Lie escrita por amanda c


Capítulo 15
Senhora Groulds


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem *-* o próximo capitulo será perfeito!!!!1!!!!1!



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O cenho de Sam continuava franzido, seus olhos não se desprendiam da flor em suas mãos e seus pés pareciam ter vida própria levando-a pelo caminho que fazia diariamente para voltar para casa.

Poucos quarteirões depois da escola o logo da cafeteria chamou a atenção de Samanta e a mesma esqueceu da flor em sua mão indo até o recinto em busca da sua amada rosquinha recheada.

Todos os dias, antes de ir para o trabalho ela comia a rosquinha como sobremesa.

Entrou na cafeteria, que estava repleta de jovens adultos com presa tomando seu café ou comendo algum lanche rápido.

Se posicionou atrás de uma mulher magrela, ficando na fila para ser atendida. Sua mochila pesava em suas costas e seus dedos dançavam pelo caule da flor sem ela perceber.

Ela ouviu o sino fino tilintar avisando a entrada de mais alguém na Starbucks, mas não moveu um músculo, obvio, para que ela faria aquilo?

Faltava poucas pessoas para que Samanta fosse atendida, mas sua concentração foi quebrada ao sentir um toque soava em seu ombro.

- Sam? - a voz brincalhona de Noah fez-se presente fazendo a menina levar um enorme susto.

- O que faz aqui Noah? - ela disse sorrindo de lado e abraçando o loiro que realmente parecia feliz por vê-la.

- Estava passando pela rua quando me deu fome e eu resolvi entrar na Starbucks compra alguma coisa - ele deu de ombros e continuou com as mãos no quadril da baixinha, o que a deixou um pouco desconfortável.

Samanta não reparou, mas o loiro estava com uma rosa no bolso, quase caindo, presa apenas pelo caule no bolso do jeans do rapaz. 

- Sam! - a voz estridente do funcionário fez a conversa dos cessarem - O de sempre, minha linda?

Samanta realmente frequentava muito aquela Starbucks

- Hoje vou mudar um pouco, vou levar a de nozes e creme - ela sorriu para o funcionário e logo em seguida sorriu para Noah que estava atrás dela na fila.

Depois do rapaz entregar seu pequeno saquinho com a rosquinha Noah a abraçou mais uma vez e estendeu finalmente a rosa que estava presa em seu bolso.

Samanta franziu o cenho e encarou com um olhar assassino para o loiro que abriu um sorriso infantil para a mais nova. 

- Que tipo de brincadeira é essa? - ela perguntou segurando o saco de rosquinha em uma mão e a rosa que Zach havia dado-a com a outra.

- Não é brincadeira, Sam. É um presente. - Noah disse segurando a mão que Samanta segurava a flor, colocou a segunda rosa em sua mão e virou-se para o funcionário ignorando qualquer sentença que saia da boca da menina.

Samanta saiu da cafeteria vendo que se continuasse ali iria se atrasar para o almoço e para o trabalho. Estava trabalhando em umpet shop.

Sua escola não ficava tão longe de sua casa, mas daria para ouvir pelo menos dez musicas no caminho até a mesma.

Na portaria avistou um homem de preto e óculos de sol parado como estátua. Respirou fundo e continuou os passos, mesmo sabendo que por trás daqueles óculos os olhos do homem iriam estar seguindo-a.

Odiava aquele porteiro, ele não era tão legal quanto o noturno.

Ao entrar em casa seus pais não estavam na sala de estar. Ela sabia que Louis provavelmente não havia nem ao menos chegado para o almoço e sua mãe estava no escritório arrumando as papeladas do mesmo para quando ele chegasse.

- Jean? - chamou pela empregada que saiu da cozinha limpando as mãos no avental.

- No que posso ajudar, senhorita Maia? - perguntou a mulher.

- Coloque essas duas flores junto as outras...

- A senhorita anda ganhando muitas flores, não? - a empregada riu fazendo Samanta suspirar pesadamente, sem responder a mulher.

Subiu para o seu quarto. Retirou o uniforme escolar verde musgo e vestiu-se com uma calça jeans e a camiseta azul bebê com o logo do pet shop.

