Audácia escrita por LaisAmaral


Capítulo 2
Capítulo 2




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Assim que chegamos ao meio da sala, Tobias para, e encara o chão por alguns segundos. Parecia que ele estava pensando no que me falar, ou talvez decidindo se irá me dizer algo. Os minutos se passam, e o silêncio de Tobias vai me deixando cada vez mais nervosa. Se ele não falar alguma coisa, ficarei louca. Quando de repente, Tobias se vira para mim e diz:

-Preciso te mostrar uma coisa.

Faço que sim com a cabeça. Tobias caminha até o canto da sala, onde há uma maleta prateada. Ele coloca a maleta em cima da pequena mesa que há no centro da sala, e a abre. Dentro da maleta estão duas seringas com um líquido roxo dentro, um líquido que me faz lembrar de quando Jeanine tentou me matar, mas Peter salvou minha vida. Mas sei o que é o líquido que Tobias segura, são os soros de simulação. Não sei o que ele espera com isso, eu já vi suas paisagens do medo antes. Porém, acho que dessa vez será diferente, acho que Marcus não estará mais em sua paisagem do medo, não depois do que ele fez. Tobias me pergunta:

-Você quer que eu injete o soro em você?

Eu respondo:

-Obrigada, mas prefiro fazer isso sozinha- Abro um meio sorriso.

-Como quiser então.-responde Tobias com um sorriso-Aqui, pegue a seringa.

Eu pego a seringa que ele está segurando, e a injeto na veia do meu pescoço, isso dói um pouco, mas já me acostumei. Vejo Tobias ao meu lado, injetando a seringa em seu pescoço, minha visão começa a ficar embaçada, a única coisa que lembro, é de segurar a mão de Tobias antes do início da simulação.

Estamos no topo de um prédio, estamos encarando o primeiro medo de Tobias: Alturas. A mão de Tobias está suada, e ele aperta minha mão com força. Tanta força que dói.

-No três- digo.-Um, dois,-paro um pouco, a mão de Tobias está gelada.-Três!!!

Corremos, corremos e, pulamos. Tudo fica escuro, passamos pela primeira paisagem do medo, já sei em qual paisagem do medo nós estamos. Estamos na Claustrofobia. Ainda sinto a mão de Tobias, agora, ela está suando frio. Continua tudo escuro, como da primeira vez em que estive na paisagem do medo. Começo a sentir as paredes de aproximando. Abraço Tobias para acalmá-lo, ele aceita bem a minha idéia, e me abraça bem forte. As paredes já estão nos apertando, sinto o coração de Tobias bater em um ritmo acelerado.

-Fique calmo.-digo.-É só uma simulação.

Tobias começa a respirar normalmente. Terminamos a segunda paisagem do medo. E se não me engano, Agora será a paisagem em que Tobias terá que matar uma mulher inocente. Mas não. Estou vendo Marcus, caído no chão, com olhos escuros e inexpressivos, sua testa está sangrando, e há uma ferida em sua bochecha e outra em seus lábios. Marcus está deitado sobre o chão da sede da Franqueza. A paisagem do medo de Tobias se alterou. Agora ele tem medo de matar o pai. E acho que já sei o que ele deve fazer. Tobias está parado, ele está pálido. E murmura para si mesmo:

-Não seja covarde.

Tobias anda em direção a Marcus e saca uma arma, Tobias precisa enfrentar seus medos, então ele levanta sua arma, mira na testa de Marcus, fecho os olhos, não quero ver isso. Ele atira.

Quando abro os olhos de novo, estamos na mesma sala em que Tobias terá que matar uma mulher inocente, mas a mulher não está na sala. Tobias diz:

-Era isso que eu queria te mostrar. Por favor, não fique com medo.

Quando estou prestes a responder, as portas da sala se abrem, uma garota magra, baixa, pálida e loira passa pela porta. Sou eu. Tobias tem medo de mim? Porque ele teria medo de mim?

-Mas o que...-Tento dizer, mas Tobias me interrompe:

-Shhh. Espere um pouco.

Eu” fico parada em frente à Tobias, e digo:

-Vamos, atire.

Tobias tem medo de me matar. Porque ele teria esse medo? Mas o pior, sei que, para terminarmos as paisagens do medo, Tobias terá que enfrentar seus medos. Ele terá que me matar. Eu não quero ver isso, não quero mesmo, mas preciso. Tobias saca a arma, e aponta para “minha” testa, sua mão está tremula. Muito tremula. Mas ele precisa fazer isso. Ele fecha os olhos e atira.

Abro os olhos e percebo que estamos de volta a sala das paisagens do medo. A simulação terminou. Me viro para Tobias e ele está me olhando. Ele diz:

-Tris, me perdoe.-ele abaixa a cabeça-Eu juro, eu nunca faria isso.

Eu sei.-respondo-Não estou irritada, só gostaria de saber porque você tem esse medo.

-Desde o massacre da Abnegação, a minha paisagem do medo está assim, desde quase te matei quando estava sob efeito da simulação. Eu precisava te contar isso. Por isso eu estou te protegendo tanto.

Eu não sei o que dizer. Então corro em direção à Tobias e o abraço. O abraço com muita força. Eu o amo tanto. Então, quando finalmente encontro as palavras certas, consigo dizer:

-Não precisa ficar um medo disso, nunca vai acontecer de novo.

Ele me abraça com mais força e diz:

-Eu te amo.

Amo quando ele me diz isso então, o respondo:

-Eu também te amo.

Ele beija os meus lábios e diz:

-Agora podemos ir tomar café da manhã.

-Tobias, acho que, à essa hora, já é almoço.

Ele ri. Depois de algum tempo, ele consegue se acalmar e diz:

-Me perdoe por ter tomado seu tempo, vamos almoçar?

Faço uma careta e em seguida faço que sim com a cabeça. Eu e ele vamos em direção ao elevador, indo direto para o refeitório. Fico feliz, por Tobias ter confiado seus medos a mim novamente. Depois terei que conversar com ele sobre a paisagem do medo de Marcus. Mas acho que agora não é o momento certo. Então fico calada. Esperamos a porta do elevador se abrir. Quando ela se abre, saímos andando pelos corredores em direção ao refeitório. Quando abrimos as portas do refeitório temos uma surpresa.


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Notas finais do capítulo

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