Ensino Médio. Último ano. Argh, só de pensar nisso eu sinto meu estômago revirar. Agora que falta somente alguns meses para nos formarmos eu penso no que eu poderia ter feito. Não aproveitei quase nada. Não namorei, não fui em muitas festas mas conheci bastante gente pelo colégio.

Jéssica era minha melhor amiga. Nos conhecemos no primeiro dia do primeiro ano e não nos separamos durante os outros anos. Ela era bem conhecida por ser muito fofoqueira. Eu realmente não ligava, só não queria ser o alvo das fofocas dela, o que felizmente nunca aconteceu.

O primeiro ano foi o melhor. Tenho ótimas memórias, foi o ano mais "movimentado", digamos assim. Nesse ano eu conheci Edward. Ele era o garoto mais simpático que eu já conheci. Ele se tornou o meu melhor amigo depois de três semanas estudando juntos. Eu adorava passar um tempo com ele, nossas conversas sempre tinham assunto, e Edward sempre dizia que ele adorava isso em mim, que comigo o assunto nunca morria.

Me acontumei com as garotas se jogando em cima dele, elas não aguentavam. Eu achava ele lindo mas não conseguia sentir outra coisa por ele, ele era meu melhor amigo. Para mim era impossível pensar em algo mais com ele, e ele também pensava o mesmo. Seria totalmente estranho.

No segundo ano eu fiz algo que não me arrependo mas também não me honro. Edward e eu estávamos numa festa de um colega dele e eu acabei bebendo demais. Resultado: transamos. Foi um acidente. Eu estava fora de mim e Edward também não estava tão sóbrio. Quando acordamos no meu quarto eu meio que surtei. Eu não lembrava de absolutamente nada. Edward me disse o que ele lembrava e juntos lembramos do essencial. Ele tentou me ajudar, me levando para casa, e eu me joguei em cima dele, tirando toda a minha roupa e tentando tirar a dele. Poxa, ele é homem então se deixou levar.

Eu digo que não me honro disso porque eu estava bêbada ao ponto de no dia seguinte nem lembrar nada. E digo que não me arrependo porque eu perdi minha virgindade com alguém que eu gostava, com alguém que eu sabia que não desenvolveria sentimentos por mim só porque tirou minha virgindade.

Acontece que assim que nos arrumamos eu fiquei com medo. Medo de nossa amizade mudar. Fiquei paranóica e começei a chorar, dizendo que fui burra e que merecia perder a amizade dele, que eu não merecia um amigo como ele. Depois só lembro de Edward me abraçando e dizendo que nada iria mudar.

E nada mudou.

Agora no último ano estávamos bem ligados. Edward sempre ia na minha casa para estudar, nossas famílias eram bem próximas. Toda semana íamos para o boliche com a família. Era o nosso programa favorito. Nunca perdíamos.

–Hey, não vou poder ir no boliche essa semana. –eu disse me sentando na mesa do refeitório onde Edward sempre me esperava.

Ele levantou o rosto e fechou seu livro. Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada e eu suspirei. Ele queria uma explicação.

–Eu vou sair com Riley. –eu disse olhando para a capa de seu livro. –Você está lendo O Morro dos Ventos Uivantes de novo?

–Riley? O da nossa sala? –ele disse ignorando minha pergunta.

–Sim, você conhece outro Riley? –eu ri e peguei a maça que estava sobre sua bandeja. –Escuta, preciso das anotações da aula de química.

–Por quê? –ele perguntou olhando atentamente para mim. Eu não gostava de quando ele fazia isso. Eu conhecia muito bem ele, ele queria que eu explicasse tudo para ele, que eu não escondesse nada.

–Sério, Edward? Vai me interrogar agora? –eu perguntei revirando os olhos. –A única coisa que vou te falar é: anotações no meu armário até o segundo tempo, por favor.

