Natural Disaster escrita por Thaís C


Capítulo 11
Capítulo 11 - Do que eu preciso


Notas iniciais do capítulo

Quando não é a falta de tempo é a falta de criatividade! Escrevi um roteiro com ideias para os próximos capítulos então agora estou mais tranquila. A história já está encaminhada para os próximos capítulos! Beijos e comeeeeeeeentem!



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Cada vez que beijava Cath, Derick se sentia de uma forma que nunca se sentira antes, como se estivesse completo, aquela garota o deixava louco. Ele foi levantando a camisa dela devagar, porém, ao perceber, Catherine recuou, caiu em si do que estava prestes a acontecer ali.
– O que foi? – Ele disse preocupado.
Cath abaixou a camisa e sentou na cama, o olhando completamente atordoada:
– Eu preciso falar com você, Derick. – Respirou fundo para tomar coragem, mas sabia que alguma hora, isso precisaria ser dito.
– O que você precisa falar? – Apesar de estar realmente decepcionado pelo fato de ter sido interrompido, ele estava calmo, realmente desejava saber o que ela tanto queria dizer.
– Eu nunca... – As palavras não saiam da boca dela.
– Você nunca o que? – Ele realmente não conseguia decifrar.
– Será que vou precisar desenhar?
– Se você não tem nem capacidade pra se expressar bem com palavras... – Derick disse rindo para implicar com ela. – Desenhando então... - Ela não riu, também não parecia com raiva, porém seus olhos estavam molhados.

Derick percebeu que o que ela estava querendo dizer não era uma coisa banal.
– Vou parar de bobeira, o que você quer dizer? – Ele disse enquanto levantava suavemente o queixo da garota, para que os olhos dela ficassem em sua direção.
– Diz... – Catherine estava sem fala, impossibilitada de dizer, porém, Derick pensou por alguns segundos no que poderia estar havendo e concluiu:
– Você é virgem? – Ele disse em tom baixo, parecendo estar assustado.
– Sim...- O garoto a olhava com desconfiança, como se não pudesse acreditar no que acabara de ouvir. – E o que tem de demais nisso? – Ela disse.
– É que... É que você já tem 19 anos.
– E daí? – Catherine pareceu se ofender, levantou rapidamente da cama e pegou sua mochila.
– Volta aqui. – Ele a segurou pelo braço.

– Me solta. – A garota o olhou seria. – Agora.
Cath saiu praticamente correndo da mansão, o garoto ia atrás e tentava convencê-la a ficar para que pudessem conversar, porém ela parecia muito magoada e totalmente indisposta a responder qualquer coisa. Pediu para os seguranças abrirem o portão e foi prontamente atendida. Ele pôde notar que não estava mais chovendo, apesar do tempo continuar fechado, ficou a observando sair e só conseguia pensar uma coisa: Catherine era louca. O que ele havia falado de tão ruim assim para ofendê-la? Realmente era atípico que uma garota tão bonita fosse virgem aos 19 anos, ela deveria entender a surpresa dele. O garoto voltou para dentro da mansão e se deitou numa rede na varanda para pensar no que faria. Será que era verdade? E se fosse, era melhor esquecê-la, pois ela nunca o levaria a serio o suficiente.

O garoto então foi para o quarto tocar violão e tentar esquecer aquilo por alguns minutos. Ouviu seu celular tocando insistentemente, não queria atender, mas aquele barulho estava o irritando. Olhou para ver quem o incomodava, era Carolina. Resolveu atender:
– Baby, você vem para cá mais tarde? – Carolina Ponzio
– Não vai dar, já tenho planos. – Derick Garrett
– E vai me dispensar? – Carolina Ponzio

– A questão é que tem ensaio da The Rebel Machine, eu realmente não posso faltar. - Derick Garrett
– Não importa a hora que acabar, venha para cá. – Carolina Ponzio
– Não vai dar, depois a gente vê. – Derick Garrett
– Ok então, já que não tem outro jeito, depois eu te ligo. – Carolina Ponzio

