sorriu.

Mesmo que aquele homem fosse de confiança para Derek, ele ainda era um homem, e os homens só se preocupavam com dinheiro, com bens materiais, e mesmo que isso fizesse parte da vida, não era ela a mais importante para Stiles. O amor, a família, a felicidade eram mais valiosas.

- Não criança. Eu não quero dinheiro, eu já o tenho suficientemente cuidando das relações diplomáticas do reino. – Stiles mostrou-se surpreso.

- Então você não pretende contar a todos? – disse esperançoso.

- Isso também não é verdade. – e o médico viu o rosto de confusão de Stiles – Eu não sei por que, e seria algo para se dizer com tempo. Mas você deve fazer essa escolha...

- Então, você...

- Deixe-me terminar. – sorriu quando Stiles bufou na cadeira – Você ainda não conhece tudo sobre este reino, mas eu assumo que saiba pelo menos quem é o rei. Certo?

- Derek Hale.

- Sim, o mesmo Derek que é aquele lobo... – diferente do que o médico esperava Stiles não estava surpreso – E eu, e minha irmã cuidamos do reino enquanto ele está enfeitiçado. Você não se lembra de mim, era ainda um bebe quando eu saí de seu reino, mas eu era um médico lá também. Eu realizei o parto de sua mãe.

- Você... – agora ele parecia surpreso – Você é... Dr. Alan?

- Sim, sua mãe nunca gostou da pronúncia de meu sobrenome... – riu lembrando-se da mulher falando sobre o seu nome – Depois de seu nascimento, eu tive que ir para o Reino do Oeste, minha mãe tinha falecido e eu iria velar sua morte.

- Eu sinto muito.

- Não sinta. – sorriu – Depois disso, eu recebi algumas cartas de sua mãe, e apenas isso. – disse, retirando um baú da estante – Minha família é de uma antiga linhagem de mediadores, nós estamos acompanhando a família de Hale por gerações. Durante séculos estivemos ao seu lado, e como Derek, eu sou o que restou da família. Somos nós os responsáveis manter o equilíbrio entre as famílias.

- Mediadores do que? – perguntou, retirando a peruca que lhe dava calor.

- A família de Heather é de uma linhagem de caçadores. Eles destroem tudo que é mítico e sobrenatural neste mundo, tudo que perturbe o equilíbrio da Grande Deusa. – os olhos de Stiles estavam arregalados – A irmã de Christopher, Kate Martin-Argent acabou crescendo com grande aptidão para a magia, bem como sua mãe Stiles; mas diferentes em sentido.

- Espera, espera! – disse, levantando-se perplexo – Kate é uma bruxa?!

- Sim. E Kate foi expulsa das Terras do Norte por isso, quando ainda era bebê. Gerard, pai dela, cresceu ódio sobre o Reino Do Norte e começou a juntar-se com bruxas más. Juntos, eles atacaram esse reino e trouxeram a desgraça para os reis. – o homem disse, colocando o baú sobre a mesa e retirando de lá um pedaço de madeira - Sentenciada a morte, Kate tinha apenas 18 anos quando isso aconteceu, e estava sendo levada para a forca quando Derek pediu que parassem. – Deaton contava tudo de costas para Stiles agora, olhado para os vários compostos na estante – Descobriram que os dois namoravam, mesmo sem o consentimento das famílias, e Kate o traiu anos depois. Ela, quando teve a oportunidade perfeita, atacou com um conjunto de bruxas o reino. Derek estava sofrendo pela morte da irmã, Peter estava louco com a perda do reino. Ela aproveitou-se da fraqueza deles e enfeitiçou todos saindo ilesa. Você entende agora por que há apenas luas cheias.

- Eu sei, eu conheço isso. Uma bruxa não pode mudar o que você é apenas a natureza do que te faz ser. Minha mãe disse. – comentou Stiles. - Você viu isso? Você se lembra de tudo isso? – disse corrido, como se as perguntas não pudessem ficar paradas dentro da sua cabeça – Como pode? Como ele não percebeu?– ele ofegou, sentando na cadeira de novo.

- Eu não sei Stiles. Você não era nascido nessa época, nem eu. – disse, colocando a mão no ombro do menino como conforto – Mas você vai entender tudo com o tempo...

