Era manhã de Natal e as famílias dos Malfoy e dos Black chegariam logo para almoçarem na mansão Lestrange. Toc toc. Alguém batia na porta do quarto de Anne.

– Qual é? Ninguém pode viver sem mim por cinco minutos? – Anne resmungou, se virou e voltou a dormir. As batidas na porta continuaram, mas Anne fingiu não escutar. Então duas pessoas de cabelos escuros invadiram o quarto e Anne foi atingida por travesseiradas. Primeiro ela pensou ser seus irmãos, mas então ela viu os olhos verdes de Regulus. Os Black. Ela sorriu. – Até aqui vocês vão me pertubar? – A risada de Sirius ecoou pelo quarto.

– Não que tivéssemos escolha. – Sirius reclamou.

– Vai, admite vocês sentiram minha falta. – Anne disse e Regulus deu um beijo na bochecha da jovem.

– Eu admito, não da pra viver sem você Senhorita Lestrange. – As bochechas de Anne ficaram vermelhas. – Ah, Feliz Natal Anne!

– Feliz Natal perturbadores do sono alheio! – A jovem deu um pulo e foi até a ponta da cama. - Que tal me ajudarem com os presentes? – Ela disse empolgada, olhando a pilha gigante de presentes ao pé da sua cama. Os dois garotos se sentaram cada um de um lado de Anne na ponta da cama. Anne pegou um presente que estava em cima da pilha, em cima do embrulho havia um cartão escrito: “Com amor de seu sempre amigo RAB.” Antes que Anne pudesse abrir o presente Sirius já estava rasgando o papel de um outro presente, Anne pegou o bilhete que ele havia tirado do pacote.

– NÃO ACREDITO! UM DISCO DO REI E DAS THE RUNAWAYS! QUEM TE DEU ISSO? – Sirius disse muito empolgado analisando os dois discos de vinil que tinha na mão. Anne leu o bilhete em voz alta.

– Você me disse que nunca ouviu música feita por trouxas, então está ai a melhor música trouxa de todos os tempos, o REI e as rainhas do rock n’ roll, espero que seus irmãos não me matem, com carinho da sua melhor amiga Alyx Balcklock.

– Eu piro nessa mina. – Sirius falou com um olhar fascinado para os discos.

– Você parece um garoto do gueto falando assim. – Anne e Regulus riram. Sirius se levantou e foi até a vitrola onde havia um disco da banda os Duendes.

– Não acredito que você ainda escuta isso. É tão primitivo! – Ele tirou o disco da vitrola com nojo e colocou The Runaways, a voz de Cherrie Currie começou a ecoar pelo quarto junto com os acordes da guitarra de Joan Jett.

Cherry bomb – The runaways

Anne começou a balançar a cabeça no ritmo da música enquanto Sirius dançava pelo quarto parecendo um bêbado. Ela começou a abrir o presente de Regulus que ainda estava na sua mão.

– Deu trabalho encontrar uma dessas, mas achei que você ia gostar... – Regulus começou a falar, a jovem deu um grito de empolgação e abraçou Regulus ao ver o presente.

– É PERFEITO! – Anne pegou a câmera nova e começou a tirar fotos do jovem. – Isso é demais, o melhor presente que já ganhei.

– O disco também é muito bom! – Sirius disse ainda dançando. Anne puxou Regulus e os três começaram a pular ao ritmo de Chery bomb enquanto Anne tirava fotos dos dois e fazia passos malucos.

– TINHA QUE SER OS PIRRALHOS PARA FAZER ESSA BAGUNÇA! DA PRA BAIXAR ESSA MÚSICA? – Bella estava um pouco descabelada e estava em fúria na porta do quarto de Anne.

– Mal começou o dia e já está com o humor tão bom. – Sirius disse ironicamente.

– Vai ficar irritada lá na sua casa vai! – Anne disse revoltada com os gritos de Bellatrix. A jovem na porta ficou vermelha de raiva e avançou para cima de Anne e começou a puxar os cabelos da jovem, no mesmo instante em que Bellatrix tocou os cabelos de Anne duas varinhas apontaram na direção de Bella.

– Solta ela! – Regulus disse entre dentes.

– Vão me azarar pirralhos? – Bellatrix disse com uma voz de bebê.

– Pelas barbas de Merlim o que está acontecendo aqui? BELLA POR QUE VOCÊ ESTÁ PUXANDO O CABELO DA ANNE? – Rodolphus entrou no quarto ficando furioso ao ver Bella puxando o cabelo da irmã. No mesmo instante Bella deu um empurrão em Anne, soltando o cabelo da jovem e fazendo a cair no chão.

– Ótimo, sendo agredida assim cedo na minha própria casa. – Anne resmungou enquanto Regulus a ajudava a se levantar.

