Terror Ao Anoitecer escrita por Srta Winchester


Capítulo 39
Capítulo 39




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– Ora, ora o salvador da donzela em perigo está de pé. – zombou.

– E pronto pra te destruir.

– É o que veremos. – falou num tom sombrio.

Cerrei os punhos, ele tocou o ombro e fez uma careta. Veio correndo em minha direção aproveitei a guarda baixa e lhe dei um soco forte no queixo, sua cabeça foi para trás e a boca começou a sangrar enquanto ele gritava.

– Ai minha língua!

Não tive pena fui para cima dele acertando-lhe um gancho de direita, varias joelhadas na cabeça dele ele já estava bem tonto. Nina dizia alguma coisa que não consegui entender, ela conseguiu encostar o nariz na dobrinha do cotovelo e entendi “Cotoveladas, cotoveladas” era o que ela estava tentando dizer. Obedeci. Uma, duas e Michel caiu inconsciente no chão.

– Essa é minha garota! – falei quando cheguei perto de Nina.

Tirei a fita da boca dela e a desamarrei, ela se jogou em meus braços.

– Eu pensei que você não fosse conseguir que ele iria...

– Shh calma – falei tranquilizando-a apertando-a em meus braços. – estou aqui esta tudo bem.

Ela assentiu, passei a mão pelo seu rosto secando algumas lágrimas pelo caminho e a beijei com ternura. Mal podia acreditar que ela estava ali segura em meus braços, que a primeira parte de minha missão já estava cumprida, que aquilo era menos um fardo doloroso para o meu anjo carregar. Deus... a felicidade é tão grande que mal cabe no peito. Parei por um momento, sirenes... essa não, policia só faltava eles quererem me levar em cana por causa do carro e da agressão aos policiais.

– Mãos onde eu posso ver os dois! – ordenou um policial e obedecemos. – Senhor Jeremy Salvatore esta preso pelo roubo de um carro.

– Roubo? – sussurrou Nina me olhando confusa.

– Me perdoa anjo. – sussurrei suplicando.

– Mas o que aconteceu aqui? – falou outro policial.

– Eu posso explicar. – falou Nina.

– Tudo bem, Oficial leve o meliante para a viatura.

– Me perdoa. – falei enquanto o policial me algemava.

Nina me olhava com desespero, confusa. Levantei-me e quando estava saindo...

– Espere! – gritou ela. – Vocês não podem levar o herói dessa historia preso, vou contar tudo a vocês mas antes tirem as algemas dele.

Os policiais olharam um para a cara do outro, por alguns segundos um silencio ensurdecedor tomou o cômodo Nina olhava para eles pressionando para que tirassem as algemas e no fim das contas ela conseguiu o que queria.

– Policial com todo respeito, deixe esse cara ai mesmo – falou ela para o policial que estava checando os sinais vitais de Michel. – ele é um canalha, tentou me estuprar e ainda me drogou, Jeremy simplesmente me salvou por isso teve que roubar o carro para vir me ajudar.

– Opa espere ai, como ele sabia onde você estava?

– Eu sou meio... médium – falei, o policial me olhou com duvidas. – o senhor quer discordar dos poderes divinos que me foram concebidos?

Ele hesitou.

– Não claro que não, Deus me livre. – fez o sinal da cruz.

Chamaram duas ambulâncias no local uma levou Michel e a outra ficou parada do lado de fora, enquanto os paramédicos colhiam o sangue de Nina e a examinavam e depois me examinaram, outros policiais tomavam o depoimento dela e o meu. A historia de ser médium e de juntar o roubo do carro com meu “ato de coragem” caíram como uma luva. Fomos para a delegacia onde tomaram de novo nossos depoimentos dessa vez de maneira formal com direito a câmeras e gravadores. Michel também estava bem, infelizmente, só cortou a ponta da língua e levou alguns pontos no ombro, por causa do depoimento meu e de Nina ele vai passar a noite no hospital, com dois policiais vigiando, no dia seguinte pegarão o depoimento dele e já ira para cadeia aguardar o julgamento. O dono do carro e os policiais que agredi retiraram a queixa, já que fiz tudo aquilo para salvar Nina. Estava me sentindo estranho de novo, com enjoou e falta de ar. Ao sair da sala de depoimentos encostei-me no bebedouro e por lá fiquei, tudo estava rodando eu estava suando frio, aquela pontada forte na minha cabeça... droga essa não!

