Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 20
Presa


Notas iniciais do capítulo

Bem, quem leu o capt "Não foi bom, mas me fez nunca chorar por uma garota" e dps o "Ele não quer saber, mas ele está lá. Vivo. " deve ter notado que a mãe do Nathan chamou o pai dele de John e depois o envelope apareceu com o nome de Nathan Jones. ( Nathan Jones Jr. = Nate ♥)
Não foi uma confusão mental minha ok? Eu explicarei nos capts próximos.
Obg e até lá embaixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/375332/chapter/20

Deixo os papéis caírem no chão e Carter me encara com os olhos arregalados.

Junto o envelope do chão e corro pelas escadas.

Georgia continua socando a porta e gritando para que Nathan a deixe entrar.

– Abra esta maldita porta! - grita ela movendo a maçaneta com as duas mãos.

Empurro-a para o lado e giro a maçaneta, notando que está mesmo trancada.

– Nathan. - digo dobrando o envelope e colocando-o no bolso de trás da calça jeans. - Sou eu.

A porta se abre em uma fresta e ele me puxa para dentro do quarto. Ele passa a chave na porta e a joga do outro lado do chão do quarto.

– Como assim? - grita Georgia socando e chutando a porta.

– Cala a boca! - grita Nathan.

Observo o quarto.

Os vasos que existiam, estão jogados no chão e quebrados.

Há uma caixa térmica com garrafas e cubos de gelo.

Ele se joga no chão, sentando-0se encostado á porta, com uma garrafa de cerveja na mão.

– Nathan. - digo sentando em sua frente.

– Não é por causa da carta. - Ele olha para a parede atrás de mim com os olhos vermelhos de fúria. - Não é.

– Então o que houve? - pergunto com a mão em seu joelho.

Ele olha para o lado e engole em seco.

– Nada.

Encaro seu rosto e balanço a cabeça.

– Ok. - Me levanto do chão e coloco o pé encostado em suas costas, pedindo passagem para a porta. - Se não aconteceu nada, eu vou embora.

Dou outro passo na direção da porta e ele agarra meu tornozelo.

– Vai me contar o que aconteceu?

Ele bebe um gole de cerveja e continua encarando a parede onde a cama fica encostada.

– Você já sabe o que é.

– Mas você disse que não...

– É óbvio que foi por isso. Você leu a carta.

Ele encara meus olhos.

– Não, eu não li.

– Mas sabe de quem foi.

– Nahtan Jones.

– Pois é. E se meu nome é Nathan Jones Jr. Logo supomos que ele seja meu...

– Pai. - digo.

– Parece que não é tão burra assim. - Ele murmura, antes de levar a garrafa até a boca novamente.

– Filho da mãe.

– Nathan. - Me sento ao seu lado. - Pare de bancar o macho. Bebendo todas apara esquecer dos problemas.

– É o que eu sou.

– Você se tornou assim.

– Ele me tornou assim. Ele era igual ao que eu sou hoje.

Fecho os olhos e escuto a garrafa estourar na parede.

– Nathan...

– Pare de me chamar assim! - grita ele.

– E do que espera que eu chame você?

– Sei lá! Jonny!

– Eu não vou te chamar de Jonny. Você é o Nathan. Só porque vocês dois tem o mesmo nome, não significa que tenham que ser iguais.

– É, mas funcionou.

– Por sua culpa.

– Eu cresci em uma casa onde vivia meu pai bêbado drogado, jogando pôquer e fazendo garotas gemerem embaixo dele.

– Me poupe de detalhes.

Ele ri.

– Acredite, já estou

Ele esfrega o rosto e abre outra garrafa de cerveja.

Tiro-a de sua mão e ele encara meus olhos.

– Você não vai beber!

– Por favor. Você nunca reclamou!

Cruzo os braços.

– Sabe que isso é mentira.

– Por favor. Eu prometo tentar parar depois, mas Shannon... Eu imploro.

Suspiro e ele tira a garrafa de minha mão.


– Quer que eu leia a carta para você?

– Não. - Ele encara a mancha amarelada na parede onde ele mesmo jogou na parede branca.- Mas pode ler. Eu passei o olho e não quero mais saber.

– Posso mesmo?

– Não. - Ele tira o papel de meu bolso e coloca em seu bolso de trás da calça. - Não quero que me ache fraco.

– Porque eu acharia isso?

