Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 40
Alle


Notas iniciais do capítulo

GATAS! VOLTEI COM O CAPÍTULO IMENSO! Espero muito que vocês gostem, fiz de coração! Whatsapp tá aí, se alguém quiser entrar no grupo é só falar. Não esqueçam de comentar depois de ler, preciso saber se gostaram desse capítulo...



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Daniel era um bom garoto, apesar de completamente mulherengo, como eu havia dito bem no início de nossa história. A família dele era rica, como eu também havia dito. Bom, pelo menos rica o suficiente para sustentar o rapaz, que morava sozinho num luxuoso apartamento na área nobre da cidade, com direito a uma grande varanda que dava uma visão perfeita da praia, daquela linda praia.

Sophie e Thomas já tinham chegado ao apartamento do garoto, e foi só a garota ir ao banheiro para que Daniel começasse a soltar suas piadinhas.

— Belo par de chifres que está colocando na Le Blanc, meu amigo. Belíssimo, aliás. - Dan falou em voz baixa para o amigo. — Essa menina é ainda mais linda ao vivo. E eu pensava que você não tinha capacidade pra escolher garotas hein!

— Não estou chifrando a Olivia, Daniel. - Thomas corrigiu o amigo.

— Ah não, nem uns beijinhos? - Ele perguntou desacreditado. — Eu duvido que não, essa garota é linda demais!

— Para cara, tenha respeito. Eu tenho namorada, e Sophie não é do tipo que ficaria com um cara que namora.

— Porque se ela fosse desse tipo você ficaria, não? – Dan provocou, gargalhando.

Thomas revirou os olhos para o rapaz e lhe mostrou o dedo do meio.

− Cara, se ela estivesse numa competição de beleza com a Le Blanc ganharia de mil a zero. – Daniel continuou. – Nunca tinha visto tão bonita.

− Para com isso, cara. Sophie não é pra você, não é como as garotas que você leva pra cama depois de três segundos de papo furado.

− Com essa menina eu ficaria só na conversa por trinta anos. Qualquer tempo valeria a pena apenas pra tê-la por uma noite.

— Cala a boca, Daniel. Fica na sua, cara! - Ele exclamou, já com a irritação no limite.

Quase. Eu disse quase. Foi por apenas um fio que Sophie não ouviu aquele papo quando entrou na sala. Ela gostaria, eu aposto.

— E então? Vocês não vão jogar? - Ela perguntou sentando num canto do sofá.

— Vamos. - Daniel respondeu.

O garoto ligou o vídeo game e pegou os dois controles. Sentou do outro lado do sofá.

— Eu contra qual de vocês? - Ele perguntou.

— Contra Thomas. Eu preciso olhar vocês jogando pra ver como é. - Sophie falou.

Os rapazes começaram o jogo então, numa competitividade sem tamanho. Era futebol, e o primeiro gol que saiu foi do Thomas.

— GOL! - Ele berrou, empolgado.

A comemoração de Thomas não durou muito, porque foi por pouco tempo que o garoto ficou na vantagem. Daniel aproveitou a distração do amigo e lá se foi mais um gol, desta vez a favor do dono da casa. Era uma competitividade absurda, algo normal entre dois amigos jogando vídeo game. E logo mais um gol de Daniel.

− Qual é a graça de jogar isso com você, cara? É um viciado! – Thomas resmungou.

Fim de jogo, e a vitória foi para o time de Daniel, por 2x1. Era a vez de Sophie agora.

− Sophie, espero que você consiga revanche por mim. – Thom falou ao entregar o controle à morena.

Em um minuto de jogo o placar já estava dois a um, logicamente para Daniel. Sophie não tinha habilidade, anos tinham se passado desde a última vez em que ela pegou num controle de vídeo game. Thomas, ao lado da garota, gritava nervoso, dando as instruções para morena sobre o que fazer, como pelo menos chegar até o gol. Ele estava alterado. Deus, alguém avisa ao nosso garoto que aquilo era apenas um jogo?

