Na segunda-feira seguinte, Rose acordou feliz, mas com bastante sono, tinha voltado a ir dormir tarde e isso preocupava-a um pouco. Mas quando estava com Alex, esquecia-se disso tudo. Ele era tão perfeito que quase não parecia real, como se ela fosse acordar a qualquer momento e perceber que tinha sido tudo fruto da sua imaginação.

A ruiva levantou-se e foi tomar um duche. Vestiu o uniforme da escola e desceu para ir tomar o café da manhã.

Quando chegou ao salão principal encontrou Alex que logo se aproximou dela, beijando-a.

– Bom dia, ruivinha - ele passou a mão pelo seu rosto lhe depositando um beijo na testa - Tudo bem?

– Sim - respondeu, bocejando em seguida - Só estou com um pouco de sono.

– Não devias ficar até tão tarde a estudar - os dois entraram no salão principal de mãos dadas.

– Mas eu preciso de estudar à noite porque é o único tempo que tenho disponível - ela disse frustrada.

– Sim, tens razão. Bem, vou para a minha mesa - ele deu-lhe um selinho.

– Espera! Porque não te sentas comigo na mesa da Gryffindor? - ela sorriu fraco.

– Hum, pode ser - ele concordou e dirigiram-se para lá.

Enquanto Alex e Rose conversavam animados, Scorpius Malfoy observava-os de longe na mesa da Slytherin. No início, ele adorou aquele namoro, fazer Rose se apaixonar e depois partir-lhe o coraçao? Parecia um plano de génio. Mas agora ele via que Alex realmente tinha começado a gostar da Weasley ou talvez ele fosse apenas um bom mentiroso.

– Bom dia, amor - Evanna sentou-se ao lado do loiro reparando que este estava distraido - Para onde estás a olhar?

– Weasley e Montgomery - ele respondeu rapidamente e abriu um pequeno sorriso que logo desapareceu - Hoje é o dia, Eva, hoje é o dia que vamos partir o coração da pobre sabe-tudo Weasley.

(...)

Segunda-feira é sempre o dia que os alunos mais odeiam, aquele dia que parece que nunca mais acaba, mas não para Rose. A garota estava sempre animada para as aulas, fossem de que disciplina fossem, por isso, não é de admirar que para ela, ao contrario dos outros, as aulas daquele dia tivesse passado muito rápido. Quando a sua última aula acabou, a ruiva encontrou Alex à sua espera em frente do retrato da mulher gorda.

– Oi, amor - ela sorriu e beijou-o - O que fazes aqui?

– Vim ter contigo antes que me troques pelos livros de poções - ele riu e puxou-a para mais um beijo.

– Eu preciso mesmo de ir estudar... - ela começou a reclamar, mas o moreno logo a interrompeu com mais um beijo demorado.

– Podemos ir até à sala precisa? Tenho umas coisas para estudar contigo. - ele afirmou fazendo um sorriso pervertido.

– Algo me diz que isso não tem nada haver com poções - ela gargalhou - Vamos lá.

Os dois dirigiram-se até à sala precisa, quando chegaram lá, viram Megan Malfoy sair descabelada e apressada da sala precisa. A loira olhou para os dois lados hesitante, amarrou os seus cabelos num coque e foi embora.

– Que estranho, o que a irmã do Scorpius estava a fazer na sala precisa? - Rose pensou alto.

– Muitas pessoas usam a sala precisa, ela é um ótimo lugar para encontros românticos.

– Mas a Megan não tem namorado, eu acho... - respondeu a garota, pensativa.

– Deixa a Malfoy para lá, temos coisas muito mais importantes para fazer... - a ruiva riu alto e seguiu o garoto.

(...)

Rose e Alex se beijavam intensamente, o garoto passava a mão pelas pernas da Weasley enquanto esta tirava a camisa dele. Rose saltou para o colo do moreno e começou a puxar os cabelos dele quando este colocou a mão dentro da sua blusa.

– Que casal adorável - eles ouviram uma voz e afastaram-se rapidamente, dando de caras com Scorpius Malfoy, John Zabini e Evanna Bulstrode.

– O que vocês fazem aqui? - perguntou Alex nervoso. Ele sabia o que eles estavam a fazer ali, mas não queria acreditar.

– Ainda bem que perguntas isso, Montgomery, estava mesmo á espera que o fizesses - Evanna aproximou-se do casal com um sorriso malvado no rosto - Hum, deixa cá ver, porque onde eu começo? Ah sim, pelo meu plano brilhante para partir o coração da sabe-tudo.