- Tempo... Tempo?! Quanto tempo?! – disse revoltado, levantando-se da cadeira – E por que isso tem haver comigo?

- Sua mãe teve uma morte precoce e não pôde guiá-lo no caminho da magia. É compreensível sua confusão. – disse o homem, voltando para mesa – Você é a primeira pessoa que eu vejo que consegue entender suas formas animais. Geralmente, apenas animais e bruxas conseguem isso. Não existem registros de bruxos homens, mas você é especial de alguma forma. Eu posso sentir isso...

- Está tudo tão confuso... – disse o menino, finalmente retirando a peruca.

- O que houve com seu cabelo? – perguntou o doutor, quase rindo do formado irregular que o cabelo crescia.

- Ah, eu tive que dar um jeito por mim mesmo. – disse passando a mão por ele.

- Me procure da próxima, eu posso ajudá-lo. – disse, sorrindo – Ah propósito, você deve conversar com Derek o mais rápido possível. Sobre isso que falamos... Ele tem que saber a verdade.

- Certo. – disse, mas sem realmente saber como iria encontrar o lobo negro.

- Agora, voltando à pauta da consulta... – Doutor Deaton começou a abrir o pequeno baú que tinha colocado na mesa e Stiles olhou curioso.

A consulta não demorou mais do que o necessário para deixar Stiles menos tenso. Contudo, não menos confuso e triste; Dr. Deaton o fez lembrar-se de sua mãe, da época em que os dois ficavam sempre juntos. Ele ainda se lembrava de sua mãe contando histórias para ele dormir, lembrava-se dela colhendo flores, cavalgando com o pai. Lembrava-se dela na enorme cama do palácio, coberta, doente, fria e mesmo assim ela sorria. Lembrava-se dos gritos de dor que ela dava durante a noite, quando o médico vinha aplicar-lhe alguma substancia nova. Ele lembrava claramente dos cabelos negros, longos e lisos de sua mãe quando ela era enfaixada para ser jogada ao mar.

Quando Chris veio buscá-lo, Stiles tinha o rosto sério. As irmãs ficaram preocupadas, mas mesmo que ele tentou disfarçar o que sentia, a dor em seu peito era muito grande. Ele sentia falta dela, ele sentia falta de estar com seu pai. Sua respiração começou ficar mais difícil, os olhos pesados e a as mãos começaram tremer. Mas tudo o que via, quando olhou para aquela família, quando olhou para si, foi uma grande mentira. Ele não era Heather, ele não queria estar ali, ele queria ir para casa. Ele queria saber a verdade sobre Chris, sobre Allison e Lydia. Ele queria que as coisas fizessem sentido.

Parou de andar no meio do caminho, seu pai de mentira arrastava-o pelo braço em direção a carruagem. Na porta do veiculo, ele olhou bem para dentro onde estavam suas duas irmãs de mentira. Sentiu nojo, ânsia de vomito.  Olhou para Chris, dando alguns passos para trás e o homem a encarou preocupado. Mas Stiles ainda via as imagens da guerra das bruxas, ele via Chris coberto de sangue e com uma besta na mão, atirando contra um homem. Olhou para os lados, e algumas pessoas olhavam para eles. Stiles agarrou a saia do vestido com as mãos, andando para trás a medida que Chris se aproximou.

- Filha... – ele chamou, mas Stiles ignorou.

O garoto se virou e começou a correr, o mais rápido que conseguia. Ele olhou para trás e viu que Chris estava vindo atrás dele e correu mais, esbarrando nas pessoas que olhavam atônitas. Ele entrou em uma loja, a loja de tortas. Havia apenas dois clientes e Matt, que a fitou de forma surpresa. Ele ofegou, aproximando-se do menino e pedindo a saída dos fundos. Matt a levou, curioso em saber o que estava acontecendo, mas assim que chegou a porta a menina correu para fora. Ele a viu pulando na carroça e subindo até o teto.

