Rose, Rose, Rose, Rose, Rose...

Era tudo no que ele conseguia pensar naquela noite.

Após Donna ter recusado sua oferta e perguntando qual era o nome da amiga dele.

“Her name was Rose”- “Seu nome era Rose” – ele respondera. Mas parecia tão errado referir-se a ela como sua amiga, ela era tão mais do que isso.

E ele nunca teve a oportunidade de dizer isso a ela.

“Oh, she knows...” – “Oh, ela sabe...” – será que ela sabia? Será que Rose realmente sabia o quanto ela significava para ele? O quanto ela ainda significa? O quanto ele a ama? O quanto ela foi importante para ele?

Ele nunca poderia ter certeza. Ele nunca poderia dizer isso para ela.

Durante aquela noite ele deixou seus pensamentos correrem soltos, lembrando-se de cada instante que ele teve com ela, sua maravilhosa humana amarela e rosa.

Ele deixou algumas lágrimas caírem. “Que vergonha” pensou ele “O último dos Timelords chorando por uma humana”.

Ele entrou no quarto dela, a cama estava desarrumada, havia roupas e maquiagem no chão, e... Cheirava como ela.

Ele andou até uma cômoda onde havia algumas fotos: uma foto dos dois com Jack, quando ele ainda era um homem diferente, com um sotaque do norte; uma foto dos dois no último Natal; uma foto dos dois em um planeta distante e uma foto de Rose com sua mãe e com Mickey.

Ele pegou as fotos e as levou para seu quarto, fechando a porta quando saindo de um quarto no qual ele não voltaria, mas pediu para a TARDIS mantê-lo.

“Rose... Eu te amo tanto.” Ele murmurou acariciando o rosto dela em uma das fotos. Ele fechou os olhos e fixou cada detalhe da mulher que ele amava em sua mente. Ele nunca iria esquecê-la.

Ele dissera para ela que ela não era como qualquer outra acompanhante dele, e ele disse a verdade. Ele falaria sobre Rose com seus futuros acompanhantes. Ele sabia que teria mais, ele havia dito a Donna que não precisava de ninguém, mas era uma mentira. Ele precisava. Mas ele não queria ninguém que não fosse Rose Tyler.

Ele saiu de seu quarto, apenas andando por sua nave, sua mente se enchendo de lembranças quando ele passava por salas onde ele e Rose haviam estado.

A TARDIS “sussurrou” em sua mente “Eu sinto a falta dela também.”

Rose fora até a acompanhante favorita da TARDIS, ela e a nave sempre tiveram uma ligação especial. Rose podia se comunicar com ela tão bem quanto ele. Talvez até melhor...

Ele sorriu com o pensamento.

Rose... Sua Rose era tão amável, tinha tanta compaixão... Até quando ele não tinha! Ela o fez se sentir vivo depois da Time War. Agora ela também tinha ido para sempre...

Ele respirou fundo. Se tinham pensado que Rose estava morta... Provavelmente fizeram um funeral para ela, não?

A TARDIS falou que sim, então ele ligou para uma amiga de Rose, descobrindo onde – e quando – seria (embora o tempo fosse relativo na TARDIS, então, tecnicamente, já poderia ter sido) o funeral.

Ele compareceu.

Ele não conhecia ninguém, mas ele precisava de mais uma despedida simbólica. “She is so alive” – “Ela está tão viva” – ele havia dito para Donna, e ele teve que se convencer disso durante o funeral. Ele precisava comparecer aquilo. Ele até disse algumas palavras:

“Bem... Eu não conheço ninguém aqui, mas... Eu conheço... Conhecia... Rose Tyler. Quando ela me encontrou, eu estava sozinho, eu estava me sentindo miserável... Mas Rose, ela mudou isso. Rose me fez uma pessoa melhor, Rose fez eu me sentir vivo. Eu já fiz coisas das quais eu não me orgulho, embora fossem coisas que precisavam ser feitas, eu achava que não merecia ser feliz por causa dessas coisas, mas... Rose Tyler... Rose Tyler me deu uma chance. Rose Tyler aceitou viajar comigo, Rose me perdoou depois que eu a fiz perder um ano da vida dela por aqui, Rose me perdoou por tudo o que eu fiz de errado. E eu nunca... E eu nunca disse para ela o quanto ela era importante para mim. Eu nunca disse para ela tantas coisas! E agora eu não tenho a chance. Rose sempre foi e sempre vai ser a melhor coisa que já aconteceu comigo. Obrigado, Rose. Por tudo o que você fez por mim. Eu sei que obrigada não demonstra nem de longe o quanto eu sou grato por tudo, mas... Obrigado. Eu não realmente tenho religião e eu nunca tive nenhuma crença. Mas uma vez eu disse, e eu vou dizer isso agora: se eu tiver que acreditar em apenas uma coisa. Apenas uma. Eu acredito nela. Rose... Eu acredito que você é o ser humano mais incrível que eu já conheci, eu acredito que você me salvou de tantas maneiras... Eu acredito em você. Obrigado.” Ele disse, mal contendo as lágrimas. Todos os presentes aplaudiram e ele saiu de lá sem falar com ninguém.

Ele voltou para a TARDIS e deu as coordenadas para um lugar calmo no espaço. Onde ninguém o perturbaria. Onde ele poderia lamentar em paz.

Porque o nome dela era Rose, e ela sempre seria a melhor coisa que já aconteceu para ele.