– Hei médium! – falou Nina atrás de mim. – O que foi?

– Minha cabeça...

– Senta aqui eu vou chamar alguém!

– Não, não – falei segurando seu braço. – escute... essa pode ser nossa ultima conversa hoje.

– Por quê? – seu tom de voz era de preocupação.

– Porque eu tenho que...voltar para... te salvar. Ai! – gritei colocando as mãos na cabeça.

– Calma. Hei ajude aqui! – gritou ela.

O suor frio descia cada vez mais rápido pelo meu rosto e pelas minhas costas, tudo girava, a voz de Nina se tornou distante, só consegui sentir seus braços me envolvendo antes de apagar.

– Hmm.

– Que bom que está acordando. Abra os olhos. Isso mesmo.

– Nina? O que... aconteceu, onde eu estou?

– Se você deixar de ser preguiçoso e abrir de vez os olhos ira ver onde está. – brincou.

Abri os olhos devagar, estava na pousada.

– Como viemos para aqui?

– Você desmaiou a sorte é que os paramédicos estavam por lá, te deram uma injeção depois pedi para que nos trouxessem para cá.

– Por isso minha bunda esta doendo. – falei quando me mexi devagar na cama. – Que susto pensei que tivessem se aproveitado de mim. – tentei fazer graça, ela sorriu.

– Relaxa eu fiquei o tempo todo do seu lado, embora esteja meio grogue por causa da droga e dos remédios que me deram, eu ainda consigo pensar, não sei por quanto tempo.

Ao sentar-me na cama a ponta forte voltou junto com todo aquele mal estar, respirei fundo.

– Anjo, olha eu tenho que te falar antes que seja tarde. Eu sinto e sei que a qualquer comento Kate vai me levar de volta.

– Quem é Kate? - É a bruxa que esta me mantendo aqui, com certeza a coitada está acabada há alguns dias ele veio para mim em sonho e disse que estava cada vez mais fraca e que se eu sentisse enjoou febre... isso seria um aviso de que ela não esta mais aguentando.

– Quer dizer então que você vai... voltar?

– Sim. – comecei a tremer, suar frio e a pontada ficava cada vez mais insuportável. – Por favor Nina... Ah! – gritei, ela colocou a mão em minha cabeça. – Me prometa que... será forte que vai passar por tudo e ser forte!

– Dean!? – falou a voz ficando tremula, os olhos cheios d’água.

– Me prometa!

– Eu prometo! Eu... eu vou ser forte e... – caiu no choro, as mãos em meu rosto. – eu te amo!

– Eu também te amo anjo, mas não chore em breve a gente vai se reencontrar, lembra?

– Si... sim.

Encostei meus lábios nos dela e nos beijamos, não um beijo de despedida, estava mais para um “até logo”, mas ainda sim foi um beijo triste mergulhado em nossas lágrimas. Meu pobre anjinho vai passar por tanta coisa ainda e nem sabe, se eu pudesse ficar com ela para ajuda-la a passar pelo o que estava por vir, se eu pudesse ao menos contar para ela...

Meu corpo todo se entorpeceu e começou a formigar.

– Deita aqui comigo. – sussurrei para ela.

E assim ela fez, ficamos por alguns minutos agarrados e ela logo pegou no sono, o formigamento ficou mais forte e tive a impressão de que comecei a desaparecer e realmente comecei, aos poucos começando pelas pernas e subindo aquilo era uma sensação agoniante.

– Te amo.

Sussurrei para ela e beijei o alto de sua cabeça inspirando aquilo cheiro gostoso, sua respiração era leve e tranquila, fechei os olhos e esperei enquanto ia sumindo cada vez mais até estar de volta ao motel de beira de estrada ou na noite em que ela morreu.


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