X-Men: O Renascer Da Fênix escrita por Tenebris


Capítulo 11
Sequestro


Notas iniciais do capítulo

Sexta feira tem mais... E prestem atenção nos detalhes. A Fênix se aproxima uahuah



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O corpo todo de Alice doía.

Ela não saberia dizer quanto tempo teria se passado, mas calculou mentalmente que devia estar longe de São Francisco há cerca de cinco horas. A última coisa de que ela se lembrava era de ter sido jogada dentro de um carro preto, observando Charles e Scott conversando discretamente. Só desejou que eles estivessem vindo resgatá-la.

Aliás, Alice sabia que era apenas uma questão de tempo. Confiava plenamente nos X-Men, sobretudo em Charles e Scott. Sabia que eles não puderam resgatá-la naquele momento porque estavam sendo ameaçados por todos os lados. Portanto, deveriam ter planejado alguma coisa e possivelmente estariam vindo resgatá-la o mais rápido que podiam. Ora, Alice tinha um rastreador oculto. Todo X-Men tinha. De qualquer forma, ela só desejou que tudo terminasse tão rápido como tinha começado.

Desse modo, Alice permitiu-se pensar mais um pouco... Ela sabia que tinha sido dopada para não tentar nada durante a viagem, e agora que recobrava sua consciência gradativamente, decidiu abrir os olhos pouco a pouco.

Não sabia onde estava, disso ela tinha certeza. Parecia estar numa espécie de porão de algum galpão deserto. Alice estava com as mãos amarradas atrás das costas, deitada no chão. Ela esforçou-se e conseguiu ficar ajoelhada. Foi uma surpresa ao observar que o lugar se parecia muito com o qual ela ficara presa em 2010.

Alice, enxergando melhor, percebeu que estava em uma cela pequena, com cerca de quatro metros quadrados. A luz que iluminava o lugar era pouca, de tom esverdeado. Tudo contribuia para deixar o lugar ainda mais sinistro. Alice rastejou até as barras de aço da cela, e percebeu que em frente havia um laboratório.

Ela reconheceria um laboratório desses em qualquer lugar.

Ali, onde ela estava, funcionava uma base de testes com mutantes.

Ela sufocou um grito, e encolheu-se no canto mais afastado da cela.

Há um tempo, jurou para si mesma que nunca mais voltaria para um lugar como aquele, e lá estava ela num reduto assim, novamente. Ela pegou-se pensando em Erik... No que ele estaria fazendo... Se estaria preocupado, como ela mesma estava.

- Aí, mutante! Gostou da nova casinha? – Gritou uma voz.

Alice levantou os olhos para encarar quem a insultara. Era um soldado do Governo. Ela conhecia bem aquele tipo de cara. Homem grandalhão de meia idade que adorava tirar sarro dos outros, a mando de seu superior.

Ela ignorou-o e permaneceu sentada onde estava.

- Sossega aí, Greene! Daqui a pouco você deve dopá-la de novo. Precisamos de mais amostras! Afinal, já se passaram dois dias... – Ia dizendo outro, que estava fora do alcance da vista de Alice.

- Espera aí, dois dias? – Indagou Alice, repentinamente interessada na conversa.

- Sim, bonitinha. Isso aqui é um lugar muito, mas muito afastado da Bahia de São Francisco. Duvido de que seus amiguinhos encontrem você. E, sim, já faz dois dias que você está aqui. Saudades de casa, sua mutante? – Ironizou Greene, com a voz debochada.

Alice estremeceu. Já fazia dois dias que ela estava ali? Por que não parecia tudo isso?

Foi então que ela olhou melhor para seu corpo. Havia marcas de agulha por toda a extensão de seu braço, em feios machucados arroxeados. Além disso, havia hematomas por todo o corpo dela, seguidos de arranhões e cortes significativos. Ela estava toda dolorida e machucada. Quanto a esses ferimentos, estava claro que aqueles homens brutais retiraram sangue de Alice, sem tomar nenhum cuidado. Tudo isso para poder estudar as amostras de seu DNA.

- O que vocês fizeram comigo? – Disse Alice, enfurecendo-se.

Ela tentou usar seus poderes, mas parecia haver uma espécie de bloqueio. Era como se seu poder não quisesse fluir sobre ela... Naquele momento, ela desejou por meio segundo, ser possuída novamente pela Fênix...