Ele respirou fundo e disse algo que não consegui entender. Bufei e me levantei para me sentar ao seu lado.

–Hey. –eu me sentei e empurrei ele com o ombro. Ele me ignorou e eu ri. Ele fazia isso quando estava bravo comigo ou com ciúmes. –Eddie.

Ele riu e eu abraçei ele pelo pescoço.

–Está bravo ou com ciúmes? –eu perguntei me afastando dele. Ele suspirou e riu.

–Os dois. –ele disse me olhando. Eu sorri e mordi a maça. Eu gostava isso em Edward. Ele sempre falava tudo, não escondia nada, pelo menos comigo era assim.

–Edward você sabe que não precisa ficar com ciúmes. Eu não vou trocar meu melhor amigo.

Eu sabia que Edward tinha medo disso. Que eu me afastasse dele. O que era meio impossível acontecer já que somos próximos e iríamos nos esbarrar em qualquer lugar.

–Eu sei. –ele disse rindo e eu apoiei  minha testa em seu ombro. –Mas você não vai poder ir no boliche mesmo?

–Não, sábado é o único dia em que Riley tem folga do trabalho. –Edward bufou e eu ri.

–Ele trabalha? –Edward perguntou sarcasticamente e deu uma leve risada.

–Trabalha, Edward, ele trabalha. Ele é mecânico lá na oficina do pai do Jake. Ele fica tão gato sem camisa e...

–E você adora, amiga. –Jéssica disse assim que se aproximou de nós. –Amiga, eu perdi toda a conversa mas já entendi tudo. Você. Riley. Oficina. Sem roupas. Wow.

–Jéssica! –eu gritei rindo e ela se fez de desentendida. Edward revirou os olhos e voltou a ler seu livro. –Você acertou quase tudo.

–Quase?

–Riley e eu está certo. Mas eu não acho que eu transaria com ele na oficina.

–Sério? Ouvi que Riley iria te levar pra um restaurante chique e que depois iriam para um motel.

–Onde você ouviu isso? –eu perguntei curiosa.

–Bella, pergunte para todas as meninas que saíram com ele. Elas dirão isso. –ela riu e eu engoli em seco.

–Eu posso recusar a ida pro motel, sei lá. –eu disse dando de ombros. Se eu quisesse ficar com Riley eu ficaria, ele não me forçaria. Forçaria?

–Eu preciso falar pra você o que o Mike disse pra mim. –Jéssica disse segurando minha mão sobre a mesa. Edward suspirou e ignorou tudo o que a Jess dizia.

O sinal bateu depois de Jess contar tudo sobre o que o Mike disse e mais um pouco, ela realmente me deixou atualizada.

O resto da semana passou rápido e finalmente chegou o dia que eu iria sair com Riley. Fiquei horas no skype com a Jess para que ela me ajudasse com a roupa. Nós optamos por uma calça jenas justa, uma blusinha preta e uma jaqueta de couro, que combinava com o meu salto preto.

–Você está gostosa, amiga. –Jess disse quando estava terminando de me arrumar. Ouvi a campainha tocar e pensei que fosse Riley.

–Ele chegou. –eu sorri para Jess e nos despedimos. Desci as escadas arrumando meu cabelo e abri a porta.

Me surpreendi quando vi Edward parado na porta. Ele sorriu e eu abri a porta para ele entrar, mesmo sem entender o que ele estava fazendo aqui.

–O que você quer, Edward? –eu perguntei quando ele parou bem na minha frente. –Você deveria estar no boli-

Não terminei de falar e Edward me beijou violentamente. Seu corpo me prensou na parede e eu tentei lutar. Empurrei com força seu corpo e dei um tapa em sua cara.

–Tá doido? Perdeu a noção? –eu perguntei gesticulando igual uma doida. Ele colocou a mão no rosto e riu.

–Tô, tô doido, sim, perdi a noção. Perdi a noção durante toda essa semana, não aguentei ouvir você e a Jéssica falando do Riley.

