Wanted You More escrita por Rocker


Capítulo 8
Capítulo 8 - Lies




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"Lies! Living in a fantasy

Lies! Don't even know reality

Lies! When you start talking, I start walking

Lies! Lies! Lies!

Don't even wanna know the truth

Lies! The devil has his eye on you, girl

When you start talking, I start walking

Lies! Lies! Lies!"

Capítulo 8 - Lies

– Lena, Lena! Lena, o que houve?– Lena ouviu a voz conhecida de Lúcia chamando-a e piscou repetidamente os olhos, esperando que o torpor se esvaísse aos poucos.

– Desculpe, Lu, eu acabei tendo um flash de memória. - respondeu, colocando uma mão na cabeça, esperando, assim, manter o equilíbrio sobre si mesma.

Lúcia franziu o cenho, pensando em qual poderia ter sido a memória a atingir sua amiga.

– O que você lembrou? - perguntou por fim.

– De conversarmos sobre Caspian.

– E o que mais? - a mais nova insistiu, decidida a ajudar sua amiga a recuperar seu relacionamento com Edmundo.

Depois de tudo o que eles sofreram para conseguir ficar juntos, era mais do que merecido.

Lena franziu o cenho, tentando recordar de uma parte específica de sua lembrança. Algo que tinha a ver com o rei Edmundo, algo que realmente prendera a sua atenção. Algo que Lúcia lhe falara. Edmundo passou cinquenta anos falando de você, amando você, sempre te vigiando por uma droga de desenho mágico que Aslam ajudou ele a enfeitiçar.

Foi como um click em sua cabeça para que novas lembranças viessem em sua mente. Cada uma mais emocionante que a outra e que parecessem cada vez mais reais. Faziam com que seus sentimentos fossem mais reais.

Os braços dele vieram na direção dela, envolvendo-lhe a cintura enquanto o corpo de Lena se fundia ao dele, vibrando com o êxtase daquele toque. Então ela estava nos braços de Edmundo e não havia nada tão maravilhoso quanto estar abraçada com seu anjo.

Os pés dos dois beijavam o chão com a leveza dos passos. Ela sentia no coração a esperança e a alegria de “viver”, coisa que só sentia quando Edmundo estava por perto.

– Senti sua falta. – disse Lena, quase não respirando. Seus olhos estavam marejados.

Edmundo riu, ainda abraçado a ela.

– Me deixou esperando quase cinquenta anos. – disse.

– Desculpe. – disse Lena, apertando-se mais contra o corpo de Edmundo.

Sentou-se ao seu lado e viu que o que Edmundo tinha nas mãos era um pedaço de papel.

– O que é isso, Eddie?! - Lena perguntou.

Edmundo assustou-se e escondeu rapidamente o papel que segurava. Mas Lena foi mais rápida, se inclinando sobre ele e pegando o papel rapidamente. Olhou seu próprio reflexo ali. Inicialmente, era apenas um desenho seu, com uma expressão neutra e, no próximo segundo, olhava seu rosto marcado pela surpresa de um ângulo frontal.

– Eddie, o que é isso? - ela repetiu a pergunta.

– Bem... - ele gaguejou nervosamente. - É um presente de Aslam, para que eu nunca me distanciasse de você.

Acordando de um novo torpor, Lena sabia que era hora de descobrir a verdade sobre si mesma. A verdade do porque a distância de Edmundo a incomodavam. A verdade do porque esses flashes de memória enchiam seu coração de alegria e algo mais que ela ainda não tinha a capacidade de definir. Depois de dias de mentira, Lena precisava de alguma verdade.

– Lúcia, por favor, me diga a verdade. - implorou Lena. - Havia alguma coisa entre eu e Edmundo?

Lena sabia a verdade, mas queria que Lúcia confirmasse. Ela precisava que Lúcia confirmasse. Ela precisava de uma verdade no meio dessa confusão se sua vida se transformara depois de acordar na floresta sem memória.

Lúcia mordeu o lábio. Por mais que ela quisesse dizer à sua amiga a verdade, ela sabia que não podia. Não exatamente não podia, mas seu irmão pedira um tempo para que conseguisse descobrir algo que fizesse a rainha Lena recuperar a memória. Edmundo lhe dissera que isso envolvia a mãe de Lena, mas parece que o feitiço que ela fizera não fora tão forte. Eles não esperavam que a memória de Lena voltasse tão facilmente, e se a alavanca para isso fosse o relacionamento de Lena e Edmundo, Lúcia não ficaria de braços cruzados. Então, por fim, Lúcia suspirou.

