Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 74
A adega


Notas iniciais do capítulo

Desculpas de novo genteee
Mas vou mesmo tentar ficar postando regularmente se as inspirações ajudarem



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- Então... – Carter me encara, com a mão próxima da minha e sorri. – Você e Nathan são só amigos?

Sorrio, mesmo odiando esta pergunta quando Nathan me faz, principalmente porque nunca o deu uma resposta.

- Mais ou menos. – digo rindo e vejo Georgia prendendo o cabelo e rindo com Nathan.

Mordo o lábio, encarando-o com uma xícara de café misturado com alguma bebida alcoólica e levando-a até a boca.

Ele anda até nós e sorri, tombando a xícara toda e deixando-a em cima do capô de carro, se aproximando e abraço sua cintura com as pernas.

- Vou falar com minha irmã. – diz Carter correndo até Georgia.

- Ela é uma vadia. – diz Nathan rindo e me fazendo rir.

- Ah, e eu sou o que? – Seguro seus ombros.

 - Você é uma vadia legal. – Ele revira os olhos. – E é inteligente.

- Claro. Meu pai deixou as folhas dentro de minhas calças e da minha bolsa antes que eu pudesse sair e quando voltasse de manhã, um bicho estava lambendo seu sangue no carpete. – Ele suspira, encarando meus olhos e fecho os olhos. – Desculpe. Já deve ter ouvido milhões de vezes.

- Só acho que não deveria se culpar.

- Eu estava em uma festa. Estava tão distraída que não percebi que iria se matar. – digo.

- Não deve se  culpar.

- Á quanto tempo não fala com seu pai? – pergunto segurando seu rosto e querendo mudar logo de assunto, mesmo que eu tenha começado-o.

- Á muito tempo e eu realmente não quero falar sobre o meu pai.

Se eu entendi bem, Nathan tinha uma doença chamada discalculia que o fazia ter uma extrema dificuldade com números, e até que ele superasse isso, seu pai o espancava, dizendo que somente ele poderia fazer isso e que isto era apenas uma desculpa para não lutar pelo o que todos querem.

Eu nunca fui excelente em matemática, mas meu pai ou minha mãe nunca me bateram por causa disso.

Nathan é uma das pessoas mais inteligentes que conheço e matemática com certeza é o que ele sabe fazer.

- Então, decidiu quanto tempo ficaremos? – pergunto colocando as mãos para trás das costas e encarando a grama amassada debaixo das rodas da camionete.

- Carter passou a mão na sua bunda? – pergunta ele de braços cruzados e começo a rir, negando com a cabeça. – Sei lá.

- Você diz muito sei lá.

- Eu conheci uma garota uma vez que em uma noite, todas as perguntas que eu fazia ela respondia sei lá, inclusive quando perguntei o nome dela.

Sorrio, sabendo que ele está falando de mim e quando nos conhecemos em uma festa.

Chego pero de sua boca e respiro fundo, fazendo-o rir.

- É isso mesmo? Sem bebida nem cigarro? – pergunto sorrindo.

Ele encolhe os ombros e me encara.

- Acho que irrita um pouco você isso.

- Eu gosto de beber.

- Mas não gosta que eu dirija bêbado.

- Exatamente. – digo pulando do capô do carro e puxando sua mão na direção da casa.

Por algum motivo desconhecido, Carter nos acordou antes do amanhecer, o que deixou Nathan um tanto irritado.

Acordar cedo com certeza não está em sua lista de coisas favoritas, por isso ele me fez prometer que nunca o acordaria cedo, a menos que um bicho esteja comendo um de seus membros.

**

Por algum motivo desconhecido, as luzes da casa estão completamente apagadas e Carter, nem Georgia nem os empregados – Maria e Howard – nos disseram o porque.

- Porque as luzes estão apagadas? – pergunta Nathan com a mão se dirigindo ao interruptor, mas Carter aparece no dana, com uma casaco preto e um capuz na cabeça – Qual o seu problema? – grita ele.

