Wanted You More escrita por Rocker


Capítulo 15
Capítulo 15 - High Hopes


Notas iniciais do capítulo

Depois de 4 anos, eu estou finalmente terminando essa fanfic. Vou ser sincera, perdi a vontade de continuar ela há muito tempo, mas uma amiga que acompanha minhas fanfics há anos acabou sendo caloura do meu curso e nos reaproximando. Ela meio que insistia pra eu continuar Wanted You More quase toda vez que me via na faculdade, então acabei cedendo à pressão. Dei uma mudadinha no planejamento e consegui escrever os dois últimos capítulo. Vou postar o outro até fevereiro. Espero que ainda tenha alguém aí ainda pra ler.



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Mama said
Fulfill the prophecy
Be something greater
Go make a legacy

Capítulo 15 - High Hopes

Andaram por algumas horas pela floresta. Lena se deu conta que seguiam em direção a Calormânia, onde a Feiticeira havia tomado conta durante o primeiro confronto. Seguiram em silêncio o caminho e, para a surpresa dela, o silêncio era confortável e não havia tensão no ar à espera do que estavam prestes a enfrentar. Eles pareciam em paz.

Depois de mais algumas horas, eles finalmente encontraram o Castelo de Gelo. Desta vez, no entanto, a divisa onde do inferno feito pela Feiticeira estava mais restrita ao Castelo. Talvez por estarem na verdadeira Nárnia e o controle e os poderes da Feiticeira Branca fossem mais limitado. Quando estavam a meio caminho do portão, saltaram de Felipe.

— Espere por nós aqui. - ordenou Edmundo.

— Sim, Majestade.

Edmundo entrelaçou seus dedos com o de Lena e juntos seguiram ao portão. Não tentaria detê-la desta vez. Não havia motivo para isso e sabia que seria uma tentativa inútil.

— Qualquer coisa que estiver remotamente errado, sairemos daqui, tudo bem? - ele disse.

Lena olhou-o de soslaio. - Não vou fugir e te deixar aqui.

— Não estou dizendo para me deixar. Estou dizendo para irmos os dois embora caso não conseguirmos derrotá-la cara a cara. - ele garantiu. - Você nos tira daqui pelas sombras, como havia feito da último vez.

Os olhos de Lena se embaçaram, indicando a volta de uma nova lembrança.

— Só me segura, ok?!

Quando Edmundo estava prestes a perguntar por que, Lena correu para frente, empurrando-o de costas para a parede, ficando ambos abaixo da janela.

Colocou o capuz da capa sobre a cabeça e repousou as mãos sobre o peito dele, enquanto ele a segurava pela cintura, sem entender o que ela pretendia. Ela tentou olhar diretamente para frente, para a blusa azul marinha que Edmundo usava.

— Cinco... – Lena começou a contar. – Quatro... Três...

— O que...? – Edmundo tentou perguntar, mas Lena continuou como se ele não tivesse dito nada.

— Dois... Um!

No fim da contagem, ela sentiu as sombras invadirem ao redor deles e finalmente fechou os olhos bem apertados, concentrando-se ao máximo na longa viagem que fariam.

Jamais tentara uma longa viajem nas sombras; seria a primeira vez.

Edmundo de repente se viu cercado por sombras e mais sombras. Uma sensação horrível de queda livre que nunca, jamais acabava. Foram os piores minutos que Edmundo já passou e desejava que jamais precisasse passar por isso.

Era como se fosse entrasse em um túnel que você tinha certeza que jamais acabaria, descreveu a seu primo Eustáquio, dias depois de voltar à Inglaterra. A única coisa que me vez sentir bem novamente foi saber que meus braços estavam envolta de Lena.

Quando Edmundo pode respirar novamente, como se tivessem passado horas, percebeu que estava novamente ao refúgio, de frente a Mesa de Pedra quebrada.

Quando Lena voltou a si, Edmundo segurava seus braços, a apoiando para que não caísse.

— Mais uma lembrança? - questionou.

Lena assentiu e engoliu em seco, tentando se recuperar da tontura que lhe abateu. - Sim, a de como escapamos da última vez.

