Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 5
O belo e a fera


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu ia postar ontem, mas o Nyah! entrou em manutenção e só consegui postar agora. Bem, boa leitura.



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- Ai droga. – diz alguém atrás de mim.

Alguém segura meus ombros.

- Nathan! Me solta! – grito me debatendo.

- Ei, ei! – diz alguém. – Eu não sou o Nathan.

As luzes de apagam e vejo um garoto de cabelos loiros, casaco preto e olhos azuis.

- Desculpe. – digo rindo. – É que...

- Shannon! – Nathan vem até mim e segura meu braço. – Nunca mais faça isso.

- Você deve ser o Nathan. – diz o garoto estendendo a mão para Nathan.

Nathan me encara e aperta a mão do garoto.

- Carter. – diz ele sorrindo. – Que alívio, achei que fosse o único.

- Não, você não é. – diz Nathan. – Vamos.

- Para onde? – pergunto com raiva. – Eu não vou andando até eu sei lá aonde você quer ir.

- Vocês poderiam ficar alguns dias. – diz Carter com as mãos nos bolsos da calça marrom. – A casa é grande, tem muitos quartos e somos só eu, os empregados que sobreviveram e minha irmã.

- Viu Nathan? Podemos ficar até de manhã e depois você concerta o carro, já que foi você quem o quebrou. Certo?

- Certo. – diz Nathan em um tom rabugento, tirando a lanterna de minha mão e indo na direção do carro.

- Aonde vai? – pergunta Carter.

- Pegar minha mochila. Tem comida ai dentro, certo?

Carter concorda com a cabeça e tira a mochila de minhas costas.

- Eu levo isso para você. – diz ele sorrindo. Sorrio de volta e andamos na direção da casa.

Nathan nos alcança e ajeita a mochila nas costas.

Andamos até a entrada de uma grande mansão. Uma fonte branca, mas com manchas de sangue na frente da mansão. Dois carros importados e uma porta com detalhes dourados.

- Nossa. – digo olhando para o teto com pinturas de anjos.

Entramos na casa e fico mais impressionada ainda. Os móveis caros, escadas, corredores, a limpeza que qualquer um que vive neste mundo confuso não conseguiria manter, o cheiro de jasmim pelos cômodos.

Uma garota de cabelos loiros, calças jeans pretas e uma blusa rosa corre em nossa direção e aponta uma arma para Nathan, que levanta os braços em rendição.

Carter passa na frente de Nathan e encara a garota que abaixa a arma e sorri.

- Que susto, Maria se escondeu no porão. – diz ela sorrindo para Nathan. – Oi.

- Oi. – diz Nathan abaixando os braços.

- Desculpem-me pela hospitalidade de minha irmã. Esta é Georgia. Georgia estes são Nathan e...

- Shannon. – digo apertando a mão de Georgia e olhando novamente em volta.

Uma parede com espelhos, outra com suportes para garrafas de vinho, uma mesa grande de madeira com cadeiras do mesmo tom de cor, tapete felpudo branco, um quadro grande de um homem de terno, duas escadas para o andar de cima com tapetes vermelhos no chão, um corredor que rodeia a casa, várias portas com maçanetas douradas nos corredores e um mordomo descendo as escadas com olhar assustado.

- Oh, céus. – diz ele aliviado. – Sr. Carter, não sabíamos que tínhamos visitas.

- Estes são Nathan e Shannon. – diz Georgia sorrindo, com a arma na mão. – Eles acabaram de chegar.

- Ele bateu o carro em uma árvore. – digo. – Amanhã concertaremos o carro e vamos embora. Não queremos incomodar.

- Oh, não. – diz o mordomo. – Vocês não precisam ir embora, esta casa está tão vazia, vocês podem ficar por aqui. Se os pais de vocês não se importarem é claro.

- Nós, não somos irmãos. – diz Nathan rindo.

- Graças a deus. – murmuro olhando para seu rosto. – Meu irmão era amigo dele.

- E quando ele morreu eu tive que cuidar dela. – diz Nathan.

- Esses pirralhos. – diz Georgia rindo.

- Somos gêmeos. – diz Carter.

- Dane-se. – diz Georgia. – Vem, eu acho um quarto para você.