Matt observou que ela queria pular o muro que dava para a floresta e correu para impedi-la. Ouviu a porta da frente ser arrebentada, e os dos se viraram para a entrada dos fundos. Stiles saltou mais alto, apoiando os braços no alto do muro e puxando o corpo para cima. Era difícil e metade de seu corpo estava do outro lado quando Chris chegou. Ele correu para a carroça também e Stiles jogou todo o corpo o outro lado, caindo com tudo no chão. Sentiu uma dor forte na cabeça, mas ignorou aquilo, levantando-se com pressa.

Sentiu-se tonto, a visão turva e escura. Escutou a voz de Chris longe e começou a andar pela floresta, entrando no meio da mata. Apoiava-se nas arvores, andando o mais rápido que conseguia. Retirou a peruca, jogando-a contra as raízes de uma árvore. Havia um corte que sangrava em sua cabeça, mas ele ignorou a dor e o sangue, continuando a caminhar. Suas pernas estavam cansadas, havia horas que ele estava no meio daquele lugar. Insetos e bichinhos pequenos rodeavam-no. Sentou-se em um tronco, sentindo a cabeça ainda doer. Estava cansado de subir aquela terra macia e pouco firme.

Porém, começou a escutar barulhos na floresta. Levantou-se na mesma hora, correndo mais para cima, onde o terreno era mais acidentado e menos íngreme. Só que ele acabou escorregando, batendo com a cabeça no chão de novo e ficando desacordado. Só demorou alguns minutos para ele voltar a enxergar e percebeu que finalmente estava anoitecendo. Sentou-se contra uma das arvores da floresta, com os joelhos juntos ao peito e deitou a cabeça nos braços abraçando as pernas. Suspirou, sentindo pequenas gotas de água caírem do céu.

- Ah, era só o que me faltava... – resmungou, tentando se proteger.

A chuva desceu de repente forte, Stiles não tinha mais forças para caminhar e resolveu ficar ali mesmo. Sentia a cabeça pesada e doendo, a chuva forte caia sobre si, mas à medida que ele fechou os olhos, era como se o som da floresta toda começasse a ficar longe. Sentindo-se com um cansaço imenso, Stiles deixou-se cair no mundo dos sonhos. E mesmo que tudo estivesse muito vago a medida em que ficava inconsciente, ele ainda pode ouvir o uivo de um lobo.

Quando Stiles abriu seus olhos, percebeu que estava em um campo aberto. O vento era forte, balançava a árvore ao longe com força e mesmo que ele estivesse ali de pé, ele não conseguia sentir nada daquilo. Levantou-se, sentindo o sol muito claro em seu rosto e olhou ao redor. Encontrava-se perto de um rio aonde estava uma criança pequena correndo em torno de uma mulher. Os cabelos da mulher eram castanhos quase ruivos e balançava de acordo com o vento. A criança corria em torno da mulher, ora correndo atrás de algumas borboletas.

Stiles caminhou para perto deles, podendo finalmente escutar as risadas da criança. A pequena tinha acabado de cair e a mulher levantou um dos braços, fazendo a criança ficar de pé com um pequeno redemoinho de vento. A criança sorria, voltando a correr perto da margem. Stiles reconheceu aquilo como magia, manipulação da natureza era um habito comum para eles, disse sua mãe. Stiles se aproximou mais, mas a mulher parecia que ainda não havia o visto.

Stiles tocou a mulher no ombro e ela finalmente se virou na direção de Stiles, sorrindo o sorriso mais branco possível. Com dentes finos, pequenos e correspondentes, mulher tinha o nariz muito fino e quase inexistente, os olhos eram bastante redondos e tinha uma maquiagem roxa pesada nos olhos. A boca parecia ter um corte maior do que o normal, meio grotesco. Assinaturas em verde desceram pela bochecha, pescoço e seios da mulher. Ela encarou-o mais alguns minutos.

- Oh, o que você está fazendo aqui? – ela perguntou, jogando a cabeça para o lado – Sente-se ao meu lado, Agilulfo. – ela disse, remexendo as mãos no ar e fazendo um vento forte dar uma rasteira em Stiles.

O jovem caiu no chão, não sentindo a dor do baque por incrível que pareça. Ele também percebeu que a risada da mulher fez o chão tremer e Stiles olhou diretamente para a mulher, que tinha um brilho estranho nos olhos. Endireitando-se, ele encarou-a durante alguns minutos antes de falar:

- Do que você me chamou? – disse, não querendo que realmente fosse isso sua primeira pergunta.

