Mal Feito, Feito! escrita por Anne Lestrange


Capítulo 4
Des(amor)


Notas iniciais do capítulo

A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.
(Vinícius de Moraes)



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Uma semana havia se passado desde a detenção na Floresta Proibida. Alyx havia brigado com Sirius no dia seguinte a detenção e logo havia feito ás passes, mas não demorou muito para brigarem outra vez.

– Por que você não faz as passes com ele? – Perguntou Anne. – Você sabe como ele é, gosta de fazer piadinhas com tudo.

– Eu? Pedir desculpas para ele? Bateu com a cabeça Anne? Ele é que devia pedir perdão de joelhos. – Alyx respondeu fechando a cara. – Pensando bem, tudo fica bem melhor sem a companhia daquele cachorro! Anda mais depressa Anne, não quero pegar outra detenção com a McGonagall! – Ela disse em um tom autoritário.

– Ah, com certeza, você fica muito mais legal quando está com o humor negro. – Anne disse ironicamente, enquanto a amiga saia em disparada para a aula de transfiguração. – Será que você poderia faz o favor de me esperar?

– Pontas, olha quem está estressadinha? – Sirius falou para Tiago, enquanto passavam pelas jovens.

– EU NÃO SOU ESTRESSADINHA! – Alyx respondeu com o rosto vermelho de raiva. Imediatamente Tiago e Sirius começaram a rir da reação exagerada da garota. Ela avançou para cima dos garotos começando a tirar a varinha das vestes.

– Cai fora Black, ela não está em um bom dia! – Anne puxou a amiga tentando mante-la distante dos dois jovens grifinórias.

– Me solta Anne! – Alyx tentou se desvencilhar do puxão da amiga sem muito sucesso. – Eu vou acabar com esses dois agora.

– Não vai não. – A morena respondeu determinada.

– Ah eu vou sim.

– Você vai é para a aula de transfiguração, isso sim!

– Espero que Pirraça jogue uma bomba de bosta na cabeça deles! – Alyx resmungou se dando por vencida e se dirigindo a aula de transfiguração junto da amiga.

O dia se passou assim, Sirius implicando com Alyx, Anne segurando a amiga, Alyx ameaçando cortar a cabeça de Sirius, ou fazer algo que acabasse de vez com a vida dele. Nesse ritmo se passou mais um típico dia em Hogwarts.

–-

Era uma manhã de céu nublado, a jovem loira adentrou o Salão Principal sozinha, Anne fora se encontrar com Lupin bem cedo naquela manhã. Agora ela tinha que procurar um lugar na mesa da Sonserina, ela olhou para um canto e viu Rodolphus e Bellatrix sentados juntos de mãos dados.

– ARGh! - Ela fez cara de nojo e olhou novamente para a mesa da Sonserina tentando achar um lugar melhor para se sentar. Olhou para o outro canto da mesa, lá se encontravam Lucius Malfoy e seu grupo de amigos. Lucius era puro sangue, mimado, mas muito atraente, porém ele andava por ai com Severus Snape, o que não agradava nem um pouco Alyx, então ela preferiu manter distancia. Olhou novamente para a mesa da Sonserina quase entrando em desespero por ficar tanto tempo parada em frente a entrada do salão principal, olhou atentamente procurando por alguém que pudesse fazer companhia para ela aquela manhã. Pensou em Sirius, mas afastou o de sua mente o mais rápido possível.

Olhou mais uma vez para a mesa e avistou Andromêda, ela estava sozinha e de cabeça baixa, ela era prima de Sirius e irmã de Bellatrix e Narcisa Black, mas ela era uma garota legal, então foi para o lado de Andromêda que Alyx se dirigiu.

– Bom dia Andy.

Andrômeda não respondeu.

– Você está legal? - Alyx perguntou preocupada com a colega.

– Ah, o quê? O que foi? - Ela levantou a cabeça alarmada. Alyx avistou um pedaço de pergaminho nas mãos dela, que foi rapidamente afastado ao perceber a presença de alguém. - Ah! É você Alyx! Que bom te ver. - Ela sorriu. - Achei que fosse... O que aconteceu com a Anne? Vocês estão sempre juntas! Ela está doente? – A expressão de Andy mudou de alegre para preocupada.

– Ela teve de fazer umas coisas na... biblioteca. – Alyx respondeu rapidamente. - Me passa o suco de abobora?

– Bom dia priminha! - Sirius Black interrompeu a conversa e rapidamente começou a empurrar Alyx para se sentar entre as duas jovens.

