Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie


Capítulo 15
Pietro me deve uma porta.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pelo tempo que fiquei sem escrever gente :/
Esse capitulo é meio tenso, agora que vão começar a aparecer os problemas na relação dos dois e nós vamos ver se a Mel e o Pi realmente vão ficar juntos. Mas eu não vou manter os capítulos com esse clima e etc.
Boa leitura ^^'



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 Passei boa parte do meu fim de semana com Pietro, Nikki e David. Fomos a shoppings e a parques, fomos assistir um filme no cinema e eles foram até a minha casa quando Pietro precisou trabalhar. A semana se passou rápido demais, tanto eu quanto Pi estávamos ocupados com nossos trabalhos e com nossos problemas.

-Mel?- Só quando ouvi a voz de Pietro do outro lado da linha percebi o quanto senti sua falta.

-Oi Pi.

-Senti sua falta essa semana...

-Sei que sentiu. –Ri.

-Vamos dar uma volta, marrenta?

-Pra onde? –passei um pouco de batom vermelho.

-A gente podia pegar um cinema.

-Estou indo numa festa com a Sam.

-Sozinhas?- Murmurei um “sim”- Eu vou.

 Sorri para o nada e esperei até que Sam chegasse. Obviamente Pietro chegou mais rápido, estava arrumado e perfumado, pude imaginar ele se vestindo na velocidade da luz.

-E então, você ta lindo. –Sorri. –E cheiroso.

 Sorriu de volta e me abraçou.

-Vou esperar aqui em baixo enquanto você se troca.

 Olhei para minhas roupas. Um salto, um vestido preto até a metade da coxa, brincos... eu estava pronta, e arrumada.

-Mas eu estou pronta. Não to bonita?

 Engasgou com a saliva.

-Você não vai ir assim.

-To feia?

-Se eu disse que sim você sobe e se veste? –Coçou a cabeça e fechou um dos olhos por alguns segundos.

-Você esta mentindo, eu estou bem assim. –Dei uma voltinha. –Ciúmes Manson?

-Eu? Ciúme? –Ele revirou os olhos e se sentou no sofá. –Nem vou mais.

 Bufei. Ouvi a campainha.

-Foda-se, eu vou.

-Não vai não.

-To indo, Sam. –Falei pro interfone, ignorando Pietro.

-Você não vai, Mel. –Segurou meu pulso. O rosto franzido em um misto de pedido e decepção.

-Você não manda em mim. –Puxei meu braço e juntei ao meu corpo. –Não faz mais isso, ok?

-Me desculpe. Não tive a intenção de querer mandar em você... É que... –Parou, fechou os olhos, colocou a mão sobre o rosto e suspirou. –Fico imaginando o tanto de caras que vão te olhar com idéias erradas na cabeça, com idéias que não são... Legais. Eles não te merecem, Mel. Nem eu, mas eu tento, sabe? –Tirou a mão dos olhos e os abriu.

 A sinceridade transbordava em seus olhos, literalmente.

-Esta chorando? –Os olhos verdes dele estavam ainda mais verdes em contrate com o vermelho.

-Estou chorando de raiva. Raiva por não ser melhor, por não ser o suficiente pra você. –Respirou fundo e olhou para cima. –Venho tentado e tentado por varias e varias vezes Mel, mas não sei até onde eu agüento.

-Não sinta-se obrigado a ficar. –Me revoltei. Ele não estava ali abrigado... Mas ele era Meu Pietro.

-Isso é tão injusto. Só eu estou correndo atrás, Mel. Parece que só eu te quero.

-Nunca te dei esperanças de que eu faria algo desse tipo, de que eu demonstraria algo por você.

 Ele chegou mais perto e abaixou um pouco o pescoço, nossos rostos a um palmo.

-Me peça pra ficar.

 Abaixei o rosto e olhei para o chão. Ele ergueu meu rosto com a mão. Fechei os olhos.

-Não. –Minha alma estava sendo dilacerada, meu corpo doía e meu coração estava batendo tão forte que meu peito parecia estar prestes a se quebrar.

-Por favor, Mel. Eu gosto de você, não tenho medo de dizer isso. Seja corajosa e diga de volta. –Seus lábios tocaram os meus por alguns segundos. –Por favor.

-Não. –Não chora, Mel. Não chora. Abri os olhos.

 Pietro se afastou, ele não guardou as lagrimas. Enxugou o rosto e saiu, levou minha chave e entregou na mão de Sam.

-Hey. O que esta acontecendo? –Perguntou. –Por que o Pi saiu assim, correndo?

-Vai embora, Sam. –Me encaminhei pra cozinha olhando para o teto, com medo que as lagrimas descessem sem a minha permissão. Peguei uma garrafa de vinho na geladeira e virei na boca. O doce do vinho teria o trabalho de substituir o amargo da minha vida.

-Quer ficar sozinha?

 Pergunta errada, Samantha. As lagrimas desceram.

-Eu to sozinha Sam. Não era melhor quando eu simplesmente não assemelhava estar bem com estar com ele? Eu não preciso dele pra estar bem, né?

-Precisa, Mel. Você gosta dele. –Foi uma afirmação.

-Não preciso, não gosto. –Olhei para cima, mas não adiantava mais. –Idiota.

 Passei as mãos pelo rosto, limpando as lagrimas que teimavam em descer pelo meu rosto.

-Vou tomar um banho. –Avisei Sam, e subi.

 Coloquei o chuveiro no gelado e me sentei no chão, ainda com o vestido. Respirei fundo algumas vezes. Tirei as roupas molhadas, me sequei e fui dormir.