– O que você tem na cabeça Bella? – Rodolphus estava bem irritado e Sirius, Anne e Regulus deram um passo atrás com medo de interferir na briga do casal que estava prestes a começar. Bella começou a ralhar e dizer como Anne era irritante e todo o blábláblá que a jovem ouvia desde sempre, era assim todo Natal, se Bella não arranjasse briga, Sirius estaria lá pronto pra entrar em ação e criar uma confusão. Depois de alguns minutos o casal saiu do quarto se abraçando e dando beijinhos um no outro.

– Minha caveirinha! - Bellatrix disse com voz de criança antes de puxar Rodolphus para um beijo que Anne acreditava ter direito a língua e muito mais.

– ECAAAAA! - Anne e Sirius disseram ao mesmo tempo fazendo uma careta de nojo.

– Não da pra vocês se agarrarem em outro lugar? - Sirius perguntou ainda com uma expressão de nojo.

– Não da pra vocês não se agarrarem? - Anne perguntou enciumada.

– Tá com ciuminho monstrenga? - Rodolphus perguntou rindo enquanto segurava Bella pela cintura.

– Cai fora! - Anne começou a empurrar o casal para fora do quarto. - Será que não poderíamos ter um Natal normal para variar? - Sirius e Regulus riram.

– Isso é um Natal normal para nós. - Regulus respondeu sorrindo.

– Nada como um bom show de Natal! - Sirius completou voltando a pilha de presentes de Anne, pegando um embrulho grande e rasgando.

– "Como fazer feitiços corretamente" - Sirius leu na capa do grande livro que saíra do embrulho. - Perfeito! - Ele riu e entregou o livro pra Anne que olhou com desgosto.

– "Com carinho para minha monstrenga, RL" - Anne leu na primeira página do livro. - Aff, quanto carinho! Eu nem sou tão ruim assim em feitiços.

– Não, não! Você é péssima mesmo. - Sirius disse rindo. Anne bateu com o livro no braço de Sirius.

– Fui só eu que vi aquela coisa preta no braço da Bella? – Regulus perguntou preocupado.

– Que coisa preta? – Anne perguntou.

– Era só aquela roupa de velório que ela sempre usa. – Sirius disse revirando os olhos, mas Regulus continuou pensativo.

– Olha isso daqui. – Anne disse fascinada com o presente que acabara de abrir. – Não acredito que ganhei um lembrol. – A bolinha nas mãos de Anne continha fumaça branca o que significava que ela não havia esquecido nada. – Isso vai ser útil durante as aulas. – Ela disse jogando o lembrol dentro do malão que estava aberto em um canto do quarto.

– Quem te deu o lembrol? – Perguntou Sirius.

– Rasbatan. Não acredito tem até presente da Bella aqui! – Anne disse surpresa pegando um grande embrulho na pilha. – Será que não é uma bomba? – A jovem perguntou preocupada. – Abri você, se explodir explode na sua cara. – Anne jogou o embrulho no braços de Sirius.

– Eu não! O presente é seu! – Ele jogou o embrulho de volta nos braços da jovem.

– Cadê o grifinório agora? Vocês não são tão corajosos? – Anne debocohou.

– Da isso daqui. – Sirius pegou o embrulho e começou a rasgar com raiva. De dentro do embrulho saiu um longo véu branco e um cartão.

– Para você usar em breve, com amor sua futura irmã. – Regulus leu no bilhete.

– Que porcaria é essa? – Anne pegou o véu pelas pontas do dedo enquanto analisava o objeto.

– É um véu de noiva. – Sirius começou a rir. – Acho que vamos ter um casamento logo logo Anne! – Ele colocou o véu na sua cabeça e começou a cantar a marcha nupcial enquanto Regulus tirava uma foto da cena. A foto era memorável, Anne em choque enquanto Sirius andava ao seu redor como se fosse a noiva entrando em um casamento. - Coitado do noivo não vai nem poder protestar sem correr o risco de perder as sobrancelhas.

– Chega de abrir presentes. – Anne disse tirando o véu da cabeça de Sirius. – É melhor descerem se não vão perder a melhor parte do show. – A jovem começou a empurrar Regulus e o irmão para fora do quarto. – Encontro vocês lá embaixo.

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– Bom dia minha princesa! – Adolphus Letrange cumprimentou a filha de descia as escadas, ele puxou a jovem beijando a na testa. – Como está indo a poção? – Ele cochicou.

– Quase pronta, só mais um ou dois dias e a mamãe vai poder dormir com você sem se incomodar com os seus roncos. – Anne respondeu sorridente. Ela vestia um vestido azul rodado nas pontas e justo nas partes de cima, destacando o corpo de quase 16 anos da jovem que começava a ganhar formas mais femininas.

– Não fale isso alto. – Ele disse olhando ao redor. – Vá cumprimentar nossas visitas, vá lá princesa! – Ele disse apontando para as pessoas que estavam espalhadas em grupos de conversas pela sala de estar da família Lestrange. Anne se dirigiu as visitas a contra gosto. Primeiro ela cumprimentou Abraxas Malfoy e seu filho Lucius, Anne não entendia porque o velho sempre usava uma bengala com uma cobra na parte superior, a cobra era toda de prata e assustadora aos olhos da jovem.