- Oh, eu vejo! – ela disse, rindo mais uma vez e a terra se mexeu mais uma vez – Você não se lembra de mim, é uma pena realmente. Teu pai nunca lhe disse meu nome, eu creio...

- Meu pai? – perguntou confuso – Onde ele está? – disse correndo os olhos pel campo apressado.

- Ah, querido. Teu pai está no mundo dos homens, muito, muito distante de onde estamos agora... – disse a mulher, lançando a mão para a face de Stiles.

Ela tinha os dedos longos e as unhas longas também, em cortes afinados. Stiles encarou o braço da mulher, cheio de manchas – como se fossem veias – verdes que iam até a ponta dos dedos, que eram roxas.

- Onde nós estamos agora?

- Muito, muito distante de qualquer lugar... – ela disse mostrando os dentes pequenos no sorriso – Mas o que te trás aqui?

- Quem é você? – Stiles pediu se afastando da mão da mulher.

- Eu sou a Grande Deusa. – ela disse, no caminho a língua dando um estalo. – Eu sou Birgit!

- Brigit? – perguntou Stiles confuso

- BIRGIT! – a mulher gritou, fazendo o céu escurecer na mesma hora e trovoes ressoarem nos céus. Stiles gritou e a mulher se acalmou – Você é realmente filho de seu pai, Agilulfo. Ele fez-me a mesma pergunta exata...

- O - o que? – perguntou incrédulo observando o céu se tornar claro de novo.

- Agilulfo, acalme-se...

- Por que você mesmo me chama assim...? – disse, sentindo-se confuso ainda mais.

- Você deve conhecer; pelo menos isso ele deve ter lhe falado. – disse, sorrindo, Stiles sabia sim – Muito antes do começo das eras, uma família foi escolhida para liderar. Mais outra família foi escolhida para orientar. Mais outra família foi escolhida para se submeter, mais uma para vagar, mais uma para viver, mais uma para morrer e muitas outras tiveram ainda seu destino a traçar. Apenas duas famílias sem destino ficaram a vagar. – ela disse muito mais elaborada que quando Heather contou a Stiles – De uma dessas famílias sem destino, originou-se o povo e da outra, que nem ouso citar, originou-se o povo. Da primeira, os povos de guerra. Da segunda, os povos de paz. E da união dos dois povos, originou-se a Terra.

A mulher dizia como se cantasse e Stiles ficou fascinado com a forma que ela falava.

– Dos povos da paz, o Senhor dos Deuses escolheu Siv. E dos povos da guerra, o Senhor dos Deuses escolheu Gunda. Siv e Gunda lideraram os povos na Terra. E foi do amor pela Terra, Birgit nasceu.

- Você Birgit? – perguntou incrédulo e ela silenciou-o.

- Birgit, a Grande Deusa, foi aquela que aos homens deu as graças. O poder de Siv e Gunda foi distribuído na Terra ao toque de Birgit, que até então apenas os animais tinha criado. Mas Siv e Gunda, que muito lisonjeados com o trabalho da Deusa, decidiram aos animais, a razão dar. Não sabiam, porém, que o que foi dado de Siv e Gunda - por que não era da deusa para o povo – tornou-se hoje, o mítico que há. Birgit, vendo a desgraça, criou então o homem para equilibrar. – a mulher suspirou, olhando para o céu que ia tornando-se alaranjado – Siv e Gunda, para ajudar, mais deuses trouxeram a Terra. E sob a benção do Senhor dos Deuses, o equilíbrio finalmente reinou na Terra. Hulda foi a guardiã mais jovem. Ulf, o segundo de Birgit. E Roth a irmã de Hulda. Muitos outros foram criados, cada qual representando uma família da Terra, mas seus nomes, ainda que eu os saiba, não ouso invocar. Você está acompanhando, criança?

Ela perguntou e Stiles acenou a cabeça de forma frenética, sem dizer nenhuma palavra e a mulher sorriu. Quando Stiles olhou para o lado, a criança que antes corria estava sentada ao seu lado, brincando com uma flor azulada que Stiles sentia ânsia de tocar. Mas a fala de Birgit voltou e Stiles voltou a focar na fala doce da mulher, que começava a contar uma parte nova da história.