– Porque a carta é melosa, você não viveu o que eu vivi para ficar com uma fúria do tamanho da minha e se...

– Você chorar?

Ele ri.

– Eu não choro desde que minha mãe morreu.

– Ok. - digo e encaro seu rosto. Vejo uma lágrima descer sobre sua bochecha, escorrendo até o queixo e caindo em sua blusa vermelha. - Nathan?

– Sim? - Ele bebe um gole de cerveja, ainda encarando a parede.

– Nathan.

– Que foi? Droga. - diz ele irritado, agora encarando meu rosto.Posso ver as lágrimas caindo de seus olhos.

Seguro seu rosto e limpo suas lágrimas com meus dedões.

Abraço-o, colocando sua cabeça em meu peito, ouvindo-o xingar por algumas horas até que sua voz começa a ficar fraca.

– Você vai ficar sem voz. - digo acariciando seus cabelos.

Ele levanta o olhar e por um momento, eu vejo o Nathan criança.

Sem barba, o cabelo cortado por alguma pessoa que sabia muito bem o que estava fazendo e os olhos azuis esverdeados me encarando.


– Ok? - Ele pergunta.

– Perdão?

– Minhas costas estão doendo. Eu vou para a cama.

– Ah. Ok.

Observo-o andar devagar até a cama e se ajeitar debaixo das cobertas.


Ele coloca um travesseiro entre a parede e suas costas e encosta a cabeça na parede.

– Então... Já pensou em...

– Senta aqui. - ele me interrompe.

– O que?

– Vai mesmo ficar encostada na parede enquanto conversa comigo? - Dou de ombros. - Fala sério. Senta aqui.

Ele tenta sorrir, mas a situação não ajuda em absolutamente nada.

– Tem consciência de quão estranho isso é? - pergunto encarando-o cm os olhos estreitos e os braços cruzados. - Georgia está do outro lado da porta. Isso não é certo.


– Não vai acontecer nada. - diz ele. - Por favor. É o único favor que já te pedi nestes... Dois anos?

Suspiro e levanto-me do chão, com as costas doendo.

Sento-me ao seu lado e abraço seus ombros. Ele apoia a cabeça em meu peito novamente.

– Desculpe, o que estava dizendo?

– Já pensou e visitar seu pai?

– Porque eu faria isso?


– Porque ele pode estar preocupado com você.

– Ele não está.

– Você nem leu a carta.

– Você também não.


– Ele esfrega os olhos. - Ele quer dinheiro.

– Ele pode querer ver como você está.

Ele ri e se senta em minha frente, com as mãos em minhas canelas.

– Faz sete anos que eu fugi daquela casa. Eu não recebi nenhuma carta nestes anos.

– Talvez porque você não para em um só lugar por muito tempo.

– Meu carro tem um rastreador. - A cada palavra, ele se curva mais em minha direção. - Ele sabe exatamente onde eu estou. Foi assim que ele e mandou aquela maldita carta. Ele provavelmente está quebrado e agora quer que eu o ajude. - Nossos rostos estão praticamente se tocando. - Entendeu?



Concordo com a cabeça.

Ele se senta ao meu lado novamente e voltamos a posição de antes.

Meus braços envolvidos em seus ombros em sua cabeça encostada em meu peito.

Ficamos assim, até que percebo que ele pegou no sono.

Movo minha mão até seu bolso de trás e seguro o envelope com as pontas dos dedos.

– Shan? - diz ele com voz sonolenta.

– Oi. - digo assustada e imóvel.

– Pode ficar aqui hoje?

– Hã... Ok. - digo esperando que ele volte a dormir.

Espero um pouco e suspiro, movendo o envelope até meu colo.

Abro-o com uma das mãos e tiro um dos papeis.

Nathan,

Primeiramente, quero me desculpar por tudo.

Acho que vai atirar neste envelope e pode até não ler, mas vale apena tentar.

Não quero pedir nada. Mesmo com minhas recaídas, estou bem, assim como sei que você está.

Como sabe, seu carro tem um rastreador e eu sei onde você está.

Está na mansão dos Lewis.

Só o que peço é que vá embora imediatamente.

Não posso dar detalhes, mas SAIA.

Nathan Jones. Wilshire Boulevard 700. Los Angeles, Califórnia. EUA.










Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Próximo capt vai ter o POV do Nathan e depois o da Shannon.
Até depois!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Darkness Feed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.