Respirei fundo e abri a porta. Edward me avaliou, olhando todo o meu corpo. Quando os nossos olhos se encontraram eu rapidamente virei o rosto. Depois de alguns segundos eu voltei a olhá-lo.

–Como eu sou uma ótima amiga eu vou fingir que isso não aconteceu e você pode sair sem precisar se explicar. –eu disse gesticulando para a porta aberta. Edward se aproximou da porta mas parou ao meu lado.

–Não finja que não sentiu nada, Bella. –ele olhou para mim e eu bufei irritada.

–Senti. Senti vontade de te bater e o fiz. Contente? Depois a gente conversa, ok? –eu empurrei ele pela porta e fechei.

Tá. O que foi isso? Edward simplesmente veio aqui para fazer isso? Ele me beijou como se fosse a coisa mais normal do mundo. O que ele tem na cabeça? Só pode ter bebido ou batido a cabeça em algum lugar.

Juro que tentei pensar em outra coisa durante o meu "encontro" mas não consegui. Edward aparecia em cada pensamento meu. O que ele queria dizer com "não finja que não sentiu nada"? Eu não senti nada. Nem deveria. Porra, ele é meu melhor amigo.

Como Jéssica disse, Riley me levou para um restaurante bem chique. Não gostei muito, tanto talher que fiquei meio perdida mas consegui me virar. A conversa com Riley sempre morria. Ele que tinha que puxar outro assunto mas eu acabava perdida por estar pensando no que aconteceu em casa.

Edward devia estar bem feliz, por ter me deixado confusa. Eu estou confusa? Com o quê? Eu nem sei.

–Bella, quer ir para um lugar mais calmo? Você está meio perdida em seus pensamentos. –Riley disse chamando a minha atenção. Olhei para ele e ri.

–Hm, eu acho que já quero ir para casa. Estou me sentindo meio enjoada. –eu disse passando a mão na cabeça. Riley respirou fundo mas não disse nada. Ele se levantou e me ajudou a levantar. –O jantar foi maravilhoso, desculpa por ter estragado o fim da noite.

–Sem problemas. –ele disse andando na minha frente. –Essa vai ser difícil.

Acho que era para ter sido um sussuro, mas eu fingi não ter ouvido. Quando entramos no carro Riley não disse nada e não seria eu que quebraria o silêncio. Riley fez todo o caminho até a minha casa sem falar nada, nem ligou o som para nos distrair e fingir que tudo estava normal.

Quando chegamos em casa eu agradeci pelo jantar e quando fui dar um beijo e sua bochecha ele segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou. No começo eu me assustei mas depois me deixei levar. Nos separamos quando ambos precisávamos de ar.

–Eu vou entrar. –eu disse sorrindo fraco. –Boa noite, Riley.

–Tchau, Bella. –ele disse e logo partiu quando entrei em casa. Me joguei no sofá e agradeci por ele não ter me forçado a nada. E fingi ter gostado do beijo, tenteu me forçar a isso mas não consegui, não consegui sentir nada. E quando Edward me beijou eu senti alguma coisa, senti que mesmo parecendo doido, estava certo. Eu estava ficando maluca.

No dia seguinte Jéssica estava me esperando para saber os detalhes. Quando eu vi ela, ela correu até mim e me abraçou.

–Amiga porque você nunca me disse que você e o Edward estavam juntos? Meu Deus eu sempre achei que vocês combinavam...

–Quê? O que você disse? –eu interrompi ela e a empurrei até a biblioteca. Algumas pessoas nos olharem mas depois voltaram a seus estudos.

–Ai. –Jess disse enquanto eu empurrava ela para um dos corredores. –Bella, vou cair, cuidado.

–Quem disse isso? Sobre mim e Edward? –eu perguntei num sussuro.

–Ele mesmo. –ela disse alto.