- Ulf, o guardião dos lobos, e Birgit, a guardiã dos homens, ensinaram a Hulda tudo sobre a Terra, porque ela ainda não era guardiã de nada. Da relação de Ulf e Hulda, nasceu Agilulfo. E da relação de Birgit e Hulda, nasceu Sabine. – a mulher pegou a criança que estava sentada e colocou-a entre suas pernas, puxando o vestido para cima e mostrando as pernas esverdeadas – De Agilulfo e Hulda, abençoados por Ulf, originou-se os homens-lobo, que tinham razão e inteligência. E de Sabine e Hulda, abençoadas por Birgit, nasceu as bruxas que também tinham razão e inteligência. E do ciúme de Agilulfo e Sabine, um ódio entre os dois nasceu. E para os seus homens na Terra, esse ódio também cresceu.

- Eu não entendo por que você está me contando isso. – disse Stiles, vendo a criança olhar finalmente para ele e a feição dela era quase humana – Eu não entendo nada dessa relação. Brigit, Hunda, Agliofo ou o que quer que seja...

- Céus! Não, não, não! Esses não são os nomes! – a mulher disse, horrorizada. – Deixe-me continuar criança, atente-se para os nomes, porém! – disse, e a criança em seus braços saltou para fora voltando a correr pelo campo – Siv e Gunda, percebendo a desavença entre Agilulfo e Sabine, ditou a Ulf e Birgit assim: Dentro de cada um, há a fraqueza do outro. Birgit deve a Agilulfo orientar, enquanto que Ulf, a Sabine deve o mesmo tentar. Mas no caso de algum deles recusar, sua vida na Terra diminuirá. Agilulfo durante eras, Birgit orientou. Sabine, no entanto, em menos eras, a casa de Ulf deixou. E como tinha o dever de ensinar, Ulf ela foi buscar. Mas no mundo dos homens, o tempo é irregular. E para marcar o dia, Ulf fez o luar. Toda lua cheia, os dias seriam iguais. Nas fases crescentes, o tempo na Terra dos homens seguia a frente. E nas fazes minguantes, o tempo na Terra dos homens era atrás. E como Ulf gastava muito poder, no dia sem lua nenhum lobo pode transformar. Mas nos dias de lua cheia, o controle está totalmente fora de cada lobo e é quando eles costumam uivar.

- Uivar para que?

- Para pedir a Ulf sua benção e proteção, para pedir aquilo que desejam do fundo do coração. Mas serve principalmente para alerta: dizer a Ulf onde Sabina está. Até mesmo para procurar a família que está perdida, como pede sua razão. – a mulher sorriu, observando Stiles pensativo – Qual teu nome no mundo dos homens?

- Stiles Stilinski. – disse meio receoso e a mulher sorriu – Minha mãe é Cláudia Stilinki.

- Vê aquela criança, Stiles? – disse, apontando para a pequena correndo – Ela é Hulda. Hulda já foi Heather Martin-Argent... – disse, observando os olhos crescerem em descrença – E Hulda também foi sua mãe, antes de ser Heather. E antes de Cláudia, Hulda foi seu avô. E antes dele, muitos homens na Terra, Hulda foi.

- O que você está dizendo?!

- Hulda é aquela que orienta. Nós vimos o futuro e no futuro estava você. E para que você viesse ao mundo na Terra dos homens, Hulda abandonou seu corpo humano. Você veio, então estava tudo equilibrado, até que Sabina causou a discórdia entre os homens-lobo e então, Hulda novamente teve que voltar. Como Heather apareceu e começou a direcioná-lo para seu verdadeiro lugar, que é onde você está até então.

- Como assim?! Você está dizendo que eu matei minha mãe e a garota que eu amava?! É isso?! – ele gritou, levantando-se em fúria.