Derick se deitou na cama e resolveu dormir, dormindo pelo menos não arranjaria mais problemas. Dormiu bastante e acordou com Peter o beliscando.
– Acorda viado! – O irmão mais novo queria porque queria atenção.
– Eita, que que você quer? – Derick estava apenas parcialmente acordado.
– Hoje a gente vai fazer um show! Levanta daí e bora. – Derick olhou no celular, era meio-dia e meio. – Olhe no email da banda, sabe a festa de hoje? Nós vamos tocar lá como banda principal, porque o vocalista da Scars está doente. Eu fiz questão de aceitar o convite, porque a gente é muito melhor do que eles! – Peter estava radiante.
– Então vamos logo com isso, vamos arrumar as coisas e dar uma ensaiada. – Derick também parecia feliz com a notícia.
– Se arruma logo então!
Derick tomou um banho e arrumou tudo para ir ao local do show. Antes, porém, resolveu passar na casa de Catherine, queria muito falar com ela. Pegou um taxi e chegou rapidamente. Tocou o interfone, e nada. Insistiu, mas foi inútil. Sentou-se no degrau mais alto da pequena escada da portaria e tentou pensar no que fazer. Escreveu um bilhete para Cath e apenas aguardava a entrada de algum morador, que pudesse deixar na porta da garota. Seria mais fácil mandar uma mensagem, mas ele queira fazer algo diferente, Catherine estava com certeza magoada.
Rapidamente viu uma garota, regulando ter mais ou menos a idade de Cath vindo em direção ao prédio. Pele clara e de cabelos castanhos, bem bonita. Seria muita sorte se ela conhecesse Catherine, mas não era impossível. A garota correu em direção a Derick com um sorriso no rosto.
– Não acredito! Tira uma foto comigo!
– Oi! Tiro sim, claro! Mas depois você pode me fazer um favor?
– O que quiser! Eu adoro a The Rebel Machine, você é talentoso demais!
– Que isso, obrigado! Preciso que coloque esse bilhete embaixo da porta do apartamento 304. - A garota o olhou desconfiada. – O que foi?
– 304 é o apartamento da minha tia.
– Então, você é prima da Cath?
– Meu deus, é mesmo! Ela me disse que você estudava na faculdade dela! Muito prazer, eu sou a Flávia.
– Mas ela disse só isso sobre mim? – Derick parecia decepcionado.
– Tinha mais alguma coisa para dizer? – Ela o fitou.