- Howard está mexendo na fiação da casa, se fizer isto, ele morre eletrocutado.

- Porque está tão pálido? – digo encarando seu rosto e Carter me ignora, andando pelas escadas até seu quarto.

- Está sentindo este cheiro? – pergunta ele cheirando o ar, apesar de que eu não sinta nada. – Sangue.

Ele anda até uma porta branca e a abre, me fazendo sentir agora o cheiro de sangue.

Ele puxa a cordinha e as luzes se acendem, me fazendo encarar os corpos de um casal caído e despedaçado no chão.

Nathan me puxa para dentro do estreito depósito, se é que eu não deveria chamar de armário.

- Eles são mesmo bichos. – digo com a respiração rápida e sentindo que desmaiarei.

- Ei! Calma. Não vou deixar que isso aconteça com a gente.

- Precisamos ir embora – digo abraçando-o. – Agora.

- Eles vão atrás de nós. – Ele acaricia meus cabelos. – Vamos a noite, quando eles estiverem dormindo.

Suspiro e o encaro, concordando com a cabeça junto com ele.

- Droga! – diz ele apagando a luz e abrindo novamente a porta, me tirando rápido de lá e fechando a porta, suspirando e me encarando.

**

- O que foi? – pergunta Carter, me fazendo quase virar a cadeira da cozinha. Encaro o relógio do micro-ondas. Dez e meia e nenhum deles. Georgia, Carter, Maria ou Howard foram dormir ainda.

- Perdeu o sono? – pergunto, tentando tirar a imagem de sua boca cheia de sangue e com pedaços dos braços daquela mulher de cabelos loiros um tanto mais claros que os meus, mas isto não me deixa mais calma.

- Eu sempre durmo tarde. – Ele serve um copo de água. – Ah, - Ele deixa o copo em cima do balcão e sorri, segurando minha mão. – Queria mostrar uma coisa para você no meu quarto. – Ando com ele, torcendo para que Nathan saia do quarto e me chame, antes que eu possa ser estuprada ou literalmente comida por Carter Lewis. – Nathan deixou um papel com contas cair e nós também temos estes papéis, então pensei – Ele abre a porta do quarto escuro me deixando passar. – Poderíamos nos juntar para procurar a cura.

- Certo. – digo encarando o último feixe de luz que há no quarto, antes que a porta se feche e eu seja jogada na cama branca, sentindo minha blusa ser arrancada de meu corpo e Carter anda até mim, mesmo que eu me levante e esteja pronta para chutá-lo.

- Meg. – diz ele rindo. – Não vai acontecer nada. Não doerá.

- Ah claro. Eu vou estar morta. – digo lançando meu pé na direção de seu rosto, mas ele o puxa segurando minha coxa e mordendo-a, mas de um jeito totalmente anormal, tirando um pedaço de minha carne. Mesmo que eu grite e tente puxar minha perna de volta, só consigo colocá-la no chão quando ele me solta e saio correndo pelas escadas, tropeçando várias vezes e caindo em uma delas, mas a queda não é tanta, mas caio de cara com os pés descalços e com as unhas pintadas de vermelho de Georgia, que puxa meus cabelos, me arrastando até onde ficaria a adega. – Sabe, Nathan poderia ter se divertido. – Ela abre a porta e Nathan corre até nós com três marcas fundas de unha em seu rosto, mas Georgia me joga em sua direção e ao invés de fugir, ele me segura.

- Como... – diz ele me abraçando. – Desculpe.

- Mas fui eu quem quis parar o carro – digo flexionando minha perna com sangue descendo até meu pé e manchando o chão de madeira.

- Ai, chega desta conversinha melosa. – diz Georgia e tento não prestar atenção no que ela fala, sabendo que talvez eu só sobreviva três dias, mas se tiver sorte, quatro. 


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