–Shiiiiiiiiiiiiiu. –algum aluno gritou e Jess revirou os olhos.

–Eu cheguei hoje e ele estava com um péssimo humor. Quando eu perguntei o que estava acontecendo ele disse: "Eu transei com a minha melhor amiga".

Eu arregalei os olhos e Jess continuou:

–Sabe, Bells, a primeira vez até da pra perdoar porque vocês estavam bêbados mas uma segunda vez? Hm, acho que vocês estavam bem sóbrios porque vocês não pareciam estar de ressaca essa semana. E se foi na semana passada? Poxa, eu queria saber...

–NÓS NÃO TRANSAMOS. –eu gritei. Porque fui fazer aquilo?

Todos estavam olhando para nós agora e alguns seguravam o riso. Sorri timidamente e puxei Jess para fora da biblioteca.

–Nós não transamos, Jess, não teve nenhuma segunda vez. –eu disse passando a mão no cabelo nervosamente.

–Então porque Edward disse aquilo? Se bem que ele parecia bem avoado quando disse, ele nem olhou pra mim, ele ficou olhando pra frente igual um retardado...

–Jess, eu vou ir falar com ele, ok? Depois a gente se fala.

–Ok. –ela disse balançando a cabeça. –POR FAVOR NÃO MATA ELE, EU PRECISO DAS ANOTAÇÕES DE BIOLOGIA DELE.

Ignorei o grito de Jess e caminhei até a sala onde provavelmente ele estaria. O laboratório de química era o lugar onde Edward adorava ficar enquanto esperava as aulas começarem. Ele aproveitava para fazer algumas experiências e jogar conversa fora com seus amigos.

–Edward Cullen. –eu disse entrando no laboratório e batendo a porta. Todos olharam para mim e apontaram para mim. Logo percebi que Edward estava atrás de mim, ele tinha acabado de chegar.

–Quer falar comigo? –ele perguntou com os olhos semicerrados. Eu empurrei ele e ele bateu com força as costas no armário.

–Que história é essa que a Jess me contou? Por que você disse que nós transamos? –eu perguntei bem próxima dele. Eu estava com raiva e Edward parecia bem calmo.

–Eu estava pensando nisso, Bella. –ele disse olhando para mim atentamente. Argh, eu sei como isso funciona, Edward.

–Pensando no quê? Algo que aconteceu ano passado que ambos resolvemos esquecer? Por quê?

–Você realmente não lembra de nada daquela noite, né?

–Você já me disse tudo o que aconteceu. Não tem mais nada para lembrar.

–Bella, você implorou para transar comigo. Disse que não teria problema perder a virgindade comigo porque você me amava.

Encarei Edward e engoli em seco.

–Edward claro que eu te amo, você é meu melhor amigo, um irmão para mim.

–Não, quando você disse que me amava tinha algo mais em seus olhos. –ele se aproximou de mim e colocou a mão em meu rosto. Eu desviei o olhar  encarei o chão. –Viu, você faz isso porque não quer que eu olhe em seus olhos e encontre algo mais.

–Edward não existe "algo mais" –eu disse tirando sua mão de meu rosto. –Eu te amo mas não desse jeito. Eu não sei porque você tá fazendo isso, justo agora...

Eu olhei para ele e suspirei.

–Edward eu não quero ser mais que amigos. Eu não quero que nossa amizade acabe, que tudo mude, você me entende? Se você não consegue ter apenas minha amizade eu não vejo motivos para sermos amigos...

–Bella,

–Não, Edward, desculpa mas eu não consigo. –eu respirei fundo e engoli a vontade de chorar. –Eu não quero te dar falsas esperanças, eu acho que nós não podemos mais ser amigos, Edward.

–Bella, não, não faça isso...

–Edward eu não quero você. Não desse jeito. E tudo o que eu posso te dar é a minha amizade. Mas você do nada quer mais. Eu... eu vou indo.

