Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 31
O pedido de aniversário


Notas iniciais do capítulo

OOOOK moçada do beiiim.
Ai vai mais um capt e depois eu posto o outro.



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Como eu disse, valeu a pena.
Como eu disse, valeu a pena.
Como eu disse, valeu a pena.
Como eu disse, valeu a pena.
– Como eu disse, valeu a pena. - diz Carter sorrindo.
Arregalo os olhos e encaro Nathan que mastiga um tomate.
– O que?- pergunto encarando Carter com os olhos arregalados.
Ele levanta o cotovelo e me mostra uma cicatriz de corte que vai até sua manga da camisa.
– Eu saí para correr e vi um bicho. Corri mais rápido e caí em um buraco e me.arranhei com uma pedra. Mas como eu disse, valeu a pena. Eu sobrevivi.

– É, você precisava. - diz Nathan tomando um gole de suco de laranja.

Eu e Carter nos entreolhamos e eu encaro Nathan.

– E ai, quando vai ver seu pai? - pergunto.

– Vi ele faz três dias. Você quer vê-lo?

– Ele éseupai. - digo. - Só quero que você não o deixe, pode ser que ele se acidente.

– Shan, meu pai tem quarenta e quatro anos, não oitenta e seis. - Ele ri. - Ele não precisa de andador e sabe se virar dentro daquela casa.

– É, mas e as bebedeiras?

– Acredite, aquela casa é praticamente adaptada para os eventos de meu pai. Ele não vai bater a cabeça na ponta da mesa.

– Só me preocupo. - digo encarando seus olhos.

Ele se debruça sobre a mesa.

– O que você quer com o meu pai? - Ele me encara desconfiado.

– Informações. - digo arqueando as sobrancelhas.

– Sobre os... - Nathan me encara.

– É. - digo.

Carter e Georgia nos encaram.

– Sobre os...? - pergunta ela.

– Sobre os bichos evoluídos.- diz Nathan. - Shan não gosta muito de falar sobre isso. Sabe como é. Abe e tudo mais.

Chuto sua canela com força e ele me encara.

– Ela é muito sensível efrágil.

– Vai ver o que é frágil daqui a pouquinho. - ameaço.

– Duvido. - Ele cruza os braços. Encaro seus olhos. - Ok, eu não duvido. Quer dizer, na dúvida, melhor não arriscar com este tipo de coisa ok?

– Ok. - digo.– Então...

– Vamos amanhã. - Ele bate o punho fechado em cima da mesa.

– Ok. Todos nós. - diz Carter.

– Conhecer o meu sogro. - diz Georgia sorrindo, agarrada ao braço de Nathan que arregala os olhos para mim.

Eu tento não pensar no que aconteceu na fonte ou no quarto á algumas horas atrás.

– Não. - diz Nathan. - Só eu e a Shan. Só tem dois lugares.

– Tem três. - diz Georgia.

– Não é justo o Carter ficar aqui. - diz Nathan.

– Desde quando se preocupa com o que é justo para mim? Depois que quase atirou na minha cabeça? - Carter cruza os braços.

Nathan aponta para o rosto de Carter, se debruçando sobre a mesa.

– Você sabe muito bem o porque! - grita ele. - Cale-se e aceite isso! Se falar alguma coisa contra o que eu digo, atirarei dentro de sua narina esquerda.

– Porque na esquerda? - pergunto.

– Porque eu quero. - diz Nathan me encarando. - Ouviram bem? Nada disso aqui dentro dessa casa.

– Cala a boca! - grita ela. - Não a gente.

– Shhh. - diz Nathan. - Eu vou levar essa promessa até o fim.

– Tá e eu vou ficar sem isso até quando? - Ela cruza os braços.

– Pode pelo amor de deus calar a boca? - diz Carter. - Vocês não vão sair amanhã.

Nathan tira a arma do bolso e enfia na narina esquerda de Carter.

– Sério? - Carter revira os olhos.

– Eu não brinco. - diz Nathan.

– Vocês não vão sair amanhã. - repete Carter.

Nathan destrava a arma.

– Diz de novo.

Cubro os olhos com as mãos.

– Carter, para...

– Vocês não vão sair amanhã. - diz ele encarando os olhos de Nathan.

– Nathan! - grito quando vejo seu dedo no gatilho. - Eu vou com você ok? E você pare de provocá-lo. Vai acabar se matando.

Arrasto a cadeira para trás e ando até as escadas, subindo para meu quarto e parando na porta.

Volto e encaro Carter e Nathan agarrados pelas camisas e encarando as escadas.

– Se vierem aqui, estarão mortos. - digo. - É sério.

Me deixem sozinha.

– Shan. - diz Nathan. - Preciso...

– Fala com a Georgia! - digo,

– Mas... - Carter começa.

– Quer levar um tiro? - digo.– E se vier aqui eu juro que não será do Nathan.

Eles se entreolham assustados e eu entro e fecho a porta do quarto.

Me deito na cama e fecho os olhos.

Isso está uma confusão.

Nathan. Carter. Nathan. Carter. Nathan. Carter.

Na verdade, nem sei porque isso está acontecendo, talvez porque Carter queira me prender dentro da mansão por um motivo que NINGUÉM sabe qual é.

**

– Ok, agora já pode abrir os olhos. - diz Abe com as mãos geladas em meus olhos.

– Pode soltar meus olhos então. - digo.

Ele tira os dedos gelados de minhas pálpebras e sorrio ao ver o bolo com glacê branco e jujubas coloridas em volta.

Dezesseis velas azuis e finas acesas e meus pais me encarando.

Meu irmão para em minha frente e sorri.

– Achei as jujubas. - diz ele sorrindo orgulhoso, com as mãos nas calças jeans. - Mamãe fez o bolo. Vai. Assopra. Não esqueça do pedido.

Sorrio para meus pais e encaro o apartamento que por milagre minha mãe conseguiu manter limpo e o mais parecido com uma casa de verdade, fazendo a gente esquecer da epidemia enquanto ainda estamos aqui dentro.

Sinto o cheiro de velas queimadas, baunilha e o perfume de lavanda de minha mãe.

Fecho os olhos e assopro as velas, pedindo para que sobrevivamos até o final da epidemia.

Abro os olhos e eles aplaudem, me afazendo sorrir.

– O que pediu? - pergunta Abe com os olhos sendo iluminados pela vela amarelada no balcão ao seu lado.

– Ora Abe. - diz meu pai com os cabelos louros dourados á luz da vela. - Sabe que ela não pode dizer. O que você pediu no seu aniversário?

– Que sobrevivamos até o final da epidemia. - Arregalo os olhos e ele acende as luzes, começando a rir.

Minha mãe ri e nos encara.

– Vocês tem algum tipo de conexão, só pode ser isto. - Ela ri, senta-se na cadeira de madeira e almofadas bege com fios prateados costurados e cruza as pernas, com a mão de meu pai em sua coxa.

Abro os olhos e suspiro, com lágrimas nos olhos.

Mesmo com o mesmo pedido em nossos aniversários, não foi suficiente para fazer com que nossa família não fosse totalmente destruída, somente fazendo a frágil Shannon Miller sobreviver e ter esta vidinha miserável com Nathan Jones Jr. e suas promessas ridículas para meu irmão.


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Notas finais do capítulo

até despois