– Bom dia Senhor Malfoy! Feliz Natal!

– Bom dia Senhorita Lestrange. Só hoje? Que elogio encantador!Pensou Anne ironicamente. O Malfoy mais velho foi em direção ao Senhor Lestrange e começaram a conversar animadamente deixando Anne e Lucius sozinhos.

– Oi Lucius! – Anne cumprimentou o jovem de longos cabelos loiros e pele muito pálida, ele tinha seus olhos fixos no outro lado da sala onde Narcisa Black se encontrava.

– Ah oi Anne! – Ele respondeu sem prestar muita atenção.

– Oi Anneeee! – Bartô Crouch Jr. se aproximou de Anne a puxando pela cintura.

– Oi Bartô! – Anne cumprimentou a contra gosta, ela se perguntava qual das famílias o havia convidado. O garoto era de altura mediana, tinha cabelos castanhos sempre bagunçados, ele até poderia ser considerado bonito se não fosse tão inconveniente e tivesse aquele tique estranho de colocar a língua pra fora quando falava. Anne se desvencilhou das mãos de Bartô.

– Você está tão bonita hoje. – Ele disse ainda tentando puxar Anne pela cintura. – Não é mesmo Malfoy?

– Com licença, eu tenho que ir cumprimentar os Black! – Anne disse saindo de perto de Bartô o mais rápido possível. Ela se dirigiu ao outro lado da sala onde se encontravam Walburga Black, a mãe de Sirius e Regulus, Cygnus Black seu irmão e Narcisa que era filha de Cygnus.

– É muito Black para uma casa só! – Resmungou Anne.

– Eu ouvi meu nome? – Sirius se aproximou da jovem. - Seu elfo doméstico faz umas comidas bem melhores que aquele idiota do Monstro. – Ele disse colocando um bolinho de ovo de dragão na boca.

– Você não devia comer isso, deixa um bafo horroroso.

– Quem sabe assim eu espanto esses malucos de perto de mim. – Ele respondeu se referindo a sua família. Anne revirou os olhos, ela não entendia como Sirius conseguia ser tão rebelde. Voltou se em direção dos Black com Sirius ao seu lado.

– ... ficam tão bonitos juntos. – Anne escutou apenas o final de uma frase que Walburga Black dissera enquanto olhava empolgada para Anne e Sirius. Ela foi em direção a jovem e apertou suas bochechas. – Você cresceu esse ultimo ano. Está maravilhosa! – Walburga exclamou mexendo nos cabelos de Anne.

– Ah obrigada! – Anne disse encabulada, mas feliz pela atenção. - Oi Senhor Black! Oi Cissa! – Ela disse aos outros dois. Eles apenas olharam Anne e acenaram com a cabeça.

– Quem que fica tão bonito junto com quem mamãezinha? – Sirius perguntou curioso, ele não era um filho exemplar e não perdia uma oportunidade para irritar Walburga, o que não era algo difícil de se fazer.

– Você vai descobrir logo, agora vão brincar por ai, vocês dois juntos, que tal? – Ela disse com grande sorriso estampado no rosto.

– Eu não sou mais criança para brincar, ainda mais com essa daqui. – Resmungou Sirius, olhando com desdém para Anne.

– Não fale nesse tom garoto. – A mãe o repreendeu.

– Não se preocupe Senhora Black, eu não tenho pretensões de passar meu tempo com um energúmeno como esse. – Anne mostrou a língua para Sirius e saiu em direção a Andy que estava sentada sozinha a um canto da sala em um sofá. No caminho Anne viu no reflexo em dos espelhos da sala Walburga dando um peteleco na cabeça de Sirius que agora reclamava com a mãe. Anne desviou o olhar do espelho e se dirigiu a Andrômeda Black. Ela era muito parecida com Bellatrix Black fisicamente, mas ao contrário de Bella, Andy era um amor de pessoa para Anne, a qual adorava Andrômeda.

– Oi Andy! – Anne disse empolgada puxando a amiga para um abraço.

– Oi Anne meu bem! – Andy respondeu com a voz um pouco trêmula enquanto abraçava a jovem Lestrange, ao se soltarem do abraço Anne avistou os olhos de Andrômeda vermelhos e o rosto inchado, provavelmente uma longa noite no meio de lágrimas.

– Por Merlim! Você está bem Andy? Precisa de alguma coisa? – Anne perguntou preocupada.

– Eu estou bem... na verdade não, mas vou ficar, não se preocupe.

– Como não vou ficar preocupada Andy? Você é uma das pessoas mais legais nessa sala, vem cá, vamos pro meu quarto e você me conta o que está acontecendo. – Anne falou isso puxando a amiga escada acima.