Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 18
Adeus, Nathan.


Notas iniciais do capítulo

Regras para a leitura deste capítulo:
NÃO ENTRE EM PÂNICO
NÃO MATE A SOFIA
NÃO SURTE COM O TÍTULO
TENHA UMA BOA LEITURA.



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– Adeus Nathan. - digo com as mãos nos olhos, cansada de olhar para o teto com cheiro de limão, que chega a ser enjoativo.

– Não. - Olho para o chão e ele sorri, ainda sem camisa somente com uma calça jeans. - Se eu sair daqui, aquele cara vai, com certeza, entrar aqui e bem, você me entende, certo?

– Não. - digo. - Vai ter que dizer. Sou meio lerda, sabe?

Ele ri, se levanta do chão, vem em minha direção, colocando as mãos perto de minha cintura, em cima da cama, encarando meus olhos.

– Disso eu não tenho dúvidas. - Ele faz uma cara séria. - Ok. Esse cara vai entrar aqui e comer você. Satisfeita? Ou quer que eu desenhe?

– Estou achando que o Carter não vai ser o perigo quanto este assunto. Não é ele que está debruçado em cima de mim, só com uma calça jeans.

Ele sorri e passa o dedo sobre a ponta do meu nariz.

– Só se você quiser.

– Você é um idiota. - digo empurrando seu peito.

– Você é fortinha. - diz ele rindo.

– Então, você prometeu tudo isso mesmo para o Abe? - pergunto.

– É. - Ele concorda com a cabeça.

Encaro seus olhos e tiro o colar de meu pescoço.

– Toma. - digo esticando o braço com o colar pendurado. - Dá para a Georgia. - Ele encara o colar e o segura.

– Porque?

– Porque ela é sua namorada, não eu. - digo.

– Tá. E se ela voltar a se drogar, vender isso para comprar mais?E ai? Como eu fico? - pergunta ele de braços cruzados.

– Com uma namorada feliz. - sorrio.

– Não. - Ele joga o colar em meu colo. - Fique com ele. Não combina com a Georgia.

– É. Este tipo de colar não combina com vadias. - murmuro.

Ele ri.

– Eu ouvi essa.

– Que bom. Não terei que repetir. - Suspiro e esfrego os olhos. - Olha, vai pro quarto.

– Eu não vou.

– Nate. - digo. - Vai. Carter não virá mais, se é que viria mesmo.

Ele sorri.

– Nate. - Ele murmura. - Você nunca me chamou assim.

– Nathan. - me corrijo. - Tem uma garota te esperando lá.

– E tem um garoto esperando minha porta bater para poder entrar aqui e se apossar de você. - Ele faz uma cara séria. - Ok. Eu vou fazer um teste. Eu vou lá embaixo pegar um copo de água e se eu voltar e o Carter estiver aqui, não importa o motivo, eu não saio mais daqui. Combinado?

Concordo com a cabeça e ele anda na direção da porta, girando a maçaneta e descendo as escadas.

Encosto a cabeça na parede e decido dormir um pouco, caso Nathan não cumpra sua parte do acordo.

Fecho os olhos e não escuto mais nada.

– Eu sabia! - grita Nathan e algo de vidro explode no chão.

Abro os olhos, assustada e vejo Carter sentado perto de minha cama, encarando Nathan com os olhos arregalados.

– E se quiser cuidar dela, nem cuida direito! Olha! - grita ele pegando minha arma de dentro da mochila.

Olho para o lado e vejo o corpo esverdeado de um bicho com a boca espumando e os olhos vermelhos fixos em minha coxa.

Solto um grito e pulo no pescoço de Carter, escutando os tiros de Nathan, mas vendo que o bicho não é comum.

Qualquer um já teria morrido com os tiros, mas este continua rastejando em minha direção.

– Shan. A faca. - diz Nathan jogando-me a mochila.

– Eu não posso fazer isso! - grito sacudindo a mochila e escutando o barulho metálico da faca enrolada em um pedaço de veludo preto. - Nathan, você abe que não posso matar um desses.

– Shan! Nós vamos todos morrer! Faz isso logo.

– Isso não é verdade. - Jogo a faca para ele que me encara. - Eu não posso. - digo em lágrimas.

Nathan corta a cabeça do bicho e suspira.

– Porque você não pode? - pergunta Carter, olhando para meu rosto que deve estar pálido agora.