Desceu as escadas pensando no que iria fazer naquele dia. Teria que pegar o gato da senhora Groulds, pois como ela disse, aquela bola de pelos precisava ser escovada todos os dias para não deixar criar nós em seu pelo; iria ter que arrumar as gaiolas onde os cães e gatos ficavam para a adoção; passaria o dia todo fazendo quase nada e voltaria para casa para continuar fazendo nada.

- Boa tarde, filha - sua mãe disse tirando-a de seus pensamentos. Samanta se sentou de frente para mãe e passou seus olhos pela mesa repleta de alimentos diferentes.

Se serviu de um pouco de cada do que estava na mesa e comeu com uma rapidez desnecessária, pois não estava atrasada.

- Seu pai ira demorar hoje, talvez quando chegue do trabalho ele ainda não esteja em casa - disse a mulher tentando disfarçar a tristeza.

- Novidade – sussurrou pegando a rosquinha que havia comprado depois de comer toda sua comida. Mordeu a massa sentindo o delicioso gosto de nozes entrar em sua boca.

- Qualquer dia você explode de tanto comer bobagem – sua mãe se levantou e deixou Samanta a sós na sala de jantar.

Depois de comer a rosquinha escovou os dentes e saiu de casa andando lentamente pelo condomínio. Ela carregava uma pequena mochila nas costas, onde levava um casaco de frio, seu pequeno kit de maquiagem e seus documentos.

Percorreu seus olhos claros por todas as casas que passava pela frente e nenhuma delas possuía uma família unida e feliz. Os vizinhos do lado esquerdo da sua casa eram problemáticos, só sabiam resolver as coisas à base do grito e o filho mais velho deles havia se suicidado três anos antes; os da frente eram estranhos, quase não se viam eles andando pelo condomínio, eles eram compostos pelo casal e dois filhos, mas os dois filhos eram deficientes físicos e talvez fosse aquele o motivo para que os pais fossem tão super protetores. A ultima casa que Samanta olhou fora as dos Clontey, uma família tão rica que não seria uma surpresa caso eles tivessem uma casa dentro da Disney, mas mesmo eles sendo ricos os pais eram frios e calculistas, as duas meninas eram tão egoístas que doía na alma e o filho do meio era tão dependente da mãe que vendo-o poderia se pensar que ele tem cinco anos, sendo que tem quase doze.

- Boa tarde senhorita Maia – disse o porteiro abaixando os óculos para a ponta do nariz e deixando a menina passar ao ver o emblema em sua camiseta – Senhorita, um garoto chamado Liam deixou isso para a senhorita – dizendo isso entrou na cabine e entregou uma rosa vermelha como os outros dois haviam entregado. Os músculos de Samanta se endureceram e seus dentes trincaram.

Ela segurou a flor da mão do porteiro e saiu andando sussurrando um obrigada ao homem por informa-la.

Seus passos eram calmos, mas duros e rígidos enquanto caminhava em direção a casa da senhora Groulds para pegar o felino. Ao avistar a casa da mulher apressou os passos. Bateu com os nós dos dedos na porta de madeira, minutos depois a mesma se abriu deixando a imagem de uma mulher de no mínimo oitenta anos, de cabelos brancos, pele flácida, olhos tão verdes quanto a relva e uma cara de mal humorada que nem o diabo iria aguentar.

- Demorou, Maia! – a velha disse abrindo mais a porta e fazendo a menina entrar na casa aos puxões. Samanta já estava acostumada com aquele tipo de tratamento vindo da viúva.

- Onde está o bichano? – Sam perguntou olhando aos redores para procurar o felino.

- Na cama, como sempre – a velha disse irritada indo em direção a cozinha – Não espera que eu lhe ofereça um café, né?

- Não senhora Groulds, não quero café, obrigada – Sam respirou fundo tentando fazer os pensamentos mal educados irem embora.

- Ótimo, não irei gastar pó de café com uma menina má agradecida – a velha sumiu na cozinha e Samanta subiu as escadas, que a cada passo rangia irritantemente, para ir atrás do gato.

Ao abrir a porta do quarto da senhora Groulds, Samanta logo avistou uma enorme bola de pelos sobre a cama. Ele mais parecia um travesseiro marrom alaranjado. Samanta sem muitas delongas pegou o gato prensando-o contra o peito e saindo do quarto da mulher.

O gato miou algumas vezes antes de finalmente Samanta sair da casa, mas não antes de colocar o pé para fora daquela casa tão desagradável a menina ouviu as mesmas ordens e condições para cuidar do bichano.


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