- Fica quieta aí, aberração! É o seguinte. O Governo Federal não gosta de mutantes encrenqueiros. Temos uma Ordem Judicial para manter você presa aqui. Mas a gente não é idiota, e sabe com o que está lidando. Você está sendo dopada de dez em dez horas com uma substância que inibe seus poderes e deixa você calma, calminha... E estamos retirando amostras do seu sangue pra descobrir o melhor jeito de dar um fim em você e nessa sua raça imunda! – Urrou Greene, batendo com as mãos nas barras de ferro da cela de Alice.

Ela o olhou com uma fúria ofuscante. Queria procurar xingamentos fortes o bastante pra ofendê-lo, mas sabia que lidava com gente do pior tipo possível. Ela rastejou até a cela, e encarou Greene com fúria novamente. Ela não sentira o tempo passar, porque estivera dopada o tempo todo... Mas ainda podia sentir fúria e tentar revidar, caso seu corpo aguentasse.

- O que você vai fazer? Chorar? Porque, com certeza, não será nos impedir. – Riu Greene.

- Greene, prepare a injeção da garota. O efeito da outra dose está passando... E venha me ajudar com essas amostras! – Disse o outro homem.

Dessa vez, Alice pôde observá-lo e viu que ele estava naquela espécie de laboratório subterrâneo, mexendo com artefatos químicos e com o sangue retirado dela mesma.

- Já vou, Smith! – Bufou Greene, caminhando pesadamente até o colega.

Mas Alice não deixaria barato as ofensas que recebera. Quando Greene passou na frente dela, Alice inclinou-se. Ela podia estar debilitada e ferida, mas ainda tinha orgulho.

Ela cuspiu com ferocidade no corpo de Greene.

O homem, se antes já tinha uma expressão mortífera, agora ele a tinha totalmente voraz e homicida. Ele deu um riso frio e cortante, e olhou de cima para baixo até Alice, como se ela fosse um inseto.

Ele falou ameaçadoramente, olhando para Alice:

- Pode cuspir em mim quantas vezes quiser. Ainda assim, quem está nessa cela, só esperando para morrer, é você!

- Na verdade, não por muito tempo!

Ouviu-se uma voz.

O coração de Alice encheu-se de esperança, e ela só desejou que não estivesse delirando mais uma vez.

Ela olhou para o corredor.

Os X-Men estavam caminhando na direção dos dois homens que a aprisionavam. E ainda, Erik liderava a equipe, destacando-se entre os demais.

- Greene, chame os nossos amiguinhos. – Disse Smith, que também era grandalhão.

Smith largou os materiais de laboratório e pegou uma arma plástica, para Erik não poder manipular.

- Se você se refere a aqueles guardas na entrada, acho que todos estão... Ocupados. – Disse Logan, afiando uma garra na outra.

Smith empalideceu.

- X-Men, ao ataque! – Disse Scott.

Dessa forma, Scott e Logan foram lutar com Greene e Smith. Alice deduziu que os outros X-Men deveriam estar cuidando dos outros guardas e soldados, na entrada daquele lugar.

Erik correu para ajudá-la. Alice observava a luta, e percebeu que Smith e Greene tinham armas a laser que criavam alguma dificuldade para Scott e Logan alcançá-los e impedi-los.

- Precisamos ser rápidos. Eles pediram reforços, e em breve um avião virá nos atacar! – Gritou Scott para Logan.

Então, Erik fez um gesto particular com as mãos, e manipulou o metal da grade da cela de Alice. Um enorme vão abriu-se no meio das grades.

Ele correu até ela, ajoelhou-se e ia colocá-la em seu colo.

- Esqueceu de perguntar se eu quero sua ajuda. – Disse ela, apenas para irritá-lo.

Erik revirou os olhos e deu um meio sorriso. Ele sentia falta dessas piadas inoportunas.

- Olhe para você. Está horrível. É óbvio que precisa de ajuda, já que não consegue nem ficar em pé. – Disse ele.

- Por que demorou tanto? – Indagou Alice, enquanto Erik retirava as algemas que prendiam as mãos dela, usando seu poder magnético.

- Vou entender isso como um obrigado. – Retorquiu Erik, libertando Alice.