Não sei porque mas estava com uma vontade de sair correndo e chorar mas eu não o fiz. Apenas olhei para Edward e saí andando, ignorando ele chamando meu nome.

O que eu pensei que seria um grande peso tirado de minhas costas se tornou um grande peso no meu coração. Tudo o que eu não queria acabou acontecendo. Eu perdi Edward. A amizade que cultivei durante esse anos agora estava acabada porque eu era egoísta demais.

Durante toda a semana eu fiquei um lixo.

Não sabia como me sentir, achava que tudo estava errado. Eu não deveria estar aliviada? Eu disse a Edward que não queria mais. E a única saída, para mim, foi ter me afastado dele. Eu não poderia dar falsas esperanças para ele. O que eu achei estranho foi ele, de repente, querer esse "mais". Nossa amizade estava perfeita daquele jeito, por que agora ele queria mais? E ainda jogando sujo dizendo que eu disse que amava ele naquela noite. Eu estava fora de mim, eu poderia ter falado mil coisas.

Mas era verdade.

Eu amava ele. E só estava percebendo isso agora, quando uma semana sem falar com ele se tornou insuportável. Tentei fugir desses sentimentos mas não consegui. Toda vez que eu olhava para ele eu sentia algo mais. Sim, eu estava ficando doida.

Por que depois de quase três anos eu fui perceber isso? Edward era um tremendo gato, um ótimo amigo e, até segunda, era todo meu. Eu nunca tinha visto Edward com outra garota. Durante o segundo ano ele não saiu muito, teve alguns encontros mas ele me contava o que acontecia. Nada acontecia. Ele sempre tinha uma reclamação sobre seus encontros.

E agora, depois de um bom tempo, eu percebi que tudo que ele queria era mais. Ser mais que amigos. Porra, como eu sou egoísta. Nunca reparei nisso, e quando eu realmente vi que estava perdendo ele eu percebo isso? Estou me odiando agora.

O sábado chegou e eu fiquei em casa o dia inteiro. Meus pais tentaram me arrastar para o boliche mas eu recusei. Quando eles disseram que Edward iria levar uma garota para o boliche eu senti meu coração apertar. Por que estava assim? Que coisa chata. Eu não queria estar assim mas não podia mais esconder. Acabei me apaixonando por Edward mas agora era tarde demais. Ele aceitou meu conselho e não iria ter falsas esperanças, ele seguiu em frente. Enquanto eu estava totalmente apaixonada por ele. Acho que era merecido. Eu sofrer enquanto ele estava se divertindo com outra. Eu fiz ele esperar não fiz? Mereço ficar sofrendo.

Quando meus pais saíram eu resolvi fazer pipoca e ver alguns filmes. Quem sabe eu me sentiria melhor, né? Mas quem disse que deu certo? Eu faço tudo errado mesmo. Logo nos primeiros minutos de Tiranic eu começei a chorar e não parei mais. Depois de 10 minutos eu estava jogada no sofá e chorando igual um bebê. Eu tentava fingir que o motivo do meu choro era o filme, Jack e Rose não acabavam juntos. Mas não, eu estava chorando porque eu pensava em Edward e como eu fui idiota, como eu fui imbecil, retardada, estúpida.

–Porra. –eu gritei enterrando meu rosto no almofada. Quando ia me levantar para pegar mais pipoca a campainha tocou. Me levantei e abri a porta.

Edward estava na porta com um sorrisinho. Eu respirei fundo e abri a porta para ele entrar, meio que forçada.

–O que você quer agora? –eu perguntei fechado a porta e me sentando no sofá. Edward se sentou ao meu lado e senti seu olhar em mim. –Você não devia ter voltado. –murmurei e olhei para ele.

–Eu quis voltar.

–Se veio aqui para falar que eu sou burra ou essas coisas pode ir embora porque você vai perder seu tempo. Eu sei que sou inútil.

–Eu não vim aqui para isso. Eu quero me desculpar, Bella.

