Piece Of My Heart escrita por Vitória C


Capítulo 1
Only another day


Notas iniciais do capítulo

O primeiro, se não gostarem falem por favor *-* boa leitura ♥



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Eu analisava a paisagem. Cada flor, cada folha verde que estava a minha frente. Faltava alguma coisa. Talvez mais cores? Ou menos cores. Eu precisava dessa foto para o meu projeto da faculdade.

Um passarinho com as penas amarelas pousou um uma folha ao lado da flor rosa que mais se destacava. Aí estava, minha fotografia de ouro do curso de jornalismo. Eu tinha flores lindas, um pássaro colorido e uma cachoeira no fundo. Bati a foto com cautela para o pássaro não sair correndo. A foto não ficou muito boa, quando fui bater outra, um barulho assustou meu pássaro perfeito. Era um carro.

Um cara usando jaqueta de couro preta, camiseta do Ozzy e uma calça jeans desceu, ele olhou para mim e riu. Droga, parece que alguém achou meu esconderijo de tirar fotos.

-Ei garota, o que faz aí deitada de bruços na grama?

-Eu estava tentando tirar a foto da minha vida Collin, mas aí um idiota atrapalhou. – eu me levantei e bati a mão na minha saia preta, que estava cheia de folhas.

-Consegui te irritar de novo! – ele comemorou.

Collin era um idiota que estudava na  mesma faculdade que eu. Ele se achava o lindo, gostoso e tudo mais. Realmente ele era lindo e gostoso mas eu não podia dar a ele o gostinho de saber que eu achava isso. Vivia me chamando para sair, mas ele era o idiota popular com as garotas. Se quisesse me ver chorando, bastava estalar os dedos.

-Ei Tiff, por que você não vai comigo até uma lanchonete. Eu te dou carona.

Revirei os olhos, mais uma vez esse idiota tentava me arrastar para um encontro.

-É Tiffani, pra você Collin. E eu estou de carro obrigada.

-Essa lata velha? – ele falou apontando para o meu fusca que estava no acostamento da rodovia– Não parece um carro, parece uma joaninha coberta por um tapete.

-É um clássico Collin! E não está coberto por um tapete, só é cheio de desenhos.

-É ridículo.

Virei as costas e andei em direção ao fusca. Abri a porta do passageiro e deixei meu material de fotografia no banco. Entrei no carro e dei partida.

-Tem certeza que não prefere ir no meu carro? É mais bonito, e mais legal também.

-Tchau Collin. – com um rastro de poeira e fumaça, deixei o roqueiro gato e irritante para trás.

Eu adorava o meu fusca. Quando eu estava nele, ligava o som e esquecia todo o resto. As músicas de rock entravam em sintonia com o barulho do motor e eu deixava o vento bagunçar meus cabelos.

Eu estava cantando “Piece of my heart” da Janis Joplin enquanto dirigia de volta para a cidade. Eu precisava arrumar um jeito de passar meu tempo até dar a hora de eu ir para a faculdade. Como eu sabia que não tinha nada pra fazer no meu apartamento, fui para o parque no centro da cidade.

Eu gostava de ficar no parque, era cheio de pessoas. Eu gostava de tirar fotos dos casais de velhinhos abraçados, dos casais de jovens andando de mãos dadas na trilha. Gostava de ver também as crianças brincando. Saíam ótimas fotos do parque.

Quando eu analisava os casais, ficava me perguntando se algum dia teria aquilo pra mim, ou se seria apenas a garota que tira fotos de casais? Eu queria me apaixonar, mas ao mesmo tempo sempre tive medo. Queria encontrar o cara da minha vida, a minha fotografia perfeita.

Já eram duas da tarde, eu havia comprado um pouco de comida chinesa e me sentei em um banco para comer. Enquanto eu comia rolinhos primavera, observava um casal de adolescentes. Deviam ter por volta dos doze anos, a menina estava vermelha e o menino parecia gaguejar ao falar algo. Eu nunca tivera isso, nem um amor de infância, nem na adolescência. Eu tive alguns caras, mas nada sério. Nunca me apaixonei de fato.

Depois de comer, eu me levantei e voltei para o meu fusca. Decidi ir para a casa da minha mãe que ficava em um vilarejo perto da cidade que eu morava.

Toquei minha “joaninha coberta por um tapete” pela estrada. A cidade que minha mãe morava, era uma vila a beira do mar, onde não havia asfalto mas era linda.

Estacionei em frente à casa amarela de porta  e janelas de madeira. Eu gostava daquela casa, ela tinha a pintura desbotada por causa da maresia.

Avistei o pestinha do meu irmãozinho na janela. Ele correu na direção da porta e a abriu.

-Tiff – ele veio me envolvendo em um abraço e bagunçando minha trança.

-Oi Carl. Cadê a mamãe? – perguntei entrando em casa.

-Não sei. – ele falou e começou a rodar no lugar, eu já tinha cansado de pedir pra minha mãe levar essa moleque em um psicólogo, talvez num psiquiatra.

Eu entrei na cozinha. Minha mãe estava lavando louça. Eu dei um beijo na sua testa e me sentei na mesa atrás da pia.

-Pensei que não viria hoje filha. – ela falou – Você não veio ontem.

-Eu sei mãe, eu estou fazendo um projeto pra escola. – respondi.

Ela se sentou na minha frente e sorriu. Eu me sentia confortada com aquele sorriso. Ela não  sorria apenas com a boca mas também com os olhos.

-Cadê o John mãe?

-Eu queria mesmo falar com você sobre isso querida, seu irmão está estranho esses dias. Eu queria que você falasse com ele. Faria isso por mim?

-Claro mãe!

Pedi licença para a minha mãe e subi as escadas em direção ao quarto do meu irmão. Ouvi um rock muito alto. Bati na porta mas ninguém respondeu.

-John! Sou eu! Abre aqui por favor. – eu bati mais forte.

-Tiff? – ouvi ele perguntar enquanto abaixava o volume e abria a porta.

-Oi. – eu o abracei – Então, como você está?

-Bem. E você? – ele não parecia bem.

-Estou ótima, tem certeza que está bem?

Ele assentiu com a cabeça e fechou a porta. Eu senti um cheiro estranho de comida estragada e avistei um pedaço de pizza velho em cima da cama. Pequei o prato de pizza e mostrei para ele.

-John, a quanto tempo você não sai do quarto?

-Dois dias. – ele falou cabisbaixo.

-Mamãe está preocupada com você, o que está havendo?

-Sinto sua falta aqui Tiff, sinto falta do papai. Aquele cara que a minha mãe arrumou, não é nosso pai! Me leva com você, esse ano eu já me formo na escola mesmo, por favor Tiff.

-John, é complicado, você sabe.

Quando ele ia contestar, meu telefone tocou. Eu não conhecia o número. Atendi.

-Alô? – falei.

-Oi Tiff. – era uma voz masculina e eu logo reconheci.

-Collin, como conseguiu meu número?

-Eu consigo tudo, inclusive sair com você sexta a noite, te pego as oito.

-Collin! – antes que eu pudesse falar algo ele desligou na minha cara. 


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Notas finais do capítulo

Não está tão bom assim, mas espero que gostem.



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