– Não, nada não. Mas você entrega a carta que eu escrevi?
– Claro que sim!
Derick entregou a carta para a garota e a agradeceu. Tiraram uma foto juntos e ele foi para o local da festa organizar seu show. Tudo já estava praticamente pronto e a The Rebel Machine fez a passagem de som tranquilamente. Não conseguia parar de pensar em Cath e quando viu estava com seu caderno aberto escrevendo alguns versos.
– Ui, a mocinha tá apaixonada! – Disse Giulio rindo da cara de Derick. Estava atrás dele o tempo todo, lendo tudo o que o amigo escrevera.
– O que foi, hein? Qual é o seu problema? – Derick logo peitou o amigo, estava insuportavelmente irritado e morria de vergonha por alguém tê-lo visto escrevendo versos tão sentimentais. – Não brinca comigo hoje não, não quero assunto.
– Toma isso aqui. – Giulio colocou uma garrafa de rum nas mãos de Derick. – Relaxa, brother.
Derick pegou a garrafa e a pôs em cima do amplificador. Seu amigo o olhava perplexo, pois, nem se estivesse doente, Derick recusaria uma garrafa. O que estava acontecendo? Giulio presumiu que o vocalista estava com algum problema, mas não valeria à pena discutir ali, tinham um show para apresentar.
A turminha de puxa sacos de Derick estava na primeira fileira, cantando todas as músicas empolgadamente e o show foi maravilhoso. Era o primeiro show em que Derick estava totalmente sóbrio, sentia uma energia incrível, se sentia vivo de verdade. Entretanto, estar vivo de verdade tinha um preço alto, estava com o coração na mão. Seu corpo pedia álcool, cocaína, ou até mesmo um cigarro, apesar de seu coração ter percebido o quanto era melhor viver sem isso.
Após o show, Derick ainda ficou na festa, tentava se concentrar e socializar com as pessoas, porém estava travado, suava frio por conta da abstinência e sua mente estava agitada. Carolina cercou o garoto, estava com uma blusa vermelha, provocante, totalmente decotada, maquiagem, salto alto e uma saia jeans curta.
– Então, você tá tão quietinho hoje, Derick. Está triste? – Ela cruzou as pernas para que ele olhasse. Derick olhou, obviamente.
– Eu tô cansado, só isso. – A menina se sentou ao lado dele, e começou a mexer no cabelo de Derick.
– Por mim você ainda se cansa mais. Tem muita noite ainda pela frente. – Ela mordeu os lábios enquanto mexia na alça de sua blusa.
– Foi mal, mas essa festa tá um saco. Tô partindo, gata. – Ele se levantou, pegou sua guitarra e sua mochila, pediu ao irmão que voltasse logo para casa e orientou aos amigos que não deixassem Peter beber ou utilizar qualquer droga.
O garoto partiu em direção à sua casa, porém Carolina era insistente, o seguiu e ao vê-lo na rua tentando pegar um taxi, insistiu que não haveria necessidade, ela o deixaria em casa de carro. Derick não viu problema naquilo, apesar de já saber das intenções da garota com ele e que seria desagradável inventar mais alguma desculpa para não ficar com ela.
Ambos entraram no carro e logo ela ligou o rádio num volume relativamente baixo. Carol estava notavelmente alterada pelo álcool, mas Derick estava tão perturbado que ignorou isso. O carro chegou rápido, porém estacionou na porta da casa dela. A rua estava vazia por conta do horário, nem sinal de vizinhos.
– Ué, não ia me deixar em casa? – Ele perguntou já estressado, sabia que ela tentaria alguma coisa, e não deu outra.
– Você vai ficar comigo, aqui. – Estressado por não conseguir parar de pensar em Catherine, o garoto fechou os olhos e respirou fundo tentando pensar no que dizer para fugir de Carolina. Ela era bonita, mas Derick a olhava e pensava nos lábios de Cath e nos beijos que haviam dado de manhã na casa dele.
A garota colocou a mão direita na nuca de Derick fazendo carinho. Era golpe baixo, o garoto não resistia, era um de seus pontos fracos. Ao perceber isso, Carol se aproximou e começou a beijar o pescoço do garoto, colocando seu corpo sobre o dele.
– Eu quero você, agora. – Ela sussurrou no ouvido dele e se preparava para beijá-lo.
Derick parecia que iria ceder, porém, começou a tocar uma música de amor no rádio, que dizia exatamente assim: “ Sua voz foi a trilha sonora do meu verão.Você sabe que você é diferente das outras? Você sempre será meu trovão.”

O garoto estava de olhos fechados e logo se lembrou do dia em que Catherine acordou sorrindo em seus braços. Aquele pensamento o torturava, só queria ver aquele sorriso e beijar aqueles lábios de novo. Não se contentaria com menos do que aquilo. Antes que Carol pudesse alcançar sua boca, Derick a tirou de cima dele, e abriu a porta do carro, retirando sua guitarra. Não estava fugindo, até que estava calmo ou conformado.
– O que houve, Derick?
Ele fazia sinal negativo com a cabeça, enquanto andava.
– Desculpa, eu preciso dela.


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Notas finais do capítulo

A música que "toca na rádio" no final do capítulo é "Thunder - Boys Like Girls", pra quem se interessar, tá ai! COMENTEM, POVO