– Eu lembro do Abe. - digo com enjoo. Não que eu tenha enjoo de meu irmão, mas o cheiro podre deste bicho me lembra do outro bicho que matou meu irmão.

É estranho, mas acho que matar um bicho me faz pensar que estou matando-o.

É confuso, mas me mata por dentro.

– Ok. - diz Nathan. - Tudo bem. Eu vou...

Ele larga a faca no chão, esfrega as costas da mão na testa, limpando o sangue misturado com pus desse bicho e andando na direção dele.

Ouço-o ser arrastado para a janela e escuto-o cair no gramado lá embaixo.

– Ok. Adeus. - diz Nathan empurrando Carter para fora do quarto.

– Tchau Nathan. - Empurro para fora do quarto e tranco a porta, sentando-me no chão, não sabendo se rio com a situação ou se choro por causa de Abe e meu medo absurdo de matar um bicho para sobreviver, pensando que estarei matando meu irmão mais uma vez.

**

Levanto-me da cama e corro para o banheiro, vomitando na privada ao sentir o cheiro pútrido do bicho que morreu aqui.

Obviamente, o cheiro não é tão intenso, mas o meu cérebro e minhas loucuras, fazem isso parecer quatro vezes pior do que realmente é.

Sento-me no chão e rio com uma idiotice que não havia percebido.

Esquecemos completamente do que há lá fora.

Estamos em uma mansão, teoricamente protegidos.

Não há mais os perigos que haviam naquela casa. Não há mais discussões entre eu e Nathan sobre ele parar de beber antes que cause algum estrago; não há mais consolos quanto ao meu medo de matar bichos para não matar meu irmão em meu cérebro.

Abro a porta do quarto e vejo Nathan e Georgia deitados abraçados no sofá.

Mas obviamente, Nathan continua sendo o Nathan.

– Oi. - Carter me abraça e sorri. - Ele vai me matar não vai?

– Se acordar, talvez. - digo rindo.

– Está melhor? - pergunta ele acariciando meus cabelos. - Com aquela história dos bichos e tudo mais?

– Sim. - digo beijando-o.

Viro-me para ficar de frente para ele e suas mãos movem-se até minha cintura, envolvendo-me em um abraço.

Alguém pigarreia e ouço o clique de uma arma.

Carter se afasta de mim e revira os olhos.

– Bom dia, Nathan.

– Bom dia, Carter. - diz Nathan. Vejo Georgia de braços cruzados e revirando os olhos. - Como vai o cérebro, Shan?

– Bem. - digo puxando o pulso de Carter e indo na direção de meu quarto.

– Onde a senhorita pensa que vai? - pergunta Nathan.

– Tomar banho. - digo.

– Desde quando Carter é sabonete?

– Desde quando você é meu pai? - Entramos no quarto e eu fecho a porta, soltando um grunhido. - Isso está insuportável. - murmuro.

– Nem me fale. - murmura ele sentando em minha cama. - Ele prometeu mesmo, tudo aquilo para o seu irmão?

– Diz ele que sim. - digo sentando-me ao seu lado.

A maçaneta gira e Nathan entra com uma arma no quarto.

– Ok. Já chega Nathan! - grito.

– Você não disse que queria tomar banho? Então vá! Ele está aqui e eu também. Vai logo.

– Não!

– Vai. Logo. - diz Nathan um pouco mais sério.

– Desde quando você manda em mim?

– Shannon. Se você não entrar neste banheiro agora, eu vou colocar você lá dentro.

Cruzo os braços e estreito os olhos.

– Duvido.

Ele se levanta e me encara.

– Você ouviu Carter.

Ele vem em minha direção e me segura, me levanto para debaixo do chuveiro e abrindo a torneira.

– Seu idiota!

– Idiota é você! Você duvidou de mim.

– Mas... - Ele me encara rindo. Ele esfrega os olhos, tirando as gotas de água de seu rosto. - Posso tomar banho em paz?

– Estou lá fora. - diz ele saindo do banheiro.

– Ótimo. - digo de braços cruzados.

Tomo banho rindo, com dois garotos sentados em minha cama.


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Notas finais do capítulo

Bem, eu tive que escrever esse capt 2 vezes porque eu perdi o capt quando a página decidiu recarregar e: Ah blz, vamo recarregar a página neh.
Assim que o capt deveria ter sido postado as 23h e acabou sendo postado ás
0h23.
Bem, até amanhã e boa noite.
Ps: Cuidado com os bichos.



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