Ela sorriu durante um segundo, fitando-o. Alice estava livre, e a salvo.

Mas foi então que ela gritou.

Um grito de agonia, de terror, de aflição... Alice sentiu uma terrível dor de cabeça, como se sua mente estivesse sendo arrancada de seu corpo. Uma sensação horrível tomou conta dela, e ela sabia o que significava. Sentira exatamente isso antes de explodir aquele banco, num passado que parecia demasiadamente distante e irreal.

Alice segurara seus poderes por tanto tempo, que agora não podia controlá-los. Eles fluiriam por ela, com força total. Alice não teria como domá-los. Já podia sentir sua pele esquentando. Ora, o efeito que inibia seu poder estava acabando. Alice precisava liberar o poder, que tinha ficado preso por tanto tempo.

- O que houve, Alice? – Perguntou Erik, alarmado.

- Saia daqui! Tire todo mundo daqui, Erik! Agora! –Ela gritou, igualmente desesperada. Não sabia como seus poderes viriam, e ela não queria ferir ninguém.

- Você aplicou o inibidor de poderes nela, Greene? – Urrou Smith.

- Não... Não deu tempo. – Respondeu o outro. Todos ali começaram, então,  a entender do que se tratava.

- Então vamos dar o fora daqui! Essa garota vai ficar descontrolada! – Berrou Smith, apavorado.

Então, Scott e Logan compreenderam. Alice iria surtar. Eles precisavam sair dali o quanto antes, mas não podiam deixar ela para trás. Desse modo, Kurt materializou-se no ar e ajudou Scott e Logan e atacarem Greene e Smith. Ficou mais simples derrotá-los. Tinha sido imensa sorte Kurt aparecer naquele momento.

- E agora? – Perguntou Logan, preocupado.

- Vamos todos sair daqui. Será melhor. – Ordenou Scott, procurando manter a calma.

Erik tentou segurar Alice, mas ela começou a correr, completamente deslocada. Mal conseguia manter-se consciente.

Foi então que uma sucessão de eventos ocorreu simultaneamente. Scott e Logan tentavam fugir com todos o mais rápido possível... Uma equipe de reforço do Governo Federal invadia o galpão, indo ao encontro deles... E Alice transformou-se em Águia. Vertia chamas azuis, e estava completamente descontrolada, explodindo o que ainda restava em pé daquele lugar.

Tudo aconteceu muito rápido.

Depois que Alice emitira fogo, incendiando todo o galpão, ela desabou no chão. Erik, o único que ficou para trás, protegeu-se como pôde das chamas difusas e resgatou Alice, pegando-a no colo novamente e levando-a consigo até a saída.

O problema era que, na confusão, Alice matara um agente. Greene fora pego certeiramente pelas chamas, e não havia vestígio do corpo dele. Os X-Men, em geral, não matavam ninguém, a não ser que fosse um caso extremo. Com certeza Alice nunca se perdoaria por ter cometido um assassinato daqueles, ainda que tivesse sido um acidente.

Desse modo, Erik caminhou até a saída e encontrou os outros X-Men. A equipe tentava conversar pacificamente com soldados do Governo, mas de nada adiantava. Principalmente porque um dos soldados que tinha demorado no galpão acusou Magneto de ter matado Greene.

Ele argumentara que tinha visto Erik lançando chamas e matando Greene propositalmente. Scott olhou de relance para Erik e compreendeu o que acontecera. O homem deveria ter se enganado, porque quem provocara aquilo fora Alice.

No entanto, o homem afirmava com toda certeza que Erik era o assassino. Desse modo, outra luta teve início. Os soldados queriam levar Erik preso, por ter provocado a morte de um companheiro deles. E os X-Men resistiam, argumentando que não havia provas, e que tudo fora um acidente.

Depois de alguns minutos de luta, os X-Men correram para uma área de floresta e entraram no X-Jato, prontos para voltar para Utopia. Erik ainda tinha Alice nos braços, e não se afastou dela nem quando estavam voltando para casa.

E Alice, enquanto estava desmaiada, tinha flashs do que acontecera lá... O assassinato, o surto, o medo... Mas o que mais a marcara, e que vinha à mente dela o tempo todo, era o sorriso de Erik, resgatando-a das profundezas novamente. Como já fizera tantas vezes.


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Notas finais do capítulo

E aí?