–Você não fez nada –eu murmurei e ele respirou fundo.

–Isso mesmo, eu não fiz nada. Eu nunca disse o que eu sinto por você, eu apenas fiquei próximo e achei que conseguiria ser só seu amigo mas depois daquela noite eu sabia que não queria apenas sua amizade. Mas eu respeitei o que você queria, mas eu disse para mim mesmo que esperaria.

Eu olhei para ele e fechei os olhos, respirando fundo.

–Esperaria o quê?

–Que você descobrisse, que você percebesse que me amava e que queria mais.

–Eu tô confusa, tudo isso é confuso. –eu disse passando a mão no cabelo. Senti o braço de Edward sobre meu ombro e não me afastei, ele estava ali. Comigo. Sendo meu amigo.

–Eu não quero perder sua amizade, Bella. Se você não quer nada comigo eu irei aceitar mas eu não quero perder essa amizade que nós temos.

–Edward, eu... eu.

Respirei fundo e segurei seu rosto com as minhas mãos e encostei minha testa na dele.

–Eu te amo. –eu suspirei e sorri. –Eu te amo mais que melhor amigo, mais que irmão, eu te amo como um homem que me faz sentir completa. O meu homem.

–Bella, você...

–Escuta, eu fui idiota. Eu não deveria ter dito que nunca iria acontecer. Eu não deveria ter te descartado. Eu me arrependo de tudo o que eu te disse. Eu sinto muito por ter feito você esperar, sinto mesmo.

Ele passou a mão pelo meu rosto e secou algumas lágrimas que caíram. Eu estava chorando mas não sabia que iria ser assim desse jeito.

–E agora que você sabe disso você pode ir embora. –eu tirei minhas mãos de seu rosto e abraçei minhas pernas, me encolhendo no sofá.

–Embora? Bella eu esperei ouvir isso faz 2 anos. Eu não vou embora.

–Vai sim, você tem que ir no boliche com uma garota aí.

–Oh. –ele riu e se ajoelhou na minha frente. –Eu tenho que levar a garota mas eu acho que nós vamos chegar atrasados.

–Por quê? –eu perguntei olhando para ele.

–Por que ela ainda não ouviu o que eu tenho que falar. –ele disse segurando meu rosto. –Bella, eu amo você. Você é o que eu chamo de encrenca.

–Encrenca?

–Você adora causar, adora sair por aí sem saber o que pode acontecer. Toda vez que você saía com alguém eu ficava preocupado. Você, às vezes, pode ser sem escrúpulos, sabia?

–Ouch, essa doeu.

–Mas eu adoro isso em você. Você causa em mim coisas que eu nunca senti antes.

–Edward você sabe que se isso der errado eu...

–Não vai dar. Eu não vou fazer nada errado.

–Eu não quero perder você. –eu murmurei olhando para baixo. Edward ergueu meu rosto e beijou meus lábios levemente.

–E não vai. Se eu perder você eu não sei o que fazer. Toda essa semana eu fiquei doido, pensando no que te dizer para você me perdoar.

–Não foi preciso muito. –eu disse rindo fraco. –Edward, você me promete que nada vai mudar?

–Nem uns amassos? Poxa, Bella...

–Idiota. –eu dei um tapa em seu braço e ri limpando algumas lágrimas. –Estou falando sério. Promete?

–Nada vai mudar. –ele disse e puxou meu rosto para me beijar.

Segurei ele pela nuca e ele me ergueu, enlacei minhas pernas em sua cintura e ele se sentou no sofá. Não sei quanto tempo ficamos assim. Nos beijando, trocando carinhos, Edward beijava meus cabelos enquanto eu brincava com o cabelo de sua nuca, depois começávamos tudo de novo, um beijo apaixonado e quente.

–Eu nunca pensei que um dia estaria assim com você. –eu murmurei contra seu pescoço. Edward acariciava minhas costas.