– Mal dia! - Resmungou Alyx para si mesma.

– Bom dia Sirius! O que te faz se unir a mesa da Sonserina essa manhã? - Perguntou Andy curiosa.

– Não posso me conectar aos meus laços familiares? - Ele disse com um sorriso maroto.

– Laços familiares? - Andy começou a rir. - Tá bom. Conta outra!

Sirius riu, pegou uma torrada e começou a passar geleia.

– Vai mesmo fazer isso? - Perguntou Alyx, tentando controlar a irritação.

– O quê? Colocar geleia na torrada? - O garoto perguntou com um tom de desentendido.

– Como você consegue ser tão idiota?

– Desculpa, é um dom! - Sirius respondeu orgulhoso.

– Acho que eu vou indo. - Andy empurrou um último pedaço de torrada na boca e pegou a mochila.

– Andy espera! Eu perdi o apetiti. - Alyx pegou sua mochila e começou a se levantar. - Eu vou com você!

– Ah não vai não! - Sirius segurou Alyx pela cintura. - Ela vai tomar o café da manhã comigo. - Ele disse se dirigindo a Andy.

– Ok então. - Andy respondeu com um sorriso. - Vê se se comporta, heim? - Ela deu um beijo na bochecha de Sirius e saiu do salão.

– Sirius Arcturus Black, me solta! - Alyx tentava se desvencilhar do aperto de Sirius, mas em vão, quanto mais ela tentava, mais ele a apertava. - Ok, você venceu. O que quer? - Ela perguntou a contragosto.

Ele sorriu daquele jeito que ela odiava-amava. Ela tapou os olhos.

– Bem... primeiro você tem que tirar as mãos dos olhos. - Ela tirou as mãos dos olhos e olhou em direção a parede evitando o sorriso de Sirius. - Agora é melhor você comer um pouquinho, vovó Black já dizia: Saco vazio não para em pé! - Ele pegou o pedaço de torrada que ainda estava em uma das suas mãos e começou a empurrar na direção da boca de Alyx. Claro que Alyx não abriu a boca e a geleia na torrada lambuzou todo o seu rosto.

– A vovó Black era bem lelé da cuca né? - Ela começou a rir.

– Você tinha que ver o elfo dela, aquele sim era maluco! - Ele viu Alyx tentar puxar um lenço da mochila. - Eu tenho um jeito melhor de limpar essa sujeira?

– Tem é? - Ela perguntou mesmo sabendo a resposta.

– Esqueceu como é que se come Balcklock? - Bellatrix havia parado no meio do caminho a porta apenas para implicar com os dois. - Um dia você esquece as sobrancelhas, agora o cérebro, o que vai esquecer amanhã priminho? Que casal mais lindo, foram feitos um para o outro! - Ela deu uma daquelas gargalhadas que Alyx tanto odiava. Ela puxou Rodolphus que estava a alguns passos dela conversando com seu irmão Rasbatan e não prestara atenção a conversa. - Vamos lá minha caverinha? - Ela falou com voz de bebê. Os dois saíram do salão acompanhados por Rasbatan.

– Odeio ela! - Alyx resmungou.

– Então temos algo em comum. Minha caverinha! - Ele imitou a voz de bebê que Bellatrix fizera. Alyx riu e era possível ver nos olhos dela que ela havia esquecido ao menos por algumas horas o seu ódio por Sirius.

–-

A sala comunal da Sonserina era uma sala nas masmorras, muito espaçosa e luxuosa, havia um grande brasão com uma cobra estampado em uma das paredes. No canto da sala, sentado em um grande sofá se encontrava Rodolphus Lestrange, ele se empenhava em olhar uma caixa escura, Anne sentou se do seu lado e jogou a mochila no sofá.

– Que que cê ta fazendo ai? – Anne se debruçou sobre o irmão tentando ver o que o ele escondia na caixa.

– Fala direito monstrenga. – Rodolphus nem olhou para ela e continuou concentrado na caixa a sua frente.

– Argh, me diz logo. – A garota revirou os olhos. - Que que cê ta fazendo ai?

– Será que você poderia falar direito? – Ele olhou irritado para a irmã. – Se diz: “O que você está fazendo?” Entendeu monstrenga?     

– Que que cê tá fazendo? – Ela continuou tentando puxar a caixa para mais perto dela.

– Você é um caso perdido mesmo. – Ele olhou revoltado para a irmã e puxou a caixa de volta para si antes que ela pudesse dar uma olhada no seu conteúdo. – É melhor você ir para a aula. Já deve estar atrasada.