— Então concorda em irmos embora? Caso não tenhamos escolha?

Lena apenas assentiu como resposta. Edmundo se contentou com aquilo e juntos se encaminharam ao Castelo. Abriram o portão e nem mesmo se importaram em tentar se esconder. Seria uma tentativa vã - já sabiam que a Feiticeira estava esperando-os. O que não esperavam, no entanto, era que Brenda fosse a pessoa sentada no trono os esperando.

— Ora, ora, ora, se não são o meu casal favorito vindo atrás de mim como se pudessem me derrotar... - o rosto era de Brenda, mas a voz era de Jadis.

Lena sentiu um arrepio na nuca ao se dar conta de que talvez estavam perdidos. A Feiticeira tinha feito o plano perfeito. Usara a mãe dela como peça fundamental, pois sabia que não atacariam com golpes fatais. Edmundo desembainhou a espada e se preparou para o ataque, mas sentiu o toque leve dos dedos de Lena em seu pulso.

— Não machuque minha mãe, por favor. - pediu aos sussurros. - Precisamos tentar derrotá-la sem ferir minha mãe.

Edmundo assentiu, concordando, mas sabia o quão difícil seria isso. Talvez até mesmo impossível. Mas não iria deixar de tentar. Lena só tinha o cantil de água e uma adaga. Respirou fundo, tentando ignorar sua desvantagem, e abriu o cantil. A água flutuou para fora, primeiramente formando um círculo ao seu redor para então se transformar em pequenas estacas azuis apontadas para a Feiticeira.

A Feiticeira abriu um sorriso sádico pelos lábios de Brenda.

— Que assim seja. - anunciou, formando seu cajado de gelo a partir daquele que cobria sua mão direita.

Ela se levantou e avançou contra eles. Edmundo rebateu o cajado com a espada enquanto Lena lançava as estacas de água contra a Feiticeira. Não tinha intenção de machucar a mãe que sabia ainda estar ali, então as estacas atingiam seu corpo e a retardava, mas não furavam a pele. Tentavam a todo custo alcançá-la e nocalteá-la, mas estavam se cansando. Estavam segurando seus instintos de matá-la e era ainda mais difícil lutar sem feri-la enquanto desviavam os golpes que obviamente não estavam sendo tão amistosos quanto os deles. Espada contra gelo contra água e ar.

Lena sentiu sua consciência escapando por alguns segundos enquanto memórias surgiam em sua mente. Tentou lutar contra elas dessa vez, tentou manter a mente na batalha contra a Feiticeira, mas parecia algo impossível. Seu corpo agia sozinho, lançando água e pequenos tufões de ar contra Jadis enquanto sua mente escapava para o passado.

Edmundo já estava nervoso em ter que enfrentar novamente aquela mulher que atormentava seus sonhos há anos. Mas sua situação praticamente tornara-se deplorável quando viu Lena literalmente descer em sua ajuda. Não queria que ela se machucasse. Morreria para protegê-la e disso já sabia desde o início, mesmo que não quisesse admitir. Mas agora que finalmente admitira a si mesmo, realmente faria de tudo por ela.

Tudo; e um pouco mais.

Não se importava nem um pouco em morrer para aquilo, mas queria apenas que ela ficasse bem. Era egoísta o suficiente para não pedir que ela fosse feliz ao lado de outro, mas queria apenas que ela sobrevivesse. Será que era pedir demais pedir apenas que ela não se machucasse?!, perguntou-se desesperado ao ver a lâmina afiada da Feiticeira abrir ainda mais o corte no braço esquerdo. Lena soltara um grito de dor e agonia, mas estava tão concentrada em algo desconhecido por Edmundo que mal pareceu ligar para o sangue que escorria livremente por seu braço esquerdo.

Edmundo de repente teve uma ideia – precisavam trabalhar em equipe. Enquanto passava por trás de Lena, para trocar de lugar com ela, conseguiu sussurrar um “distraia” sem que a Feiticeira percebesse. Lena então foi para cima, como se fosse a única forma de resolver plano e colocá-lo em ação. Atacou a Feiticeira com tudo, fazendo-lhe alguns cortes superficiais, mas era o suficiente para que ela ficasse furiosa o suficiente para querer revidar.

