Os meninos conversavam entre si, brincavam entre si e riam sem parar. Já Sam estava de braços cruzados e cara feia encarando todos da mesa, principalmente o seu "namorado".

- Sabia que cara feia da câncer? - Lewis disse apoiando os braços na mesa e encarando Samanta com seus olhos claros tão lindos.

- Que eu morra então. - revirou os olhos e então os fechou para não olhar mais para a cara deles.

- Por que odeia tanto a gente Sam? - dessa vez a voz de Lewis não estava tão brincalhona como na primeira pergunta, parecia até mesmo ofendida, chateada e magoada.

Ela suspirou e permaneceu calada de olhos fechados, até resolver responder a pergunta do mais velho.

- Quando meu pai virou empresario da banda de vocês ele acabou ficando paranoico, pensando que eu poderia ser sequestrada para atingir a ele para atingir a vocês, ou ser morta ou ser qualquer coisa... Começou a pensar que todas minhas amizades eram por interesse, pois eu era a filha do empresario da boyband mais famosa do Reino Unido e afins... Eu perdi meu pai, perdi minha liberdade e perdi meus amigos. - disse ela pausando para respirar e encarando todos na mesa, mas agora com dor em cada palavra, em vez de ódio como de principio.

- Mas nós não temos culpa. - Zach disse com o cenho franzido olhando pra menina que o encarava com dor nos olhos.

- É sim. - disse ela ao pondo das lagrimas.

- Não é não Sam. É, infelizmente, do seu pai, que imaginou tudo isso. - disse Noah tocando a mão de Samanta que primeiramente apenas encarou a mão do rapaz sobre a sua, mas depois aceitou o carinho e suspirou derrotada.

- Talvez vocês estejam certos, mas mesmo assim continuo não gostando de vocês. 

Os meninos não sabiam se riam ou se ficavam receosos, mas acabaram rindo, pois a morena o fez. Os seis à mesa agora interagiam, conversavam, perguntavam entre si o que fariam caso o mundo acabasse amanhã e a respostas eram cada vez mais engraçadas.

- Eu iria comprar muito M&M, e comer tudo. - disse Samanta analisando a pergunta e mordendo o lábio. Aquele gesto fez as mãos de Harold suarem e ele morder o lábio igualmente a ela.

- M&M? - disse Liam com o cenho franzido.

- Amo esse chocolatinho redondo e colorido. - disse ela rindo junto aos outros.

- E você Harold? - disse Lewis apoiando o braço na mesa e sua cabeça na mão para encarar melhor o amigo.

- Eu? - perguntou pensando na resposta e por algum motivo estranho a imagem do sorriso de Samanta apareceu em sua mente fazendo-o sorrir discretamente.- Ficaria com todos vocês até o ultimo minuto. - disse ele parecendo um pouco bobo.

- Anw, que lindo. - disse Samanta em um tom de falsa apaixonada fazendo todos rirem, até mesmo o dos olhos verdes.

Um barulho calmo e ao longe fez a conversa dos seis terminarem, o barulho começou a aumentar e finalmente Samanta reparou que se tratava do seu celular em seu bolso.

- Alô? - disse atendendo o celular sem ao menos ver quem ligava.

- Samanta Maia aonde você está? - a voz de sua mãe estava esganiçada por causa dos berros e por causa do telefone. Os cinco meninos conseguiram ouvir os gritos que saiam do celular da menina.

- Eu... - Sam tentou falar, mas a mãe novamente começou a gritar mandando-a ir para casa. - Eu já estou indo... Já vou... Mãe eu to indo! - disse a morena desligando o celular e respirando fundo.

- Sua mãe esta um pouquinho brava né? - disse Zach segurando o riso igualmente os outros meninos.

- Você acha? - disse ela bufando e passando as mãos no rosto. - Lewis, me leva pra casa? - pediu olhando para o mais velho entre os cinco.

- Deixa que eu te levo. - disse Harold antes mesmo de Lewis pensar em responder algo.

- Tá. - disse ela dando de ombros, se levantando e acenando para todos.

Assim que os dois saíram do restaurante os quatro garotos se entreolharam com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso malicioso apareceu em cada lábio.

- Obrigada. - disse Sam entrando no carro de Lewis.

- Você saiu de casa por minha casa, nada mais justo eu te levar para casa. - disse dando de ombros e ligando o carro.

O caminho todo eles ficaram em silencio, quando o carro parava em um sinal vermelho Harold olhava para Samanta, que normalmente estava encarando a janela.

- Você... - a voz da menina rompeu o silencio, mas já estavam perto demais da casa dela para começar uma nova conversa. - Vai usar a aliança que te deram? - disse olhando para ele sentindo suas bochechas arderem de vergonha.

- Se você usar. - sorriu Harold sem tirar os olhos da frente.

- Se você usar. - ela repetiu fazendo ambos rirem. 

E mal haviam terminado a pequena conversa já haviam chegado nos grandes portões da vila onde Sam morava.

- Entregue. - Harold sorriu olhando para a morena que colocou uma mexa de cabelo para trás para encarar o dos cabelos cacheados melhor.

- Agradeço. - disse beijando a bochecha do rapaz, no exato local de sua covinha, o que fez Harold segurar o riso. - Até mais. - sorriu de lado e saiu do carro sentindo sua bochechas novamente arderem.

Sabia que ao entrar em casa iria ouvir um sermão sem fim, iria ter que escutar os berros da mãe calada e provavelmente iria ficar de castigo.

O sorriso de Sam não saía da mente de Harold e aquilo já estava intrigando-o. Fora direto para casa, não pensou em voltar para o restaurante, queria ficar em seu quarto pensando um pouco no que havia acontecido no dia.