– Humf! Por que é que todos por aqui são cheios de segredinhos? – Ela resmungou irritada dando a língua para o irmão e logo em seguida saindo da sala comunal.

–-

A aula de história da magia era a aula mais monótona de Hogwarts, ter aula com um fantasma pode até impressionar os alunos no primeiro ano, mas no quinto ano Anne e Lupin não se importaram de perder a aula naquela tarde. Anne já havia perdido um aula aquela amanhã, mas não resistirá quando o jovem insistirá para revê-la outra vez aquela tarde. Os dois estavam perto do campo de quabribol, eles sabiam que era um lugar seguro, ninguém estaria por ali naquele horário da tarde.

– Você é uma má influência!

– Que eu saiba são os sonserinos que são má influência. – Ele riu enquanto beijava os lábios de Anne, mais uma vez, e outra, e mais outra.

– É sério, é melhor darmos o fora daqui antes que alguém nos veja. - Anne começou a se desvencilhar de Lupin.

– Por que isso te incomoda tanto?

– O que é que me incomoda?

– Que as pessoas vejam você comigo. - Ele disse com um tom irritado e com uma expressão angustiada. Já havia escutado Anne falar que não podia ser vistos juntos várias vezes durante a semana, no principio ele entenderá, mas agora aquilo começava a magoa-lo.

– Ah mô, não é você não, o problema é comigo e com esses costumes loucos da minha família. - Ela deu um selinho nele e pegou sua mochila. - Ai, você está gelado. Você está bem? - Ele pareceu assustado.

– Não é nada, deve ser só o frio. - Lupin parecia nervoso

– Não acha melhor irmos na enfermaria? Só para garantir.

– Não é nada, acredite em mim. É melhor voltarmos para o castelo. - Ele pegou a mochila dele e pegou a mão de Anne. - Você não precisa se preocupar comigo ok?

– Então, te vejo mais tarde? - Ela sorriu e o beijou novamente antes de sair apressada para voltar ao castelo.

Os dois passaram o resto do dia sem se ver. No dia seguinte no final da tarde, Anne voltou para encontrar se com Lupin no mesmo local. Ele começou a demorar, então ela resolveu se sentar um pouco na grama e aproveitar o resto da claridade do dia, abriu seu livro que ela e Alyx haviam pego “emprestado” na biblioteca e começou a ler. A próxima hora se passou assim, uma lida no livro e uma olhada para os lados a procura de Lupin, até que as lágrimas começarem a escorrer pelo seu rosto.

– Já chega, ninguém deixa uma Lestrange esperando. – Ela respirou fundo e enxugou as lágrimas. – Sua a boba, chorando por um grifinório. – Ela riu tentando se animar. Colocou o livro na mochila e partiu para o castelo repetindo para si mesma que deveria ter uma boa razão para Lupin ter a deixado plantada.

– Você está ai. Eu te procurei por todo lugar. Eu estava com o Sirius e... - Ela ficou vermelha ao citar o nome do jovem.

– Desembucha logo Alyx!

– Ah, ok. E o Lupin apareceu ele estava muito branco, Sirius o levou para a Madame Pomfrey, mas não me deixaram ficar por lá, ele estava muito mal. Achei que você devia saber.

As lágrimas que antes Anne tentava controlar agora escorriam pelo seu rosto em desespero. Ela correu para a ala hospitalar com a amiga no seu encalço.

– Anne espera! - Alyx chamou enquanto Anne já entrava rapidamente na ala hospitalar.

– Para onde eles foram? – Lá fora o céu começava a escurecer e a lua começa a aparecer no céu, já era quase noitinha, a ala hospitalar se encontrava vazia. - Madame Pomfrey? – Anne chamou, mas não obteve nenhum sinal de Madame Pomfrey, muito menos de Lupin. Ela chamou novamente. As lagrimas escorreram pelo rosto de Anne que naquele momento entrava em completo desespero. Ela tirou a mochila dos ombros e se sentou no chão no meio da ala hospitalar e ficou ali chorando por um bom tempo, Alyx tentou convencê-la a se levantar, mas sem muito sucesso, então resolveu se sentar do lado da amiga, até as lágrimas acabarem.


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Notas finais do capítulo

Acho que já disse isso, mas obrigada por serem leitores tão fofos. Ai que vontade de esmagar vocês. kkk *-*

ps: li uma fic na qual a Bella chamava o Rodolphus de minha caverinha e achei a coisa mais fofa do mundo, tive que usar esse apelido na fic.