Finalmente a bola parou em um jogador de Sophie.

− Passa pra outro, aperta o “x”! – Ele gritava no ouvido dela. – Isso, agora corre mais pra frente! Agora aperte o quadrado!

− Droga, eu não consigo! O boneco não faz o que eu quero. Não consigo correr e chutar ao mesmo tempo, são muitos botões pra apertar. – Ela reclamou quando um jogador de Dan roubou a bola de um dos seus.

Thomas grudou o corpo no de Sophie e passou os braços pelo corpo dela, como se estivesse a abraçando. Segurou a parte de cima do controle e o analógico, para mover os jogadores. Sophie ficou encarregada dos outros botões, e mesmo assim sendo comandada por Thomas. Ele a dizia o que fazer, o que apertar, e mesmo com que intensidade ela deveria apertar. Foi desta forma que saiu o primeiro gol de Sophie. Ou devo dizer Thomas? Tophie? Somas? Sotho? Masphie? Phiemas? Enfim, dos dois juntos.

Os dois berraram alto o suficiente para que o prédio inteiro ouvisse, ou talvez a rua inteira. Se abraçaram forte, mas eu chutaria dizer que estavam apenas se aproveitando da oportunidade. Um gol de vídeo game não era motivo para abraço, era? Eu não sei, leitor. Mas quando faltam oportunidades, devemos abraçar aquelas que encontramos. E neste caso, literalmente.

− Eu não deveria estar aceitando um jogo roubado destes. Mas os dois são muito ruins, então deixarei passar. – Daniel falou, em seguida soltando uma risada.

Eles perderam aquela partida, e todas as que seguiram. Mesmo em dupla, não tinham como competir no vídeo game com Daniel, ele era realmente um viciado. Ficaram de meia noite às duas horas da manhã jogando, sem ao menos se lembrar do horário, ou que amanhã já era segunda feira.

− Chega, eu estou cansado de ganhar de vocês. – Daniel falou, largando o controle na mesa de centro. – Thomas, se resolva com a Olivia, porque aqui só tem um quarto de hóspedes e a cama é de casal. Vai ter que dormir com a gatinha.

Sophie ficou vermelha.

− Não vamos dormir aqui, cara. Amanhã tem aula. – Thomas disse.

− São duas da manhã, como vocês iriam? – Dan perguntou franzindo a testa.

Sophie arregalou os olhos.

− Você só pode estar brincando. – Sophie falou, pegando no sofá a sua bolsa, e dela tirando o celular. Olhou, e o relógio marcava exatamente 2h06. – Como vamos pra casa a essa hora, Thomas? – Ela perguntou preocupada.

− Você tem alguma coisa importante amanhã na faculdade? – Thom perguntou.

Sophie negou com a cabeça.

− Ótimo, nós três viveremos a incrível emoção de acordar tarde numa segunda feira. – Daniel falou sorrindo. – Eu vou pro meu quarto e vocês se virem aí. Thomas sabe onde fica o quarto de hóspedes. Lá tem até roupas pra vocês vestirem.

Passando por Thomas, Daniel aproveitou para soltar mais uma piadinha. É claro que em voz baixa, para que só ele ouvisse.

− Tem camisinha no banheiro do quarto. – Ele provocou.

E antes que Thomas pudesse responder alguma coisa, Dan passou.

− O que ele disse? Não ouvi. – Sophie perguntou franzindo o cenho.

− Que podemos usar o banheiro do quarto. – Thom mentiu.

O nosso casal foi até o quarto, não tinham muitas opções, afinal. O garoto, apesar de torcer para que a cama fosse grande para resistir à tentação mais facilmente, também esperava que tivesse um tamanho "pequeno", que obrigasse o corpo dele a ficar grudado com o de Sophie. Thomas não era tão diferentes de todos os homens, veem?

A cama era espaçosa entretanto, dava muito bem para os dois dormirem sem contato físico algum.

— Se tiver problema pra você eu posso dormir na sala. - Thomas falou.