Ela puxa o braço de Nathan e sobe as escadas com ele.

Uma mulher robusta com roupas brancas, surge assustada atrás de uma coluna.

- Carter. Avise antes. – diz a mulher.

- Maria! – diz Carter. – Bem, eu também não sabia o que eram. Esta é Shannon e lá em cima, Georgia está com o Nathan.

- Oh, deixe-me levar sua mochila então. – diz ela tirando a mochila das mãos de Carter. – Carter, leve-a para conhecer a casa.

- Claro. – diz ele. – Vem, vou te mostrar tudo, assim você não precisa perguntar onde fica cada lugar.

Andamos pela casa. Carter me mostrou onde cada quarto, banheiro, esconderijo em caso de algum ataque fica. Me mostrou onde fica a cozinha, onde as despensas ficam.

Sinto um cheiro de morango no ar quando passamos por uma porta.

Paro de andar e coloco a mão na maçaneta.

Carter segura minha mão e sorri envergonhado.

- Er... Não. – diz ele.

- O que tem aqui? – pergunto para Georgia que passa por nós e começa a rir.

- Ah, - Ela vem em minha direção e cheira o ar. – A coleção de geleias de morango. Meu irmão é viciado nelas.

Ela vai embora e fico sozinha novamente com Carter.

- Eu sei que é estupidez, mas essas geleias são um sonho. – diz ele suspirando.

- Eu também amo geleia de morango. – digo, mesmo parecendo estupidez.

Ele ri e me leva até meu quarto.

- Bem, você fica aqui. – Ele abre a porta.

Solto um suspiro ao ver o tamanho e como é bonito.

Uma cama imensa no meio, uma porta gigante de madeira branca que cobre uma das paredes, uma porta de madeira, uma mesa, uma janela imensa com vista das luzes da cidade, uma mesa de cabeceira, uma estante de livros que rodeia o quarto inteiro.

- Eu vou ficar aqui? – pergunto.

- É. – diz ele deixando minha mochila no canto, perto da porta. Aquela porta grande e o closet e aquela ali é o banheiro. – diz ele apontando para as portas. – Você deve estar cansada. Bem não sei o quanto andaram, mas...

- Sim, ficar perto do Nathan é cansativo.

- Porque precisam concertar o carro?

- Porque Nathan bebeu demais e bateu o carro em uma árvore, se recusando a me deixar dirigir. Então o carro estragou.

Ele ri.

- É bem a cara dele. – Encaro seus olhos e ele ri. – Ele não é arrumado.

- Nathan é... – Tento achar alguma palavra que consiga descrevê-lo de maneira que não pareça tão horrível quanto realmente é. – O Nathan.

Ele ri mais uma vez e acena com a mão.

Ele sai do quarto, fechando a porta atrás dele.

Solto um suspiro e sorrio.

Finalmente uma coisa boa. Não preciso mais tentar falar direito com Nathan. Nesta casa enorme, posso até nem vê-lo.

Olho para a janela e começo a rir feito uma louca.

- Ah! – Carter abre a porta e coloca a cabeça para dentro do quarto. – Pode tomar banho se quiser.

- Qual é o tempo? – pergunto ríspida, acostumada com Nathan me falando isso. – Desculpe.

Ele dá de ombros.

- Pode ficar o tempo que quiser. Temos bastante água. Tem toalhas dentro do guarda-roupa. Vamos jantar daqui a pouco.

Ele fecha novamente a porta e eu mordo o lábio inferior.

Corro para o banheiro e acendo as luzes, observando o espelho adornado com folhas e flores douradas, a banheira branca e grande; sais de banho e tudo o que eu poderia querer.

 Ando até a porta do closet e abro-a, vendo uma luz se ascender e um corredor de roupas aparecer do nada. Abro várias gavetas com cintos, sapatos, acessórios para o cabelo até achar uma que contenham toalhas.

Pego duas delas e corro para o banheiro fecho a porta, despido-me e abro a torneira do chuveiro.

Sinto a água limpa e transparente cair sobre meu corpo e molhar meus cabelos, implorando para que Nathan não concerte o carro, pois não quero sair daqui.


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Notas finais do capítulo

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