- Não criança, na terra dos homens, nós guardiões temos também um tempo de vida. Uns mais, outros menos, mas todos tem que voltar para renascer. Talvez, na próxima vez que eu e você nos encontrarmos, eu não tenha essa mesma aparência. Eu posso ser homem, eu posso ser mulher, uma criança, um velho. Um animal, um humano, um hibrido, um nada. – a mulher se levantou, olhando Stiles nos olhos e o garoto não pode desviar. – Você não teve culpa, criança, apenas tinha que ser assim.

As lagrimas começaram a cair dos seus olhos, a culpa entrando em seu coração de forma implacável. Ele não pode reprimir um soluço entre o choro quando Birgit o abraçou. Agarrou-se a roupa da mulher e chorou o quanto pode pela perda. E quando Birgit se afastou Stiles ainda segurou sua mão, entrelaçando seus dedos.

- Minha criança, você deve voltar agora. Você não pode fugir; você tem estar com os Martin-Argent, você precisa proteger os lobos-homens. Sabina sem demora aparecerá. – ela disse e Stiles abaixou a cabeça. – É o seu destino.

- Agora já é tarde. Chris nunca vai aceitar-me depois do que fiz e eu terei que dizer a verdade a ele.

- Olhe para o céu, criança... – Birgit disse, levantando o rosto dele – O que você vê?

- Uma lua... – disse, olhando para o céu agora negro e sem estrelas.

- Não qualquer lua, mas uma lua minguante. – ela disse sorrindo – Isso significa que eu posso levá-lo para um dia antes do ocorrido.

- Você pode? – ele disse esperançoso.

- Sim, mas isso consumiria muito de minha energia. Você entende o que eu estou falando? – ela disse séria.

- Você não vai estar aqui da próxima vez. – disse, sentindo-se triste.

- Não. Eu serei julgada frente à Siv e Gunda pela minha ousadia. Se algo acontecer comigo, não se preocupe, Hulda cuidará de guiá-lo em seu caminho, como tem feito desde então. – ela disse sorrindo de leve.

- Eu posso perguntar como?

- Ela está influenciando a todos. Daniel e Lydia são os mais receptivos. – disse e Stiles olhos com olhos arregalados – Sua família seria mais fácil, mas você está longe deles por enquanto.

- Eles estão bem? – perguntou, sentindo-se aflito por seu pai de verdade, seu meio irmão e madrasta.

- Eles vão ficar; tudo depende de você, criança. – disse, sorrindo – Você está pronto para voltar?

- Sim, eu estou... – respondeu e a mulher estendeu seu braço, as escrituram em verde brilhando vivamente, colocando a mão na face de Stiles. Ele fechou os olhos, não suportando a luz fosforescente em seu olho.

Quando abriu os olhos, percebeu que Chris começou a puxá-lo e arrastá-lo para dentro da clinica médica. Ele se lembrava de forma clara da conversa com Birgit, lembrava-se do que tinha feito mais cedo na clinica do Dr. Deaton e como tinha reagido com Chris. Olhou para o homem e ao seu redor, percebendo a repetição de eventos. Ele sorriu quando Morell deixou-o na sala do Dr. Deaton. Sentou-se calmamente na cadeira a espera do homem, e finalmente viu o médico entrar. Sorriu, e assim que o médico fechou a porta atrás deles. Stiles puxou a peruca remexeu no cabelo desordenado.

- Você poderia me ajudar com o corte, Dr. Alan? – perguntou.

- Seria uma honra, Príncipe Stilinski. – respondeu depois de alguns segundos de surpresa.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que tenha ficado tudo claro, mas se alguém não entendeu, a ideia central vai aqui: Stiles é a encarnação de Agilulfo na Terra. Agilulfo é filho de Ulf(protetor dos lobos) e guardião dos homens-lobo( protetor de lobos + filha de birgit/hunda = lobos homens). Ele está lá para proteger os homens-lobo e, se possível, reaver Sabine ao reino de seu criador, Ulf.

E então, o que vocês acharam? Eu espero realmente que tenham gostado, eu não estou muito familiarizado com druidas e mitologia celta, por isso deixei de lado na fic. Desculpe-me a quem gosta.
Agora que os mistérios estão sendo resolvidos, qual será o próximo passo de Stiles e como será que ele vai lidar com todos os problemas que estão por vir?
Aguardem nos próximos capítulos!