 Sam dormiu comigo nessa única noite, depois teve de me substituir em todos os trabalhos que eu tinha na semana.

 Por uma semana eu fiquei sem saber sobre Pietro. Nada. Durante essa mesma semana eu reagi como reagi a morte da minha mãe. Tomava banhos frios independente do tempo, não comia absolutamente nada, não assistia TV, não jogava vídeo game, não mexia na internet, não saia de casa, não atendia aos telefonemas e nem as pessoas que tocavam a campainha. Durante uma semana eu não fiz absolutamente nada. Durante uma semana eu morri.

 Ouvi a campainha tocar. Era comum, podia ser qualquer um dos meus amigos, Pietro, a mãe de Sam, algum vizinho e até meu pai. Estava deitada em minha cama, nem passou pela minha cabeça atender, nem passou pela minha cabeça sair da cama. Ouvi alguns roídos e depois um baque na porta da frente. Continuei deitada, podiam ser ladrões. Me peguei imaginando se eles estariam armados, se eu me importaria de morrer pelas mãos de desconhecidos.

 Um barulho estrondoso.

-Mel? Melanie? Cadê você?

 Ótimo, eu precisaria de uma porta nova.

 Pietro entrou no meu quarto como um furacão, sentou-se aos meus pés.

-Vai embora.

-Hey, olha pra mim. –Chamou, colocou a mão sobre minha perna. Puxei a perna pra que ele não me tocasse. – Você é complicada demais...

-Desculpa se eu não sou sua boneca Barbie preferida, Pietro. E vai se fuder.

-Que mania de me xingar. –Riu.

 Não consegui conter um sorrisinho.

-Não me faz rir, to muito brava, e muito chateada...

-E muito acabada. –Ele ficou serio. –Ta com olheira, emagreceu mais e... O que aconteceu? Porque se trancou assim?

-Porque eu quis.

 Não iria contar meus motivos para Pietro, mas era minha forma de não querer mais nada. Se eu ficasse perto de alguém que eu gostava e essa pessoa ia embora, eu começava a viver assim. Por fim eu teria de entender que era isso que acontecia quando eu me envolvia com as pessoas, não me envolveria mais.

-Você não pode ficar assim. Vim aqui a semana inteira, varias vezes por dia até... quanto tempo faz que não abre as janelas? Que não vê o sol? Esta um dia lindo hoje...

-Eu te odeio, va embora.

 Deu risada e se aproximou. Beijou minha testa.

 Pietro me pegou no colo como se eu fosse uma criança. Saiu do quarto, desceu as escadas, me sentou no balcão da cozinha.

-Consegue se manter ai, magrela?- Sorriu calorosamente, me irritando tão profundamente que eu nem respondi. Pegou uma das sopas de caneca que eu tinha, colocou água e depois levou ao microondas. –Nem o Stubb da tanto trabalho, Mel.

-Não quero você aqui Pietro. –Ele estava atrás de mim.

-Eu bebi saudades, a semana inteira. Pra domingo você me dizer que não sabe o que quer e não quer mais saber... –Cantou desafinadamente. –Se lembra dessa musica?

-Segunda-feira do Esteban Tavares... Hoje é sábado, Pietro.

-Não Mel, hoje é domingo, perdeu a noção dos dias? –Talvez eu tivesse perdido... –Não se lembra dessa musica? Daquele dia... lá em casa Mel.

-Que dia? Que Mané a musica Pietro, andou bebendo?- quantas perguntas, suspirei. Peguei a caneca e voltei para o balcão. Comi um pouco, pude sentir a comida batendo no fundo do meu estomago.

 Ele entrou no meu campo de visão rápido demais pra que meus instintos percebessem o que ele estava fazendo. Tive tempo apenas de levar minhas mãos ao seu peito enquanto ele me beijava.

 -Foi tão importante pra mim... não acredito que você não lembra, magrela. –resmungou contra meus lábios, como senti falta de sua boca na minha.

EU ME LEMBRO! CLARO QUE ME LEMBRO!

-Não sei do que você esta falando. –Dei de ombros.

-Vou refrescar sua memória. –Suas mãos estavam em minhas coxas me segurando, fui para seu colo e continuamos a nos beijar.

 Ele bateu as costas na parede enquanto tentava andar de costas, ri. Continuamos o trajeto, Pietro se dirigiu para as escadas. Segurei na parede e no corrimão, trancando ele ali.

-Esta fazendo errado. –O informei, meio sem ar.

-O que?

-Não foi no quarto, foi no sofá.

 Rimos.

-Ótima memória, Melanie.

-Obrigado, Pietro.

 Voltamos para a sala. Ele se sentou no sofá, continuei em seu colo.

-Nunca mais vamos brigar, ok?

-Não vou te prometer isso... ainda estou brava.

-Nunca mais vou embora.

-Jura? –Não pude evitar, sorri sem os dentes.

-A não ser que você me mande.

-Nesse caso... Vai embora, Pietro.  

  Ele beijou meu pescoço e fez um caminho de beijos até meu queixo.

-Nem fodendo. –Deu um beijo em minha boca. –Senti sua falta...

-Eu nem senti sua falta... –Só quando respirei. –Pietro?

-Que foi, Mel?

-Me deve uma porta. –Sai de seu colo e fui para o quarto, deixando Pietro para resolver o problema que estava caído no chão da minha sala. 


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Notas finais do capítulo

Brigas e mais brigas... sera que a Mel e o Pi superam todas, gente? :(



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