– Sim, a relação de vocês era bem forte. - respondeu, esperando não dar muitas informações.

Lena levantou-se num salto e virou-se para a mais nova, sentindo a adrenalina estourando em seu sangue e se coração batendo a mil por hora.

– Forte em qual intensidade? - ela se viu perguntando, apesar de ter um bom palpite.

– Vocês chegaram a namorar. - Lúcia disse, mas a mente de Lena já a estava levando para uma nova memória.

– Edmundo! – gritou Pedro e o moreno teve que juntar toda a força de vontade para desviar sua atenção da menina à sua frente. Quando ele gritou um “que é?”, o loiro continuou: – Pergunte logo a ela, ou eu pergunto em seu nome!

Edmundo sentiu suas bochechas queimarem, pois sabia sobre o que o irmão falava. Mas ele realmente teria coragem de pedir, com todas as letras, que Lena namorasse seriamente com ele? Afinal, já se entregara a ela. Mas o moreno sabia que por mais que a menina fosse uma réplica mais durona de qualquer valentão que conhecera, ela também sabia ser meiga e romântica.

– Ai, Aslam! – exclamou Lúcia. – O Ed entrou em estado de choque!

– Eddie... – chamou Lena calmamente, repousando sua mão delicada sobre a bochecha esquerda dele, esperando por alguma reação. Quando viu que os olhos negros do menino ganhou foco em seu rosto, disse. – A única pergunta que me perturba realmente é qual será a data oficial do nosso aniversario. – disse, um pouco receosa, mas querendo aliviar a tensão dele.

Já sentia sua mente a mil. Não seria tão mentirosa a ponto de pensar que não conseguiria sobreviver sem Edmundo. Sobreviver, ao pé da letra, sobreviveria (como sempre fizera todos esses anos). Mas seria uma vida moribunda e cheia de autopiedade. Edmundo era algo bom em sua vida que Lena não sabia que procurava.

Um fantasma de sorriso atravessou a expressão de Edmundo, mas ela sabia que o moreno forçava para se manter sério.

– Você... – ele franziu a testa, pensando em uma pergunta tão boa quanto a dela. – Você acha que a data de hoje é boa?

– Por favor, me diz que é o que eu estou pensando que é! – implorou Pedro, fazendo Caspian rir.

– Eu acho que é... – murmurou Lúcia.

Lena, sem pensar muitos, se aproximou de Edmundo e quando falou, seus lábios roçaram leve e tentadoramente nos dele.

– Cálculos indicam ser o dia propício.

Edmundo, sem poder se controlar, diminuiu a distância entre eles e tocou seus lábios fortemente. Segundos depois, assim que sentiu que ele sorria sobre seus lábios, Lena envolveu a cintura dele com suas pernas, enquanto Edmundo segurava-a pela cintura e a girava no ar.

– Tradução, por favor! – pediu Caspian.

– Oh, seu idiota! Ela aceitou! – disse Lúcia, dando-lhe um tapa leve na cabeça.

– Agora eles podem ir pro quarto! – gritou Pedro.

– Argh! – lastimou Lúcia, tapando o rosto com as mãos, indignada. – Ah, vamos embora!

Lena piscou repetidas vezes para espantar a visão embaçada. Demorou alguns segundos, mas assim que ela voltou ao mundo real, rapidamente armazenou a nova informação.

– Foi na noite anterior à minha perda de memória, não é? - perguntou ela, sua voz tremendo levemente às emoções que a dominaram ao rever a cena lembrada.

Lúcia assentiu e arregalou os olhos. Será que era isso mesmo? Será que estava realmente certa ao pensar que soltando algumas informações sobre a relação que Lena tivera com seu irmão, a memória de Lena soltaria flashes para uma recuperação? Levantou-se num pulo e parou em frente à cunhada.

– E o que mais se lembra? - perguntou, sem esconder a ansiedade em sua voz.

– Que estavam você, o rei Pedro e Caspian. - respondeu Lena automaticamente. Analisou toda a situação do que acontecera nos últimos minutos, desde o primeiro flash do dia. - Está pensando o mesmo que eu? Será que é isso que está ativando as memórias?

– Se você está pensando que se for sua relação e seus sentimentos por Edmundo que está lhe fazendo recuperar a memória, então sim, estou pensando a mesma coisa que você. - disse Lúcia, sorrindo como uma criancinha de cinco anos ao descobrir que ganhou um doce.

– Pode me ajudar? - implorou Lena. - Por favor?

Lúcia sorriu ainda mais, concordando veementemente. - Vamos começar com nossa chegada em Nárnia!


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