Sophie, depois de ficar um tempo encarando a cama, encarou o garoto.

— Por que teria problema pra mim? Você é quem tem namorada, Thomas. Se ela não se importar eu não me importo.

Thomas mais uma vez sorriu daquele jeito cafajeste.

— Não teria nada demais. Só iríamos dormir. - Ele falou olhando para Sophie.

— O que mais você sugere? - Ela perguntou num tom de brincadeira, com a sobrancelha levantada.

Sophie, ele e cama. O que ele poderia sugerir? Muitas coisas, Montini. Muitas coisas.

Thomas balançou a cabeça, a fim de espantar os pensamentos maldosos. Quando ele ia entender que tinha namorada, meu Deus?

— Onde estão as roupas que Daniel disse que a gente podia usar? – Ela perguntou, imediatamente mudando de assunto.

O rapaz foi até o armário do quarto e abriu uma gaveta. Jogou para Sophie uma blusa qualquer, sem ter o trabalho de selecionar.

− Isso é de homem, Thomas! – Sophie reclamou, olhando para blusa em sua mão.

− E Daniel é o que? – Ele perguntou, erguendo as sobrancelhas. – Eu sei, ele pode parecer mulher. Mas foi registrado como homem.

− Não conseguiria dormir com isso. – Ela disse, encarando a blusa com uma careta. – Eu até prefiro dormir de sutiã e calcinha.

− Não, você não prefere. Isso não é uma possibilidade. Teríamos problemas, porque aí eu seria quem não conseguiria dormir. – Ele falou com rapidez, nervoso somente com a ideia.

Sophie riu do desespero de Thomas.

− Vou trocar de roupa. – Ela disse, levando com ela para o banheiro a blusa masculina.

Thomas trocou de roupa ali mesmo, aproveitando-se de que Sophie não estava lá. Uma blusa e uma bermuda. Costumava ignorar a blusa, mas não estava sozinho. O melhor era dormir o mais coberto possível.

Deitou-se na cama e se cobriu, e ficou apenas esperando Montini sair do banheiro.

Ela saiu, e ele não sabia se o que enxergava era sonho ou realidade. Ok, eu estou exagerando. Ele sabia bem que era realidade, e que Sophie estava ali bem na sua frente vestida daquele jeito. Seria melhor se fosse sonho, não? Seria mais fácil resistir. O cabelo negro dela estava preso em um coque mal feito, e uma parte da coxa estava de fora, porque era apenas uma camisa que ela vestia. Caberiam umas três Sophies ali. Os olhos dele encaravam descaradamente as pernas dela, não estava fazendo questão nenhuma de parecer discreto.

— Para de olhar pra mim, Thomas. Eu sei, a moda é minha pior inimiga nesse momento!

Thomas riu. Ah, era sério mesmo que ela estava achando que ele estava a olhando porque ela não estava na moda?

— Não existe nada melhor que ver uma mulher vestida com uma blusa de homem. É incrivelmente sexy. - Thomas falou na cara de pau.

Thomas envergonhado morreu?

Sophie se ajoelhou na cama e chegou perto dele. Começou a dar fracos socos em seu ombro.

— Pare de agir como um cafajeste, Thomas. Vou ter que ligar pra sua namorada.

— Liga, eu quero ver o que você vai falar. - Ele disse rindo, entregando pra ela o seu celular.

— Vou falar: Oi, é a Sophie. Sabia que seu namorado acabou de dizer que estou sexy e te colocou chifres comigo no sábado? E que hoje vai dormir agarradinho comigo na cama?

— Filha da mãe. - Ele murmurou, arrancando o celular da mão dela, que gargalhava.

Aquilo era brincadeira, uma brincadeira gostosa, divertida e saudável. Os dois riam juntos, e até a própria realidade do casal tinha virado motivo para risadas.

— Anda, vamos dormir. - Sophie disse, saindo de perto de Thomas e levantando da cama.