–Eu tentava não pensar muito nisso. Tentava.

–Tentava? No que você ficava pensando? –eu ri enquanto beijava sua bochecha.

–Muitas coisas...

Pelo seu tom eu já suspeitava o que seriam essas coisas. Ri e beijei seus lábios. Distribuí beijos por todo seu rosto e parei em sua orelha, mordendo seu lóbulo.

–Me mostra essas coisas? –eu sussurei em seu ouvido e rebolei em seu colo. Eu ja havia sentido sua ereção mas não fiz nada. Apenas ignorei, mas agora eu queria provocá-lo.

–Quer mesmo? –ele disse descendo a mão até a minha coxa.

Eu assenti e sorri para ele. Edward me ergueu e subiu comigo em seu colo até o meu quarto. Ri quando Edward me colocou na cama com cuidado e subiu em cima de mim, acariciando meu corpo.

–Eu não fiquei com nenhuma garota depois de você. –ele disse enquanto tirava minha blusa e eu tentava tirar minha calça.

–Hm, eu também não fiquei com ninguém. –eu disse enquanto Edward tirava sua camisa e jogava ao lado da cama, junto com as minhas roupas. É claro que eu não tinha ficado com ninguém e Edward sabia disso.

–Você é linda. –Edward disse acariciando meus seios sobre o sutiã. Eu arquiei meu corpo e senti sua ereção.

–Tem camisinha? –eu disse rindo. Lembrei que não usamos proteção na primeira vez e eu consegui a pílula do dia seguinte, somente por precaução.

Edward se ergueu e, tirando do bolso de sua calça jeans, me entregou a camisinha. Ele tirou a calça e a cueca, ficando de joelhos enquanto eu me sentava em sua frente. Rasguei o pacote e e coloquei a camisinha nele. Aproveitando para acariciar e beijar a ponta de seu membro.

Ele me deitou e ficou sobre mim, beijando meu pescoço e afastando meu sutiã e acariciando meus seios. Segurei sua nuca e me esfreguei contra sua ereção. Ele gemeu e desceu sua mão até a minha entrada, eu estava muito molhada.

Ele gemeu e me penetrou. Seu membro entrou com força e eu sentia minhas paredes apertando seu membro. Edward gemeu e abocanhou meu seio. Gritei alto e apertei seu braço com força.

Ele ficou um tempo parado para eu me acostumar com seu tamanho e depois começou a se movimentar. Enlacei minhas pernas em sua cintura e seu membro entrou mais fundo.

–Oh, Deus. –eu gemi quando Edward saiu e entrou com força. Abraçei ele pelo pescoço e mordi seu ombro.

Seus movimentos ficaram mais fortes e urgentes. Tudo o que ouvíamos eram nossas respirações ofegantes e nossos gemidos. Edward inverteu as posições e fez eu ficar por cima dele.

Cavalguei nele enquanto ele acariciava meus seios. Ele desceu uma mão até meu clitóris e o estimilou. Foi o que faltava para eu ter o melhor orgasmo que eu poderia imaginar. Edward estocou mais vezes e gozou, enchendo a camisinha com seu prazer. Caí sobre seu peito e ele me abraçou, afastando alguns fios de cabelo que estavam grudados em minha testa.

–Isso foi demais. –eu disse enterrando meu rosto em seu pescoço. Edward me virou e me fez deitar na cama. Ele tirou a camisinha e deu um nó na ponta, jogando no lixo próximo a minha cama.

Ele se deitou e me puxou para seus braços. Me aconcheguei e beijei seu peito.

–Você conseguiu, Edward. –eu disse rindo. Ele riu e acariciou minha bochecha. –Ficou pensando em algo que não somos e conseguiu.

–Eu sempre consigo.

–Eu demorei pra perceber que você pensava nisso. Mas agora eu não vou voltar atrás, viu?

–Eu não quero que volte.