– Do que é que ela está a falar, Alex? - a ruiva olhava nervosa para o namorado, na sua cabeça, teorias começavam-se a formar, cada uma pior que a outra. "Partir o coração da sabe-tudo" ela ouvia a voz de Eva na sua cabeça repetindo aquelas palavras vezes sem conta, mas ela não podia acreditar, Bulstrode era uma mentirosa.

– Vamos embora daqui, ruivinha - Alex puxou a mão da ruiva e os dois dirigiram-se até à porta, onde foram barrados por Scorpius e John.

– Onde vocês pensam que vão? - John sorriu falso.

– Saiam da frente - Alex ordenou começando a ficar com raiva.

Scorpius e John agarraram no garoto que começou a se debater nos braços dos dois.

– Soltem-no! JÁ! - gritou a ruiva, assustada e preocupada.

Evanna apareceu por detrás da garota, puxou-a pelos cabelos e atirou-a ao chão.

– Por favor, deixem-na ir! Deixem-na em paz - pediu o moreno ainda sendo agarrado pelos dois garotos da Slytherin.

– Cala a boca, Montgomery! - ordenou a loira que estava a começar a ficar indignada por estarem a destruir todo o seu plano. - Vamos lá começar do início. Era um lindo sábado de manhã, nós estavamos mesmo aqui, eu e Scorpius deitados juntinhos depois de uma noite de sexo - ela lançou um olhar pervertido ao loiro - Estavamos a conversar, quando eu tive uma ideia: Havia melhor forma de humilhar alguém do que partir-lhe o coração? E como se parte o coração de uma pobre garotinha ingénua e idiota? Convencemos um garoto lindo, inteligente e popular a fingir gostar dela, para depois contarmos a verdade à pobre garotinha - Eva começou a rir descontroladamente enquanto a ruiva que estava sentada no chão olhava para Alex chocada.

– TU ESTÁS A MENTIR!! - a ruiva gritou, mas as lágrimas nos seus olhos começavam a cair e no fundo ela sabia que não era mentira. Como alguém como Alex iria algum dia olhar para ela?

– Não estou nada. Montgomery, diz-lhe a verdade! - a loira virou-se para o moreno vendo este de rosto baixo.

– É verdade - ele sussurrou tão baixo que foi quase impossível alguém ouvir, mas Rose ouviu.

– Responde ALTO! - ordenou.

– É VERDADE! A Evanna veio falar comigo um dia, pediu para eu fingir gostar de ti e em troca ela falava com umas garotas da Slytherin para sairem comigo - ele respondeu irritado e envergonhado por tudo o que tinha feito.

– Muito bem, Montgomery. Já não és mais necessário - Scorpius deu-lhe um empurrão, mostrando-lhe que devia ir embora, mas ele não foi.

– Mas não foi tudo mentira, ruivinha, por favor, acredita em mim, eu comecei a me apaixonar e...

– NÃO TE ATREVAS A DIZER QUE ME AMAS! QUEM AMA NÃO FAZ ISTO! É PRECISO CORAGEM PARA AMAR E TU NÃO A TENS, PORQUE TU ESTÁS A VER ELES AQUI A HUMILHAREM-ME E NÃO ESTÁS A FAZER NADA, TU ÉS UM COBARDE! - a garota gritou a plenos pulmões enquanto chorava sem parar.

Scorpius agarrou o moreno pela camisa e empurrou-o para fora da sala precisa. Estava farto dele e daquele plano. Só queria ir para o seu dormitório descansar. Quando se virou, viu Rose chorando no chão e virou o rosto logo em seguida.

– O nosso trabalho está feito por aqui - Scorpius afirmou olhando para a namorada.

– Sim, tens razão - ela abriu um sorriso falso - Adeus, Weasleyzinha - e foi-se embora com Scorpius e John.

Rose ficou sentada no chão frio da sala precisa por horas, chorando sem parar, como se lhe tivessem arrancado o coração. Alí, ela percebeu que por mais que quisesse, eles tinham razão, nunca um garoto como Alex Montgomery iria olhar para ela, porque ela era nada. Nunca tinha percebido que estava tão apaixonada pelo garoto assim, ou talvez não tivesse. Talvez daqui a alguns anos fosse perceber que tinha sofrido em vão, que aquela tinha sido a sua primeira desilusão amorosa e por isso é que doera tanto. Ela não sabia o futuro, ela apenas sabia que, agora, naquele momento, estava a doer e parecia que nunca ia passar.