Acendeu o abajur e apagou a luz. Deitou do outro lado da cama, sem nenhum contato físico com o rapaz.

— Posso deixar o abajur ligado? Não consigo dormir quando está muito escuro. - Sophie pediu.

— Você sabe que não descansa bem quando tem alguma luz acesa, não sabe?

— Já ouvi falar. - Ela respondeu. — Mas eu tenho medo, é sério.

— Medo de que?

— Não sei, não gosto de não saber o que está acontecendo a minha volta. Ainda mais quando não é na minha casa que estou, quando não conheço o lugar.

— Eu vou estar aqui se o bicho papão quiser te pegar. Não se preocupe. - Thomas implicou, deixando escapar uma risada fraca.

— Por favor, Thom. - Ela pediu outra vez.

Sophie estava deitada e com a cabeça virada para o lado de dentro da cama, e Thomas com a cabeça virada para o outro lado, para fora. Sorrindo, ele se mexeu um pouco e virou a cabeça pra ela. Não disse nada, apenas com um sorriso ficou a encarando.

— Por que está sorrindo?- Ela quis saber.

— Gosto quando me chama de Thom.

Sophie abriu um sorriso também.

— Thom. - Ela repetiu, sem deixar de sorrir. — Isso é um pouco injusto, você só me chama de Sophie.

— É porque Sophie é um nome impelidável. - Ele disse, fazendo com que a morena soltasse uma risada.

— Essa palavra existe? - Ela perguntou.

— Existe, eu acabei de criar. - Ele respondeu com as sobrancelhas levantadas. — Sophie é um nome curto, pra que apelido?

— Sophie tem seis letras, exatamente como Thomas. E apelido não é pra encurtar por preguiça, é uma forma carinhosa de chamar a pessoa. Minha irmã costumava me chamar de Soph.

− E por que o apelido tem que vir necessariamente do nome? Eu poderia te chamar de alguma coisa que eu acho que tenha a ver com você.

− Tipo uma palavra que faça com que você pense em mim na hora?

− Exato. – Ele respondeu.

− Tem alguma? – Sophie perguntou sorrindo.

Alguma? Alguma palavra que fizesse com que Thomas pensasse em Thomas imediatamente? Todas essas que acabei de escrever, leitores. Todas as do dicionário, de todas as línguas.

− Alle. – Thom murmurou.

A origem do sobrenome Löhnhoff era germânica, assim como a palavra que ele havia acabado de dizer. Ele sabia poucas palavras em alemão, tinha aprendido com seu falecido avô, e “Alles” significava “Tudo”, pelo que lembrava. Tirou o “s”, ficava mais bonito. E talvez, se Sophie quisesse procurar na internet a palavra, seria mais difícil entender o significado.

− É uma palavra que você inventou também? – Ela perguntou sorrindo.

− Talvez. – Thomas respondeu também com um sorriso. – Você gosta?

− Gosto muito. – Sophie respondeu abrindo um sorriso ainda maior.

− Seu sorriso é tão bonito, Alle. – Thom elogiou, passando os dedos pela bochecha da menina.

As carícias de Thomas em Sophie estavam fazendo com que a garota sentisse seu coração saltar pela boca. Literalmente, eu diria. A sensação era exatamente essa, não poderia descrevê−la de maneira diferente. Ela desfez o sorriso a medida que o garoto se aproximou de seu rosto.

Como em todos os filmes, um contato maior foi impedido pelo toque de um celular. Sophie foi quem se afastou, e ela mesma resolveu pegar o celular de Thomas, no móvel ao lado dele. Não teve como evitar, e a curiosidade fez com que ela olhasse na tela do garoto o nome de Olivia. Não apenas Olivia. Olivia Amor, obviamente escrito pela própria.

Sophie respirou fundo e entregou o celular para Thomas.

− Eu vou dormir na sala, é melhor. – Ela murmurou antes de deixar o quarto.

Sophie, querida. Ninguém mandou ser fofoqueira, certo?


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Notas finais do capítulo

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