Lena já não ouvia a batalha envolta. E nem queria.

Concentrava-se única e exclusivamente na batalha que teceu contra a Feiticeira, tentando de tudo para distraí-la, enquanto Edmundo pegava a adaga do cinto de Lena sem que Jadis visse. O que quase deu certo. Quando ela viu, adiantou-se para Edmundo, mas Lena rapidamente lembrou-se do cantil que carregava escondido no cinto. Enquanto seus olhos brilhavam em um azul marinho – assustador para a Feiticeira, mas encantador para Edmundo –, Lena jogou a água do cantil sobre o rosto da Feiticeira. Ela enxugou o rosto tempo o suficiente para que Edmundo corresse para trás dela sem que percebesse. Mas um calormano correu para atacá-lo e ele não teve a oportunidade de acertar a Feiticeira. Mas continuava com a adaga na mão.

Quando Lena pegou a faca que sobrara em seu cinto, a Feiticeira acertou a espada na mão direita, que segurava a katana. Ela voou para metros de distância. A Feiticeira aproximou-se, pronta para matá-la.

— Últimas palavras? – perguntou.

Lena queria ter tempo para pensar, mas parecia que tinha a frase na ponta da língua.

— Quanta falta de criatividade para uma vilã!

Edmundo matara o calormano. Virara-se e enterrara a adaga no coração da Feiticeira. Mas não fora apenas ele que a acertara. Lena, assim que vociferara a frase, levantara-se e enfiara a faca na coxa dela, por cima do vestido.

Bem na veia que a mataria.

Como dissera a Lúcia quando foram treinar.

 

Quando voltou a si, a adaga que Lena tinha em presa à cintura estava agora encravada na coxa de Brenda. Lena arregalou os olhos, tentando evitar o ataque de pânico que lhe tomou conta. Edmundo a amparou quando percebeu seu estado e Brenda caiu ao chão. A mais velha parecia paralisada, sentindo o choque do ferimento. Uma fumaça - um suspiro com respiração condensada pelo frio - saiu pela boca dela e se desfez em pleno ar, seguido por um grito abafado e claramente o último fio de vida da Feiticeira Branca naquele mundo.

Estavam salvos, enfim.

— Mãe! - exclamou Lena, se agachando ao lado de Brenda e sentindo os olhos lacrimejando. Segurou a mão dela enquanto esta lutava para manter os olhos abertos. Mal registrou Edmundo se agachando do outro lado. - Vai ficar tudo bem, eu prometo.

— Lena, ela está perdendo muito sangue. - a voz de Edmundo denunciava sua agitação.

Lena olhou o ferimento na perna da mãe e, através da névoa de sentimentos, conseguiu identificar que a adaga não estava na veia que matara a Feiticeira da última. Estava perto, mas centímetros de diferença poderia salvar a mãe. Não sabia o que uma morte na verdadeira Nárnia causaria e não estava disposta a descobrir.

— Precisamos ir, ainda podemos salvá-la. - Lena disse apressada.

Edmundo notou também o local da adaga e arrancou a manga de sua camisa enquanto Lena olhava ao redor à procura de um local com mais sombras. Não achou nenhum onde pudesse alcançar com a mãe naquele estado. Edmundo amarrou o tecido na coxa da mulher, pouco acima de onde a adaga continuava enterrada, para diminuir a circulação de sangue por ali. Não ousou arrancar a adaga, que estando ali impedia uma perda maior de sangue. Lena então cobriu a cabeça com o capuz da capa e seu rosto foi tomado pelas sombras. Fez sinal para que Edmundo se aproximasse mais e colocou um braço sobre os ombros dele e o outro sobre os da mãe. Respirou fundo, sabendo das consequências de viajar pelas sombras sem estar totalmente imersa nelas. Mas não ousou se preocupar com isso nesse momento. Precisava sua mãe. Entrou nas sombras então, com um pouco mais de dificuldade, mas entrou.

Os três caíram na Sala do Trono e Lena caiu desmaiada ao lado do corpo da mãe.


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